DIREITO ADMINISTRATIVO Dr. Manoel Bezerra Jr.



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Transcrição:

ESMEG ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE GOIÁS Prof. e Des. Romeu Pires de Campos Barros DIREITO ADMINISTRATIVO Dr. Manoel Bezerra Jr. 2012

Escola Superior da Magistratura. INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO. Roteiro de aula Matéria: Direito Administrativo. Prof.: Manoel Bezerra Jr. Parte Introdutória. Direito Administrativo. Analisaremos num primeiro momento noções básicas da criação de Estado e da Administração Pública. Há necessidade de traçarmos um diferencial entre os tipos de Estado que foram se formando ao longo da história da humanidade. Estado Absolutista: Origem: Nasceu da aglutinação das antigas sociedades feudais. Nele há um Ente que cria as Leis. Com um detalhe importante: Esse ente não estava submisso a elas. Monarca ou ditador. Nele existia também um tipo de direito administrativo, porém com a idéia de direito repressor. Há a presença do Estado de Polícia. Estado de Direito. O Estado recém criado trouxe em seu bojo o ideário da gestão das necessidades básicas das coletividades. (interesse público ou bem estar social). O Estado criava as lei e se submetia a elas. Ideia de Governo do povo para o povo. A expressão Estado de Direito foi cunhada na Alemanha em 1813 na obra de Welcker. Remonta-se que a expressão Estado como sociedade política permanente teria sido usada pela primeira vez na obra O Príncipe de Maquiavel. Dentro do Estado de direito tivemos alguns estágios de evolução, tais como: O Estado liberal: afastamento do Estado das atividades da sociedade.

O Estado social: o Estado adota uma postura social intervindo na sociedade com profundas consequências para as áreas econômicas e sociais da coletividade. O Estado neoliberal: é o Estado em sua versão mais comprometida com a sociedade e a produção do bem estar social. Nele também se busca garantir direitos Constitucionais ora intervindo na sociedade ora se afastando dela. A Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 nos aponta que o Brasil tem um viés de Estado Social. Nota-se a presença desse ideário esculpido no Preâmbulo e nos artigos 1, IV, artigo 6, 170 e outros espalhados dentro dela. Observação: O Brasil não é Estado social. Estado de Direito ideia e conceito. Ideia: é o ente juridicamente organizado e obediente as suas leis. Conceito: É um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas relações internacionais, como internamente, neste caso como pessoa jurídica de direito público, capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. JSCF(2010). ELEMENTOS PARA CRIAÇÃO DO ESTADO. Povo dimensão humana; Território - dimensão territorial. Governo - é o elemento soberano do Estado. É o Governo quem detém e exerce o poder de autodeterminação (orientações). E de auto-organização (estrutura interna do estado) que advém do Povo. Direito Administrativo. Origem: O Direito Administrativo nasceu no final do séc.xviii e inicio do séc.xix, na França. A universidade de paris em 1817 instalou uma cadeira de Direito Administrativo. No Brasil, Dec. Imperial 608 de 1851 determinou a possibilidade da criação de cadeiras específicas de Direito Administrativo em SP e Recife. As Contribuições das Escolas do Direito Administrativo Estrangeiro. ESCOLA FRANCESA: Ducrocq, Batbie e Gianquinto.

Ela enfoca que o Direito Administrativo se detém no estudo do sistema de leis que regem a Administração Pública. Há apenas um catalogar da legislação administrativa. ESCOLA FRANCESA Surgindo como direito com a revolução francesa, mais precisamente com a separação de poderes de Montesquié, a França é considerada o berço do Direito Administrativo reporta-se seu nascimento para a época de 1800, quando a França organizou a sua administração pública. ESCOLA ALEMÃ. Pensadores: Fritz Fleiner; Otto Mayer Fruto de um longo período de evolução, nessa escola não houve a substituição de um direito velho por um novo, mas sim o sistematizar do direito nos mais diferentes estados alemães. ESCOLA ALEMÃ. Assim houve forte influencia do direito civil para a formação do Direito Administrativo. Adotou-se um método construtivo preocupado em formular dogmas específicos do direito público tendo como base o direito privado. Ela enfoca o Direito Administrativo num sentido amplo que designa toda as normas que regulam a atividade das autoridades estatais administrativas, quer façam parte do direito público ou do privado. ESCOLA ITALIANA OU SUBJETIVISTA. Pensadores: Meucci, Ranelletti, Zanobini e Raggi. Nela o foco se concentra no sentido de que o Direito Administrativo é o estudo dos atos do poder executivo. Trabalhando o sujeito de onde emana o ato e não o ato em si mesmo. Nela se exclui os atos praticados pelo Legislativo e Judiciário. ESCOLA ANGLO-AMERICANA Pensadores: Albert Venn Dicey; James W. Garner; John Clarke Adams; Nela o foco se concentra no fato do Direito Administrativo ficar restrito apenas as relações entre a Administração e os particulares. ESCOLA ANGLO-AMERICANA

Essa escola se opõe a escola francesa em razão de sua formação, sua base. O direito inglês e o americano tem como base a denominação: common law: o direito não escrito de um país, baseado no costume, no uso e nas decisões das cortes de justiça. José Cretella Júnior. Nesses países o Poder Judiciário exerce sobre a Administração e sobre os particulares o mesmo controle. Brasil: Brasil colônia O poder esta nas mãos da monarquia portuguesa. Brasil império Há a divisão de poderes: Poder Legislativo, Poder Judiciário, Poder Moderador (os dois últimos nas mãos do imperador). Brasil: Obs.: Administração Pública é organizada, mas regida pelo direito privado. Brasil republicano Na CF de 1934, o direito administrativo merece destaque porque nesse momento ele passa a ter previsão constitucional. ESCOLA BRASILEIRA. Há dois momentos distintos de produção do conhecimento em matéria administrativa: Império: Vicente Pereira do Rego; Veiga Cabral; Visconde do Uruguai, Rubino de Oliveira; José Antonio Joaquim Ribas. Influência do direito francês, italiano e alemão. República: Influência do direito americano. CABM, HLM, MSZP, JSCF, OM, DG, etc. Obs.: O Brasil não adota de forma especifica nenhuma das escolas estrangeiras. O direito administrativo sofreu na origem grande influencia do direito francês e iltaliano, e na sua construção um pouco do direito alemão e americano. Atualmente o Brasil se filia ao sistema europeu-continental. Sistema europeu-continental Adotado na França, Bélgica, Espanha, Portugal, Alemanha Ocidental. Nesse sistema o direito administrativo tem uma amplitude maior, abrangendo o direito administrativo descritivo: Administração, leis, serviços, e demais atividades públicas e ainda as relações entre os administrados e a Administração. Administração ------- Administração. Administração ------- Particulares (administrados). Separação dos Poderes

O Governo: Esse poder soberano ora se mostra como PODER e ora como Órgãos do Estado e ainda se apresenta como funções originárias destes Poderes. Poder Legislativo: Formação do Poder art. 44 ao 75, CF. Função Típica. Poder Judiciário: Formação do Poder art. 92 ao 135, CF. Função típica. Poder Executivo: Formação do Poder art. 76 ao 88, CF. Função típica. Poder Executivo: FUNÇÃO TÍPICA: Conversão da lei em um ato individual e concreto. esse Poder pode exercer atividades ATÍPICAS: Porém, A. Função de Legislar (criar portarias, resoluções, LD e MP). B. Função judicial (Processo Administrativo Disciplinar e Sindicância). Direito: O que é? Breve resposta: Ele é a base organizacional da sociedade. Divisão Clássica do Direito: sinal. Direito Público: Normas de conduta são imperativas - Inafastáveis. Ex: Direito Privado: Normas de conduta flexíveis. Ex: Contrato. DIREITO ADMINISTRATIVO Conceito: Ideia: É o conjunto de normas regulam o Estado. O conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir JSCF É o ramo do direito público que trata de princípios e regras que disciplinam a função administrativa e que abrange órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na consecução do interesse público. Irene Nohara. Objeto:

Reger, Gerir, Administrar as atividades dos órgãos e dos agentes públicos para que estes possam implementar os fins do Estado. O fim último do Estado é a produção do bem estar social - gestão das necessidades básicas da coletividade. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO As Fontes do Direito Administrativo: 1. Lei. 2. Doutrina. 3. Jurisprudência. 4. Costume. são as práticas habituais, tidas como obrigatórias, que o juiz pode aplicar, na falta de lei sobre determinado assunto. 5. Princípios gerais do direito. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO Posição doutrinária: 1. São postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública. 2. São cânones pré-normativos que norteiam a conduta do estado quando no exercício das atividades administrativas. Melhor ideia: São valores ou razões maiores que permeiam todo o O.N.Adm. Os princípios administrativos tem três finalidades precípuas: 1. Orientação - voltada ao Administrador. 2. Garantia voltada aos administrados. 3. Proteção voltada para os administrados. Os princípios administrativos: 1. Legalidade. 2. Impessoalidade. 3. Moralidade. 4. Publicidade. 5. Eficiência.

6. Finalidade. 7. Razoabilidade e Proporcionalidade. 8. Motivação. 9. Auto-tutela. Os princípios administrativos: 10. Continuidade. 11. Auto-executoriedade 12. Presunção de legitimidade. 13. Segurança Jurídica. 14. Ampla defesa e contraditório. 15. Especialidade. 16. Hierarquia. 17. Responsabilidade Objetiva. 18. Indisponibilidade. PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO: Os poderes e deveres do administrador público são os encargos que se conferem aqueles que estão dispostos a gerir a coisa pública e os interesses da comunidade. São expressos em lei. Decorrente da competência atribuída a cada administrador. PODER-DEVER DE AGIR: O vocábulo poder significa dever quando se trata de atribuições de autoridades administrativas. TFR 197/79 Ex: Art. 301, CPP PODER-DEVER DE AGIR: Esse poder-dever de agir se subdivide em 3: dever de eficiência, dever de probidade e dever de presta contas.

1. DEVER DE PROBIDADE significa integridade de caráter, honradez, brio, decoro, zelo da própria reputação. 2. EFICIÊNCIA significa que o administrador deve ser rápido e ágil na realização das suas atribuições, bem como estas devem ser prestadas com qualidade e perfeição de forma proficiente, competente. PODER-DEVER DE AGIR: 3. PRESTAR CONTAS Quem trabalha com dinheiro e patrimônio alheios deve prestar conta de como tem utilizado estes bens. Ele deve satisfação de como gastou, onde, por que não fez, por que não fez por menos, etc. DEVER DE LEALDADE OU FIDELIDADE significa que o administrador deve ter a máxima dedicação ao serviço público sendo impedido de agir contra os fins e os objetivos que norteiam a Administração Pública. DEVER DE OBEDIÊNCIA significa que o servidor público tem o dever de se submeter as ordens de seus superiores e executá-las de forma correta, contribuindo para o bom desempenho da organização administrativa. PODERES ADMINISTRATIVOS A administração pública tem como objetivo principal gerir as necessidades básicas da coletividade e para isso possui poderes específicos para a consecução de seus intentos. Esses poderes são instrumentos de necessários para a realização das diversas tarefas inerentes a administração. PODERES ADMINISTRATIVOS Os poderes enquanto instrumentos não se confundem com os Poderes Políticos da tri-partição de poderes sugerida por Montesquieu. Esses poderes também não são uma faculdade mas sim um poder-dever que recaí sobre todo administrador público. PODER VINCULADO É aquele em que a Administração Pública exerce sua atividade completamente restrita pelo que determina a lei, o direito positivo. O Administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei em todas as suas especificações. Obs: Há elementos nos atos administrativos que são sempre vinculados: Competência, finalidade e forma. PODER DISCRICIONÁRIO

O poder discricionário confere ao Administrador liberdade de escolha dentro dos limites da lei, assim ele realiza um juízo de valor e elege conveniência, a oportunidade ou a adequação do conteúdo dos atos administrativos que realizará. Liberdade de ação dentro dos limites da lei. O Poder Discricionário recai sobre os elementos motivo e objeto dos atos. Estes elementos formam: O MÉRITO ADMINISTRATIVO. PODER HIERÁQUICO Repousa por sob duas vigas mestras: 1. Atribuição de competências e 2. hierarquia. É o vínculo que subordina e coordena uns aos outros dentro do Poder Executivo graduando a autoridade de cada órgão. PODER HIERÁQUICO Características do Poder hierárquico: 1. Relação necessária e permanente estabelecida entre os órgãos; 2. Que os coordena; 3. Que os subordina; 4. Gradua a competência de cada um. PODER DISCIPLINAR É o Poder concedido a Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e as demais pessoas sujeitas a disciplina administrativa. A punição criminal e a administrativa tem fundamentos diversos por isso podem ser objeto de um mesmo caso concreto, a diferença é de substância e não de grau. A apuração da infração, a aplicação da pena administrativa devem obedecer ao devido processo legal, ao contraditório e ampla defesa. O ato punitivo deve ser motivado. Poder Normativo ou Regulamentar

É o poder de criação de regras dentro da Administração, essa competência normativa vai além da edição de regulamentos (decretos), pois ela pode editar portarias, resoluções, instruções normativas, regimentos internos, etc. Poder Normativo ou Regulamentar O Poder Normativo é privativo do chefe do executivo e se exterioriza por meio de decreto. O Poder Normativo expede normas que na verdade são atos administrativos e não leis em sentido material e formal. Art. 5, II, CF. PODER DE POLÍCIA P.P. Há dois pilares que regem o ordenamento jurídico administrativo: 1. Prerrogativas. 2. Sujeições. Existindo de um lado o poder da autoridade administrativa e de outro o direito a liberdade individual. O Poder de Polícia é um poder instrumental que condiciona o direito individual ao bem estar coletivo, predominando sempre o Princípio da Supremacia do Poder Público sobre o Poder Particular. Conceito legal: Art. 78, CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Conceito doutrinário É a prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza a Administração Pública a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse da coletividade. JSCF. A polícia administrativa atua sobre bens, direitos e atividades. As outras atuam individualmente ou indiscriminadamente sobre pessoas. FUNDAMENTO DO PODER DE POLÍCIA Princípio da Supremacia do poder publico ao interesse particular. O Poder de Polícia é muito amplo. Atinge várias áreas, tais como: publicações, segurança, construções, meio ambiente, trânsito, economia popular, abastecimento, poluição sonora, visual, atmosférica, etc.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA: 1. Discricionariedade, 2. Auto-executoriedade e 3. Coercibilidade. DISCRICIONARIEDADE Liberdade de escolha dentro da lei, onde a autoridade realizará um juízo de valor e nele elegerá a conveniência, a oportunidade e a adequação da prática do ato. AUTO-EXECUTORIEDADE É a possibilidade de a Administração executar suas decisões sem a intervenção do poder judiciário. MEIOS DE ATUAÇÃO O Pode de Polícia pode se apresentar através de atos normativos em geral, atos administrativos e operações materiais. Isto de forma PREVENTIVA (fiscalização, ordens, proibições, autorização, licença). Ou de forma REPRESSIVAS (interdição de atividade, apreensão ou destruição de mercadorias).