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Transcrição:

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Julho 2011 Profa. Anita Kon PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS GRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA. 1. SITUACIÓN ECONÓMICA ACTIVIDAD ECONÓMICA Após expansão de 1,3% no Produto Interno Bruto do país de janeiro a março, neste segundo trimestre de 2011 a economia brasileira mostrou sinais claros de desaceleração. O consumo das famílias, que cresceu desde 2009 e responde por 60% do PIB, começou a perder fôlego. Isto se verificou pela inflação em alta que corrói o salário dos trabalhadores e as medidas de contenção ao crédito para o consumo para frear a alta de preços. Esse esfriamento foi considerado necessário agora, pois o ritmo da inflação ameaçava estourar o teto da meta (6,5%) do Banco Central para 2011. Neste segundo trimestre, as ações do governo para segurar a economia ganharam maior força, como se verificou desde a queda das atividades da indústria em abril, que teve efeitos dos empréstimos mais caros e inflação alta, embora em junho tenha mostrado estabilidade. Esta desaceleração resultou ainda da menor confiança de empresários e consumidores sobre o futuro e sobre a redução no poder de compra dos trabalhadores. O Índice de Confiança da Indústria recuou 1,2% em maio (a quinta queda consecutiva) e subiu apenas 0,4 pontos em junho; porem o indicador que sonda expectativas de consumidores mostrou três meses seguidos de retração até maio, quando caiu 2,4%. As previsões são de continuação de queda no próximo trimestre. A indústria de materiais de construção, que é o termômetro do setor da construção civil, fez estimativas mais baixas de evolução do crescimento no ano, pois no primeiro quadrimestre, o faturamento cresceu apenas 0,96% em relação ao período de janeiro a abril de 2010. O mercado imobiliário de São Paulo tambem mostrou sinais de desaquecimento pressionado pela inflação, pois no primeiro quadrimestre de 2011, as vendas de unidades residenciais novas caíram 43,7% em relação ao mesmo período em 2010.

SECTOR EXTERIOR O Banco Central alertou que na conjuntura as incertezas no cenário externo podem afetar a economia brasileira, apesar da aprovação do pacote fiscal na Grécia e da queda nos preços de produtos cujos preços do commodities, ditados pelo mercado internacional. Com a valorização do Real, o turismo de brasileiros para o exterior aumentou consideravelmente e no primeiro trimestre do ano foi realizada uma elevação considerável (de 2,38% para 6,38%) do Imposto sobre Operações Financeiras nos gastos com despesas exteriores com cartão de crédito. Nesse sentido, os brasileiros que viajam ao exterior têm utilizado outras formas de pagamento no exterior, como dólares em espécie, cartões pré-pagos e cheques-viagem. Dessa forma, segundo o BC, a participação do cartão nas despesas no exterior caiu de 61% para 55% em maio. O déficit projetado nas transações do Brasil com o exterior para este ano continua crescendo, mas a previsão para o resultado da Balança Comercial, do ano é de aumento, o que deve contribuir para amenizar o déficit. Neste final do segundo trimestre, em junho, a balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 4,4 bilhões e no semestre o superávit ficou em US$13 bilhões, sendo foi 65% maior do que o do mesmo período de 2010. Observe-se que o crescimento mais intenso das exportações de produtos básicos verificou-se a partir da maior dependência das compras da Ásia e da China. SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL Nos primeiros quatro meses de 2011, o setor público cumpriu quase 50% da meta fiscal para 2011 e ajudou a esfriar a economia brasileira e reduzir a expectativa de inflação. Em junho, o Banco Central divulgou o resultado das contas públicas, que mostram que a economia de União, Estados e municípios para pagar superávit primário da dívida cresceu 45%, percentual que está acima do verificado no mesmo período de 2009 e de 2010, mas abaixo do registrado entre 2006 e 2008. Para obter este resultado, o governo adiou investimentos em obras e esperou aumento da arrecadação de tributos federais, que no primeiro trimestre cresceu a 10% ao mês, no entanto desacelerou em maio, como reflexo da economia menos aquecida, apesar de ter crescido nesse mês 7,1% em termos reais, em relação a maio de 2010. O FMI através de seu diretor do departamento de pesquisas Olivier Blanchard, afirmou em junho, que o recuo do risco brasileiro, que chegou a um patamar inferior ao dos Estados Unidos, é uma boa notícia para o país e demonstra que a política fiscal do Brasil tem sido responsável.

EMPLEO Em maio, o Brasil apresentou a criação de 252.067 empregos com registro em carteira, resultado que no foi entanto inferior ao verificado em abril deste ano e em maio de 2010, particularmente pela desaceleração da construção civil. O Ministério do trabalho não considera este resultado uma desaceleração, mas sim apenas um ajuste e espera que o Brasil vá fechar 2011 com 3 milhões de empregos criados. O esforço do governo para frear a economia continua presente, mas o mercado de trabalho segue aquecido, com taxa de desemprego estável. O rendimento dos trabalhadores subiu novamente (1,1%) força em maio e nas maiores metrópoles do país cresceu 4% em maio em comparação com igual mês de 2010. Um dos motivos para o inesperado avanço da renda entre maio de 2010 e o mesmo mês de 2011, diz, é o acúmulo de dissídios coletivos de categorias profissionais no mês. Mais de um quarto das classes de trabalhadores negociam reajuste em maio. O maior poder de barganha dos empregados num cenário de mercado de trabalho aquecido e um novo acúmulo de dissídios no segundo semestre são sinais de que a inflação pode voltar a se acelerar em agosto. POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN Em maio, a inflação teve o terceiro mês seguido de queda, mas o valor acumulado em 12 meses (6,55%) está acima do teto da meta oficial do governo, de 4,5% com dois pontos de tolerância. O Banco Central deu continuidade à sua estratégia de combate à inflação. Elevou a taxa básica de juros em 0,25% para 12,25% ao ano, decisão tomada por unanimidade pela diretoria do Comitê de Política Monetária do BC, devido à situação da inflação, ainda acima da meta oficial do governo, apesar dos primeiros sinais de desaceleração dos preços. Esta elevação correspondeu ao quarto aumento seguido da taxa básica de juros (Selic) e as expectativas governamentais são de manter. o aumento de juros "por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada" para combater a inflação. Embora o Banco Central prevê melhora no cenário para a inflação em 2011, as projeções para 2012 continuam acima da meta de 4,5%, o que deve exigir novo aumento dos juros para conter a escalada dos preços. Mas observa-se que em junho os aumentos de preços ao consumidor perderam força e existe a tendência de uma nova rodada de reajustes menores, ou de quedas, nos próximos meses. Estes resultados mostram a deflação de importantes produtos no mercado atacadista, com retração de 0,54%, particularmente no setor de produtos agropecuários (- 2,47%). No entanto, para o consumidor, os itens de alimentação, caíram apenas 0,81% havendo espaço para novos recuos nos preços, desde que os índices ao consumidor não absorveram ainda toda a tendência de queda de alimentos e combustíveis.

MERCADOS FINANCIEROS Com a crise da Grécia, a Bolsa de Valores de São Paulo acumulou perdas de 12% no ano, desde que o investidor fugiu destas aplicações financeiras e preferiu para o dólar, que subiu ante o euro e o real. No acumulado do ano, Bolsa brasileira apresenta desvalorização de 12% no ano. Uma notícia auspiciosa para os mercados financeiros brasileiros foi o anúncio de que a agência de classificação de risco Moody's elevou a nota atribuída à dívida do governo brasileiro, o que representa que ficou menos arriscado investir no país, porém os especialistas não acreditam que a notícia provoque elevação considerável de investimentos estrangeiros no país. O que se tem observado é que os segmentos de micro e pequenas empresas e de habitação tendem a aumentar a demanda por crédito nos próximos três meses, segundo levantamento do Banco Central, enquanto que a demanda por financiamentos para grandes empresas deve cair. Os bancos preveem manutenção na oferta de crédito para todos esses segmentos, no geral, com queda por parte do BNDES. Em junho, o BC revisou a previsão de crescimento do crédito em 2011 de 13% para 15%, ritmo considerado sustentável e adequado para o controle da inflação. A expectativa de desaquecimento da economia e a diminuição na demanda por empréstimos farão com que a capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social pelo governo fique abaixo do previsto para 2011, como resultado dos primeiros sinais de retração econômica. O total emprestado no primeiro trimestre foi 2% menor que no mesmo período de 2010 e entre os setores o maior recuo ficou com a construção civil (30%) e alimentos e bebidas (29%). TIPO DE CAMBIO Em maio foi observada a maior entrada de dólares de exportadores no país, o que garantiu um resultado positivo no fluxo de moeda estrangeira para o Brasil. Especialistas mostram que os efeitos indiretos do câmbio sobre o saldo da balança comercial como proporção do PIB tem uma relação positiva, enquanto que os efeitos sobre a taxa de investimento a relação é negativa. Portanto, a tendência a sobrevalorização da taxa de câmbio observada vem contribuindo para desestimular o investimento e, consequentemente, a participação relativa do emprego e do valor adicionado pelo setor industrial na economia brasileira. Assim, a discussão na atualidade brasileira estabelece primeiramente que o processo de desindustrialização no Brasil não é natural, mas resulta da política macroeconômica adotada que tem mantido uma taxa de câmbio sobrevalorizada, afetando negativamente as exportações de manufaturados e induzindo um processo de substituição de produção doméstica por importações. Os debates concluem que para evitar a desindustrialização no país é preciso modificar a política cambial, pois o real está sobrevalorizado em 30%.

2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS A maior preocupação na atualidade no país é com a meta de inflação que deve ser reduzida no futuro, enquanto os economistas acham que isso não será possível a curto prazo. Em junho o Conselho Monetário Nacional anunciou oficialmente que a atual meta (4,5%) será mantida em 2013 em com margem de tolerância de 2,5% a 6,5%. O Banco Central já tem perspectivas de que não vai atingir o centro da meta de inflação em 2011 e 2012. A grande questão é que a redução da meta exige juros ainda maiores no curto prazo, diminuindo a expansão econômica, o que seria muito custoso. Mas, por outro lado, a alta da taxa atrairia mais recursos, com a conseqüência de valorização ainda maior do real e a redução da competitividade das exportações. Assim, alguns especialistas, consideram que é preciso fazer sacrifícios agora para alcançar um crescimento duradouro no futuro, enquanto outros afirmam que não há evidências de que a meta de inflação mais baixa garantiria crescimento econômico no futuro. Economistas ouvidos pelo Banco Central elevaram sua projeção para o índice de preços em 2012 para 5,18%, enquanto que a expectativa para 2011 recuou para 6,18%. Com relação ao mercado de trabalho, as perspectivas são de perda do fôlego do aumento do emprego e 2011, embora a desocupação esteja longe de ser um problema, pois os efeitos do esfriamento da economia, via aumento de juros e restrição do crédito, demoram a ocorrer e os reflexos no mercado de trabalho só deverão aparecer em outubro. No mercado financeiro, com o crescimento do crédito acima do previsto, o Banco Central a aumentar a previsão para a expansão dos empréstimos em 2011 de 13% em março, para 15%. 3. SITUACIÓN POLÍTICA O governo Dilma mudou o foco de sua preocupação na economia e decide focar as políticas no estímulo ao crescimento, diminuindo a preocupação com a inflação. A garantia de um bom resultado em 2011, na avaliação de assessores, é essencial para um segundo ano mais positivo na economia e na gestão do governo. O governo teme o efeito psicológico de um crescimento abaixo de 4% sobre empresários e consumidores e dessa forma procura acertar a "dosagem" da política econômica. A da Presidência é monitorar o ritmo de desaceleração e evitar medidas que "derrubem" a economia. Assessores da presidente temem que a alta dos juros comprometa o crescimento também no ano que vem. As pressões empresariais ante o real valorizado perante o dólar, que dificulta as exportações, fizeram com que o governo preparasse para a segunda quinzena de julho, o lançamento de uma política para o setor industrial brasileiro, que terá como eixo o estímulo à inovação para o avanço da competitividade, com o objetivo de que esse programa poderá fazer com que o Brasil deixe de se apoiar nas commodities como principal produto de exportação e eleve as vendas de produtos industrializados.

Outra medida política importante do governo, cuja ideologia sempre foi contrária às privatizações, foi o anúncio de que entregará à iniciativa privada a administração dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF), com vistas aps eventos da Copa do Mundo de Futebol e das Olimíadas, que se realização nos próximos anos no Brasil.