Excelência Sr. Presidente da Associação Angolana de Bancos, Distintos Membros dos Conselhos de Administração dos Bancos Comerciais, Caros Convidados, Minhas senhoras e meus senhores. O evento que hoje se realiza traz a lume um dos principais temas de actualidade no contexto do sistema financeiro nacional, ou seja, a bancarização enquanto parte da estratégia de desenvolvimento económico e social. De facto, o acesso a serviços financeiros bancários, na ausência de um mercado estruturado de capitais, chega a ser determinante na promoção de capacidades produtivas e influenciador na redução de iniquidades sociais. Por outro lado, quanto maior a dimensão da circulação de meios de pagamento pelo sistema bancário, maior a eficácia dos instrumentos de política monetária na defesa e preservação do valor da própria moeda. O Banco Nacional de Angola tem presente os esforços desenvolvidos pela banca nacional na expansão da sua rede comercial e na redução dos condicionalismos de acesso aos serviços e produtos bancários, pese embora persistirem dificuldades de natureza organizativa,
operacional e até mesmo logística. Por isso, não podemos deixar de reconhecer o facto de a banca ter sido dos sectores que nos anos mais recentes mais desbravou caminho ao encontro das necessidades do mercado. Mas também é nossa convicção de que muito há por fazer. A taxa de população bancarizada ainda é baixa, está estimada em 11%, e o nível de educação financeira também precisa aumentar. O desenvolvimento da indústria financeira tem que atrair a capacidade empreendera dos agentes económicos e de modo sustentável canalizar capitais para o crescimento económico e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. E é também por isso que procuramos desenvolver um sistema bancário financeiramente sólido e socialmente responsável. Até finais de 2012 gostaríamos de ver iniciativas bancárias em todos os municípios do país e estar muito próximo dos 1000 balcões. Nessa altura, também seria desejável atingirmos uma taxa de bancarização superior a 20% da população. Vamos manter a nossa atenção na formulação de políticas que promovam e premeiam a inovação e a competitividade no sistema bancário. Queremos um sistema de pagamentos mais eficiente,
soluções de relacionamento mais equilibradas e acesso ao crédito menos caro, mas mais seguro. Como é já do domínio público, o Governo de Angola aprovou uma estratégia de desenvolvimento e consolidação do sistema financeiro. Em linhas gerais, procura-se assegurar o crescimento da banca em harmonia com as melhores práticas para o sector, conferindo maior confiança aos depositantes e dando maior sustentabilidade à função de afectação de recursos para o desenvolvimento do tecido empresarial. Nesta senda, e do lado do BNA foi já colocada em funcionamento a Central de Informação e Risco de Crédito. Um instrumento ao alcance dos operadores bancários para reduzir o risco de crédito conhecendose melhor a capacidade de endividamento dos clientes e permitindo ajustar em baixa o factor risco na determinação da taxa de juro. Igualmente, sinalizamos o mercado com a redução da taxa de redesconto e introdução de facilidades permanentes de liquidez, despenalizando falhas pontuais de liquidez e conferindo maior segurança às operações em moeda nacional. As casas de câmbio têm também nova regulamentação, ficando mais clara a sua relação com o mercado e adoptando-se regras que visam
alinhar a sua actuação aos princípios contidos na Lei Contra o Branqueamento de Capitais. Pensamos que a crise económica e financeira que perpassa os mercados à escala global, impõe não só cautelas para a salvaguarda do sistema financeiro no seu todo, como deve igualmente inspirar e estimular o engenho criativo de todos os operadores para que, criando produtos, serviços e organizando instrumentos financeiros novos, inovando e aperfeiçoando os métodos de trabalho actuais possam conquistar um número cada vez maior de utilizadores de serviços financeiros. É, por isso, que se torna pertinente esta iniciativa da Associação Angolana de Bancos, e esperamos que deste evento possam sair a propostas e ideias que contribuam para a promoção de um maior acesso da população aos serviços bancários básicos e por essa via contribuirmos para o aumento do níveis de inclusão social. Com esta breve nota, damos início ao presente Fórum da ABANC. O nosso muito obrigado pela atenção dispensada!