RADIAÇÃO UV-C NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE PINHA

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Transcrição:

RADIAÇÃO UV-C NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE PINHA K.D. Sousa 1, S.A.A. Dias 1, C. E. S. Santos 1, L. M. Cintra 1, R. R. Almeida 1, A.J. Campos 2. 1- Graduação em Engenharia Agrícola Universidade Estadual de Goiás, Campus de Ciências Exatas e Tecnológicas CEP: 75132-400 Anápolis GO Brasil, Telefone: 55 (62) 99319-0869 e-mail: (kedinnads@hotmail.com). 2 - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Agrícola Universidade Estadual de Goiás, Campus de Ciências Exatas e Tecnológicas CEP: 75132-400 Anápolis GO Brasil, Telefone: 55 (62) 98300-4700 e-mail: (andre.jose@ueg.br). RESUMO A pinha é um fruto climatérico, resultando em uma vida útil bastante limitada, sendo necessário o uso de meios efetivos para a conservação da qualidade pós-colheita. Nesse aspecto, objetivou-se avaliar o efeito da radiação UV-C na qualidade pós-colheita de pinha, provenientes da região de Anápolis/GO. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, no esquema fatorial 5x6 (tempos de radiação UV-C x dias de análise), sendo cinco tempos de exposição dos frutos a radiação UV-C (0, 2, 4, 6 e 8 minutos) e 6 dias de avaliação (0, 2, 4, 6, 8 e 10 dias), onde foram analisados Acidez Titulável, Sólidos Solúveis, e Índice de Maturação. Com base nos resultados, os maiores tempos de exposição à UV-C proporcionaram manutenção da qualidade da pinha durante os dias de armazenamento, por maior período. Em relação aos dias de análise, a pinha apresentou características pós-colheita adequadas para a comercialização após 10 dias de armazenamento. ABSTRACT The pine cone is a climacteric fruit, resulting in a very limited life, requiring the use of effective means for the conservation of postharvest quality. In this regard, the objective was to evaluate the effect of UV- C radiation in post -harvest pinecone quality from Anapolis / GO region. We used a completely randomized design in a factorial 5x6 ( radiation time UV- C x days analysis), five exposure times of fruit to UV- C ( 0, 2, 4, 6 and 8 minutes) and 6 evaluation days ( 0, 2, 4, 6, 8 and 10 days), which analyzed Acidity, soluble solids and maturation index. Based on the results, the longer exposure to UV - C provided pinecone quality maintenance during the days of storage for a longer period. Regarding test days, the cone provide adequate post-harvest characteristics for commercialization after 10 days of storage. PALAVRAS-CHAVE: Annona squamosa; ultravioleta; conservação; anonáceas. KEYWORDS: Annona squamosa; ultraviolet; conservation; annonaceae. 1. INTRODUÇÃO. A pinha, que também é conhecida como ata ou fruta-do-conde, pertence à família Annonaceae, gênero Annona, que inclui em torno de 120 gêneros e por volta de 2000 espécies. A espécie Annona squamosa produz frutos delicados, considerados dos melhores do gênero (Alves, 2000).

Após a colheita desses frutos, os processos de amadurecimento e senescência continuam e mantêm suas funções vitais em plena atividade, à custa das reservas energéticas obtidas durante seu crescimento e desenvolvimento. Ou seja, os frutos continuam sofrendo alterações enzimáticas e metabólicas que acarretam mudanças físicas e químicas ao produto. Essas alterações podem reduzir a qualidade, depreciar a aparência e diminuir seu valor comercial (Lunardi et al., 2009). Uma das técnicas pós-colheita existentes e importantes na conservação de frutas é a radiação ultravioleta (UV). Suas vantagens são: custo relativo, simplicidade de implantação e operação (Manzocco et al., 2011), baixo tempo de contato, não produção de residual tóxico e também não apresenta restrições legais de uso (Keyser et al., 2008). O tratamento de frutas frescas por irradiação é um método utilizado com a finalidade principal de retardar os processos de amadurecimento e decomposição, resultando em significativo aumento da vida útil de prateleira da fruta irradiada (Oliveira, 2011). Nesse aspecto, objetivou-se avaliar o efeito da radiação UV-C na qualidade pós-colheita de pinha, provenientes da região de Anápolis/GO. 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados frutos de Pinha (Annona squamosa), provenientes da região de Anápolis/Goiás/Brasil. Após a colheita, os frutos de pinha, foram transportados ao Laboratório de Secagem e Armazenamento Pós-colheita do curso de Engenharia Agrícola pertencente ao Campus de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo, da Universidade Estadual de Goiás UEG Anápolis/GO, aonde foram mantidos à 10ºC e 85-90%UR em B.O.D. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com esquema fatorial 5x6 (tempos de radiação UV-C x dias de análise), sendo avaliado cinco tempos de exposição dos frutos de Pinha a fonte de radiação UV-C (0, 2, 4, 6 e 8 minutos), onde os frutos foram colocados no interior do aparelho e receberam irradiação em todas as faces. Após a radiação, os frutos, de cada tratamento, foram colocados em embalagens de poliestireno expandido (EPS) + cloreto de polivinila (PVC), sendo acondicionados 1 fruto de pinha por embalagem. O irradiador ultravioleta C (UV-C) utilizado é composto por câmara cilíndrica de polímero plástico e 2 lâmpadas germicidas sem filtro, sendo 1 na parte superior e 1 na parte inferior do irradiador, com 30 watts cada, ligadas em paralelo, com a estrutura de geometria 0,50x0,50x0,90m e tela trefilada galvanizada. Foram realizadas análises físicas e físico-químicas, como: Acidez Titulável, Sólidos Solúveis e Índice de Maturação. Para o experimento foram utilizados 15 frutos de pinha, por tratamento, com 3 repetições em cada dia de análise, por tratamento. As avaliações foram realizadas a cada 2 dias, num período de 10 dias (0, 2, 4, 6, 8 e 10 dias). Para as análises de sólidos solúveis, foi realizado leitura refratométrica direta, em ºBrix, com refratômetro automático de bancada Abbe refractometer Quimis, com medições de 0-32ºBrix, conforme recomendação do IAL (2008). O conteúdo de acidez titulável, expresso em gramas de ácido cítrico por 100 gramas de polpa, foi determinado através da titulação de massa conhecida de polpa homogeneizada e diluída com água destilada, com solução padronizada de hidróxido de sódio a 0,1 M, tendo como indicador a fenolftaleína, seguindo a recomendação do IAL (2008), e por fim foi determinado o índice de maturação pela relação entre o teor de sólidos solúveis e a acidez titulável. Os dados originados das análises dos frutos foram submetidos à análise de variância (P<0,05) e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05). Para as análises estatísticas foi utilizado o Software SISVAR 5.3. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se interação significativa entre os tempos de exposição à radiação UV-C e os dias de análise dos frutos de pinha, como pode ser observado na tabela 1. As pinhas irradiadas apresentaram ao longo do armazenamento oscilação na acidez titulável para todos os tratamentos, culminando em aumento ao final do armazenamento em comparação ao dia inicial, o que segundo Chitarra e Chitarra (2005) pode ocorrer em alguns frutos de acordo com o avanço da maturação já que ácidos orgânicos são sintetizados de açúcares ou por meio de oxidações, descarboxilações ou carboxilações de outros ácidos, como também pela produção de compostos ácidos intermediários durante o ciclo de Krebs. A oscilação foi menor naqueles tratamentos que receberam maior tempo de exposição (6 e 8 mim) à radiação UV-C, apresentando maior estabilidade nos valores da acidez titulável no decorrer do experimento, porém no 4º dia de análise o tempo de 2 min diferiu significativamente dos demais, com exceção apenas para o tratamento com 4 min de UV-C. Tabela 1. Variação média da Acidez Titulável (AT, g ác. cítrico 100g -1 polpa) em frutas de pinha submetidas a diferentes tempos de radiação UV-C, por 10 dias. Anápolis, UEG, 2016. Tratamentos Acidez Titulável 0 mim 2 mim 4 mim 6 mim 8mim 0 dias 0,098 A a* 0,098 B a 0,098 AB a 0,098 A a 0,098 A a 2 dias 0,084 A a 0,064 B a 0,072 C a 0,072 A a 0,100 A a 4 dias 0,086 A c 0,208 A a 0,169 A ab 0,085 A c 0,115 A bc 6 dias 0,149 A a 0,143AB a 0,127 AB a 0,119 A a 0,128 A a 8 dias 0,145 A a 0,106 B a 0,102 AB a 0,119 A a 0,127 A a 10 dias 0,127 A a 0,119 B a 0,124 AB a 0,118 A a 0,114 A a *Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem significativamente entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. Em relação à Tabela 2, os valores de sólidos solúveis não sofreram variação significativa em relação aos diferentes tempos de exposição à radiação UV-C, entretanto observou-se significância para os dias de análise do armazenamento dos frutos de pinha, em que a quantidade de sólidos solúveis apresentou oscilação ao longo dos dias, culminando em aumento ao final do armazenamento. Os valores médios desse parâmetro, nas condições desse experimento, ficaram entre 10,77 a 19,19 ºBrix. Souza (2006), trabalhando com pinha, verificou a variação dos sólidos solúveis de 2,43 a 3,66 ºBrix em frutos no ponto de colheita, e 17,25 a 20,22 ºBrix em frutos maduros. Tabela 2. Variação média dos Sólidos Solúveis (SS, ºBrix) em frutas de pinha submetidas a diferentes tempos de radiação UV-C, por 10 dias. Anápolis, UEG, 2016. UV-C 0 min 2 min 4 min 6 min 8 min SS 14,91 A* 14,24 A 14,94 A 13,71 A 16,34 A Dias de Análise 0 2 4 6 8 10 SS 10,77 B 11,37 B 19,19 A 17,72 A 12,94 B 17,00 A *Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem significativamente entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. O índice de maturação (Tabela 3) é a medida mais representativa na avaliação do sabor, mais ainda do que avaliar isoladamente o teor de sólidos solúveis e a acidez dos frutos (Chitarra e Chitarra, 2005).

Para as pinhas, submetidas à irradiação UV-C, o IM apresentou aumento até o quarto dia de análise, e a partir do sexto dia houve oscilação dos mesmos terminando ao final do armazenamento com valor de 138,03, sendo que esse aumento inicial foi devido, principalmente, a elevação dos teores de sólidos solúveis, constatados na tabela 2. No caso da radiação UV-C, não foi verificado diferença significativa entre os tempos testados. Garcia (2014), trabalhando com kiwi Hayward minimamente processado, verificou aumento no índice de maturação durante o período de armazenamento, com algumas exceções, porém observou também diferença significativa entre os tratamentos de diferentes tempos de exposição à radiação UV-C, fato este diferente do observado, para pinha, no presente trabalho. Tabela 3. Variação média do Índice de Maturação (IM) em frutas de pinha submetidas a diferentes tempos de radiação UV-C, por 10 dias. Anápolis, UEG, 2016. UV-C 0 min 2 min 4 min 6 min 8 min IM 143,45 A* 126,83 A 135,73 A 134,63 A 153,93 A Dias de Análise 0 2 4 6 8 10 IM 117,15 B 148,14 AB 172,82 A 137,65 AB 119,70 B 138,03 AB *Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem significativamente entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. 4. CONCLUSÕES Com base nos resultados, os maiores tempos de exposição à UV-C proporcionaram manutenção da qualidade da pinha durante os dias de armazenamento, por maior período, demonstrando estabilidade para o parâmetro acidez titulável, atributo esse importante durante a escolha pelo consumidor. Em relação aos dias de análise, a pinha apresentou características pós-colheita adequadas para a comercialização após 10 dias de armazenamento. 5. AGRADECIMENTOS Ao apoio financeiro da UEG, por meio da bolsa PBIT/UEG e pelo Programa de Auxílio Eventos (Pró-Eventos). 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R. E.; FILGUIERAS, H. A.. C.; MOURA, C.F.H. Org. Caracterização de frutas nativas da América Latina. Jaboticabal: UNESP/SBF, 2000. BRON, I. U.; JACOMINO, A. P.; APPEZZATO-DA-GLORIA, B. Alterações anatômicas e físicoquímicas associadas ao armazenamento refrigerado de pêssegos 'Aurora-1' e 'Dourado-2'. Pesquisa Agropecuária Brasileira, out. 2002, vol. 37, n.10. CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2.ed. Lavras: Editora UFLA,.p.783, 2005. GARCIA, M. F. (2014). Radiação Ultravioleta-C na qualidade pós-colheita do kiwi Hayward minimamente processado. Dissertação ( Mestrado em Processamento e Armazenamento de Produtos Agrícolas). Universidade Estadual de Goiás, Anápolis.

KEYSER, M.; MÜLLER, I.A.; CILLIERS, F.P.; NEL, W.; GOUWS, P.A. Ultraviolet radiation as non-thermal treatment for inactivation of microorganisms in fruit juice. Innovative Food Science and Emerging Technologies, v. 9, p. 348 354. 2008. LUNARDI, R.; TERUEL, B.; NEVES, L. C. Armazenamento refrigerado e boas práticas na conservação de frutos. In: Leandro Camargo Neves (Org.). Manual pós-colheita da Fruticultura brasileira, Londrina: Eduel, 2009. p. 61 86. MANZOCCO L.; PIEVE, S.; BERTOLINI, A.; BARTOLOMEOLI, I.; MAIFRENI, M.; VIANELLO, A.; NICOLI, M.C. Surface decontamination of fresh-cut apple by UV-C light exposure: Effects on structure, colour and sensory properties. Postharvest Biology and Technology, v. 6, p. 165-171. 2011. OLIVEIRA, A. C. S. Avaliação dos efeitos da radiação gama nas características físico-químicas de kiwi (Actinídia Deliciosa) Cv. Hayward Minimamente Processado 2011. 42 p. Dissertação (Mestre em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Aplicações) Ipen- Autarquia Associada à Universidade De São Paulo, 2011. SILVA, D.B.et al. Frutas do cerrado. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. 178 p. SOUSA, I. V. B. Produção comercial de pinheira (A. squamosa L.) em relação ao número de frutos por planta. Dissertação ( Mestrado em Concentração em Fitotecnia). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista. VILA, M.T.R. et al. Chemical and biochemical characterization of guavas stored under refrigeration and modified atmosphere. Ciência e Agrotecnologia, 31(5), p. 1435-1442, 2007.