RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO - SINTÉTICO



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Transcrição:

1 RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO - SINTÉTICO TC 002.240/2014-9 Fiscalização 38/2014 DA FISCALIZAÇÃO Modalidade: conformidade Ato originário: Acórdão 3.143/2013 - Plenário Objeto da fiscalização: Construção de UBS e UPAs em municípios do Estado de Goiás Funcional programática: 10.301.2015.12L5.0001/2014 - Construção e Ampliação de Unidades Básicas de Saúde - UBS - Nacional Tipo da obra: Edificação - Hospitais Período abrangido pela fiscalização: 31/12/2008 a 14/3/2014 DO ÓRGÃO/ENTIDADE FISCALIZADO Órgão/entidade fiscalizado: Prefeitura Municipal de Valparaíso de Goiás - GO, Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia - GO, Prefeitura Municipal de Luziânia - GO, Prefeitura Municipal de Anápolis - GO e Prefeitura Municipal de Goiânia - GO Vinculação (ministério): Órgãos e Entidades Municipais Vinculação TCU (unidade técnica): Responsáveis pelo órgão/entidade: nome: Paulo Rassi cargo: Secretário Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia período: a partir de 21/5/2014 nome: Watherson Roriz de Oliveira cargo: Secretário Municipal de Saúde de Luziânia período: a partir de 2/1/2013 nome: Walter de Mattos Dutra cargo: Secretário Municipal de Saúde de Valparaíso de Goiás período: a partir de 2/1/2013 nome: Luiz Carlos Teixeira Silva Júnior cargo: Secretário Municipal de Saúde de Anápolis nome: Fernando Machado de Araújo cargo: Secretário Municipal de Saúde de Goiânia período: a partir de 10/1/2013

2 Outros responsáveis: vide rol nas peças: Portaria de nomeação Secretário Anapolis Portaria de nomeação Secretário Aparecida Portaria de nomeação Secretário Goiania Portaria de nomeação Secretário Luziania Portaria de nomeação Secretário Valparaíso PROCESSO DE INTERESSE - TC 034.411/2013-5

3 RESUMO Trata-se de auditoria realizada em municípios do Estado de Goiás - GO, no período compreendido entre 3/2/2014 e 14/3/2014. A presente auditoria teve como objeto 23 obras de construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O objetivo foi verificar a situação das obras em andamento, a qualidade, acessibilidade e sustentabilidade das que estão concluídas e as providências adotadas para retomar aquelas que estão paralisadas. Este trabalho apresenta as auditorias-piloto inseridas na Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC) em Obras de Infraestrutura da Saúde. A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas: adequadas? obra? 1) Há projeto básico/executivo adequado para a licitação/execução da obra? 2) A formalização e a execução do convênio (ou outros instrumentos congêneres) foram 3) A formalização do contrato atendeu aos preceitos legais e sua execução foi adequada? 4) A administração está tomando providências com vistas a regularizar a situação da 5) Os parâmetros de qualidade, acessibilidade, sustentabilidade, preços e competitividade da licitação estão sendo atendidos? Os trabalhos foram realizados tendo por base as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo TCU. Durante a execução da fiscalização, buscou-se seguir a matriz de planejamento e a matriz de procedimentos. Além disso, foram aplicados os formulários de preços e de competitividade, bem como os checklists de qualidade, acessibilidade, sustentabilidade e de obras atrasadas/paralisadas/inoperantes, os quais foram formulados especificamente para a FOC temática da qual estas auditorias-piloto fazem parte. As principais constatações deste trabalho foram: 1) Existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviços.; 2) Execução de serviços com qualidade deficiente.; 3) Inobservância dos requisitos legais e técnicos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.; 4) Fiscalização deficiente da execução do convênio.. O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 28.040.361,38. O valor apresentado refere-se à soma dos 23 contratos de construção de UBS e UPAs atualizados, que foram objetos de análise nessa fiscalização. A presente auditoria poderá contribuir para o implemento de melhorias efetivas nos programas de construção de UBS e de UPAs, a partir do diagnóstico levantado na situação das obras

4 em andamento e daquelas que estão sendo entregues e das propostas de aperfeiçoamento que serão realizadas por esta equipe de auditoria. A proposta de encaminhamento para as principais constatações consiste, nesse primeiro momento, apenas em apensamento ao TC 034.411/2013-5 (Consolidador), a fim de que as irregularidades sejam tratadas de forma sistêmica e alcance os objetivos para os quais esse modelo de fiscalização de orientação centralizada foi criado, sem prejuízo de dar conhecimento do presente relatório às diversas prefeituras municipais fiscalizadas, a fim de que adotem as devidas providências no sentido de sanear as irregularidades verificadas.

5 S U M Á R I O Título Página 1 - APRESENTAÇÃO 6 2 - INTRODUÇÃO 7 2.1 - Deliberação que originou o trabalho 7 2.2 - Visão geral do objeto 7 2.3 - Objetivo e questões de auditoria 8 2.4 - Metodologia Utilizada 8 2.5 - Volume de recursos fiscalizados 9 2.6 - Benefícios estimados da fiscalização 9 3 - ACHADOS DE AUDITORIA 9 3.1 - Fiscalização deficiente da execução do convênio. (OI) 9 3.2 - Existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviços. (OI) 11 3.3 - Execução de serviços com qualidade deficiente. (OI) 17 3.4 - Inobservância dos requisitos legais e técnicos de acessibilidade de 30 pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. (OI) 4 - CONCLUSÃO 37 5 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 42 6 - ANEXO 43 6.1 - Dados cadastrais 43 6.1.1 - Projeto básico 43 6.1.2 - Execução física e financeira 43 6.1.3 - Contratos principais 44 6.1.4 - Histórico de fiscalizações 59 6.2 - Deliberações do TCU 60 6.3 - Fotos - obras em andamento parte 1 65 6.4 - Fotos - obras em andamento parte 2 75 6.5 - Fotos - obras em andamento parte 3 86 6.6 - Situação obras concluídas 97 6.7 - Relatório, Voto e Acórdão 2051/2014-TCU-Plenário. 98 6.8 - Anexo Fotográfico 123

6 1 - APRESENTAÇÃO Trata o presente trabalho de auditoria-piloto em obras de construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), no âmbito da Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC) em "Obras de Infraestrutura da Saúde". Segundo o Ministério da Saúde, a União é o principal financiador da saúde pública no país. O Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2012-2015 contempla relevantes investimentos em obras relacionadas a essa área, com recursos de R$ 316 bilhões no Programa 2015 Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre as metas do referido Programa destacam-se a implantação: (i) de 3.272 Unidades Básicas de Saúde (UBS); e (ii) de 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). As UBS As UBS fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde (MS) e são consideradas a porta de entrada preferencial do SUS. O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para hospitais. Tratam-se de locais onde se podem receber atendimentos básicos e gratuitos em Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços oferecidos pelas UBS são consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica. As UPAs As UPAs integram a Política Nacional de Atenção às Urgências e o Programa Saúde Toda Hora, funcionando como unidades intermediárias entre (i) as UBS, nas quais são realizados procedimentos mais triviais, e (ii) os hospitais, nos quais são realizados os procedimentos de maior complexidade (cirurgias e internação). Sua função é ajudar e desafogar os prontos-socorros dos hospitais, ampliando e melhorando o acesso da população aos serviços de urgência do SUS. Cabe destacar que esse é o primeiro produto de uma série de fiscalizações que serão realizadas em diversos Estados brasileiros com o apoio das Secretarias Regionais deste Tribunal, a fim de que, ao final, haja a consolidação e o tratamento dos dados para obter um diagnóstico da situação do programa como um todo. Com isso, visa-se identificar os principais problemas relacionados à construção e ao início de operação dessas unidades e, então, propor soluções de aperfeiçoamento à eficácia da infraestrutura da saúde pública. Importância socioeconômica No aspecto econômico, os investimentos na construção de UBS e UPAs apresentam relevante materialidade, somando R$ 3,6 bilhões (10.121 propostas aprovadas) e R$ 1,8 bilhão (902 propostas aprovadas), respectivamente. Do ponto de vista social, além de ser uma ação voltada para a área da saúde pública - de indiscutível importância para o pleno gozo do direito à vida, sendo direito constitucional a ser assegurado a todos -,

7 a expectativa do Ministério da Saúde é de que os investimentos na construção e ampliação de UBS e UPAs beneficiem 29,6 milhões de pessoas, em 2.265 municípios, de 21 Estados do país. 2 - INTRODUÇÃO 2.1 - Deliberação que originou o trabalho Em cumprimento ao Acórdão 3.143/2013 - Plenário e de posse da autorização do Exmo. Ministro Benjamin Zymler (peças 6, 11 e 16 do TC 034.411/2013-5), realizou-se auditorias-piloto nas Prefeituras Municipais de Valparaíso de Goiás, de Aparecida de Goiânia, de Luziânia, de Anápolis e de Goiânia, todas no Estado de Goiás, no período compreendido entre 3/2/2014 e 14/3/2014. As razões que motivaram esta auditoria foram o grande volume de recursos envolvidos, a importância social que representa o programa, o risco envolvido no modelo de repasse fundo a fundo e a possibilidade de se obter uma visão sistêmica da governança da infraestrutura das redes de atenção à saúde com ganhos de escala no implemento de melhorias. 2.2 - Visão geral do objeto Foram selecionadas 23 obras de 5 municípios distintos do Estado de Goiás, sendo 17 UBS e 6 UPAs, as quais estão relacionadas a seguir, de acordo com o tipo de unidade (UBS ou UPA), nome, porte, valor contratual e percentual de execução: Anápolis UPA Anápolis (Porte III; R$ 3.667.447,01; 100%) UBS Arco Íris/São João (Porte I; R$ 573.191,04; 0%) UBS Tropical (Porte I; R$ 547.603,21; 0%) UBS Pirineus (Porte I; R$ 594.292,26; 45,87%) UBS Filostro (Porte II; R$ 635.168,00; 90,05%) UBS Nova Vila (Porte II; R$ 524.747,10; 100%) Aparecida de Goiânia UPA Brasicon (Porte II; R$ 3.380.262,45; 100%) UBS Buriti (Porte II; R$ 705.530,74; 21,05%) UBS Porto das Pedras (Porte II; R$ 701.009,74; 21,50%) UBS Jardim Riviera (Porte II; R$ 715.000,00; 42,48%) UBS Mansões Paraíso (Porte II; R$ 732.874,68; 44,08%) UBS Cândido Queiroz (Porte II; R$ 668.207,08; 44,23%) UBS Pontal Sul (Porte II; R$ 706.203,65; 45,55%)

8 UBS Andrade Reis (Porte II; R$ 699.397,57; 46,26%) UBS Bairro Independencia (Porte II; R$ 715.000,00; 47,15%) UBS Parque Veiga (Porte II; R$ 716.892,30; 48,15%) UBS Jardim Olimpico (Porte II; R$ 600.695,55; 48,5%) Goiânia UPA Noroeste (Porte III; R$ 3.620.000,00; 28%) UPA Itaipu (Porte III; R$ 3.110.427,87; 100%) Luziânia UPA Luziânia (Porte II; R$ 2.127.231,18; 6,5%) Valparaíso de Goiás UPA Valparaíso (Porte II; R$ 1.336.150,43; 100%) UBS Cruzeiro do Sul (Porte II; R$ 634.228,82; 100%) UBS Céu Azul Área Especial (Porte I; R$ 233.007,45; 100%) 2.3 - Objetivo e questões de auditoria A presente auditoria teve por objetivo verificar a situação das obras de construção de UBS e UPAs em andamento e concluídas, quanto à qualidade, à acessibilidade e à sustentabilidade, assim como as providências adotadas para retomar aquelas que estão paralisadas. A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas: 1) Há projeto básico/executivo adequado para a licitação/execução da obra? 2) A formalização e a execução do convênio (ou outros instrumentos congêneres) foram adequadas? 3) A formalização do contrato atendeu aos preceitos legais e sua execução foi adequada? 4) A administração está tomando providências com vistas a regularizar a situação da obra? 5) Os parâmetros de qualidade, acessibilidade, sustentabilidade, preços e competitividade da licitação estão sendo atendidos? 2.4 - Metodologia utilizada Os trabalhos foram realizados tendo por base as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo TCU. Durante a execução da fiscalização, buscou-se seguir a matriz de planejamento e a matriz de procedimentos. Além disso, foram aplicados os formulários de preços e de competitividade, bem como os checklists de qualidade, acessibilidade, sustentabilidade e de obras

9 atrasadas/paralisadas/inoperantes, os quais foram formulados especificamente para a FOC temática da qual estas auditorias-piloto fazem parte. 2.5 - Volume de recursos fiscalizados O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 28.040.361,38. O valor apresentado refere-se à soma dos 23 contratos de construção de UBS e UPAs atualizados, que foram objetos de análise nessa fiscalização. 2.6 - Benefícios estimados da fiscalização A presente auditoria poderá contribuir para o implemento de melhorias efetivas nos programas de construção de UBS e de UPAs, a partir do diagnóstico levantado na situação das obras em andamento e daquelas que estão sendo entregues e das propostas de aperfeiçoamento que serão realizadas por este Tribunal. 3 - ACHADOS DE AUDITORIA 3.1 - Fiscalização deficiente da execução do convênio. 3.1.1 - Tipificação do achado: Classificação - outras irregularidades (OI) 3.1.2 - Situação encontrada: Verificou-se que Ministério da Saúde não está realizando a devida fiscalização, supervisão e assessoramento dos recursos federais repassados aos municípios habilitados para construção de UBS e UPAs. A supervisão dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde (MS) às prefeituras municipais, para a construção de UBS e UPAs, é realizada apenas por meio do Sistema de Monitoramento de Obras (Sismob). De acordo com o MS, o sistema é uma ferramenta para o gerenciamento de todas as fases da obra e possibilita comparativos entre o planejado e o executado, assim como o acompanhamento de suas fases e etapas. Não obstante ser o único instrumento de monitoramento das obras que estão sendo construídas com recursos federais, o Sismob apresenta inconsistências, as quais foram encontradas por esta equipe de auditoria e serão detalhadas a seguir. Problemas na geração do relatório: o Sismob prevê a opção de geração de relatórios a partir da seleção do critério da situação da obra. É possível escolher entre: todas, atrasadas - risco de devolução, atrasadas, em dia, concluídas. Apesar disso, quando é selecionado qualquer critério, que não a opção "todas", ocorre um erro na página e o relatório não é gerado. Ou seja, não é possível saber quais obras

10 estão atrasadas e quais estão em dia. Incompatibilidade entre o percentual de execução da obra e a situação da obra: ao gerar o relatório completo de todas as propostas de construção de UBS aprovadas (10.121), em 17/12/2013, verificou-se que, em 171 unidades, o campo "situação da obra" está preenchido como "em ação preparatória" enquanto o percentual de execução física encontra-se superior a 0%. De modo análogo, em 63 unidades a situação da obra constava como "obra concluída" enquanto o percentual de execução física era inferior a 100%. Descompasso entre a informação constante do Sistema e a verificação in loco:de um universo de 23 obras visitadas por esta equipe, em três (UPA Noroeste - Goiânia; UBS São João - Anápolis; e UBS tropical - Anápolis), verificou-se que o percentual de execução física constante do Sismob não correspondia à realidade. Na UPA Noroeste, o percentual físico constante do Sismob era de 32%, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o executado até o momento era de apenas 28%. Já para as UBS São João e UBS Tropical, os percentuais de execução apresentados pelo Sismob eram de 10% e 8,5%, respectivamente, sendo que essas obras ainda não foram iniciadas. 3.1.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado: (OI) - Contrato 213/2012, 10/9/2012, Prestação de serviços de obras para construção da UPA Noroeste, Cifran Construtora e Incorporadora Franca Ltda. (OI) - Contrato 418/2013, 11/12/2013, Contratação de empresa especializada em engenharia para execução dos serviços de construção da UBS no Setor Tropical, Bireal Engenharia e Comércio Ltda. Epp. (OI) - Contrato 257/2013, 12/8/2013, Contratação de empresa especializada em engenharia para execução dos serviços de construção da UBS no bairro São João, Portal Construções ME. 3.1.4 - Causas da ocorrência do achado: Deficiência de controles internos. 3.1.5 - Efeitos/Conseqüências do achado: Prejuízos em virtude de atraso ou ausência de análise da prestação de contas (efeito real) - Não atingimento das metas estabelecidas; prejuízos ocorridos por desvios de recursos; prejuízo à população pela falta de conclusão e de operação das obras financiadas. 3.1.6 - Critérios: Instrução Normativa 1/2007, MT, art. 13; art. 14; art. 15 Instrução Normativa 1/1997, STN, art. 3º; art. 21, 2º; art. 23; art. 28; art. 29; art. 30; art. 31; art. 32; art. 33; art. 34; art. 35 3.1.7 - Evidências:

11 Evidência Comunicação externa n. 90 Sec. Saúde de Goiânia. Tela Erro Sismob - Tela de erro do Sismob ao selecionar opção de geração de relatório por obras atrasadas. 3.1.8 - Conclusão da equipe: O Sistema de Monitoramento de Obras (Sismob), o qual é a única ferramenta utilizada para acompanhamento das obras por parte do Ministério da Saúde, contém erros e inconsistências que impedem a correta avaliação da situação atual de todas as obras em construção. As falhas impedem um acompanhamento efetivo da evolução as obras e, em maior escala, impedem que se tenha um panorama adequado sobre o andamento dos programas de governo para construção de UBS e UPAs. Considerando, assim, que a presente metodologia de auditoria será aplicada com representantes de outras regiões brasileiras, uma vez que esta auditoria-piloto faz parte de uma Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC), no âmbito da temática Infraestrutura da Saúde, os resultados obtidos neste relatório serão tratados, juntamente com os dos outros estados participantes, de forma sistêmica, no relatório consolidador (TC 002.240/2014-9). 3.2 - Existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviços. 3.2.1 - Tipificação do achado: Classificação - outras irregularidades (OI) 3.2.2 - Situação encontrada: Verificou-se que todas as obras fiscalizadas em andamento estão atrasadas com relação ao cronograma físico-financeiro inicial. Além disso, todas as obras fiscalizadas já concluídas foram entregues com atraso em relação à previsão inicial. Com as visitas às instalações de unidades de saúde em construção e de posse da documentação relativa ao estágio de execução de suas obras (contrato, orçamento e cronograma físico-financeiro), encontraram-se evidências de atrasos injustificados em todas elas, a saber: Município de Goiânia: UPA Noroeste; Município de Anápolis: UBS São João (antigo Arco Íris);

12 UBS Pirineus; UBS Filostro; UBS Tropical; Município de Aparecida de Goiânia: UBS Buriti; UBS Porto das Pedras; UBS Jardim Riviera (antiga Maria Inês); UBS Mansões Paraíso; UBS Cândido Queiroz; UBS Ponta Sul; UBS Andrade Reis; UBS Bairro Independência; UBS Parque Veiga Jardim; UBS Jardim Olímpico. Município de Luziânia: UPA II Luziânia; A fim de ilustrar melhor a relação de atraso no andamento das obras, é apresentado ao final deste achado um quadro resumo comparativo entre o estágio atual e o previsto inicialmente. Como informado acima, todas as obras já concluídas também foram entregues com atraso, quando comparadas ao cronograma físico-financeiro inicialmente pactuado. Assim, apresenta-se também, no Anexo deste Relatório, um quadro resumo comparativo entre a data de entrega da obra e a prevista inicialmente. Os atrasos não foram somente verificados nas construções das obras, é possível notar um grande decurso de tempo entre as datas de habilitação das obras e municípios pelo Ministério da Saúde, para recebimento de recursos federais, e a data de expedição da ordem de início de serviços, o que indica haver dificuldades por parte dos municípios para contratarem os projetos e licitarem a obra de forma célere e eficiente. A seleção das propostas para construção de novas unidades ocorre mediante solicitação do recurso pelo ente proponente, o qual pode ser um Município, Estado ou o Distrito Federal. Para a aprovação

13 das propostas, faz-se necessário que sejam atendidos os requisitos estabelecidos pelo MS, conforme Portarias 1020/2009, 1601/2011, 2648/2011, 342/2013 e 104/2014, no caso de UPAs, e 2226/2009, 2488/2011, 134/2013 e 340/2013, no caso de UBS. Após a aprovação das propostas, os entes devem elaborar os projetos básicos e realizar o processo licitatório para contratar a execução das obras. Nas unidades em construção visitadas, o tempo médio transcorrido entre a aprovação das propostas e a emissão da ordem de início dos serviços foi de 855 dias. Esse longo período indica haver grandes dificuldades por parte dos municípios para transpor essas etapas. De modo semelhante, todas as obras visitadas estão atrasadas em relação ao cronograma previsto, assim como todas as obras concluídas foram entregues com atraso. Novamente, há indícios de que os municípios possuem dificuldades operacionais para executar as obras em conformidade com as previsões de projeto.

14 Municipio Tipo de Obra (UBS ou UPA) Nome da obra Data de habilitação da obra/município ou celebração do contrato de repasse Data da ordem de serviço Prazo para conclusão Percentual de execução previsto inicialmente no cronograma físicofinanceiro (em fevereiro de 2014) Percentual de execução física atual (Sismob) Goiania UPA Noroeste 19/04/2010 17/05/2013 16/01/2014 100,00% 32,21% * Anápolis Aparecida de Goiania UBS Pirineus 16/11/2010 04/07/2013 05/04/2014 74,84% 45,87% UBS Filsotro 22/11/2010 24/08/2012 05/02/2013 100,00% 90,05% UBS Arco Íris / São João 16/11/2010 16/12/2013 15/09/2014 15,35% 10% * UBS Tropical 16/11/2010 03/07/2013 04/04/2014 72,28% 8,5% * UBS Buriti 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 21,05% Observações *A Sec. de Saúde de Goiânia informou que o percentual atual é de 28% *Verificou-se in loco que as obras de construção ainda não foram iniciadas *Verificou-se in loco que as obras de construção ainda não foram iniciadas UBS Porto das pedras 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 21,50% 1 termo aditivo de prazo UBS Maria Inês (atualmente Jardim Riviera) 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 42,48% 1 termo aditivo de prazo UBS Mansões paraíso 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 44,08% UBS Cândido Queiroz 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 44,23% 1 termo aditivo de prazo UBS Pontal Sul 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 45,55% 1 termo aditivo de prazo UBS Andrade reis 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 46,26% UBS bairro independencia (setor das 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 47,15% 1 termo aditivo de prazo mansoes) UBS parque veiga jardim 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 48,15% 1 termo aditivo de prazo UBS jardim olimpico (santa luzia) 01/12/2010 29/05/2013 25/10/2013 100,00% 48,50% 1 termo aditivo de prazo 1a ordem: 1o prazo: 24/07/2013; 23/5/2014; 2o 2a. ordem: prazo: 52,55% 6,50% (06/11/2013) (05/8/2014) Luziânia UPA UPA II 09/12/2009

15 3.2.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado: (OI) - Contrato 134/2012, 24/5/2012, Contratação de empresa especializada em engenharia para construção de UBS no bairro Anexo Itamaraty (Nova Vila Jaiara), Essa Engenharia Ltda. (OI) - Contrato RDC 01/2013, 2/8/2013, Construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na av. josé do patrocínio - área especial - parque estrela d'alva, Versa Construções Ltda - ME. (OI) - Contrato 220/2010, 24/11/2010, Contratação de empresa de engenharia para construção da Unidade de Pronto Atendimento - UPA Vila Esperança, Premium Construtora e Empreendimentos Ltda. (OI) - Contrato 374/2011, 3/6/2011, Contratação de empresa especializada em construção civil para a construção da UBS no Setor Cruzeiro do Sul, JM Rebelo Construções Ltda. (OI) - Contrato 375/2011, Construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Praça Kátia do Bairro Parque Marajó, Rocha Bressan Engenharia Indústria e Comércio Ltda. (OI) - Contrato 518/2009, 6/4/2010, Prestação de serviços de construção da Unidade de Pronto Atendimento - UPA III no Residencial Brasicom I, Alpav Engenharia e Construções Ltda. (OI) - Contrato 136/2013, Obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no setor Buriti Sereno, Primecon Construtora Ltda. (OI) - Contrato 137/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no Setor Cidade Vera Cruz, Prs - Projetos Representações e Serviços Ltda. (OI) - Contrato 138/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no Setor Jardim Olímpico, Primecon Construtora Ltda. (OI) - Contrato 139/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no residencial Cândido de Queiroz, Primecon Construtora Ltda. (OI) - Contrato 160/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no Setor Maria Inês, Engemar Construções e Serviços. (OI) - Contrato 161/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no Setor Pontal Sul, Geo Engenharia Ltda.

16 (OI) - Contrato 162/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no Setor Mansões Paraíso, Prs - Projetos Representações e Serviços Ltda. (OI) - Contrato 163/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no setor Independência Mansões, Lexus Engenharia Ltda. (OI) - Contrato 164/2013, Obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no Setor Andrade Reis, Geo Engenharia Ltda. (OI) - Contrato 165/2013, Realização de obras e serviços de engenharia relacionados à construção de uma UBS no Setor Porto das Pedras, Primecon Construtora Ltda. (OI) - Contrato 197/2013, 10/7/2013, Contratação de empresa especializada em engenharia para execução dos serviços de construção de uma UBS no bairro Parque dos Pirineus, Bireal Engenharia e Comércio Ltda. Epp. (OI) - Contrato 209/2012, 6/12/2013, Contratação de empresa especializada em engenharia para construção de UBS no Conjunto Filóstro Machado, Cosama Engenharia Ltda. (OI) - Contrato 213/2012, 10/9/2012, Prestação de serviços de obras para construção da UPA Noroeste, Cifran Construtora e Incorporadora Franca Ltda. (OI) - Contrato 257/2013, 12/8/2013, Contratação de empresa especializada em engenharia para execução dos serviços de construção da UBS no bairro São João, Portal Construções ME. (OI) - Contrato 367, 11/6/2012, Construção de uma Unidade Básica de Saúde -UBS, na área especial rua 92 e 93 entre quadras 108 e 198 Bairro Jardim Céu Azul., Quebec Construções Tecnologia Ambiental S/A. (OI) - Contrato 418/2013, 11/12/2013, Contratação de empresa especializada em engenharia para execução dos serviços de construção da UBS no Setor Tropical, Bireal Engenharia e Comércio Ltda. Epp. (OI) - Contrato 201/2010, 16/11/2010, Prestação de serviços de obras e engenharia referentes à construção de Unidade de Pronto Atendimento - UPA no Residencial Itaipu, Elmo Engenharia Ltda.

17 3.2.4 - Causas da ocorrência do achado: Falta de planejamento; deficiência de controles internos; 3.2.5 - Efeitos/Conseqüências do achado: Prejuízos em virtude de atraso ou ausência de análise da prestação de contas (efeito real) - Falta de infraestrutura suficiente para atender a demanda da população na área da saúde pública. 3.2.6 - Critérios: Constituição Federal, art. 37 Lei 8666/1993, art. 66; art. 70 3.2.7 - Evidências: Cronogramas 23 obras. Ordens de seviços 22 obras - Ordens de seviços 22 obras (exceção: UPA Vila Esperança-Anápolis). 3.2.8 - Conclusão da equipe: As UBS e UPAs objetivam desafogar os hospitais públicos do SUS e, assim, melhor atender à população. Os atrasos na contratação e na execução das obras acarretam prejuízos à população, que não pode dispor no tempo devido dos serviços que seriam prestados pela unidade de saúde. Os atrasos parecem ser um problema de maior dimensão, com possibilidade de atingir toda a política do Ministério da Saúde para a construção dessas unidades. Os aspectos atinentes a esses atrasos, portanto, serão examinados de maneira conjunta no relatório de consolidação da Fiscalização de Orientação Centralizada, verificando-se a possibilidade de propor ao Ministério da Saúde ações para aperfeiçoamento do programa. Nesta etapa, cabe apenas registrar que, segundo o art. 66 da Lei 8.666/1993, o contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas da Lei. Isso significa que o contratado e administração pública devem seguir o cronograma físico-financeiro previsto. Eventuais atrasos devem ser sempre justificados e os novos prazos devem ser acordados entre as partes por meio de termo aditivo. Considerando, assim, que a presente metodologia de auditoria será aplicada com representantes de outras regiões brasileiras, uma vez que esta auditoria-piloto faz parte de uma Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC), no âmbito da temática Infraestrutura da Saúde, os resultados obtidos neste relatório serão tratados, juntamente com os dos outros estados participantes, de forma sistêmica, no relatório consolidador (TC 034.411/2013-5). Por fim, com vistas ao aprimoramento da ação de controle empreendida, será proposto dar conhecimento deste relatório aos municípios fiscalizados nesta auditoria-piloto. 3.3 - Execução de serviços com qualidade deficiente.

18 3.3.1 - Tipificação do achado: Classificação - outras irregularidades (OI) 3.3.2 - Situação encontrada: Executadas as visitas às instalações já concluídas de unidades de saúde, identificaram-se evidências de serviços executados com qualidade deficiente em todas elas, a saber: Município de Valparaíso de Goiás: UBS Cruzeiro do Sul; UBS Céu Azul; UPA Zilda; Município de Anápolis: UPA Vila Esperança; UBS Vila Jaiara; Município de Goiânia: UPA Itaipu; Município de Aparecida de Goiânia: UPA Brasicon. Além das obras concluídas, notaram-se, também, problemas de qualidade já na construção de uma Unidade Básica de Saúde, fato que será detalhado ao final deste achado. Os problemas de qualidade verificados nas unidades já concluídas estão detalhados a seguir. A mais, ao final do presente achado, foram apresentadas fotos ilustrativas das falhas encontradas e uma tabela resumo dos problemas encontrados em cada unidade visitada. Paredes e tetos

19 Foram encontradas fissuras verticais em paredes da UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia), algumas com mais de 1,5 m de extensão, o que é um sinal de alerta de possíveis problemas nas fundações e/ou na estrutura da edificação e demanda dos responsáveis um acompanhamento atento para garantir a segurança dos profissionais e usuários daquela unidade. As fissuras podem ter diversas causas, como: (i) movimento de dilatação e retração da edificação, nesses casos a consequência é mais estética, não ocasionando grandes problemas para a estrutura do prédio; ou (ii) recalque de fundações e acomodação da estrutura, o que pode indicar falhas construtivas e de solidez da edificação, podendo demandar intervenções e maiores manutenções. Observaram-se também problemas de infiltração em paredes e tetos na UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia), na UBS Cruzeiro do Sul (Valparaíso de Goiás) e na UPA Itaipu (Goiânia), sendo que, nesta última, o problema resultou na interrupção do uso da sala de Raios-X, prejudicando o atendimento da população que necessita desse serviço. Ainda, encontraram-se, na UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia), paredes com o descascamento da pintura e com os cantos quebrados,o que pode indicar má qualidade na execução do serviço, no uso e na manutenção da unidade. Piso A UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia) apresentou problemas de fissuras e de afundamento no piso no interior da unidade. Embora possa ter ocorrido em virtude de um mal acabamento dos serviços - o que implicaria a necessidade de reparo por parte da empresa construtora -, deve haver o acompanhamento de sua evolução com o tempo e a execução da devida manutenção, a fim de evitar problemas maiores. As fissuras nas paredes e nos pisos são locais propícios ao acúmulo de sujeita, devido à dificuldade de limpeza, o que não é adequado para uma unidade de tratamento de saúde. Na área externa daquela unidade, o piso do estacionamento e da rampa de acesso à UPA, feito com tijolos de cimento, encontra-se desnivelado e com diversas partes soltas, denotando problemas de qualidade em sua execução. Rodapés Em desconformidade com o que preceitua o item 6.2.C.2 da Resolução de Diretoria Colegiada n. 50, de 21/2/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC 50/2002), foram observadas unidades em que a junção dos rodapés com o piso foi executada com arredondamentos acentuados, dificultando o processo de limpeza. A citada falha foi encontrada nas UPAs Zilda (Valparaíso de

20 Goiás), Itaipu (Goiânia) e Brasicon (Aparecida de Goiânia). Instalações elétricas Identificaram-se equipamentos de ar condicionado instalados, porém que não podem ser ligados na UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia). De acordo com a direção administrativa daquela unidade, o problema foi causado por falhas nas instalações elétricas da unidade, que não foram adequadamente construídas para suportar esses equipamentos. Nesta situação, caso as instalações não tenham sido executadas em conformidade com o projeto, impende à Prefeitura de Aparecida de Goiânia acionar a construtora para executar os devidos consertos, nos termos do art. 69 da Lei 8.666/1993. Instalações hidráulicas As instalações hidráulicas do banheiro destinado a portadores de necessidades especiais na UBS Cruzeiro do Sul (Valparaíso de Goiás) apresentavam vazamento, razão pela qual aquele banheiro estava trancado e indisponível para utilização. De igual modo, havia vazamento nas instalações hidráulicas de um banheiro da UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia). Além disso, nessa mesma unidade, foram relatados pela diretoria administrativa diversos problemas nas instalações hidráulicas daquela edificação, como vazamento nos banheiros e na lavanderia. Nesta área, inclusive, houve a necessidade de realização de reparos por parte da própria Prefeitura, já que a empresa contratada se negou a fazer os devidos reparos. Esquadrias A UPA Vila Esperança (Anápolis), embora recém concluída e ainda inoperante, já contém uma porta emperrada em razão da má execução do conjunto parede-portal-porta. Já na UPA Brasicon (Aparecida de Goiás), diversos portais e portas estão com a pintura descascada ou ainda soltando pedaços dos elementos de compensado de madeira, mostrando a insatisfatória qualidade dos materiais utilizados na construção, assim como a falta de manutenção da unidade. Projetos Embora esse quesito seja diretamente ligado à qualidade do projeto de engenharia, e não propriamente à execução, ele será tratado em conjunto com os demais a fim de demonstrar a qualidade das obras como um todo (englobando projeto, execução e manutenção).

21 Todas as unidades fiscalizadas já concluídas apresentaram algum tipo de falha relacionada aos projetos e suas especificações técnicas de materiais. Observaram-se, nos consultórios e salas de tratamento, a utilização de torneiras que necessitam do toque das mãos quando do fechamento da água, em inobservância ao item 6.2.B.4 da RDC 50/2002. Ressalta-se que, embora haja torneiras do modelo correto na UBS Céu Azul (Valparaíso de Goiás), com acionamento automatizado, elas estão colocadas apenas nos banheiros e não nos outros ambientes devidos, como consultórios e demais unidades de exame. Em afronta direta ao item 6.2.B.5 da RDC 50/2002, foram encontrados ralos instalados em ambientes onde os pacientes são examinados ou tratados. Essa impropriedade foi verificada na: UBS Céu Azul (Valparaíso de Goiás), UBS Nova Vila Jaiara (Anápolis), UPA Vila Esperança (Anápolis), UPA Itaipu (Goiânia) e UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia). Somente na UBS Cruzeiro do Sul e na UPA Zilda (ambas de Valparaíso de Goiás) foi observada a norma quanto a esse requisito. Também em inobservância ao item 4.3.a da RDC 50/2002, não foi verificada a instalação de corrimãos e/ou bate-macas nos corredores e em ambientes de circulação das seguintes unidades: UBS Cruzeiro do Sul (Valparaíso de Goiás), UBS Céu Azul (Valparaíso de Goiás), UPA Zilda (Valparaíso de Goiás), Nova Vila Jaiara (Anápolis) e UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia). Somente as UPAs Vila Esperança (Anápolis) e Itaipu (Goiânia) havia a instalação de bate-macas. Vale ainda citar, como falhas de qualidade de projeto, o aspecto ergonômico do balcão de atendimento da UPA Itaipu (Goiânia). Da maneira como construída a parede, não é possível acomodar as pernas dos atendentes sob o balcão, o que causa grande desconforto nesses profissionais, conforme relatado por eles. Ainda, destaca-se a falta de um limite físico/barreira/bate-rodas (ex: meio fio de concreto, tubo de ferro ou algo do gênero) entre os desníveis do terreno na entrada da UPA Vila Esperança (Anápolis), o que coloca em risco a segurança das pessoas e a integridade dos veículos que ali venham a estacionar. É necessário registrar que a empresa responsável pela construção da UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia), unidade com o pior estado de conservação e qualidade dentre todas as obras visitadas, foi demandada judicialmente pela Prefeitura municipal de Aparecida de Goiânia, em virtude de sua inércia quanto à solicitação daquela prefeitura para correção e reparo dos diversos vícios encontrados na citada UPA. Por essa razão, deixará de ser feita proposta específica a esse município. Menciona-se que, embora não tenha sido o foco do trabalho avaliar aspectos de qualidade nas obras ainda não concluídas, ou seja, em fase de construção, foram notados problemas de execução na UBS Mansões Paraíso. Verificou-se a falta de alinhamento na execução das vigas, com a presença de verdadeiras barrigas nesses elementos estruturais. Além do evidente comprometimento da qualidade no aspecto estético, o problema pode afetar o encaixe das esquadrias projetadas para a obra. Além disso, para nivelar as paredes, poderá ser necessário o aumento da espessura do reboco, aumentando o

22 gasto com materiais. Os problemas de qualidade verificados nas UBS e UPAs visitadas indicam haver uma série de possíveis falhas na construção e na manutenção das unidades. As causas se iniciam com a (i) baixa qualidade dos projetos, a falta de especificação ou a especificação inadequada de materiais; perpassam pela (ii) deficiência na fiscalização das obras, permitindo o uso de materiais de baixa qualidade e a execução de serviços em desajuste com os projetos; e culminam na (iii) ausência de manutenção ou manutenção insuficiente das unidades. Nesse sentido, cabe ressaltar alguns aspectos da legislação que são infringidos. Num primeiro momento, o art. 6º, incisos IX e X, da Lei 8.666/1993, que apresenta os requisitos para os projetos básico e executivos. Além dele, há a Resolução de Diretoria Colegiada n. 50, de 21/2/2002, da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (RDC 50/2002), que apresenta as exigências planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Na fase de execução das obras, há falhas no cumprimento dos arts. 66 e 67 da Lei 8.666/1993, já que alguns contratos não foram perfeitamente executados e fiscalizados pela Administração local. Por fim, verificadas falhas construtivas, os gestores devem observar o art. 69 da Lei 8.666/1993, assim como o art. 618 do Código Civil, e exigir da empresa executora que repare, corrija, remova, reconstrua ou substitua, às suas expensas, os elementos da obra nos quais se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

23 Municipio Tipo de Obra (UBS ou UPA) Nome da obra Paredes e Tetos (fissuras, infiltrações e danos na pintura) Piso (desgastados, rachados, afundamento, desnivelados) Rodapés (danificados, arredondados, com acumulo de sujeira) Instalações elétricas Instalações hidráulicas (ralos entupidos, pias entupidas, vasos sanitários entupidos) Projeto (torneiras com fechamento que necessitam de contato com as mãos, ralos nos ambientes de exame e tratamento, ausência de bate-macas nas área de circulação, ausência de corrimão, falhas de ergonomia) Esquadrias (portas emperradas, portais danificados, problemas de estanqueidade) UBS Cruzeiro do sul x x x Valparaíso UBS Céu azul x UPA Zilda x x UPA Vila Esperança x x Anápolis Nova Vila Jaiara UBS (Anexo Itamaraty) x Goiania UPA Itaipu x x x Aparecida de Goiania UPA Brasicon x x x x x x x

24 Paredes e tetos (fissuras, infiltrações, danos na pintura) Piso (desgastados, rachados, desnivelados)

25 Rodapés (danificados, acentuadamente arredondados) Esquadrias (portas emperradas, portais danificados) Instalações elétricas e hidráulicas

26 Projetos deficientes (torneiras com contato manual para fechamento; ralos em ambientes de exame/tratamento; ausência de corrimãos/bate-macas nas áreas de circulação; pequena largura de corredores; falhas de ergonomia, falhas funcionais)

27 Problemas de Execução em andamento (falta de alinhamento das vigas)

28 3.3.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado: (OI) - Contrato 134/2012, 24/5/2012, Contratação de empresa especializada em engenharia para construção de UBS no bairro Anexo Itamaraty (Nova Vila Jaiara), Essa Engenharia Ltda. (OI) - Contrato 201/2010, 16/11/2010, Prestação de serviços de obras e engenharia referentes à construção de Unidade de Pronto Atendimento - UPA no Residencial Itaipu, Elmo Engenharia Ltda. (OI) - Contrato 518/2009, 6/4/2010, Prestação de serviços de construção da Unidade de Pronto Atendimento - UPA III no Residencial Brasicom I, Alpav Engenharia e Construções Ltda. (OI) - Contrato 374/2011, 3/6/2011, Contratação de empresa especializada em construção civil para a construção da UBS no Setor Cruzeiro do Sul, JM Rebelo Construções Ltda. (OI) - Contrato 375/2011, Construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Praça Kátia do Bairro Parque Marajó, Rocha Bressan Engenharia Indústria e Comércio Ltda. (OI) - Contrato 220/2010, 24/11/2010, Contratação de empresa de engenharia para construção da Unidade de Pronto Atendimento - UPA Vila Esperança, Premium Construtora e Empreendimentos Ltda. 3.3.4 - Causas da ocorrência do achado: Deficiência por parte dos fiscais de contrato na aprovação dos projetos básicos e no recebimento definitivo das obras. 3.3.5 - Efeitos/Conseqüências do achado: Aquisições ou contratações que não atendem à necessidade do órgão (efeito real) - A qualidade deficiente dos projetos e serviços executado compromete o bom funcionamento da unidade e, consequentemente, prejudica toda a população que faz uso dela. 3.3.6 - Critérios: Lei 8666/1993, art. 6º; art. 66; art. 67; art. 69; art. 73, 2º; art. 73, inciso I, alínea b; art. 73, inciso ii, alínea b; art. 76 Lei 10406/2002, art. 618 Resolução 50/2002, Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, art. 4.3; art. 4.4; art. 6.2, item C.2; art. 6.2, item B.4; art. 6.2, item B.5 3.3.7 - Evidências: Evidências fotos achado qualidade deficiente..

29 Ação cautelar contra empresa construtora da UPA - Ação cautelar contra empresa construtora da UPA.. 3.3.8 - Conclusão da equipe: As obras concluídas fiscalizadas apresentaram, em sua totalidade, falhas na qualidade de seus projetos, em desrespeito aos comandos da Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa n. 50/2002. Verificaramse na UBS Cruzeiro do Sul (Valparaíso), na UPA Vila Esperança (Anápolis) e na UPA Itaipu (Goiânia), problemas pontuais de serviços mal executados. Nesses casos, os vícios encontrados devem ser objeto de correção por parte das empresas contratadas, razão pela qual será proposta comunicação a esses municípios para que adotem as devidas providências para resguardar o erário e os interesses da população. Já no caso particular da UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia), foram encontrados, além das falhas de projeto, diversos serviços mal executados, dos quais citam-se: fissuras, infiltrações e danos na pintura das paredes; fissuras no piso interior, descolamento e tijolos quebrados no piso exterior; problemas nas instalações elétricas e hidráulicas;e portas e portais danificados. A tabela anexa ilustra essa situação relatada. Os graves defeitos de qualidade citados demandariam outras ações por parte desta Corte de Contas, que não só o tratamento das questões no processo consolidador. Nota-se, entretanto, que aquele Município já ingressou com ação judicial contra a empresa contratada, ante sua inércia na correção dos vícios apontados. Por esse motivo, entende-se que essas irregularidades deverão ser tratadas apenas no consolidado da presente FOC, de modo que haja proposições ao Ministério da Saúde para que acompanhe e adote as devidas providências com relação a essa unidade específica. Verifica-se, ainda, no recente Acórdão 1.101/2014-TCU-Plenário, de relatoria do Sr. Ministro Benjamin Zymler, que, ao apreciar casos semelhante de falhas de qualidade em obra de UPAs, o TCU determinou ao Ministério da Saúde que orientasse os municípios executores das obras a observarem o Acórdão 853/2013-TCU-Plenário. Neste aresto, a Corte determinou ao Ministério do Planejamento que orientasse, na sua esfera de competência, a adoção de medidas para recebimento das obras contratadas com recursos federais. Tais medidas objetivam que os entes que receberem recursos federais exijam, para fins de recebimento definitivo das obras, comprovação do habite-se, as built, ligações definitivas de energia, água, telefone e gás; bem como outros documentos que resguardem a administração pública quanto à boa e regular execução do objeto. Em função disso, no processo consolidador, tal questão poderá ser abordada com mais detalhe. Considerando, assim, que a presente metodologia de auditoria será aplicada com representantes de outras regiões brasileiras, uma vez que esta auditoria-piloto faz parte de uma Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC), no âmbito da temática Infraestrutura da Saúde, os resultados obtidos neste relatório serão tratados, juntamente com os dos outros estados participantes, de forma sistêmica, no relatório consolidador (TC 034.411/2013-5).

30 Por fim, com vistas ao aprimoramento da ação de controle empreendida, será proposto dar conhecimento deste relatório aos municípios fiscalizados nesta auditoria-piloto. 3.4 - Inobservância dos requisitos legais e técnicos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 3.4.1 - Tipificação do achado: Classificação - outras irregularidades (OI) 3.4.2 - Situação encontrada: Executadas as visitas às instalações já concluídas de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), identificou-se que grande parte dos requisitos de acessibilidade analisados não se faziam presentes, demonstrando que os projetos dessas unidades não previram, na sua maior parte, soluções compatíveis com a Norma ABNT NBR 9050/2004. De acordo com o art. 11 da Lei 10.098/2000, as construções de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de forma que se tornem acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Em complemento, a norma ABNT NBR 9050/2004 apresenta critérios de acessibilidade à edificações e equipamentos urbanos. Quanto a este tópico, não foram avaliadas as obras que se encontram em estágio inicial de construção. Nas obras em estágio final de execução, foram analisados somente aspectos relacionados aos elementos já construídos. Além dessas, todas as unidades em funcionamento foram objeto de análises quanto a este requisito. As unidades avaliadas quanto aos requisitos de acessibilidade foram: Município de Anápolis UPA Vila Esperança; UBS Anexo Itamaraty (Nova Vila Jaiara); Município de Aparecida de Goiânia UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia); Município de Goiânia UPA Itaipu;

31 Município de Valparaíso de Goiás UPA Zilda Arns; UBS Céu Azul; UBS Cruzeiro do Sul. Conforme registro fotográfico em anexo, foram verificadas diversas impropriedades quanto à acessibilidade nas unidades de saúde vistoriadas nas cidades do estado de Goiás. Nenhuma das unidades que estão em funcionamento contém vagas de estacionamento reservadas para portadores de necessidades especiais, contrariando o disposto no item 6.12.3 da NBR 9050/2004. Destaque-se, no entanto, que as unidades a seguir contêm estacionamentos para mais de dez veículos, conectados por calçada à portaria da unidade: UPA Vila Esperança (Anápolis), UPA Brasicon (Aparecida de Goiânia) e UPA Itaipu (Goiânia). Quanto ao balcão de atendimento da recepção, verificou-se que, com exceção da UPA Itaipu (Goiânia), todas as demais unidades possuem balcões com altura superior a 90 cm, em desconformidade com o item 9.5 da NBR 9050/2004. Cabe ressaltar ainda que, apesar de estar formalmente acima da altura permitida, o balcão de atendimento da UPA Brasicom (Aparecida de Goiânia), com 92 cm, não inviabiliza a utilização pelo portador de necessidades especiais. Quanto à largura dos corredores, todas as unidades em funcionamento possuem a maior parte dos seus corredores atendendo à largura mínima de 1,50 m, conforme item 6.9.1 da norma. Algumas exceções foram verificadas pontualmente. A UPA Brasicon possui a extremidade de um dos seus corredores com largura de 1,37 m. Da mesma forma, a UPA Itaipu apresenta pontos específicos onde a largura do corredor cai para 1,15 m. Já a UBS Cruzeiro do Sul possui restrições pontuais, com a presença de cadeiras e outros móveis, limitando o espaço de circulação a menos de 1,50 m de largura. Quanto à existência de rebaixamento nas calçadas, item 6.10.11 da norma supraindicada, a UBS Céu Azul foi a única que não apresentou qualquer rebaixamento, não tendo sequer calçadas ao seu redor, impedindo completamente o acesso a cadeirantes e outros portadores de mobilidade reduzida. Ainda quanto ao rebaixamento das calçadas, convém destacar que a UPA Brasicon, a UPA Itaipu e a UBS Cruzeiro do Sul possuem rebaixamento em suas calçadas de acesso, porém, com pequenos desníveis ou sobressaltos que podem vir a dificultar o acesso de usuários com cadeiras de rodas, que teriam que vencer esses obstáculos iniciais para acessar a unidade. Vale destacar ainda que o piso das calçadas de acesso à UPA Brasicom é constituído por paralelepípedos com superfície em condições irregulares, o que gera maior dificuldade à circulação com de cadeiras de rodas. Ainda, foi comum nas unidades vistoriadas a presença de rampas ou rebaixamento de calçadas com inclinação maior que 1:12, salvo na UBS do Conjunto Habitacional Filóstro Machado (em construção na cidade de Anápolis) e na UPA Vila Esperança, onde as inclinações aferidas se mostraram