PESQUISA DE LARVAS E OVOS DE ANCILOSTOMÍDEOS EM LOCAIS PÚBLICOS DE SERINGUEIRAS, RONDÔNIA.

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Eric Martini Duarte
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1 PESQUISA DE LARVAS E OVOS DE ANCILOSTOMÍDEOS EM LOCAIS PÚBLICOS DE SERINGUEIRAS, RONDÔNIA. Matheus Henrique Bragança Duarte Acadêmico do 6º período do curso de graduação em Biomedicina das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC, campus Cacoal/RO. mateushbd@hotmail.com Cássio Antônio Lanfredi dos Santos Biomédico. Docente do curso de graduação em Biomedicina das Faculdades Integradas de Cacoal UNESC, campus Cacoal/RO. cassio@unescnet.br INTRODUÇÃO A dermatite serpiginosa ou popularmente bicho geográfico é uma infecção causada por larvas nematoides, comumente por Ancylostoma sp., principalmente as espécies A. braziliense e A. caninum, mas também pode ser provocada por Necator americanus e Strongyloides stercoralis (REY, 2013). O quadro clínico resultante é a larva migrans cutânea (LMC), que, no processo de penetração da larva na pele, resulta na formação de túneis entre a epiderme e a derme. A infecção pode ocorrer em qualquer superfície do corpo, as partes que estão em contato com o solo contaminado consequentemente podem adquirir o processo infeccioso, isto é, pés, perna, antebraços e dentre outras. A sintomatologia dessa infecção é perceptível, surgimento de pontos eritematosos ou pápulas, acompanhados de prurido, define a literatura Base da parasitologia clínica (REY, 2013). A infecção pode ocorrer em qualquer indivíduo, entretanto, é mais frequente em crianças, pois estão mais em contato com o solo. Em relação a epidemiologia, a LMC é encontrada por toda parte onde se encontrem cães e gatos infectados por ancilostomídeos, contudo, a maneira que o solo se encontra pode abrigar e ser favorável para as larvas e o solo rondoniense é favorável devido ao clima XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 1

2 tropical, com alternância entre chuva e calor, corroborando com a pesquisa de MIRANDA (2015) que em algumas regiões, o desenvolvimento das larvas até o estágio infectante é favorecido pela natureza do solo, assim como pelo calor e pela umidade elevada. Assim sendo, locais que ficam abertos estão susceptíveis a terem solo contaminado por parasitas que podem causar zoonoses, onde que cães e gatos possuem livre acesso a esses lugares. O presente trabalho teve como objetivo analisar a presença de ovos e larvas de Ancylostoma sp. em amostras de areia coletadas em locais públicos no município de Seringueiras, Rondônia. METODOLOGIA As amostras de areia foram retiradas em quatro locais públicos, sendo, três escolas e uma quadra pública, no município de Seringueiras, Rondônia. A coleta foi realizada no período da manhã, e foram coletadas de 3 a 5 amostras distintas de cada local, em pontos úmidos, secos e escurecidos, totalizando em 16 (dezesseis) amostras. Foi extraído a parte superficial do solo, com aproximadamente 5 cm de profundidade, com quantidade de 80 a 100 g por amostra. Com auxílio de um tubo PVC de 10 cm, frasco coletor universal identificado com nome do local, data e pontos de locais de coleta e uma caixa de isopor para armazenar os fracos. As amostras foram processadas no laboratório de Parasitologia da Faculdades Integradas de Cacoal-UNESC. As análises foram feitas a partir do Método por sedimentação espontânea em água, por técnica de Hoffman, Pons e Janer ou Lutz. O processamento pelo método de Hoffman, teve como base a literatura Parasitologia Humana (NEVES, 2011). Os resultados foram apresentados através da análise descritiva, sendo realizada pela leitura dos percentuais, caracterizando presença ou ausência de ovos e/ou larvas de Ancilostomídeos. A diferenciação entre as larvas rabditóides e filarióides de Ancylostoma sp. foi de acordo com os critérios morfológicos propostos por Neves (2011). X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisadas 16 amostras de areia de 4 locais públicos, sendo três escolas e uma quadra no município de Seringueiras no Estado de Rondônia. Verificou-se a presença de larvas nas amostras em todos os locais e apenas um ovo em uma das amostras. Conforme demonstrado na tabela 1. Tabela 1. Presença de larvas e ovos de Ancilostomídeos em areia de locais públicos no município de Seringueiras/Ro. LOCAL ANALISADAS POSITIVAS NEGATIVAS PRESENÇA DE OVOS ESCOLA ESCOLA ESCOLA QUADRA MUNICIPAL TOTAL 16 (100%) 7 (43.75%) 9 (56.25%) 6.25% (1/16) Segundo CHEN (2012), no caso de LMC, 50% dos estabelecimentos públicos apresentam risco para as crianças por terem areia contaminada por Ancylostoma spp., assim sendo, os dados estatísticos da atual pesquisa estão correlacionados, que aponta cerca de 43.75% positivo para presença de larvas. A presença de larvas foi observada em pelo menos um em cada amostra colhida correspondendo a 43.75% positivo para presença de larvas. Este resultado é superior as pesquisas de autores que realizadas em locais públicos (NUNES, 2000; BORGES, 2013). E inferior aos resultados apresentados na pesquisa de MASCARENHAS (2016), que apresentou 52%. A presença de larvas de Ancylostoma sp no solo em áreas públicas é devido ao acesso de animais, tais como, cães e gatos, tem como parasitismo em seus intestinos os ancilostomídeos e ao defecar liberam larvas e ovos no solo. Segundo as pesquisas realizadas por BLAZIUS (2006) demonstram que fezes caninas e felinas com presença de parasitos podem contaminar uma grande extensão e, com isso disseminar agentes infecciosos, principalmente Ancylostoma sp. A baixa percentagem de ovos de Ancylostoma spp., encontrada no presente trabalho pode ter sido decorrente da liberação das larvas do parasito de dentro dos ovos, ocorrida anteriormente a colheita das amostras ou durante o processamento das amostras. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 3

4 É válido ressaltar quanto ao solo rondoniense, devido ao clima tropical, intercalando entre chuvas e temperaturas altas, é o habitat propenso a esses parasitas. Segundo Gonçalves et al (2010, citado por PRITSCH, 2016, P.40) relata que as chuvas, tanto esparsas quanto fortes, transformam as areias em peneiras levando os parasitas da superfície para demais profundidade, dificultando, portanto, a coleta. Entretanto, PRITSCH (2016) menciona que o calor e umidade influenciam para a migração de larvas para a superfície, favorecendo, desta maneira, a contaminação no período de verão. A dermatite serpiginosa ou popularmente bicho geográfico é mais prevalente em criança, pois estão frequentemente em contato com solo, no qual utilizam para lazer. A pesquisa de PALHA (2014) ressalta que crianças são particularmente vulneráveis a infecção parasitária, pois ficam mais expostas aos parasitas em praças de recreação contaminadas com fezes de cães, gatos e, eventualmente, de humanos. Também deve ser considerado o fato de que as infecções parasitarias exercem importante alteração sobre o estado nutricional, crescimento e função cognitiva de crianças em idade escolar. Com base nos dados estatísticos, conclui-se que 43.75% apresentaram positividade para larvas de Ancilostomídeos em escolas e quadra municipais. Sendo assim, há necessidade de controle e prevenção da contaminação por parasitos em areia de locais públicos para que as pessoas que estão em contato não venham adquirir a parasitose. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. REY, LUÍS. Bases da Parasitologia Médica. 3. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, P MIRANDA, P. H. S. Et al. Contaminação do solo de áreas de recreação infantil de creches públicas por Ancylostoma sp. e Toxocara sp. em Teresina-PI. Piauí, Brasil. Revista interdisciplinar, v. 8, n. 4, p , out. nov. dez NEVES, D. P.; et al. Parasitologia Humana. 12. ed. São Paulo: Editora Atheneu, p X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

5 4. CHEN, A. A.; MUCCI, J. L. M. Frequência de contaminação por helmintos em área de recreação infantil de creches no município de Várzea Paulista, São Paulo, Brasil. Revista de patologia tropical, Vol. 41 (2): abr.-jun NUNES, C. M. Ocorrência de larva migrans na areia de áreas de lazer das escolas municipais de ensino infantil, Araçatuba, SP, Brasil. Revista Saúde Pública, V. 34(6): BORGES, A. D. Presença de larva migrans em áreas de lazer nas creches, escolas infantis municipais e praças públicas de Salto de Pirapora, SP. Revista eletrônica de Biologia, V. 6 (1): , MASCARENHAS, J. P.; DA SILVA, D. S. Presença de parasitos no solo das áreas de recreação em escolas de educação infantil. Pelotas, Rio Grande do Sul: Journal of Nursing and Health. V. 1(1): GONÇALVES, F. A. et al. Estudo da Contaminação de Sedimento do Solo por Parasitas Humanos em 5 Praias do Sul da Bahia, In: PRITSCH, I. Z.; FRIGHETTO, M. OCORRÊNCIA DE GEOHELMINTOS EM AREIA DE LOCAIS PÚBLICOS MUNICIPAIS DE VIDEIRA E ITÁ SC. Santa Catarina, Florianópolis: Revista Saúde Pública. v. 9, n. 1, p , jan/abr PRITSCH, I. Z.; FRIGHETTO, M. OCORRÊNCIA DE GEOHELMINTOS EM AREIA DE LOCAIS PÚBLICOS MUNICIPAIS DE VIDEIRA E ITÁ SC. Santa Catarina, Florianópolis: Revista Saúde Pública. v. 9, n. 1, p , jan/abr PALHA, F. et al. CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR OVOS DE ANCYLOSTOMA SPP. E TOXOCARA SPP. EM PRAÇAS PÚBLICAS NO MUNICIPIO DE IJUÍ, RS, BRASIL. Ijuí, Rio Grande do Sul: UNIJUÍ, BLAZIUS, R. D.; et al. CONTAMINAÇÃO DA AREIA DO BALNEÁRIO DE LAGUNA, SC, POR ANCYLOSTOMA SPP., E TOXOCARA SPP. EM FECAIS DE CÃES E GATOS. Laguna, Santa Catarina: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. V. 35 nº. 3, de XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 5

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