Faculdade Ciências da Saúde (FCS) Laboratório de Reabilitação Cardiovascular

Documentos relacionados
ESTUDO DO PERFIL LIPÍDICO DE INDIVÍDUOS DO MUNICÍPIO DE MIRANDOPOLIS/SP

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR

COLESTEROL ALTO. Por isso que, mesmo pessoas que se alimentam bem, podem ter colesterol alto.

41 ANOS DE EXISTÊNCIA. 942 Médicos Cooperados 71 mil clientes. 1ª Sede Praça Carlos de Campos

DETERMINAÇÃO DO RISCO DE INFARTO EM TRABALHADORES DE EMPRESAS PRIVADAS

Quantificando o Risco de Doença Coronariana na Comunidade. Projeto Bambuí

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

AVALIAÇÃO DE DISLIPIDEMIA EM ADULTOS DE UMA COMUNIDADE SITUADA NA PERIFERIA DE CAMPINA GRANDE-PB.

Dislipidemia é a alteração da concentração de lipoproteínas e/ou lipídios

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.

Framingham score for cardiovascular diseases among civil servantes,sao Paulo, 1998.[Portuguese]

A Matemática e os Fatores de Risco para Doença Cardiovascular nos Professores da Rede Pública de Major Gercino e Botuverá Categoria: Comunidade

Protocolo de Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular e Renal Crônica

Avaliação do Risco Cardiovascular

FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

AVALIAÇÃO DO RISCO DE DOENÇA CORONARIANA EM ADULTOS E IDOSOS NO MUNICÍPIO DE LAGÊDO DO TABOCAL / BA

EXERCÍCIO FÍSICO COM ALTERNATIVA PARA O TRATAMENTO DE DISLIPIDÊMICOS

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

Registro Brasileiros Cardiovasculares. REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica

Aproximadamente metade das crianças com dislipidemia carregará essa. Quando Devemos Pesquisar Dislipidemia em Crianças?

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN

ARTIGO ORIGINAL. Resumo

PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS NA FASE PRÉ-TRANSPLANTE

SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO QUATERNÁRIA EM APS

INSUFICIÊNCIA DE VITAMINA D E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS

ASSOCIAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL COM VALORES PRESSÓRICOS E COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES CLIMATÉRICAS 1

Doutor/Mestre, docente do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da UEPG;

Atividade Física e Cardiopatia

ANÁLISE DO PERFIL LIPÍDICO E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS

PREVALÊNCIA DA HIPERTENÇÃO ARTERIAL SISTEMICA EM IDOSOS PERTENCENTES AO GRUPO DE CONVÍVIO DA UNIVERSIDADE ABERTA A MATURIDADE EM LAGOA SECA-PB.

PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO DOS HIPERTENSOS DE MACEIÓ (AL) de Nutrição em Cardiologia (Ufal/Fanut/NUTRICARDIO )

IMPLICAÇÕES DA CLASSE DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E OBESIDADE ABDOMINAL NO RISCO E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL

FATORES DE RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES HIPERTENSOS E DIABETICOS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE TRATAMENTO EM RIO VERDE/GO.

EPIDEMIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ESTUDO POPULACIONAL NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS - MS

Resultados preliminares do "HPS Heart Protection Study" confirmam as recomendações das III Diretrizes de Prevenção da Aterosclerose

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ESTUDANTES DE MEDICINA

Ensaios Clínicos Recentes em Dislipidemia: lições do ASCOT-LLA, ALLHAT-LLP e HPS

1. Estratificação de risco clínico (cardiovascular global) para Hipertensão Arterial Sistêmica

CORONARY ARTERY DISEASE EDUCATION QUESTIONNAIRE CADE-Q VERSÃO EM PORTUGUÊS (PORTUGAL)

PERFIL LIPÍDICO SÉRICO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO- RS 1

Relevância Clínica da Síndrome Metabólica nos Indivíduos Não Obesos

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS I CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA GENERALISTA

PALAVRAS-CHAVE grau de dependência a nicotina, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica.

CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FARMÁCIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Aline de Oliveira Rezende 1, Lucas Weba Soares 2, Matheus Silva Alves 3, Adrielle Zagmignan 4, Eduardo Martins de Sousa 5

Impacto da Atenção Nutricional na Redução dos Níveis de Colesterol Sérico de Pacientes Atendidos em Serviços Públicos de Saúde

Saúde do Homem. Medidas de prevenção que devem fazer parte da rotina.

Aterosclerose. Natália Borges de Melo Patrícia Gabriella Zapata Paulo Henrique Maia Vilela

Artigo Original Fisiopatologia

doenças coronárias Factores de Risco

Introdução. FIEP BULLETIN - Volume 80 - Special Edition - ARTICLE I (

Escore de Framingham em Motoristas de Transportes Coletivos Urbanos de Teresina, Piauí

Resumo. Abstract. Palavras-chave: Risco cardiovascular. Trabalhador. Dislipidemia. Tabagismo.

Avaliação pré participação em exercícios. Prof. Dra. Bruna Oneda

Avaliação da glicemia e pressão arterial dos idosos da UNATI da UEG-GO

Atividade física e efeitos sobre os fatores de risco da doença cardiovascular em indivíduos revascularizados do miocárdio

DISLIPIDEMIAS PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO FACULDADE DE NUTRIÇÃO - UFPEL

Caracterização do Perfil Nutricional, Associados com Dislipidemias em Adolescentes Atendidos no Programa de Atenção à Saúde do Adolescente (PROASA)

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE DOENÇA METABÓLICA

PRÁTICA: ANÁLISES CLÍNICAS - COLESTEROL TOTAL E COLESTEROL HDL PARTE A - DOSAGEM BIOQUÍMICA DE COLESTEROL TOTAL (CT)

PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM PACIENTES QUE SE SUBMETERAM AO CATETERISMO CARDÍACO

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

PERFIL DOS HIPERTENSOS IDOSOS DA EQUIPE 1 DA UNIDADE BÁSICA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE

IV Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica do Cesumar 20 a 24 de outubro de 2008

COLESTEROL LDL LDL COLESTEROL

AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CORONARIANOS EM DOCENTES DO SEXO FEMININO DO CURSO DE ODONTOLOGIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADO

Direcção-Geral da Saúde Circular Normativa

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

AULA: 5 - Assíncrona TEMA: Cultura- A pluralidade na expressão humana.

AULA 2 Fatores de Risco para Crianças e Adolescentes

Thiers R Chagas SOCEBA/2017

PERFIL LIPIDÊMICO EM PACIENTES DE UMA COMUNIDADE RURAL ATENDIDOS PELO PROGRAMA CRUTAC NO DISTRITO DE ITAICOCA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA - PR

Cuidado interdisciplinar centrado no pacie cardiopata

Obesidade - IMC. IMC em adultos (OMS) O que é o Índice de Massa Corporal?

HIPERTENSÃO ARTERIAL: QUANDO INCAPACITA? Julizar Dantas

RAQUEL APARECIDA MOREIRA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA PELO SCORE DE FRAMINGHAM

Artigo Original. Raul D. Santos, Luiz O. do Nascimento, Raul C. Maranhão e Pesquisadores. São Paulo, SP

Infarma, v.22, nº 5/6, 2010

Insuficiência Renal Crônica

Artigo Original. Raul D. Santos, Raul C. Maranhão e pesquisadores. São Paulo, SP

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

Treinamento de Força e Diabetes. Ms. Sandro de Souza

PERFIL E ESTRATIFICAÇÃO DE USUÁRIOS HIPERTENSOS DA UNIDADE DE SAUDE DA FAMÍLIA

AVALIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA EM POLICIAIS MILITARES DE CAMPINA GRANDE-PB

EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE

XVI Congresso de Cardiologia. de Mato Grosso do Sul

AULA 3 Anamnese e Perfil de Risco para Crianças e Adolescentes. Prof.ª Ma. ANA BEATRIZ M DE C MONTEIRO CREF /G 1

Adesão a um Programa de Reabilitação Cardíaca: quais os benefícios e impacto no prognóstico?

DIRETRIZ BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM PACIENTES COM DIABETES

Farmaceutica, Graduada pela Universidade Regional do Estado do Rio Grande do Sul, 3

DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÃO ATENDIDA DURANTE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

SÍNDROME METABÓLICA ORIENTADORA, BACHAREL EM BIOMEDICINA, MESTRE EM BIOLOGIA DE FUNGOS E DOUTORANDO EM BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR APLICADA À

Transcrição:

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR PELO ESCORE DE FRAMINGHAM Passos, R. C.K.A. 1,2 ;Silva,F.A.R; Ribeiro W, Lazo-Osório, R. A. L. 1,2 Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP 1 Faculdade Ciências da Saúde (FCS) Laboratório de Reabilitação Cardiovascular 2 Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento IP&D Avenida Shishima Hifumi, 2911. aryannakel@hotmail.com, ralo@univap.br Resumo - Os fatores predisponentes para a Doença Arterial Coronariana (DAC) foram estudados em 131 individuos divididos em três grupos, um grupo constituído por 44 indivíduos que realizaram exames laboratóriais no ano de 2006, um segundo grupo constituído por 48 indivíduos no ano de 2008,e o terceiro grupo constituído por 39 indivíduos no ano de 2011. Todos foram submetidos à avaliação pelo Escore de Risco de Framingham (FR), sendo que 76 desses indivíduos eram do sexo feminino tendo idade média de 50 ± 7.8 anos e 55 indivíduos do sexo masculino com idade média de 52 ±7.9 anos. A idade dos indivíduos em questão assim como a porcentagem de risco derivada da presença ou não de fatores desencadeantes tais como diabetes, hipertensão, tabagismo, hipercolesterolemia, foi correlacionada á outras variáveis existentes como colesterol total, HDL, triglicérides, verificando assim qual a tendência à probabilidade de se desenvolver a doença arterial coronariana (DAC) nos próximos dez anos. Palavras-chave: Framingham, Fatores de Risco, Doença Arterial Coronariana. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde. Introdução Vários estudos epidemiológicos têm afirmado que as doenças cardiovasculares seriam uma causa relativamente rara de morte na ausência dos principais fatores de risco (BEAGHOLE et al., 2003). Há mais de 55 anos, Framingham em Massachusetts, uma cidade dos Estados Unidos, foi selecionada pelo governo americano para ser o local de um estudo cardiovascular. O consagrado estudo de Framingham foi uma das primeiras regiões onde foi constatada a importância de alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca e cerebrovascular. Antes de Framingham, acreditava-se que a aterosclerose era um processo de envelhecimento inevitável, e a hipertensão arterial, um resultante fisiológico deste processo que auxiliava o coração a bombear o sangue pelas artérias com lúmen reduzido (POLANCZYK, 2005). Desde então, ao longo das últimas décadas, através de diversas publicações sobre o assunto foi possível obter um maior conhecimento a respeito das características individuais e ambientais relacionadas à maior probabilidade de doença cardíaca. Publicações estas que confirmaram a importância do tabagismo, níveis elevados de colesterol LDL, baixos de HDL, diabete mellitus, hipertensão arterial sistêmica, história familiar, obesidade, sedentarismo, como fatores fortemente relacionados com a doença arterial coronariana e suas manifestações clínicas (POLANCZYK, 2005). O fato das doenças cardiovasculares apresentarem alto índice de morte, a identificação de forma direta ou indireta dos fatores de risco que podem desenvolvê-las é de grande relevância tanto na sua previsão, como na sua prevenção (ANDERSON et al., 2001). O presente estudo avaliou os possíveis fatores de risco (FR) e a tendência relacionada à doença arterial coronariana, objetivando verificar a porcentagem de risco do indivíduo em desenvolvêla, além de servir como alerta para prevenção e intervenção precoce no desenvolvimento destes fatores. Materiais e Métodos Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, realizado com indivíduos do gênero masculino e feminino, sendo que a média de idade foi de 50 ± 7,8 anos para homens e 52 ± 7,9 anos para mulheres. A esses indivíduos foi aplicado o escore de risco Framingham, no mês de maio/2006, março/2008 e maio/2011, tendo como critério de inclusão a presença recente de exames laboratoriais. Os critérios de exclusão correspondiam aos indivíduos que apresentassem idade inferior á 30 e superior a 74 anos e que não houvessem sido submetidos á cirurgia cardiovascular. 1

Os indivíduos foram divididos em 2 grupos de acordo com o gênero, estando específico em cada grupo os dados referentes aos níveis sanguíneos de colesterol total (CT), HDL, triglicérides (TG), idade, além da porcentagem de risco derivada dessas variáveis. Esta porcentagem de risco está relacionada à capacidade do indivíduo desenvolver doença arterial coronariana nos próximos dez anos. Resultados Foram analisadas todas as variáveis acima descritas de 44 pacientes (20 do sexo masculino e 24 do sexo feminino) no ano de 2006, 48 pacientes (26 sexo feminino e 22 sexo masculino) no ano de 2008, e 39 pacientes (26 do sexo feminino e 13 do sexo masculino) no ano de 2011 todos apresentando exame laboratorial recente, com idade média geral de 51,7± 5 anos. Quando analisados os teores de colesterol total (CT), apresentavam-se com níveis superiores a 200mg, 45% dos indivíduos do sexo masculino e 58,3% dos indivíduos do sexo feminino no ano de 2006, no ano de 2008 os teores de CT à cima de 200mg foram de 42,3% para o sexo masculino e 45,5% para o sexo feminino, já no ano de 2011 os teores CT à cima de 200mg foram de 61,5% para o sexo masculino e 46,1% para o sexo feminino. Quanto aos níveis de HDL no ano de 2006 foi 70% da amostra masculina apresentava valores inferiores à 45mg, e 45,8% da amostra feminina também, no ano de 2008 os níveis de HDL apresentavam-se em 26,9% para o sexo masculino e de 72,6% para o sexo feminino, e no ano de 2011 os níveis de HDL inferiores a 45mg foram de 63,2% para o sexo masculino e 35,1% para o sexo feminino. Já para os valores de triglicérides (TG) no ano de 2006 encontramos 70% da amostra masculina também se encontrava acima dos níveis esperados, bem como 25% da amostra feminina, no ano de 2008 observamos níveis de TG elevados em 26,9% para o sexo masculino e 27,3% para o sexo feminino, já no ano de 2011, 53,8% da amostra masculina apresentou níveis elevados de TG e 61,5% da amostra feminina Em relação ao tabagismo no ano de 2006, 35% da população masculina se enquadrava neste perfil, assim como 25% da amostra feminina, no ano de 2008 23,1% da população masculina eram tabagistas e 31,8% da amostra feminina também. Já no ano de 2011, 23% da população masculina se enquadrava neste perfil e 15,4% da população feminina também. Nos dados referentes a diabetes, a população masculina correspondia a 15% e a feminina a 8,4% no ano de 2006, no ano de 2008 observamos que 4,5% da amostra feminina eram diabéticas e 19,2% da amostra masculina apresentam problemas de diabetes. E no ano de 2011 15,3% da população masculina eram diabéticos e 19,2% da amostra feminina também apresentavam distúrbios glicêmicos. Quanto aos dados referentes à hipertensão, no ano de 2006 a amostra masculina era de 35% e a feminina de 25%, no ano de 2008, 15,4% da amostra masculina apresentaram problemas de hipertensão e 13,6% da amostra feminina, já no ano de 2011, 23% da amostra masculina apresentou problema de hipertensão e cerca de 20% da amostra feminina. Em relação aos valores do porcentual de risco no ano de 2006, 35% da amostra masculina apresentou este valor correspondente a 6-10%, enquanto aproximadamente 46% da amostra feminina apresentou uma porcentagem de risco um pouco inferior, correspondente a 0-5%, seguido de 30% com porcentual de risco igualado aos homens, no ano de 2008, 65,4% da amostra feminina apresentou um porcentual de risco de 0-5% enquanto que 40,9% da amostra masculina apresentou um porcentual de risco de 6-10%, já no ano de 2011, 38,5% da amostra masculina apresentou um porcentual de risco de 6-10%, e a amostra feminina apresentou 53,8% com um porcentual de risco de 0-5%. No quadro 1 observamos a distribuição do percentual dos diversos fatores de risco. Porcentagem das variáveis Colesterol total (CT), Lipoproteína de Alta densidade (HDL), Triglicérides (TG), Tabagismo (Tab), Diabetes (Db), Hipertensão Arterial sistêmica (HAS). Quadro 1- Distribuição dos valores (Fatores de Risco) Fator 2006 2008 2011 de Risco FEM MASC FEM MASC FEM MASC CT 45,8% 45,0% 45,5% 42,3% 46,1% 61,5% HDL 16,6% 70,0% 72,7% 26,9% 35,1% 63,2% TG 25,0% 70,0% 27,3% 26,9% 61,5% 53,8% Tab 25,0% 35,0% 31,8% 23,1% 15,4% 23,0% Db 8,3% 15,0% 4,5% 19,2% 19,2% 15,3% HAS 25,0% 35,0% 13,6% 15,4% 20,0% 23,0% No quadro 2 observamos em relação ao porcentual de risco de infarto de acordo o escore de framingham. Quadro 2- Distribuição % risco nos gêneros Masculino e Feminino 2006 2008 2011 % FEM MASC FEM MASC FEM MASC risco 0-5% 22,5% 15,0% 65,4% 31,8% 54,0% 46,1% 2

06-10% 11-15% 16-20% 21-25% 26-30% 31-35% 14,5% 35,0% 30,8% 40,9 15,3% 38,4% 6,2% 25,0% 3,8% 4,5% 19,2% 0,0% 41,5% 25,0% 0,0% 9,1% 11,5% 7,7% 20,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 7,7% 0,0% 0,0% 0,0% 13,6% No quadro 3 observamos a relação da porcentagem de risco de infarto de acordo a faixa média de idade. Distribuição de indivíduos por faixa etária do risco nos gênero masculino e feminino. Quadro 3- Distribuição % risco nas diferentes faixas etárias Faixa 2006 2008 2011 etária FEM MASC FEM MASC FEM MASC 30-34 - - 7,7% 4,5% 7,7% 0% 35-39 2.7% - 3,8% 0,0% 3,8% 15,4% 40-44 1,4% 7,7% 26,9% 27,3% 11,5% 7,7% 45-49 5,5% 15,4% 11,5% 13,6% 27,0% 23,0% 50-54 9,6% 17,9% 15,4% 27,3% 11,5% 30,8% 55-59 15,1% 17,9% 26,9% 9,1% 11,5% 7,7% 60-64 17,8% 20,5% 3,8% 0,0% 3,8% 7,7% 65-69 20,5% - 3,8% 9,1% 3,8% 0% 70-74 27,4% 20,5% 0,0% 9,1% 19,2% 7,7% No caso da amostra masculina, observa-se uma probabilidade maior em desenvolver DAC 10 anos antes da amostra feminina, o que pode ser explicado pelo fato da população masculina ter se apresentado com um maior porcentual referente aos fatores de risco, como tabagismo, diabetes, hipertensão, níveis elevados de TG e níveis baixos de HDL. Para a amostra feminina nota-se que entre 45-49 anos, há uma maior probabilidade em se desenvolver a DAC. A idade observada para a amostra masculina fica entre 50-54 anos, mantendo se estável até os 74 anos. Discussão Este estudo reuniu um grupo de pacientes que apresentaram um risco significante em desenvolver a DAC. A discussão de dados está baseada na tendência à prevalência dos fatores de risco detectados no estudo. Quanto aos níveis pressóricos no ano de 2006, 29,54% dos pacientes (35% masculino e 25% feminino) apresentavam PA 140 x 90 mmhg,no ano de 2008 observamos que 14,5% dos pacientes (15,4% masculino e 13,6% feminino),e no ano de 2011 observamos que 21,5% dos pacientes (23,0% masculino e 20,0% feminino) observando assim que, os níveis pressóricos da população tem aumentado de acordo com as atuais diretrizes da SBC para HAS. Quanto ao perfil lipídico, na determinação do CT apresentavam níveis elevados ( 200 mg/dl); no ano de 2006 a amostra feminina apresentava um porcentual de 45,8% e masculina de 45%, no ano de 2008 esse porcentual foi de 45,5% para a amostra feminina e 42,3% para a amostra masculina, já no ano de 2011 esse porcentual foi de 46,1% para a amostra feminina e 61,5% para a amostra masculina, apresentando uma queda de 0,8% para a população feminina e queda de 6% para a população masculina. Em 2011 houve uma ascensão de 3,2% para a população feminina e de 31,2% para a população masculina. Quanto aos valores de TG que se apresentavam em níveis aumentados (>150 mg/dl). A amostra feminina no ano de 2006 foi de 25% e a masculina foi de 70%, no ano de 2008 a amostra feminina foi de 27,3% e masculina foi de 26,9%, e no ano de 2011 a amostra feminina foi de 61,5% e masculina 53,8%. Apresentando uma elevação de 9,10% para a população feminina e uma queda de 61,5% para a população masculina, e no ano de 2011 houve uma elevação de 55,6% para a população feminina e 50% para a população masculina. Notamos, em relação ao sexo, que os homens apresentaram maior risco de desenvolver DAC que as mulheres. Observamos que por se tratar de uma amostra que não se restringia a cardiopatas, medidas efetivas devem ser tomadas a fim de informar a população sobre os prováveis fatores desencadeantes da DAC, procurando assim controlar e reduzir o impacto dos fatores de risco associados. As alterações observadas em nosso estudo no aumento do risco a partir de 35 anos em indivíduos do gênero feminino tendo uma relação diretamente proporcional de acordo com a idade, possivelmente se deva a um fator de origem neuroendócrina que provoca desajustes a nível metabólico, porém no gênero masculino observouse um aumento a partir dos 50 anos mantendo-se estável até os 74 anos. Segundo Kannel et al. (1997), a cada década de vida a incidência das doenças cardiovasculares em adultos dobra o seu valor. Ao mesmo tempo, o aumento da longevidade possibilita períodos maiores de exposição aos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, resultando em uma maior probabilidade de manifestação clínica dessas doenças. Segundo Grundy et al. (1999), qualquer um dos principais fatores de risco para doença arterial coronariana, mesmo isoladamente, pode produzir uma doença manifesta, se for deixado sem tratamento por muitos anos. Entretanto, inúmeros estudos têm demonstrado que esses fatores tendem a ocorrer 3

em combinação e que a prevenção efetiva só pode ser atingida através de uma abordagem global do perfil de risco de indivíduos e populações (KANNEL et al., 1997). O nível elevado de colesterol sérico é um dos principais fatores de risco modificáveis para DAC, também observado em um porcentual de 45% tanto para o gênero feminino e masculino (SPARLING, SNOW, BEAVERS, 1999). No estudo de Framingham, também foi verificada relação diretamente proporcional entre o número de cigarros consumidos e alteração nos níveis de lipoproteínas (CASTELLI, 1988). Em nosso estudo em relação ao tabagismo foi observado 25% das voluntárias do gênero feminino e no masculino 35%. Níveis reduzidos de HDL, correlacionados com aumento da camada íntima das artérias em indivíduos jovens (OREN, UITERWAAL,2003; KNOFLACH, KIECHL, KIND et al, 2003; SANCHEZ, BARTH, ZHANG,2000). Conclusão Em nosso estudo podemos concluir que:o porcentual de risco de 0-5% foi maior na amostra feminina e na amostra masculina se localizou em 6-10%, apresentando uma estreita relação com as principais evidências epidemiológicas dos FR e sugere que, em populações de hipertensos medidas de prevenção, identificação e controle de FR devam ser implementadas. A informação deve chegar á população em paralelo com o planejamento e metas de tratamento, para que se possa obter uma redução de risco cardiovascular. Entendemos ainda, que iniciativas como essa, possam incentivar mais pesquisadores e contribuir definitivamente para a obtenção de mais dados sobre a prevalência e a multiplicidade dos FR no Brasil. Referências - ANDERSON, K.M.; WILSON, P.W.; ODELL, P.M.; KANNELL, W.B. An updated coronary risk profile: a statement for health professionals. Circulation, 2001;83:356-62. - BEAGHOLE, R.; SARACCI, R.; PANICO, S. Cardiovascular diseases: causes, surveillance and prevention. Int J Epidemiol, 2003; 30:1-4. - CASTELLI, W.P. Cholesterol and lipids in the risk of coronary artery disease. The Framingham Heart Study. Can J Cardiol 1988; 4A-5A. - GRUNDY, S.M; Pasternak R; Greenland P.; Smith S; Fuster V. Assessment of cardiovascular risk by use of multiple-risk-factor assessment equations: a statement for heatlhcare professionals from the American Heart Association and the American College of Cardiology. Circulation 1999;100:1481-92. - http://www.framingham.com/heart/backgrnd.htm, acessado em 27/06/2011. - KANNEL, W.B, WILSON, P.W. Comparison of risk profiles for cardiovascular events: implications for prevention. Arc Intern Med, 1997;42:39-66. - KANNEL W.B. Lessons from curbing the coronary artery disease epidemic for confronting the impending epidemic of heart failure. Med. Clin. North. Am 2004; 88: 1129-33. - KNOFLACH M, KIECHL S, KIND M. et al. Cardiovascular risk factors and atherosclerosis in young males. Circulation 2003; 108: 1064-9. - OREN A, VOS L.E, UITERWAAL C.S.P.M, et al. Cardiovascular risk factors and increased carotid intima-media thickness in healthy young adults. Arch Intern Med 2003; 163: 1787-92. - POLANCZYC, C.A. Fatores de Risco Cardiovascular no Brasil: os Próximos 50 Anos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2005; 84(3):199-201. - SPARLING P.B, SNOW T.K, BEAVERS B.D. Serum cholesterol levels in college students: opportunities for education and intervention. J Am Coll Health 1999; 48: 123-7 - SANCHEZ A, BARTH J.D, ZHANG L. The carotid artery wall thickness in teenagers is related to their diet and the tipical risk factors of heart disease among adults. Atherosclerosis 2000; 152: 265-6. - XAVIER, H.T. Manual de Dislipidemias e Cardiometabolismo São Paulo:BBS Editora,2004. 4

- IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol, 2010; 82 (supll.iv): IV1-IV14. 5