ESTUDO EXPLORATÓRIO COMPARANDO A MEMÓRIA AUDITIVA E VISUAL NO ESPECTRO AUTÍSTICO

Documentos relacionados
A EFICÁCIA DA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA FONOAUDIOLÓGICA NOS DISTÚRBIOS DO ESPECTRO AUTÍSTICO

Quadro 1 Distribuição das crianças da amostra, de acordo com os critérios selecionados

Palavras-chave: Educação Especial, Educação Infantil, Autismo, Interação. 1. Introdução

TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA

EFICÁCIA DA INTERVENÇÃO DE LINGUAGEM EM CRIANÇAS AUTISTAS DE 1 A 4 ANOS DE IDADE

Um Estudo das Funções Executivas em Indivíduos Afásicos

Trajetória de aquisição e desenvolvimento de fala de crianças autistas com e sem história de regressão autística

Análise da fluência de fala em Síndrome de Williams

H - ÁREA PROFISSIONAL FONOAUDIOLOGIA FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR EM FUNÇÕES OROFACIAIS. Supervisora: Profª Drª Cláudia Regina Furquim de Andrade

Evolução da criança autista a partir da resposta materna ao autism behavior checklist****

TERAPIA INTERDISCIPLINAR NOS TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO

ATIVIDADE MOTORA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO TEA

As dificuldades na abordagem de adultos autistas e conseqüências concretas

Variação sociolinguistica e aquisição semântica: um estudo sobre o perfil lexical pelo teste ABFW numa amostra de crianças em Salvador-BA

Adultos com Trissomia 21

Constituição de 88, artigo 205 Nota técnca 4/2014 do MEC LEI Nº , DE 6 DE JULHO DE 2015.

Análise do Reconhecimento Populacional das Figuras do Teste MT Beta 86 modificado

CARACTERÍSTICAS NEUROPSICOLÓGICAS ENCONTRADAS EM TRÊS CRIANÇAS COM SÍNDROME DE TOURETTE Carolina Magro de Santana Braga 1

Luciana Brooking T. Dias

PANLEXIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO DENTRO DO PROGRAMA TEACCH NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM AUTISMO E COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

ANÁLISE DAS PRINCIPAIS PUBLICAÇÕES SOBRE INCLUSÃO SOCIAL E FAMILIAR NO AUTISMO INFANTIL RESUMO

CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DE BRASÍLIA UM PROJETO PEDAGÓGICO COMPATÍVEL COM O MUNDO ATUAL: CONTRIBUIÇÕES DAS NEUROCIÊNCIAS. Dra.

O desenvolvimento neurológico é o processo cerebral básico necessário para a aprendizagem e a produtividade.

Fonoaudióloga clínica e educacional

Parâmetro de tempo para intervenção fonoaudiológica direcionada a crianças com distúrbios do espectro do autismo

O Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia da PUC-SP sugere a apresentação das teses em forma de estudos. Sendo assim, esta tese é

NECESSIDADE EDUCATIVA ESPECIAL, AUTISMO

COMUNICAÇÃO E RECURSOS AMBIENTAIS: ANÁLISE NA FAIXA ETÁRIA DE 1 A 3 ANOS.

CRDA CENTRO DE REFERÊNCIA EM DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM DISORTOGRAFIA E DISCALCULIA

ADAPTAÇÃO DO SUBTESTE DE VOCABULÁRIO ILUSTRADO DO STANDFORD-BINET IV

SÍNDROME DE ASPERGER E AUTISMO

INTERVENÇÕES CLÍNICAS E EDUCACIONAIS VOLTADAS PARA AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: REVISÃO SISTEMATIZADA DA LITERATURA

O QUE É O TRANSTORNO DO ESPECTRO DO APRESENTA. Dificuldades nas relações sociais e emocionais.

Transtornos Funcionais Específicos: compreender para ensinar

Introdução. Autista (TEA).

TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO TGD

REUNIÃO CLÍNICA: PERDA AUDITIVA E ATRASO DE LINGUAGEM

Neuropsicologia e aprendizagem: uma abordagem multidisciplinar 5. Sumário. Apresentação. Panorama das relações entre Neuropsicologia e Aprendizagem

Atribuição de estados mentais no discurso de crianças do espectro autístico

Plano de/ Intervenção

Prevalência de alterações fonoaudiológicas em crianças de 5 a 9 anos de idade de escolas particulares

A EFICÁCIA DA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA FONOAUDIOLÓGICA NOS DISTÚRBIOS DO ESPECTRO DO AUTISMO

METODOLOGIAS ADAPTADAS PARA AUTISTAS EM DUAS APAES DO PARANÁ

Neurônios da leitura: o cérebro da pessoa com dislexia Prof.ª Priscila de Sousa Barbosa

Interferências de Estímulos Visuais na Produção Escrita de Surdos Sinalizadores com Queixas de Alterações na Escrita

Cartilha de Orientação. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) Abril/2018

INCLUSÃO ESCOLAR DE EDUCANDOS COM TEA. Michele Morgane de Melo Mattos

Uso de Medicação Psicotrópica em uma Grande Instituição para Deficientes Mentais - I(1)

Aspectos neurológicos da deficiência mental (DM) e da paralisia cerebral (PC) - IV Congresso Paulista da ABENEPI - VI(s1)

ESCOLA X AUTISMO PERCEPÇÃO DOS PAIS

Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH

O que é o Autismo? Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do Espectro do Autismo

Laboratório de Investigação Fonoaudiológica da Fluência, Motricidade e Funções Orofaciais do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da

RELATÓRIO SOBRE A PESQUISA EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UM INSTRUMENTO EXECUTIVO INFORMATIZADO INFANTIL: JOGO DAS CARTAS MÁGICAS

Avaliação Fonoaudiológica em Neurologia / Educação: Linguagem e Fonologia.

Transtornos do desenvolvimento (comportamento e aprendizagem)

NÚCLEO DE APOIO ACADÊMICO NAAC

MEMÓRIA DE TRABALHO E LINGUAGEM EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

Desafios da inclusão escolar e

RASTREIO DE ESCOLARES COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DO 3 AO 5 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO DE CASO

Pp. Patrícia Leuck SINDPSICOPp-BR 170

Avaliação neuropsicológica. Medindo a mente através do comportamento

Estratégias em Telesserviços. Josimar Gulin Martins 1

Adoção / Adolescência / Afasia / Afetividade / Agressividade / AIDS / Anóxia / Ansiedade / Arte / Autismo / Autismo & Cognição / Autismo & Linguagem

TG D Fon o t n e t : e : CID 10 1

COGNIÇÃO e DOR. Fabiana Goto. Neuropsicóloga Especialização em Dor HCFMUSP LINEU Laboratório de Investigações em Neurociências IPq HCFMUSP

- RECENSÃO CRÍTICA -

Cargo: Terapeuta Ocupacional (1 vaga) / Macaíba (RN)

Memória & Atenção. Profa. Norma M.Salgado Franco

MAPA CONCEITUAL E A MODELAGEM CONCEITUAL DE SISTEMAS DE HIPERTEXTO

Prevalência de transtornos mentais em pacientes com ulceração

A partir da década de 1990, no Brasil e no mundo, o paradigma tende a ser deslocado da integração para a inclusão. A Educação Inclusiva surgiu, e vem

BPR-5 BATERIA DE PROVAS DE RACIOCÍNIO. Leandro S. Almeida & Ricardo Primi

Desempenho sócio-cognitivo e diferentes situações comunicativas em grupos de crianças com diagnósticos distintos

DIFICULDADES ESCOLARES

Universidade Federal do Paraná Departamento de Estatística Disciplina CE001 Bioestatística Turma A Prof. Cesar Augusto Taconeli

PSICOPEDAGOGIA,INCLUSÃO E O ATENDIMENTO A PESSOA COM AUTISMO

TEA Módulo 1 Aula 5 Genética no Autismo

Transtornos de Aprendizagem. Carla Cristina Tessmann Neuropsicóloga

Nome: G.A.S. Data de nascimento:20/12/2001. Idade : 9 anos e 3 meses. Encaminhado por: Psicologia e Neuropediatria

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE HABILIDADES AUDITIVAS E METALINGUISTICAS DE CRIANÇAS DE CINCO ANOS COM E SEM PRÁTICA MUSICAL INTRODUÇÃO

Residência Médica 2019

INTERFACE DOS DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS COM A NEUROLOGIA

PROBLEMA NA LINGUAGEM ESCRITA: TRANSTORNOS OU DIFICULDADES?

TATIANE RIBEIRO VILAS BOAS Fonoaudióloga

SAC e Rendimento Escolar: Estudo exploratório com alunos do ensino básico do concelho de Évora

Anais do Simpósio de Iniciação Científica FACLEPP UNOESTE 1 RESUMOS DE PROJETOS...2 RESUMOS COM RESULTADOS...5

Dra Marcella Rabassi de Lima Endocrinologista pediatra-fepe

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA. Adriana Jennifer Lopes Ribeiro Rosa

Transcrição:

ESTUDO EXPLORATÓRIO COMPARANDO A MEMÓRIA AUDITIVA E VISUAL NO ESPECTRO AUTÍSTICO Priscila K.V.Castro; Ana Carina Tamanaha; Marcia R.F.Marteleto; Jacy Perissinoto Departamento de Fonoaudiologia Universidade Federal de São Paulo Palavras Chave: Autismo Síndrome de Asperger Memória INTRODUÇÃO A tendência atual sobre a neurobiologia dos transtornos do espectro autistico considera que os indivíduos acometidos por condições como o Autismo Infantil e a síndrome de Asperger, apresentam alterações no modo de funcionamento do cérebro social. O cérebro social é definido pelo conjunto de regiões cerebrais que são ativadas durante o desempenho de atividades sociais 1. Portanto, algumas cadeias associativas ou redes neurais são desenhadas para sustentar as ações sociais. As diferentes inabilidades sociais descritas em crianças pertencentes ao espectro autistico nos permitem supor que talvez haja um desenho do cérebro social com modos de funcionamento distintos, o que acarretará posteriormente, prejuízos na comunicação. Um exemplo deste mecanismo é a compreensão de que falhas na interação social decorrem de falta de entendimento das regras sociais que estão muitas vezes implícitas na rotina social. Uma série de circuitos integrados, que envolvem a recuperação da memória (estruturas como hipocampo e amígdala), da integração da percepção (sistema límbico e áreas associativas) e da programação do que fazer com essas ativações (que dependem das projeções frontais e possivelmente do cerebelo) encontram-se com baixa ativação ou total desativação em exames de neuroimagem. 1 Neste sentido, estudos direcionados para a identificação de endofenótipos associados ao espectro autistico, tais como a habilidade de memória, permitem explorarmos o substrato neural responsável pelos processos de socialização e comunicação. Sabemos da importância das habilidades relacionadas ao processamento de informações mesmo em momento anterior à emergência da linguagem verbal, pois o acúmulo de experiências decorrentes de memorização propicia ao indivíduo maior velocidade e eficiência para o aprendizado social. O desenvolvimento da memória infantil se vincula fortemente com o desenvolvimento da comunicação e da linguagem oral, é importante salientar que a linguagem e a memória são dois sistemas que devem funcionar integrados, e isso pode ser observado por meio de respostas motoras, visuais e comunicativas dos indivíduos a estímulos ambientais novos e antigos. A hipótese que consideramos neste estudo é de que tarefas que envolvam habilidade de memória devem ser processadas de modo diferenciado no Autismo e na Síndrome de Asperger. Crianças autistas, por exemplo, devem ter mais facilidade

em tarefas de memória visual em detrimento às tarefas de memória auditiva, uma vez que os estímulos visuais são processados de modo mais concreto. Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar e comparar as habilidades de memória auditiva e visual de crianças pertencentes ao espectro autistico. METODOLOGIA Trata-se de estudo transversal. (CEP 59/9). Amostra Foi constituída por crianças, de ambos os sexos, com média de idade de 8 anos, diagnosticadas, por equipe multidisciplinar, com Autismo Infantil (17) e Síndrome de Asperger (3) 3,, e atendidas no Núcleo de Investigação Fonoaudiológica da Linguagem em Crianças e Adolescentes nos Transtornos Globais do Desenvolvimento NIFLINC-TGD, do Departamento de Fonoaudiologia da UNIFESP. Todas encontravam-se matriculadas regularmente em escolas de ensino infantil ou fundamental. As avaliações audiológicas e neurológicas indicaram resultados dentro dos parâmetros de normalidade. Três crianças obtiveram quociente intelectual considerado normal, quatro foram classificadas com retardo mental de grau leve, dois com grau moderado e onze com severo. 5 Procedimentos Para avaliar a memória visual e auditiva utilizamos os subtestes de memória visual de contas e objetos e para a memória auditiva, os subtestes de sentenças e dígitos, todos pertencentes á Escala de Inteligência Stanford-Binet, 5 aplicado individualmente na rotina de atendimento do NIFLINC-TGD. Para análise dos resultados consideramos os resultados obtidos em cada subteste e posteriormente, correlacionados quanto à idade, tempo de escolaridade e de intervenção terapêutica. Método Estatístico O tratamento estatístico adotou nível de significância de,5. A análise foi descritiva e para as correlações foi usado o coeficiente de Pearson. RESULTADOS auditiva. No Gráfico 1 temos as comparações entre as provas de memória visual e

8 7 Comparações entre as provas visuais e auditivas 7, Média 5 3,8 1 1,55 1,75 Na tabela 1 podemos observar a correção entre as variáveis idade, tempo de escolaridade, pontos brutos na Stanford-Binet Intelligence Scale e os índices de memória visual e auditiva. Tabela1 - Correlação entre o desempenho dos pacientes e as variáveis quantitativas Idade Escolaridade (meses) Stanford Binet I.Scale,3,1,91,,38,9,5,5,93,,5,5 No Gráfico podemos observar a relação entre o desempenho das crianças nas provas de memória visual e auditiva e o diagnóstico. média 1 1 1 1 8 Média das provas visuais e auditivas x Diagnóstico 11,,5 3,7 1, 1,7 3,1 5,3 1,1 Autismo Asperger No Gráfico 3 podemos observar a relação entre o desempenho das crianças nas provas de memória visual e auditiva e a execução de intervenção terapêutica. média 1 9 8 7 5 3 1 Média das provas visuais e auditivas x Intervenção 8,7,,1 1, 7,3 3,5 3,3,9 sem terapia Terapia fono

DISCUSSÂO A análise dos resultados mostrou que os indivíduos, de modo geral, apresentaram melhor desempenho na tarefa de memória visual de contas, seguido da memória auditiva de sentenças, memória auditiva de dígitos e memória visual de objetos (Gráfico 1). É interessante analisar os resultados sob a perspectiva do instrumento utilizado para a avaliação de cada tarefa de memória. Na Stanford-Binet Intelligence Scale 5 para avaliar a memória visual de contas a criança deve observar o posicionamento de formas geométricas coloridas e reproduzí-las em seguida. Portanto, o estímulo é tridimensional e concreto, o que pode ter beneficiado o processo de memorização das crianças deste estudo. Na tarefa que avalia memória auditiva de sentenças, foi solicitado a cada criança que repetisse frases, o que exigiu uso da memória de trabalho e maior desempenho semântico. Já na tarefa de memória auditiva de dígitos a criança foi encorajada a repetir seqüência de números, utilizando para isso a memória de curto prazo. No entanto, ao contrário da tarefa de memória de sentenças, a sequencialização numérica é desprovida de significado e contexto semântico, o que pode ter influenciado o resultado obtido em ambas as provas. Na tarefa de memória visual de objetos, cujos resultados foram menos expressivos, a criança deveria observar figuras em forma bidimensional e posteriormente, nomeá-las. Embora as imagens representem objetos familiares estes não são vistos por sua vez de modo concreto. 5-7 Ao correlacionarmos os índices das provas de memória visual e auditiva à variável idade observamos que houve moderada correlação, ou seja, quanto maior a idade das crianças melhor o desempenho destas especialmente na prova de memória de sentenças, indicando efeito positivo da exposição das crianças pertencentes ao espectro autistico ao contexto comunicativo e social proporcionado pela comunidade a que essas estão expostas. -7 O mesmo grau de correlação (moderada) foi obtido entre o tempo de escolaridade e os índices das provas de memória auditiva, confirmando que as crianças devem se beneficiar dos estímulos proporcionados pela escolarização. Houve forte correlação entre as provas de memória visual e memória auditiva de sentenças e os valores brutos da Stanford-Binet Intelligence Scale, mostrando que quanto maior os resultados do quociente intelectual, maiores também os índices de desempenhos nas provas de memória (Tabela 1). Embora o número de crianças com síndrome de Asperger, seja proporcionalmente menor na comparação com os autistas na distribuição amostral, foi possível observarmos que estes demonstraram melhor desempenho em todas as provas de memória, especialmente na de memória auditiva de sentenças. (Gráfico )

O fato das crianças com síndrome de Asperger apresentarem resultados diferenciados ao das autistas confirma que seus perfis endofenotípicos são distintos e que portanto, ao tomarmos como referência o processo de memorização há necessidade de observamos cuidadosamente o processamento de informação auditiva e visual desses indivíduos. 1- Outro fator relevante foi a comparação entre os desempenhos das crianças submetidas ou não à intervenção terapêutica fonoaudiológica (Gráfico 3). Ou seja, foi observado que aquelas que frequentavam terapia fonoaudiológica demonstraram melhores resultados tanto em provas de memória visual, quanto auditivas. Esses dados corroboram com a idéia de que quanto maior a exposição à estimulação do ambiente, seja este escolar ou terapêutico, maiores serão as chances de prognóstico mais promissor. CONCLUSÃO Houve melhor desempenho, de modo geral, em tarefa de memória visual de contas. Os resultados mais positivos estiveram correlacionados à faixa etária, tempos de escolaridade e de intervenção terapêutica, bem como ao nível intelectual. Observamos diferenças nos desempenhos das crianças com Autismo na comparação com as com síndrome de Asperger, confirmando a necessidade de observamos as diferenças existentes nos perfis endofenotípicos destes indivíduos. Assim, evidências de que o processamento de informação ocorre de maneira distinta nestas condições clínicas devem ser consideradas especialmente na condução de planejamentos terapêuticos e educacionais. 1, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Mercadante MT, Rosário MC. Autismo e cérebro social. São Paulo. Segmento Farma, 9. Scheuer C. Memória e linguagem In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Rocca; 5. p. 911-919. 3. American Psychiatric Association- Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM IV. ed. Porto Alegre, Artes Médicas, p.99-13.. Organização Mundial de Saúde. Classificação internacional das doenças CID 1. São Paulo, Edusp. 1998. 5. Thorndike RL, Hagen EP, Satter JM. Stanford Binet Intelligence Scale: Techinical Manual. ª edição. Riverside Publishing Company. Chicago, 198.. Klin A. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Bras. Psiquiatr., 8, p.3-11. 7. Willians DL, Goldstein G, Minshew NY. The profile of memory in children with autism. Neuropsychology., : 1-9.