EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A FORMAÇÃO INICIAL DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Prof. Ms. Mário Molari¹ Prof.ª Dr.ª Ieda Parra Barbosa Rinaldi 2 Prof.ª Dr.ª Roberta Cortez Gaio 3 Este trabalho teve como objetivo analisar como a inclusão escolar está inserida nos projetos pedagógicos e nos programas de ensino dos cursos de licenciatura em Educação Física de instituições de ensino superior, públicas e privadas, do Estado do Paraná. Deste estudo do tipo descritivo, participaram 12 instituições de ensino superior do Paraná, sendo duas públicas e dez privadas. Para a coleta dos dados, foi utilizado um questionário e programas de ensino da disciplina Educação Física Adaptada das instituições pesquisadas. Os dados foram tratados por meio de análise de conteúdo (BARDIN, 1977) e análise documental. Constatou-se que a quantidade de horas destinadas ao conteúdo de inclusão, nos cursos superiores de educação física, é pequeno, portanto insuficiente e as estratégias de ensino presentes nos programas investigados concentram-se em esportes adaptados e/ou adaptação de modalidades esportivas, e pouco aparecem estratégias e metodologias sobre como transformar a aula de Educação Física num ambiente em que todas as crianças possam vivenciar as mesmas atividades de maneiras diversas. Palavras-chave: inclusão, educação física, formação de professores 1. INTRODUÇÃO Neste início de século, as transformações que vêm ocorrendo de forma rápida e inovadora, em diversas áreas, têm provocado uma mudança nas atitudes e nos comportamentos de todos aqueles que fazem parte da sociedade. O fato dos resultados obtidos por esses avanços terem afetado diretamente os sistemas educacionais fez com que as Instituições de Ensino Superior (IES) buscassem se reorganizar. Um dos grandes desafios da educação nesta década é possibilitar a todos os alunos o acesso a uma educação básica de qualidade, oferecida numa escola que apresente um ambiente inclusivo e proporcione uma relação próspera na qual as diferenças encontradas em cada indivíduo sejam uma forma de desenvolver a cidadania e sociabilidade entre todos (MATOAN, 2006). Entretanto, isso só será possível se as IES, juntamente com os órgãos governamentais responsáveis pela educação do país, propuserem-se a criar iniciativas em prol de uma educação inclusiva em todos os níveis de ensino,
organizando ações para que haja um direcionamento metodológico na formação profissional dessas instituições, garantindo que os conteúdos pertinentes à educação inclusiva possam estar presentes nas ementas das disciplinas ministradas pelos professores, no projeto pedagógico, no regulamento de estágio supervisionado, ou seja, no contexto da formação inicial. No que diz respeito à inclusão, é preciso considerar que o movimento de inclusão escolar e social começou a se fortalecer mundialmente a partir da Declaração Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990), da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) e, no Brasil, com a Lei de Diretrizes da Educação Nacional, Lei n o 9.394/96 (BRASIL, 1996). Senso assim, esta é uma discussão que deve ser feita no âmbito dos cursos de Licenciatura em Educação Física, para que os futuros professores se tornem aptos para atender crianças com deficiência e criar ambientes mais inclusivos no contexto escolar. Face ao disposto, pretendeu-se com este estudo responder o seguinte questionamento: o programa da disciplina de Educação Física Adaptada dos cursos de Licenciatura em Educação Física de universidades do Estado do Paraná aborda a inclusão escolar em seus ementários? Como o professor da disciplina de Educação Física Adaptada aborda a inclusão em sua ação docente? Neste contexto, o objetivo deste estudo foi de analisar como a inclusão escolar está inserida nos projetos pedagógicos e nos programas de ensino dos cursos de licenciatura em Educação Física em universidades públicas e privadas do Estado do Paraná. 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este estudo caracteriza-se como do tipo descritivo, pois nele o pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir, assim como saber que atitudes, pontos de vista e preferências têm os professores que ministram a disciplina de educação física adaptada (RUDIO, 2003).
Por meio dos critérios de seleção definidos no estudo chegou-se a um universo de 20 instituições de ensino superior que possuem o Curso de Educação Física dentro do recorte escolhido pelos pesquisadores, qual seja: (a) ofertar o curso de licenciatura em educação física conforme está estabelecido nas Resoluções CNE/CP n.01 e 02/2002; e 2) estar credenciado no Ministério da Educação e Cultura como universidade ou centro universitário. Dessa forma, as 20 instituições que possuem o curso específico de licenciatura em Educação Física, receberam o material da pesquisa (envelope contendo o termo de consentimento e o questionário, bem como a solicitação da entrega do programa de ensino) por intermédio do coordenador de curso, em reunião do Conselho Regional de Educação Física do Paraná, que aconteceu em Curitiba no dia 23 de abril de 2011. Entretanto, a amostra da pesquisa, considerando o retorno dos questionários, foi composta por 12 instituições (duas públicas e dez privadas), posto que somente 12 professores assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, e responderam o questionário. Para coleta dos dados foi utilizado um questionário adaptado ao de Gomes (2007), com perguntas abertas e fechadas. Os pontos abordados no questionário foram: perfil do docente; informações gerais sobre a disciplina de educação física adaptada; a temática da inclusão escolar e a relação com a formação profissional em educação física. Para tratamento dos dados encontrados nos programas das disciplinas foi utilizada análise documental, buscando de acordo com Belo, Duarte e Gaio (2009) quais disciplinas, em seus ementários, conteúdos, objetivos e bibliografia, relacionam a inclusão como prática pedagógica com a educação física escolar, entendendo que a inclusão deve ser um processo regular na escola. Posteriormente, para complementar a análise documental e para verificar a interligação da disciplina de Educação Física Adaptada com o contexto geral do curso; utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, que é uma forma eficiente de organizar os dados para visualização e entendimento dos resultados. Segundo Bardin (1977) a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens (p. 38).
Por fim, vale ressaltar que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética protocolado na Universidade Norte do Paraná com o número PP/0278/09. 3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Ao analisar as ementas da disciplina de educação física adaptada nos cursos em Licenciatura em Educação Física do Paraná percebe-se que nenhuma apresentava direcionamento para a temática da inclusão, sendo esse um indicador de que o conceito e os conteúdos relacionados à Educação Inclusiva parecem não serem discutidos nas disciplinas de educação física adaptada do estado. Na figura 1 são apresentados os temas das ementas - 30% aspectos biológicos, 20% saúde e bem estar, 40% esporte adaptado e 10% conhecimentos centrados na Educação Física. Figura 1 Temas das ementas da disciplina Educação Física Adaptada As ementas têm um significado importante na construção dos programas de ensino, pois servem como mapa para distribuir os conteúdos a serem colocados em prática durante as aulas na disciplina de Educação Física Adaptada. É importante reconhecer que as ementas e programas de ensino são resultantes das concepções das pessoas que os elaboram (além de resultarem das leis e da literatura). Concepções que trazem toda a história de vida desses profissionais (BORELLA, 2010, p. 123).
Um estudo feito por Borella (2010), relatou que das quarenta e seis instituições de ensino superior que oferecem o curso de Educação Física com as duas habilitações: licenciatura e bacharelado, trinta e quatro utilizavam das mesmas ementas em ambas as habilitações, o que pode ser um equívoco, pois cada curso contempla princípios e desenvolvimentos distintos (BORELLA, 2010). As questões pertinentes de uma educação para a inclusão devem estar presentes nas ementas que irão tratar da temática referente às pessoas com deficiência no contexto escola, pois a inclusão é uma ação inovadora e aliada para os tempos atuais, por propor novas práticas pedagógicas na escola e conduzir o sistema escolar a buscar o atendimento para todos os alunos. As dimensões dessas perspectivas são: motivar a escola e o professor a observarem as dificuldades dos alunos num panorama geral; criar estratégias de ensino inovadoras que deem soluções para o sistema educacional ampliando possíveis soluções, pois até então estávamos limitados a um sistema tradicional e antigo (MANTOAN, 2006). No estudo feito por Gomes (2007), com 11 professores de 8 instituições de ensino superior e 463 alunos desses respectivos professores, os resultados apresentam que a base teórica da disciplina de Educação Física Especial (terminologia utilizada nesse estudo) predomina o modelo médico, ficando o modelo educacional de maneira discreta, mostrando que a disciplina de Educação Física Especial é trabalhada de forma isolada na grade curricular nos cursos de educação física com uma carga horária pequena perante a necessidade que se vê na sociedade atual. Fonseca (2009) realizou uma pesquisa com 12 alunos e 7 professores do 5º período do curso de licenciatura em Educação Física, sendo entrevistados todos os professores daquele período com o objetivo de enriquecer os dados, além de ter sido feita uma análise documental de todas as ementas (um total de 37) que fazem parte das disciplinas obrigatórias que compõe o currículo dos licenciados em Educação Física da UFRJ. As conclusões desse estudo mostram que 57,14% dos docentes entrevistados percebem a inclusão em educação como um conceito amplo; 58,33% dos alunos vinculam a inclusão à deficiência; 75% dos alunos e 85,71% dos
docentes relataram ausência de discurso do tema inclusão no curso de educação física em licenciatura. As estratégias que são utilizadas para ensinar a Educação Física Adaptada apresentou a dificuldade encontrada pelos docentes em relação à propostas inclusivas. Isto é, propostas que atendam a todas as crianças e jovens sem distinção nas quais predomine ambientes mais inclusivos nas aulas de educação física. A apresentação na figura 2 demonstra que 60% dos professores abordam, em suas aulas, conteúdos teóricos que envolvem o ensino por meio de textos, palestras, seminários e conceitos sobre as deficiências; 30% sobre esporte adaptado; 5% de abordagens sobre a temática da inclusão e 5% visitas a escolas especiais. Figura 2 Estratégias de ensino da Educação Física Adaptada As aulas, na disciplina de Educação Física Adaptada, continuam tendo um enfoque de adaptação. Adaptar atividades relacionadas às deficiências é bem aceito quando as atividades levam os alunos a vivenciarem e entenderem quais as características de uma determinada deficiência. Entretanto, quando isso se torna o foco principal da aula perde-se a ideia central da inclusão. O ensino comum, juntamente com o despreparo dos professores devido à escassez de propostas inclusivas, faz com que se crie uma cultura de incapacidade de conviver com situações que envolvam crianças com
deficiência num mesmo ambiente em que hajam crianças sem nenhum comprometimento no ensino regular (MANTOAN, 2006). Segundo Freitas (2006), o princípio fundamental da escola (ou ensino) inclusiva é que todos devem aprender juntos, indiferentes de suas dificuldades ou talentos. Criar um ambiente em que todas as crianças aprendam a conviver juntas numa mesma atividade proporciona a aquisição de valores expressivos relacionados ao respeito ao ser humano e, dessa forma, serão no futuro indivíduos mais cooperativos, solidários e com uma compreensão de que no mundo há espaço para todos aqueles que apresentam algum tipo de comprometimento. Segundo Mantoan (2006), não há porque continuar justificando diferentes motivos para que a inclusão, daqueles alunos com dificuldades na escola comum, não ocorra, haja vista que nem todas as características consideradas anormais encontradas nas pessoas acabam por transformá-las em diferentes, inferiorizando-as. Na verdade, as diferenças e as igualdades são características de cada um. Santos (1995, p. 7) complementa, na compreensão da área desse estudo no que diz respeito a uma educação física aberta as diferenças, é preciso que tenhamos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza. A diferença é uma característica de todo ser humano, pois todos nós somos diferentes em termos de estatura, cor, conhecimento, atitudes e da própria realidade que nos cerca. O importante é a compreensão do diferente como forma de compreender o que somos realmente. Entretanto, é indiscutível que o diferente causa rupturas sociais e educacionais quando desacreditada. Em relação a estratégias de ensino, para se criar ambientes mais inclusivos nas aulas de educação física no contexto escolar existem algumas propostas que podem nos auxiliar no planejamento e desenvolvimento das aulas. Temos por exemplo os estudos nessa perspectiva apresentados por Sassaki (1996), nos quais é feita uma sugestão de medidas de acessibilidade que pode auxiliar na construção do planejamento de aula com deficiência num mesmo ambiente de outras crianças sem nenhum comprometimento, sugere-se algumas medidas (arquitetônica, metodológica,
instrumental, comunicacional, programática e atitudinal) que facilitam para que a aula ocorra de maneira prazerosa e inclusiva. Num estudo feito por Belo, Duarte e Gaio (2010, p. 150), verificou-se que as Instituições de Ensino Superior, em especial as que possuem os cursos de licenciatura em Educação Física, precisam assumir de forma efetiva, o seu papel de formadora de profissionais de ensino para atuar frente à diversidade. Dessa forma, que as disciplinas que compõe o currículo, assim como também as discussões sobre o processo de inclusão das pessoas com deficiência ainda estão distante do ideal necessário para uma boa formação profissional em Educação Física para atuarem em ambientes inclusivos. 4. CONCLUSÃO Em relação aos conteúdos trabalhados na disciplina de Educação Física Adaptada observou-se que os esportes adaptados e ou paralímpicos são explanados e vivenciados como foco central, ficando a temática da inclusão, muitas vezes, numa abordagem superficial e insuficiente, mesmo sendo cursos de licenciatura, que deveriam privilegiar o desenvolvimento de conteúdos a serem ministrados na escola. Outro ponto evidente, é que aulas com teor teórico sobre a inclusão ou até mesmo as horas destinadas às visitas as instituições de educação especial, devem vir acompanhadas com uma intervenção do docente da disciplina de educação física adaptada, que pode direcionar estas experiências em organizações metodológicas a serem utilizadas em ambientes inclusivos nas aulas de educação física no ensino regular. Concluindo, o que se observa é que o programa de ensino da disciplina de educação física adaptada contempla uma quantidade muito maior de conteúdos pertinentes à saúde e bem-estar das pessoas com deficiência, assim como também, um olhar para as aulas destinadas às adaptações das diversas modalidades esportivas já aprendidas em outras disciplinas, estimulando o desenvolvimento de atividades motoras, especificamente, para uma única deficiência a cada aula. Isto é muito relevante e necessário, porém não contempla o paradigma da inclusão, o que deveria ser estudado, se não concomitante, em outro momento, principalmente em se tratando de cursos de licenciatura em educação física.
REFERÊNCIAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. BELO, Ana Zélia Vieira; DUARTE, Edison; GAIO, Roberta. Educação Física & Inclusão: a formação profissional em questão. In: SOUZA-LEITE, Célia Regina Vieira; MATTOS, Maria de Fatima Costa de. Constituição do sujeito: história, educação e gênero. São Paulo: Iglu, 2009. p. 143-161. BORELLA, Douglas Roberto. Atividade física adaptada no contexto das matrizes curriculares dos cursos de educação física. 2010. 164 f. Tese de Doutorado - Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2010. CONFEF CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Parecer CNE/CES nº 215, de 11 de março de 1987b. Dispõe sobre a reestruturação dos cursos de graduação em Educação Física, sua nova caracterização, mínimos de duração e conteúdo. Disponível em: <http://www.confef.org.br/extra/juris/mostra_lei.asp?id=59>. Acesso em: 29 jun. 2011. BRASIL. Conselho Federal de Educação. Resolução nº 03, de 16 de junho de 1987a. Fixa os mínimos de conteúdo e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física (Bacharelado e/ou Licenciatura Plena). Disponível em: <http://www.ufpb.br/sods/consepe/resolu/1990/ Res0387-cfe.htm>. Acesso em: 29 jun. 2011. BRASIL. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução n. 01 de 18 de fevereiro de 2002, Brasília, DF:Diário Oficial da União, 9 de abril de 2002. BRASIL. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução n. 02, de 19 de fevereiro de 2002. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 4 de março de 2002. BRASIL. Ministério da educação. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. LDB 9.394. Brasília: MEC, 1996. FONSECA, Michele Pereira de Souza. da. Inclusão: culturas, políticas e práticas de inclusão na formação de professores de Educação Física da UFRJ. 2009. 262 f. Tese de Doutorado Educação Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. FREITAS, M. C. Desigualdade social e diversidade cultural na infância e na juventude. São Paulo: Cortez, 2006. GOMES, Nilton Munhoz. Análise da disciplina educação física especial nas instituições de ensino superior públicas do Estado do Paraná. 2007. 198 f. Tese
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