DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL

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Transcrição:

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL Camila Castro de Almeida¹, Marjorie do Val Ietsugu 2 ¹ Tecnologia em Radiologia, Faculdade de Tecnologia, Botucatu, SP, Brasil. E-mail: lc.camila@hotmail.com 2 Faculdade de Tecnologia, Botucatu, SP, Brasil. E-mail: marjorie@fatecbt.edu.br Palavras chave: Aneurisma de aorta abdominal, diagnóstico e tratamento. INTRODUÇAO Aneurisma é uma dilatação anormal do diâmentro de um vaso e, para a artéria aorta, é considerado um diâmetro normal até 2 cm² e, a partir de 3 cm², já se caracteriza uma dilatação anormal. Cerca de 80% dos aneurismas encontram-se abaixo das artérias renais, próximo a bifucarção aorto-íliaca, originando o aneurisma de aorta abdominal (AAA) (BAPTISTA-SILVA, 2004; ABBAS; FAUSTO; KUMAR, 2005; RUBIN et al. 2006). O AAA roto é a 13ª causa de morte nos EUA e a 10ª no Canadá, entre homens de 65 anos. No Brasil, não há dados concretos sobre sua incidencia, porém o diagnóstico tem sido cada vez mais freqüente devido à facilidade ao acesso aos diagnósticos por imagen (MARANHÃO, 2004; DR. MARCO AURÉLIO CARDOSO, 2012). Normalmente esse tipo de aneurisma é assintomático, sendo diagnosticado casualmente por exames de imagens solicitados por outra suspeita diagnóstica. Quando há sintomas como dor, por exemplo, suspeita-se de ruptura e o tratamento deve ser imediato. O AAA pode ser tratado tanto por cirurgia aberta tradicional, quanto por técnicas introduzidas mais recentemente, que é o caso das técnicas endovasculares O objetivo do trabalho foi comparar os métodos de diagnóstico por imagem do AAA e descrever a possibilidade terapêutica desta patologia a partir de técnica radiodiagnóstica. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma revisão de literatura, entre 1988 e 2012, a fim de avaliar os conceitos básicos do sistema circulatório abdominal, formação do aneurisma de aorta abdominal e as possibilidades diagnósticas e terapêuticas desta patologia. Para a revisão foram utilizados o acervo da biblioteca da Faculdade de Tecnologia de Botucatu e da Universidade Estadual Paulista- Campus de Botucatu e as bases de dados Scielo. As palavras chaves utilizadas para realização desse trabalho foram aorta abdominal, aneurisma, diagnóstico e tratamento. RESULTADOS E DISCUSSÃO No Brasil, de acordo com o IBGE (2009) foram encontrados cerca de 17.686 aparelhos de raio-x e o valor do exame (radiografia simples do abdome) em média é de R$ 68,00 (Tabela 1).O exame de raiox para AAA serve apenas para apontar a presença ou não do aneurisma (Fig. 1). E, no que diz respeito à taxa de exposição do paciente, fornece uma exposição relativamente baixa em relação a outros tipos de diagnóstico, em média 0,5 msv (Tabela 1) (BAPTISTA-SILVA, 2004; MAFFEI et al. 2008; BUSHONG, 2010). Fonte: Baptista-Silva, 2004. Figura 1. Radiografia simples de abdômen, em perfil, mostrando calcificação do aneurisma da aorta e corrosão da vértebra lombar pelo aneurisma. O AAA, quando suspeitado, é indicado uma ultrassonografia ou um eco-dopler como primeira opção de diagnóstico por imagem a ser realizado. O ultrassom é um procedimento não invasivo ou minimamente invasivo que não utiliza radiação ionizante, podendo ser repetido

quantas vezes forem necessárias, não possuindo efeito colateral e, associado, possuí o efeito Doppler que é capaz de analisar a hemodinâmica corporal sem ser invasivo. A aquisição da imagem é realizada em tempo real, permitindo assim o estudo do movimento das estruturas corporais, também é considerado mais barato quando comparado a uma tomografia ou a uma ressonância magnética, custando em média R$ 261,48 (Tabela 1). É também mais rápido que outros tipos de exames e, ainda em comparação com tomografia ou ressonância magnética no Brasil, o ultrassom é mais fácil de ser encontrado. Isso pode ser comprovado por dados do IBGE (2009), no qual o Brasil possuía 6.185 aparelhos de ultrassom com dopller colorido (Tabela 2).Vale ressaltar também que, na maioria das vezes, é no ultrassom que se descobre acidentalmente o aneurisma (Fig. 2) (LOPES et al. 2010; ARAÚJO; RODRIGUES, 2000; BAPTISTA- SILVA, 2004, MAFFEI et al. 2008). invasivos pois requer punção arterial e a administração do contraste intravenosa. O uso do contraste (Tabela 1) é uma das desvatagens da tomografia para os pacientes que possuem a função renal alterada ou sensibilidade. Outra desvantagem da angiotomografia é o preço considerado alto, em média R$ 888,00 (Tabela 1), porém menor que uma angiografia e uma angioressonância, além da emissão de raios-x. São encontrados no Brasil, entre as redes pública e privada de saúde, apenas 1961 aparelhos de tomografia (Tabela 2) (BAPTISTA-SILVA, 2004; ARAÚJO; RODRIGUES, 2000). Na angiotomografia, os tomógrafos são capazes de fornecer uma reconstrução tridimensional com grande qualidade na imagem (Fig 3), evidenciando os diâmetros do aneurisma de forma precisa. Quando há dúvidas em caso de fissura ou rotura, para controle periódico e avaliação préoperatória, a angiotomografia é o exame indicado, sendo que 98% dos casos o exame é exato (Tabela 1) (ESPINOSA et al, 2002; ARAÚJO; RODRIGUES, 2000; BAPTISTA-SILVA, 2004). Fonte: Azevedo et al, 2005. Figura 2. Imagem longitudinal de um aneurisma abdominal de aorta adquirida por ultrassom. O ultrassom é mais frequentemente utilizado para o rastreamento da doença, acompanhamento do paciente e avaliação da progressão da doença ou póstratamento. As desvantagens desse tipo de exame estão relacionadas ao gás intraabdominal que limita a qualidade do exame e dificulta a análise das artérias renais. (ARAÚJO; RODRIGUES, 2000; BAPTISTA- SILVA, 2004; KAFEJIAN et al. 1988). A angiotomografia é um exame que utiliza radiação ionizante, com procedimentos Fonte: Souza, Alves, 2005 Figura 3. Angiotomografia com reconstrução tridimensional de aneurisma aótico abdominal. A dose de radiação comparada com a angiografia é baixa sendo a dose recebida pelo paciente nesse tipo de procedimento em média 20 msv (Tabela 1) ( NÓBREGA, 2005; BUSHONG, 2010). Ia. Jornada Científica da Fatec de Botucatu, 25 e 26 de outubro de 2012, Botucatu São Paulo, Brasil.

Tabela 1.Comparação entre as técnicas de diagnóstico de AAA na utilização de radiação ionizante e contraste, invasividade, acerto diagnóstico, dosimetria, dependência médica, custos e quantidade de equipamentos no Brasil. Radiação Ionizante Contraste RX Angiografia Angio -RM Angio -TC US com dopller colorido X X - X - - X X X - poder de detalhes vascular do paciente (Fig 4), como contrastação e definição, aproximando-se da angiografia por subtração (BONTRAGER; LAMPIGNANO, 2010; NÓBREGA, 2006). A angioressonância possui uma boa qualidade da imagem, sendo que em média 95% dos exames são exatos (Tabela 1), utilizando um contraste chamado gadolíneo. (CALDANA et al. 2004; MAFFEI et al. 2008). Invasividade % Acertos Diagnóstico Dose (msv) - X X X - 60% 100% 95% 98% 100% 0,5 50-20 - Exame médico dependente - X - - X Preço do Exame R$ Total de equipamentos no Brasil (IBGE 2009) RX: radiografia simples Angio-TC: Angiotomografia Computadorizada ; Angio-RM: Angioressonância Magnética ; US: Ultrassom Tabela 2. Disponibilidade, em setores públicos e privados, de equipamentos que podem ser utilizados para o diagnóstico de AAA no Brasil. Disponibilidade de alguns equipamentos radiológicos no Brasil Setor Setor Total Público Privado Radiografia simples 5.041 12.645 17.686 Raio-x Hemodinâmica 96 441 537 Ressonância 49 500 549 Tomografia 264 1697 1961 Ultrassom c/ dopller colorido 68,0 0 17.6 86 2.300,00 + Honorários Médicos 1.10 0,00 537 549 888, 00 1.96 1 261,48 6.185 856 5329 6185 Total 6.306 20.612 26.918 Já, na angioressonância conforme ocorre com a técnica de ultra-som, também não se utiliza radiação ionizante (Tabela 1). É capaz de fornecer imagens com um alto Fonte: Fonte: Azevedo et al, 2005. Figura 4: Imagem de aneurisma de aorta abdominal por ressonância magnética. O preço de uma angioressonância é em média de R$ 1.100,00 (Tabela 1) e são encontrados 549 aparelhos de ressonância no território nacional de acordo com o IBGE (2009) (Tabela 2). As suas contraindicações estão relacionadas a pacientes claustrofóbicos devido o aparelho ser fechado, portadores de marco passo, pois o campo magnético pode desregular o aparelho causando uma arritima e possívelmente uma parada cardíaca, portadores de desfibriladores implantados, pacientes com clipes cerebrais, implantes cocleares, fragmentos metálicos nos olhos, próteses metálicas, implantes espinhais e grávidas. Essas contra indicações limitam o número de pacientes que necessitam de um diagnóstico preciso; entretanto, com o avanço da tecnologia, esse tipo de diagnóstico tem um futuro promissor devido alta qualidade da imagem (NÓBREGA, 2006; WESTBROOK, 2010; CATTANI et al. 2006). A angiografia por subtração digital utiliza radiação ionizante e um alto volume de contraste (Tabela 1), fornece poucos

detalhes anatômicos importantes, porém ela é capaz de demonstrar alterações vasculares importantes, retirando (subtraindo) as partes ósseas e moles (Fig 5), ressaltando os vasos sanguíneos, que podem alterar o procedimento cirúrgico já planejado, como por exemplo: estenose de artéria renal assintomática, anomalias e detalhes quanto aos efeitos das tortuosidades dos vasos quando utilizado cateter centímetrado (PEREIRA; SANVITTO, 2003; SOUZA; ALVES, 2005, BAPTISTA-SILVA 2004; MAFFEI et al. 2008). de procedimento, em média, é de R$ 2.300,00 mais os honorários médicos (Tabela 1). Já diagnosticada a patologia pelas técnicas acima, prossegue-se a terapia. Quanto ao tratamento endovascular é feito um acesso femoral, com o auxílio do fioguia, o dispositivo contendo a prótese fechada é introduzida na aorta e levada até a região do aneurisma. Com a localização adequada, a endoprótese é aberta e sua fixação distal e proximal é feita por meio de molas. O sangue da região onde há o aneurisma passa agora por dentro da endoprótese e não mais pela região dilatada, impedindo que esse aneurisma cresça e se rompa (Fig.6) (SOUZA; ALVES, 2005; PEREIRA; SANVITTO, 2003). Fonte: Pereira; Sanvitto, 2003 Figura 5: Angiografia com cateter marcado permite confirmar as medidas e limites do aneurisma Na angiografia, para que o médico intervencionista possa ver o cateter e guiálo adequadamente até o local desejado é necessária a inserção de fios-guia, sendo a artéria femoral a via de entrada mais frequente do cateter para análise do abdomen. Cerca de 100% dos exames, segundo Espinosa et al. (2002), são exatos (Tabela 1) (BUSHONG, 2010; PARIZOTI, 2008; LOPES et al. 2010). O volume de contraste utilizado na angiografia é alto, cerca de 24 ml por injeção, porém possui uma resolução espacial melhor em relação a angiotomografia. Outra desvantagem desse procedimento é dose de radiação que o paciente recebe, que é elevada, em média 50mSv (Tabela 1) (BUSHONG, 2010). De acordo com o IBGE (2009), o Brasil possui entre as redes pública e privada 537 aparelhos aptos para realização de uma angiografia (Tabela 2), e o valor desse tipo Fonte: Dr. Marco Aurélio Cardoso, 2012. Figura 6: Implante de endoprótese na artéria aorta abdominal. CONCLUSÕES A radiografia simples, a angiografia e angiotomografia utilizam radiação ionizante, enquanto que a ultrassonografia e a angioressonância magnética não o fazem. A utilização de contrastes radiográficos encontra-se nas técnicas de a angiografia, angiotomografia e angioressonância, sendo a invasividade característica da angiografia seguida da angiotomografia e angioressonância. O diagnóstico exato da doença é realizado principalmente pela ultrassonografia e angiografia, acompanhadas da angiotomografia, angioressonância e radiografia simples. As doses de radiação recebidas pelo paciente são maiores durante o procedimento angiográfico quando comparadas à angiotomografia e à radiografia simples. As técnicas de Ia. Jornada Científica da Fatec de Botucatu, 25 e 26 de outubro de 2012, Botucatu São Paulo, Brasil.

ultrassonografia e angiografia são extremamente médico-dependentes, sendo o custo do procedimento angiográfico o maior de todas as técnicas. O número de equipamentos de radiologia convencional disponíveis no Brasil é consideravelmente maior que o das outras técnicas, sendo a ultrassonagrafia a segunda técnica mais disponível, seguidas da angiotomografia, angioressonância e angiografia. O aparelho de raio-x é utilizado ocasionalmente, o ultrassom é mais utilizado para o acompanhamento da evolução do AAA e no pós tratamento da doença. A tomografia computadorizada é utilizada em caso de suspeita de ruptura do aneurisma e no pré-tratamento para realização das medidas do aneurisma para que seja escolhida a endoprótese mais adequada.. Já, faz-se uso da ressonância magnética em caso de reações ao contraste utilizado na tomografia computadorizada ou na falta dela, também sendo utilizada para acompanhamento e no pré-tratamento e, associado, a angiografia é utilizada durante o tratamento. A possibilidade terapêutica do tratamento do AAA, via radiodiagnóstico, é feita em uma sala de hemodinâmica, com uma equipe multidisciplinar e um aparelho de fluoroscopia. O paciente fica em decúbito dorsal sobre a maca, é feita a anestesia no paciente e após é realizado uma punção nas duas artérias femorais pela técnica de Seldinger. Uma vez puncionada as artérias femorais, introduzida a bainha, inserido o fio guia e o cateter, inicia-se o procedimento com as endopróteses utilizadas para técnica de reparo endoluminar, resultando a exclusão do saco aneurismático e a redução do diâmetro do aneurisma. REFERENCIAS ABBAS, A.K., FAUSTO., N KUMAR, V., 2005 Patologia: Bases Patológicas das doenças.7ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier. ARAÚJO, L., RODRIGUES, C., 2005. Aneurismas da aorta abdominal. Angiologia e Cirurgia Vascular: guia ilustrado, pp. 1-5. BAPTISTA-SILVA, J.C.C., 2004 Diagnóstico do aneurisma da aorta abdominal. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. pp. 1-16. BUSHONG, S.C., 2010. Ciência Radiológica para Tecnólogos: Física, Biologia e Proteção.9ª ed. São Paulo- SP, Elsevier. CALDANA et al.,2004. Angiografia por Ressonância Magnética: Aspectos Técnicos de um método de Estudo Vascular não invasivo. Revista Brasileira de Radiologia, vol. 37, n.1, pp. 41-50. CATTAN I et al., 2006. I Diretriz de Ressonância e Tomografia Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sumário Executivo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, vol 87. DR. MARCO AURÉLIO CARDOSO: Aneurisma de aorta abdominal. Porto Alegre-RS. ESPINOSA et al. Estudo morfométrico da aorta abdominal para tratamento endovascular dos aneurismas aórticos: comparação entre tomografia helicoidal e angiografia. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Rio de Janeiro, vol. 17, n. 4, pp 323-330. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatátistica.,2009. Escassez e fartura: distribuição da oferta de equipamentos de diagnóstico por imagem no Brasil. KAFEJIAN et al., 1988. Aneurisma de aorta Abdominal: Diagnóstico tratamento cirúrgico e Resultados. São Paulo, pp 8-15. LOPES et al., 2010. Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por imagem: Guia para ensino e aprendizado. 4 ª edição. São Caetano do Sul: Difusão. MAFFEI et al., 2008. Doenças Vasculares Periféricas. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2v. MARANHÃO, M.V.V., ANDRADE,J.C., POTÉRIO,G.M.B., 2004. Anestesia para cirurgia de aneurisma da aorta abdominal. Curso de Educação à Distância em Anestesiologia. pp 162-169. NÓBREGA, A.I. Tomografia Computadorizada., 2005. São Paulo: Editora Atheneu/ Centro Universitário São Camilo. NÓBREGA, A.I. Ressonância Magnética Nuclear., 2006. São Paulo: Editora Atheneu/ Centro Universitário São Camilo. PARIZOTI, A.2008. Otimização de Imagens e Proteção Radiológica em Fluoroscopia. F 86. Trabalho. Trabalho de dissertação de mestrado Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. PEREIRA, A.H ; SANVITTO, P., 2003. Endopróteses na Correção dos Aneurismas da Aorta Abdominal. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado, pp. 1-14. RUBIN et al., 2006. Patologia: Bases clínico patológicas da Medicina. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2006. SOUZA, J.A.M; ALVES, C.M.R., 2005. Estado da Arte no Tratamento do Aneurisma da Aorta Abdominal. Revista Brasileira de Carioloogia Inasiva, São Paulo, vol. 13, pp. 287-291. WESTBROOK, C., 2010 Manual de Técnicas de Ressonância Magnética. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan.