V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

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Transcrição:

O LIVRO INFANTIL UTILIZADO PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS NAS SÉRIES INICIAIS: DESAFIO DO PROFESSOR Autoras: Camila Karolina de Freitas, Adriana Aparecida da Silva e Juliana Renovato Vizza Orientador: Luís Paulo de Carvalho Piassi Colaboradora: Tatiana Pereira da Silva USP Escola de Artes Ciências e Humanidades - EACH CAPES, CNPq, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal Eixo: Ciências Humanas RESUMO O uso de livros infantis nas séries iniciais acaba sendo vistos como instrumentos de alfabetização. Sendo assim, estes geralmente atuam como meio de exercício da leitura e escrita unicamente. Porém os livros infantis também podem articular o ensino de Ciências juntamente com o processo de alfabetização. O projeto Banca da Ciência: Um espaço de intercâmbio de experiências entre universidade e escola pública, elaborou um curso de formação para professores da rede municipal de Guarulhos, que ocorreu na Universidade Federal de Guarulhos UNIFESP intitulado: Produção de experimentos com materiais de baixo-custo e fácil acesso para exposições científicas escolares, onde foi apresentado e discutido o uso dos livros infantis na sala de aula, abordando a didática elaborada com eles e as dificuldades que o professor enfrenta. INTRODUÇÃO Anterior ao século XVII crianças eram consideras adultos com baixa estatura, e por isso não existia nenhuma diferenciação na literatura para elas. Charles Perrault (considerado o pai da

literatura infantil) irá introduzir as crianças no contexto social, refletindo sua especificidade. Após esta época foram surgindo diversos autores como La Fontaine, Irmãos Grim, até os dias atuais onde se encontram diversos autores e livros da literatura infantil. Hoje pode se notar a diversidade de livros com suas cores e formatos diversificados, estes são encontrados em bibliotecas, escolas, e afins, sendo de fácil acesso aos professores e alunos. A partir do século XX mudou-se a concepção do que é ser criança, e houve então uma abertura para repensar também a literatura para a criança. Quando a infância passa a ser vista como um período de aprendizagem, toda e qualquer mensagem destinada ao infante passa a ser encarada como um veículo transmissor de conceitos. Em síntese, a ser pedagógica. A Literatura Infantil deixou de ser exclusivamente pueril ou instrumental, e passou a ser como qualquer outra obra literária (LINSINGEN, 2008) Nas séries iniciais o livro infantil é usado como meio de suporte para desenvolver a escrita e leitura dos alunos, pois existe uma preocupação prioritária na alfabetização. Uma das propostas sugeridas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais é da interdisciplinaridade no ensino, sugerindo então o ensino de Ciências como tema a ser desenvolvido juntamente com outras disciplinas. Os livros também podem ser utilizados para o ensino da Ciência e é nas histórias infantis e infanto-juvenis que poderão ter um contato com esse mundo. Existe uma preocupação com o uso dos livros infantil nas séries iniciais, pois, ele vem sendo reduzido apenas ao objeto de alfabetização na sala de aula, ensinando somente a ler e escrever. O ensino de ciências quando ampliado às séries iniciais, atua diretamente nas ações de curiosidade e descobertas, incluindo a imaginação e a criatividade muito freqüentemente ativas no início da idade escolar. (SILVA, T.P.; PIASSI, L.P.C 2012.) Assim os livros podem ser utilizados não apenas para a Língua portuguesa, mas também para diversos assuntos, como o ensino de Ciências. O objetivo é verificar como os professores percebem os conteúdos de Ciências e as mensagens ideológicas presentes nos livros infantis, e quais as possibilidades de abordar esses temas em sala de aula. MATERIAIS E MÉTODOS OU DESENVOLVIMENTO

Essa pesquisa foi elaborada com nove professoras a partir de observações do curso contínuo da rede municipal de Guarulhos, que ocorreu na UNIFESP e teve como tema Produção de experimentos com materiais de baixo-custo e fácil acesso para exposições científicas escolares: livros infantis, em conjunto com o projeto Banca da Ciência um espaço de intercâmbio de experiências entre universidade e escola pública. Inicialmente houve uma introdução sobre o surgimento da literatura infantil, como ela é realizada na sala de aula e como pode se redirecionada para articular o ensino de Ciências na interação do processo de alfabetização, com o uso dos livros e as ideias que podem ser construídas pela criança a partir deste contato. Foi apresentado o livro O passeio de Rosinha (HUTCHINS, 2004), para as professoras. De primeiro momento, foi mostrado somente as imagens do livro, sem a parte escrita da historia. No intuito de que as professoras idealizassem o que estava acontecendo, igualando-se ao pensamento de suas crianças que ainda não possuem alfabetização. Sendo assim, as professoras tiveram a primeira interpretação da história apenas com a visualização das imagens. Após esta primeira observação foi passado os slides novamente, porém de forma completa (escrita e imagens) assim elas poderiam saber a real história que ali contava, e comparar sua interpretação com a do autor. No termino, foi realizado uma atividade onde distribuiu-se diversos livros para escolha do professor, foi fornecidos temas como: A) Literatura Infantil para ensinar Ciências e B) Elementos Ideológicos no livro Infantil para ser realizada a discussão em grupo. Elas idealizaram algumas atividades que poderiam ser relacionadas entre a alfabetização e o ensino de Ciência. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir da realização da atividade e das discussões com as professoras, pode-se perceber que o livro infantil é utilizado para estimular a leitura e escrita destes alunos que estão nas séries iniciais. E que o seu uso geralmente acaba se tornando apenas uma contação de histórias na sala de aula, no qual os alunos acabam atuando de forma passiva. A proposta apresentada pelo grupo do projeto foi percebida pelas professoras como uma forma mais completa, no qual as histórias infantis podem ser tomadas para diferentes categorias (articular o ensino de Ciências juntamente com o processo de alfabetização, para a construção do conhecimento e do senso crítico) Mas as professoras colocaram que essa atuação mais completa estaria distante do que elas estão acostumadas aplicar em sala de aula. Percebeu-se também que as professoras

participantes, mesmo considerando interessante utilizar novos contextos para aprendizagem, não se sentem totalmente capacitadas para os assuntos de Ciência que podem abordar. Como exemplo o livro O passeio de Rosinha (livro trabalhado na atividade de aplicação) poderia ser abordado além da leitura e escrita o tema: predador e presa (tema sugerido pelas professoras). Ou seja, em meio as discussões as professoras sugeririam diversos temas de Ciências que poderiam ser trabalhos com o livro citado. O tema predador e presa se enquadra tanto no contexto de conhecimento cientifico, como no contexto social, no qual faria a criança pensar se ela também é predadora de algum animal, e se essa ação a considera um alguém ruim. Já que a maioria dos livros traz a concepção de que o lobo é mal porque come os porquinhos. CONCLUSÕES OU CONSIDERAÇÕES FINAIS OU IMPLICAÇÕES Os professores sabem da importância dos livros nas séries iniciais e que podem ser utilizados não apenas para a alfabetização e sim para o ensino de outras áreas como a da Ciência. Porém não se sentem totalmente preparados para abordar os assuntos com os alunos, já que o foco acaba sendo o ensino da leitura e escrita, na interpretação do aluno aos sons das palavras e interpretação da história. Auxiliando a abordagem dos livros na sala de aula, os professores podem focar no ensinar a ler e escrever juntamente com os conhecimentos que possam ajudar ao desenvolvimento científico da criança no ciclo infantil. Dessa forma o ensino passa a ser direcionado a áreas que possibilitem um melhor desenvolvimento dos alunos dentro e fora da escola. Percebeu-se que projetos como a Banca da Ciência podem ajudar o professor com idéias, métodos para desenvolver esse trabalho com os alunos. Este é um trabalho inicial que houve por enquanto apenas uma aplicação e que terá próximos passos de pesquisa, com novas turmas de professores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 LINSINGEN, L., V. Alguns motivos para trazer a literatura infantil para a aula de ciências. Ciência & Ensino, vol. 2, n. 2, junho de 2008. Visualizado em: <http://prc.ifsp.edu.br/ojs/index.php/cienciaeensino/article/viewfile/190/143> acessado em: 30/07/2014.

2 LOPES E., M. at al. O uso da literatura no ensino de ciências no primeiro segmento do ensino fundamental: desafios e possibilidades. VII Enpec. Florianópolis 08 de novembro de 2009. Visualizado em: <http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/340.pdf> acessado em: 27/07/2014. 3 Parâmetros curriculares nacionais: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília : MEC/SEF, 1997. 126p.visualizado em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf> Acessado em: 27/07/2014. 4 HUTCHINS, P. O passeio de Rosinha. Coleção crianças criativas. Edição : 4 / 2004. 32p. 5 - PEREIRA, T.P.; PIASSI, L.P.C. - Ensino de ciências nas séries iniciais: Adaptações a partir da literatura infantil, 2012.