Mecanismo de Parto. divisão do mecanismo de parto em tempos:

Documentos relacionados
FISIOLOGIA DO PARTO: Nomenclatura Obstétrica Mecanismo de Parto. Profa. Dra.Emília Saito Agosto 2017

FISIOLOGIA DO PARTO: aspectos mecânicos e clínicos. Profa. Dra. Emília Saito Abril 2018

FATORES DO PARTO. TRAJETO trajeto duro - bacia óssea feminina trajeto mole OBJETO. ovóide fetal MOTOR contração uterina

FATORES DO PARTO E AS RELAÇÕES UTERO FETAIS

BACIA ÓSSEA FEMININA. OSSOS DA PELVE ilíaco (par) = ílio + ísquio + pube sacro fusão de 5 vértebras forma triangular promontório cóccix

FATORES DO PARTO NOMENCLATURA OBSTÉTRICA

Bacia obstétrica e Relação útero-fetal

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO-INFANTIL E PSIQUIÁTRICA ENP375 - ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER, NA SAÚDE MATERNA E NEONATAL 2º SEMESTRE DE 2017

MECANISMO DO PARTO: Tempos clínicos Tempos mecânicos ENFERMAGEM OBSTÉTRICA MECANISMO DO PARTO

CADA VIDA CONTA. Reconhecido pela: Parceria oficial: Realização:

O SISTEMA CIBERNÉTICO DO MECANISMO DO PARTO EM APRESENTAÇÃO DE VÉRTICE INTERPRETAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Curso de Emergências Obstétricas PARTO VAGINAL OPERATÓRIO

Raniê Ralph. Ao cabo de penoso afã, desprende-se o concepto do claustro materno... (Rezende) Sem comentários

PA (póstero-anterior) e o perfil esquerdo.

ASSISTÊNCIA AO PARTO. Departamento de Saúde Materno-Infantil /FMUFC Assistência Básica a Gestante e RN

INTRODUÇÃO Á ANATOMIA HUMANA. Instituto Long Tao. Prof. Regiane Monteiro

INTRODUÇÃO Á ANATOMIA HUMANA. Instituto Long Tao. Prof. Regiane Monteiro

CADA VIDA CONTA. Reconhecido pela: Parceria oficial: Realização:

COLUNA CERVICAL - POCISIONAMENTO RADIOLÓGICO. Coluna Cervical (AP)

MATERNIDADE ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND. Diretrizes assistenciais FÓRCIPE MEAC-UFC 1

Cinesiologia. Cinesio = movimento Logia = estudo. Cinesiologia = estudo do movimento

Crânio e ossos associados. Caixa torácica. Coluna vertebral

Sistema Urogenital. Feminino

ROTEIRO DE ESTUDOS SISTEMA ÓSSEO. Prof a. Ana Carolina Athayde R. Braz

Pelve: Ossos, Articulações e Ligamentos. Dante Pascali

ENFERMAGEM OBSTÉTRICA

Cabeça. Ossos e Músculos 24/02/2016. Ossos da Cabeça Palpação. Músculos da Cabeça Palpação. Músculos da Cabeça Palpação ANATOMIA PALPATÓRIA

Cinesiologia Aplicada. Quadril, Joelho e tornozelo

Osteologia e Artrologia. Tema F Descrição e caraterização funcional do sistema ósseo e articular do membro inferior.

Coluna Vertebral. Coluna Vertebral Cinesiologia. Renato Almeida

Programa Ciclo IV Estratégias de Tratamento

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

OSSOS DO CRÂNIO. Prof. ROMMEL BARRETO

Parafuso EIS Técnica Cirúrgica da Osteotomia de Scarf do M1 Princípios Gerais Indicações da Osteotomia de SCARF Contra-Indicação

MATERNIDADE-ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND. Diretrizes assistenciais DISTÓCIA

PLANOS E EIXOS E NOMECLATURA DOS MOVIMENTOS HUMANOS. RESUMO: o objetivo deste artigo é revisar a descrição dos planos de movimento e sua

APÊNDICE III MOVIMENTOS BÁSICOS

COLUNA: SEGMENTO TORÁCICO

MÉTODOS EM AVALIAÇÃO POSTURAL

PARTO ESTÁTICA FETAL ATITUDE. Ovóide fetal. SITUAÇÃO. Transversa ocorre por placenta prévia, mioma no segmento. POSIÇÃO

FICHA 1 QUAL É A INFLUÊNCIA DO SOL? 50:00. Nível aconselhado. Resultados pretendidos de aprendizagem. Questão-Problema. Materiais. 4.

Parte I Medida da altura uterina (AU)

Prof.ª Leticia Pedroso SISTEMA ESQUELÉTICO

SIMPÓSIO DE CIRURGIA GERAL

ANATOMIA HUMANA I. Acidentes Ósseos. Prof. Me. Fabio Milioni. Características Anatômicas de Superfície dos Ossos

escápula e clavícula. Peitoral maior Clavícula, úmero, Adução do úmero

Apostila de Cinesiologia

CINESIOLOGIA APLICADA À MUSCULAÇÃO: Músculos do Braço e Antebraço

HUC Clínica Universitária de Imagiologia. Protocolos de Exames de Radiologia Geral. Orientação do Feixe. Região Anatómica. Critério de Qualidade Kv

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA I ROTAÇÃO. Prof.

Esqueleto Apendicular e Axial, e articulação do joelho. Marina Roizenblatt 75 Monitora de Anatomia

ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL

Músculos da face Não estão fixados pela parte óssea nas duas extremidades

A GEOMETRIA DO GLOBO TERRESTRE

Cinesiologia. Aula 2

(73) Titular(es): (72) Inventor(es): (74) Mandatário:

Músculos axiais. Profª Drª Natália Guimarães Barbosa

Anexo 2. Variável Antropométrica

Tronco. Funções. You created this PDF from an application that is not licensed to print to novapdf printer ( Coluna vertebral

MATEMÁTICA MÓDULO 16 CONE E CILINDRO. Professor Haroldo Filho

Hewlett-Packard. Cilindros. Aulas 01 a 02. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz

(a) a aceleração angular média nesse intervalo de tempo. (b) o número de voltas dadas

ANATOMIA. SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO Aula 3. Profª. Tatianeda Silva Campos

ANATOMIA RADIOLÓGICA DOS MMII. Prof.: Gustavo Martins Pires

Graus de Liberdade. Complexo Articular do Ombro 08/08/ graus de liberdade: Plano sagital: Flexão (180 ) Extensão (45-50 )

O SALTO EM ALTURA A TÉCNICA DO SALTO EM ALTURA

Ano VII Número 12 Janeiro de 2009 Periódicos Semestral ESTÁTICA FETAL. LOCATELLI, Leandro CURY, José Renato Laino Martinelli

MÚSCULOS DO TÓRAX MÚSCULOS DO TÓRAX MÚSCULOS DO TÓRAX MÚSCULOS DO TÓRAX MÚSCULOS DO TÓRAX. 1 Peitoral Maior. 1 Peitoral Maior. Região Ântero- Lateral

Nas rampas pivotantes existe um ponto fixo e a rampa desloca-se em movimento circular em torno desse ponto.

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA I ROTAÇÃO. Prof.

Nas rampas pivotantes existe um ponto fixo e a rampa desloca-se em movimento circular em torno desse ponto.

DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

Escola Secundária D.Pedro V. Ginástica de Solo. Ana Abel 06/04/13

V= V = AULA 7 - GEOMETRIA ESPACIAL CONE DE REVOLUÇÃO. Área Lateral

Tema C NOÇÕES GERAIS SOBRE ARTICULAÇÕES

Estrutura da Coluna Vertebral

Pré-leitura indispensável para A aula magna parto assistido à vácuo

Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina CETERC

Prática Sacroiliaca. Roteiro para aula prática de

LEI Nº , DE 25 DE MARÇO DE 2015

Marcha Normal. José Eduardo Pompeu

Coluna Vertebral e Crâneo

DIVISÃO DO CORPO HUMANO. Ilberlom Santana Otoni

Fís. Semana. Leonardo Gomes (Arthur Vieira)

GINÁSTICA DE APARELHOS

CINEMÁTICA DO MOVIMENTO HUMANO

3.1. Terra e Sistema Solar (2)

Músculos da Cabeça e Pescoço

Quando um corpo descreve um movimento circular alem das grandezas lineares existem as grandezas angulares, desse modo, temos:

Radiologia médica - Anatomia I. Total de 7 páginas 1

02/23/2008. URI Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Curso de Psicologia Professor Claudio Alfredo Konrat

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Apostila de Exercícios de Fixação Sistema Esquelético ESQUELETO AXIAL ESQUELETO APENDICULAR

Fase Preparatória Objectivos Operacionais Estratégias / Organização Objectivos comportamentais / Componentes críticas Chamada

Anexo 40. Fase Preparatória Objectivos Operacionais Estratégias / Organização Objectivos comportamentais / Componentes críticas Chamada

TERMOS DE MOVIMENTO TERMOS DE MOVIMENTO POSIÇÃO ANATÔMICA POSIÇÃO ANATÔMICA TERMOS DE MOVIMENTO. Curso de. Marcelo Marques Soares Prof.

2. (Puc-rio 99) Ache o volume do sólido de revolução obtido rodando um triângulo retângulo de lados 1,1 e Ë2cm em torno da hipotenusa.

Plano de Frankfurt. Posição Ortostática

QUE PODEM MELHORAR A DOR NA COLUNA LOMBAR COM ÉRIKA BATISTA

Como melhorar a qualidade do corte a plasma

Transcrição:

Mecanismo de Parto divisão do mecanismo de parto em tempos: - primeiro tempo ou INSINUAÇÃO - segundo tempo ou DESCIDA ou PROGRESSÃO - terceiro tempo ou ROTAÇÃO INTERNA - quarto tempo ou DESPRENDIMENTO CEFÁLICO - quinto tempo ou ROTAÇÃO EXTERNA - sexto tempo ou DESPRENDIMENTO DO TRONCO

é a passagem, pelo estreito superior, do maior diâmetro perpendicular à linha de orientação fetal (sutura sagital) nas apresentações cefálicas fletidas é a passagem do biparietal (9,5cm) para que se processe a insinuação é necessário que ocorram a flexão, o acavalgamento e o assinclitismo INSINUAÇÃO

FLEXÃO CEFÁLICA ao iniciar-se o parto, a cabeça acha-se orientada no diâmetro transverso ou em um dos oblíquos do ES, oferecendo o diâmetro occipito-frontal (12 cm) em correspondência com estes sucedendo-se as contrações e sendo a cabeça impelida de encontro ao ES, exagera-se a flexão e ocorre a substituição dos diâmetros maiores por outros menores (SOF = 10,5 cm; SOB = 9,5 cm)

ACAVALGAMENTO ÓSSEO reduz as dimensões da cabeça óssea fetal porque os frontais e o occipital se locam por baixo dos parietais e a borda interna de um parietal se sobrepõe à outra

ASSINCLITISMO devido ao volume grande da cabeça fetal e à dificuldade da passagem, ela se movimenta, oferecendo uma das metades de cada vez sinclitismo: a sutura sagital está a igual distância do pube e do sacro assinclitismo posterior: a sutura sagital está mais próxima do pube assinclitismo anterior: a sutura sagital está mais próxima do sacro

DESCIDA ou PROGRESSÃO tempo no qual a cabeça fetal percorre a distância do estreito superior ao inferior classificação: - alta e móvel: não toma contato com o ES - ajustada: ocupa a área do ES - fixa: não se consegue mobilizar - insinuada: a maior circunferência (occipito-frontal = 34 cm) transpôs o ES

ROTAÇÃO INTERNA tempo em que a linha de orientação fetal (sutura sagital) passa do diâmetro transverso ou um dos oblíquos do ES para o diâmetro antero-posterior do EI a cabeça roda, ficando o ponto de referência fetal (lambda) voltado para o pube ou sacro, qualquer que seja a variedade de posição

ROTAÇÃO INTERNA a cabeça descreve um arco de círculo e o grau de rotação varia conforme a variedade de posição nas variedades anteriores = 45º (OEA e ODA) nas variedades transversas = 90º (OET ou ODT) nas variedades posteriores = 135º (OEP ou ODP) quando excepcionalmente a cabeça roda para trás, diz-se rotação sacra ou posterior

simultaneamente com a rotação interna da cabeça e sua progressão no canal, ocorre a penetração das espáduas (bi-acromial) através do ES ROTAÇÃO INTERNA

DESPRENDIMENTO CEFÁLICO terminada a rotação interna, a cabeça se desprende do EI graças à retropulsão do cóccix (amplia o diâmetro antero-posterior de 9,5 cm para 11 cm) seu desprendimento se faz por extensão e deflexão a cabeça desce e o suboccipício, situado abaixo do lambda, coloca-se sob a borda inferior da sínfise púbica (hipomóclio)

DESPRENDIMENTO CEFÁLICO graus de deflexão: 1) a fronte retropulsa o cóccix, aumentando o diâmetro cóccix-subpúbico 2) a região fronto-facial vence a resistência cóccixmuscular e a circunferência suboccipito (32-33 cm) se insinua na fenda vulvar 3) passam sucessivamente as outras circunferências (SOF=10,5 cm; OF=12 cm e OM=13 cm), ou seja, há substituição dos menores diâmetros pelos maiores

DESPRENDIMENTO CEFÁLICO no início do desprendimento, a cada contração, ocorre um movimento de avanço e recuo só depois da passagem do diâmetro SOF é que a insinuação vulvar da cabeça se torna definitiva vencida a resistência perineal, dá-se a liberação do maciço fronto-parietal, com vigorosa retração perineal, e a cabeça fica em deflexão forçada

ROTAÇÃO EXTERNA movimento de restituição, pelo qual a cabeça gira, voltando o ponto de referência fetal (lambda) para o lado em que se encontrava originalmente

a finalidade do movimento de restituição é de posicionar o diâmetro biacromial (fetal) coincidindo com o diâmetro antero posterior do EI (materno) ROTAÇÃO EXTERNA

DESPRENDIMENTO DO TRONCO tempo em que se completa a expulsão fetal ocorre em duas etapas: 1) desprendimento das espáduas: por um movimento de abaixamento e elevação 2) desprendimento do pólo pélvico: basta uma leve inflexão lateral, no sentido do plano ventral, para liberá-lo