Filariose Linfática. - Esses vermes, chamados de filarídeos, não são geo-helmintos. Eles precisam de um vetor (mosquito) para completar seu ciclo.
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- Manoel Santarém Beretta
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1 Filariose Linfática Parasito Reino: Animalia Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: Onchocercidae Gênero: Wuchereria Espécies: Wuchereria bancrofti - Esses vermes, chamados de filarídeos, não são geo-helmintos. Eles precisam de um vetor (mosquito) para completar seu ciclo. - W. bancrofti e mais duas espécies são causadoras da filariose linfática, também chamada de filaríase ou elefantíase (fase crônica). No Brasil, a W. bancrofti tem maior importância. - As infecções ocorrem mais no nordeste e no norte (PA, AL, PE). - Estima-se que, no mundo, existam 120 milhões de pessoas infectadas. - Hospedeiro definitivo: homem. - Hospedeiro intermediário: mosquito vetor. - Vermes adultos: possuem de 3,5 a 10 cm. São vermes esbranquiçados, delgados, cilíndricos, com dimorfismo sexual (machos menores que fêmeas). Os machos possuem extremidade posterior recurvada ventralmente com espículo. Estão presentes nos linfonodos e alimentamse de linfa. Após a cópula, a fêmea coloca larvas (microfilárias).
2 Em cortes dos linfonodos e vasos linfáticos, podem aparecer vermes adultos cortados transversalmente. - Microfilárias: possuem uma membrana externa flexível chamada de bainha. Medem menos de 1 cm e estão na corrente sanguínea. Ao microscópio, podem ser vistas várias células em seu interior (que irão formar órgãos no verme adulto). Na cauda, há núcleos que vão até a sua ponta (há um padrão de dois núcleos em série na ponta)
3 - Larvas: estão presentes no vetor. Existem as larvas L1, L2 e L3 (infectante). OBS: A Mansonella ozzardi também está presente em algumas áreas do Brasil. Ela não é patogênica, mas ao encontrar uma microfilária num exame de sangue, é necessário fazer diagnóstico diferencial. Características: - as microfilárias não têm bainha; - os vermes adultos se encontram no mesentério e em outras membranas da cavidade abdominal; - ela, geralmente, não causa sintomas. Vetor - O principal inseto transmissor é a fêmea da espécie Culex quinquefasciatus. - Ela realiza hematofagia noturna, preferencialmente. - Há outros vetores preferenciais em outros continentes.
4 Ciclo de vida - É heteroxênico. - As fêmeas colocam larvas. São ditas larvivíparas.
5 - As microfilárias circulam no sangue, mas não perdem a bainha. - No homem há vermes adultos e microfilárias. - No vetor há larvas. Transmissão - Unicamente por picada do mosquito vetor contendo as larvas infectantes. - Um paciente que é transfundido com um sangue contendo microfilárias não desenvolve a filariose. Isso porque essas microfilárias não conseguem formar vermes adultos nos linfonodos. As microfilárias ficam apenas circulantes. O indivíduo, então, serve como um reservatório. Evolução - Indivíduos podem ser assintomáticos e sintomáticos. - Geralmente, os pacientes assintomáticos são aqueles que não desenvolvem resposta imune ao hospedeiro. - O número de larvas, a idade do paciente, a intensidade das reações inflamatórias, a resistência do parasito, a freqüência de reinfecções, tudo influencia no desenvolvimento do quadro de filariose e na progressão dos sintomas. - A evolução da filariose linfática é lenta. - Os vermes adultos formam novelos no interior de linfonodos. Assim, provocam reação inflamatória do local e diminuição da circulação de linfa. - Além disso, eles possuem mecanismos para driblar o sistema imune. Assim, conseguem produzir infecções crônicas. - Esse parasito faz simbiose com uma bactéria do gênero Wolbachia. Assim, pode haver infecção secundária do órgão comprometido. - Os parasitos costumam causar doenças por dois mecanismos: - Ação mecânica, promovendo a estase linfática e o derramamento de linfa. - Ação imune, com reações alérgicas ao parasito (eosinofilia pulmonar, formação de granulomas nos pulmões, aumento de IgE). - Fase aguda: há a febre filarial, com dor, inflamação dos linfonodos, náuseas e vômitos. Após esse período, cerca de 10 a 15% dos pacientes evoluem para a forma crônica.
6 - Fase crônica: linfedema, com represamento dessa linfa e aumento progressivo do órgão afetado. - Aumento do volume do órgão por derramamento de linfa, associado a infecções secundárias, leva ao quadro de elefantíase (um quadro crônico, irreversível). - Geralmente, há acometimento de membros superiores, inferiores, órgãos genitais, mamas. Diagnóstico - Diagnóstico laboratorial com coleta de sangue para identificação de microfilárias. - As microfilárias exibem uma periodicidade quanto ao local em que estão. No período diurno, costumam ficar em vasos profundos, como nos capilares pulmonares. No período noturno, elas vão para a circulação periférica. Assim, o exame de sangue deve ser feito no período entre 23h e 1h, em que ocorre o pico de concentração de microfilárias na circulação periférica. - Testes imunológicos podem ser feitos, mas não são comumente utilizados. Tratamento - Medicamentoso para eliminação de vermes adultos e microfilárias, com dietilcarbamazina e ivermectina. - Deve haver higienização do local afetado, massagem para drenar linfa, uso de meias elásticas. - Pode ser feito tratamento cirúrgico e plástica reparativa. Profilaxia - Tratamento de pessoas infectadas. - Eliminação do vetor. - Educação em saúde. - Uso de telas e mosqueteiros à noite.
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