PECUÁRIA ORGÂNICA NO PANTANAL: ALTERNATIVA RENTÁVEL E SUSTENTÁVEL

Documentos relacionados
Keni E. Zanoni Nubiato

Inocultura ~Iinocultura

B U R N U O N O BA B T A IS I T S A

Lei nº DE 18/01/2017

Fruticultura Geral. Prof a Railene Hérica Carlos Rocha (UFCG/CCTA/UAGRA) Unidade VI

C6rnara Setorial " Bovinocultura Bubalinocultura. Mato Grosso do Sul

Por: Raquel Soares Juliano, Aiesca Oliveira Pellegrin, Aldalgiza Inês Campolin, Márcia Furlan Nogueira Tavares de Lima, Mirane dos Santos Costa*

PRODUÇÃO INTEGRADA DE ALGODÃO

Autorização da oferta

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE VETERINÁRIA DISCIPLINA DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO BOVINOS DE CORTE

A PESQUISA EM MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL DA EMBRAPA PECUÁRIA SUDESTE

RASTREABILIDADE. Keni Eduardo Zanoni Nubiato

Protocolo Interno. Processos Produtivos e Responsabilidade Socioambiental. Apoio: Pantanal Orgânico ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PECUÁRIA ORGÂNICA

PREFEITURAS E PRODUTORES

GRUPO DE ESTUDO EM BOVINOCULTURA LEITEIRA GEBOL/2010

MANUAL DO PROGRAMA MARFRIG CLUB

C6l11ara Setorial, Bovinocultura Bubalinocultura. Mato Grosso do Sul

AS RELAÇÕES INTER-ORGANIZACIONAIS E OS ESQUEMAS DE QUALIDADE ASSEGURADA NA PECUÁRIA DE CORTE

do Programa Embrapa Carne de Qualidade BOVINOS DE CORTE Gado de Corte

SEU RESULTADO É O NOSSO COMPROMISSO + TECNOLOGIA + ATENDIMENTO + QUALIDADE. linhaconfinatto.com.br

Pecuária sem desmatamento na Amazônia mato-grossense

ZOOTECNIA I (Suínos) Sistemas de produção de suínos. Sistemas de produção de suínos 01/04/2014

PECUÁRIA BIOLÓGICA. (Reg. 2082/91, modificado)

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO DA

Agropecuária. Estimativas Emissões GEE

Potencial de IG para raças locais: caso do Bovino Pantaneiro. Raquel Soares Juliano

Experiência em avaliação de impactos da Embrapa Pecuária Sul. Jorge Sant Anna

Rainforest Alliance Certified TM Relatório de Auditoria. Daterra Franca - Fazenda São João. Resumo Público 13/12/ /11/ /11/ /11/2016

A pecuária no estado de Mato Grosso. Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso Carlos Augusto Zanata (Guto) Analista de pecuária

Descontinuidade da Pecuária Orgânica em Tangará da Serra MT: Entraves e Barreiras

Considerando a Lei Estadual de Defesa Sanitária Animal nº 3823, de 21 de dezembro de 2009 e Lei nº 4.518, de 7 de abril de 2014;

Manejo ecológico de pastagens

Benchmarking em Pecuária de Corte. Comparar para avançar. PECforum

Reunião Ordinária Conjunta da SUBAGRIF e SUBLEITE. Brasília, 07 de dezembro de 2011

1º SEMINÁRIO SOBRE AGREGAÇÃO DE VALOR E CONSERVAÇÃO DO BOVINO PANTANEIRO

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Campus Experimental de Dracena PROGRAMA DE ENSINO CURSO DE GRADUAÇÃO EM: ZOOTECNIA

CURSO DE FORMAÇÃO DE RESPONSÁVEIS TÉCNICOS E AUDITORES DA PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS. Campinas, 08 de novembro de 2011

Rally da Pecuária 2016

Projeto Balde Cheio --- Tecnologias que agregam valor à produção de leite. Pecuária Sudeste

PROJETO DE LEI Nº, DE 2016

Cooperação Técnica entre a Embrapa Gado de Corte e a Prefeitura para Capacitação de Alunos da Agroescola Municipal

O Desenvolvimento do Confinamento no Brasil e o Trabalho da ASSOCON Bruno de Jesus Andrade Gerente Executivo da ASSOCON

Rainforest Alliance Certified TM

BIOMA PAMPA. Incentivos oficiais para sua conservação. 1 ALIANZA DEL PASTIZAL

Tendência mundial à restrição de aditivos químicos.

Banco do Brasil. Setembro 2012

Bancos de proteína abandonados o que fazer frente aos desafios e inovações atuais do setor?

A Pecuária de Corte no Cerrado Brasileiro

Experiência da parceria Embrapa, Emater e Produtor Rural em inovações tecnológicas na produção animal no DF e Entorno

Impactos do uso de Produtos Veterinários e de Alimentos para Animais na produção de alimentos seguros

Prioridades e demandas da Pecuária de Corte Brasileira

Vantagens e Benefícios: Vantagens e Benefícios:

Laboratórios de autocontrole X Redes metrológicas X Serviço de Inspeção Federal. Rui Eduardo Saldanha Vargas Porto Alegre/RS

Manejo de Touros e Matrizes no Rebanho Comercial. 4º Curso gestão agroeconômica Pecuária de corte COPLACANA Piracicaba 31/mar/11

Agronegócio em Mato Grosso. Abril 2013

Rastreabilidade. Camila Magalhães da Cunha Zootecnista Mestranda do PPGZ - UFGD

Instrução Normativa MAPA nº 12 DE 02/02/2018

18 a em 24 MESES: O QUANTO O CONFINAMENTO DEPENDE DO PASTO? César Borges Zootecnista, MSc Gerente de Desenvolvimento e Soluções - Phibro

Conferência Paulista de C&T&I

Valor das vendas dos principais produtos Agropecuários em 2008

ESTRATÉGIAS ECONÔMICAS EM MANEJO DE PASTAGENS

ANÁLISE ECONÔMICA: ESTUDO DE CASO DE QUATRO SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE NO MATO GROSSO DO SUL

TERMINAÇÃO. Sistemas de produção de carne no Brasil Sistema de 2010 (x 1000) 2010 (%) Sistemas de Produção 11/03/2015

O produtor pergunta, a Embrapa responde

REALIZADO POR: Frederico Laranjeiro João Simões Carina Gomes Alexandra Pequerrucho

Não conformidades de Resíduos de Medicamentos de uso permitido nas criações e drogas proibidas

Melhoramento genético de bovinos de leite no Brasil: Desafios e Oportunidades

RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS EM ANIMAIS. Implementação do Plano de Ação Nacional - PAN

Eco new farmers. Módulo 6 Plano de conversão e rentabilidade. Sessão 2 Recolha de informação

ABPA e Rede Metrológica/RS, uma parceria importante para a qualificação dos laboratórios do setor. Gustavo Demori Porto Alegre/RS

Atuação do Médico Veterinário Habilitado no PNCEBT

AGRICULTURA. Manutenção e desenvolvimento das atividades da Secretaria da Agricultura

Garantiade Qualidadepormeiode Padrões de Produto& de Processo

PECUÁRIA MODERNA EXIGE O PULO DO GADO

OBJETIVOS. O PROGRAMA PRECOCE GRILL tem como objetivo:

2017 NORMA DE AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

PRODUTIVIDADE DE BRAQUIÁRIAS NA SUB-REGIÃO DA NHECOLÂNDIA, PANTANAL, MS-BRASIL

Sistema de Tipificação dos EUA: Passado, Presente e Futuro

A Embrapa Pecuária Sudeste oferece dezenas de tecnologias aos pecuaristas e demais segmentos das cadeias produtivas do leite e da carne, nos mais

CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE Luís Fernando G. de Menezes

Produção Integrada Agropecuária PI Brasil

% da produção de suínos adotam o sistema de gestação coletiva. Isso representa, aproximadamente, 190 mil fêmeas.

ESPECIALIZAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL DISCIPLINAS DE NÚCLEO COMUM

CURSO E CAPACITAÇÃO EM PRÁTICAS DE BEM ESTAR ANIMAL SEGUIMENTO TRANSPORTE DE BOVINOS

Importância das pastagens na produção animal

Exigências e desafios para a pecuária de corte

Quais os benefícios ao patrocinar um curso online?

PROPOSTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CAFEICULTURA DO PARANÁ

Rainforest Alliance Certified TM Relatório de Auditoria. Fazenda Nossa Senhora de Fátima - Grupo Saquarema Agrícola Cerrado.

Mercado e cenários para a pecuária de corte Potencial e desafios

CONTROLE SANITÁRIO PARA EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO: REBANHOS COMERCIAIS E DE SELEÇÃO. Dra. DANILA FERNANDA R. FRIAS

Contribuição dos Alimentos Orgânicos para a Segurança Alimentar e Nutricional

INTRODUÇÃO nutrição animal.

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Prof. Clésio Farrapo

BEM-ESTAR ANIMAL 2017

CARNE ORGÂNICA: "NOVOS RUMOS PARA A PECUÁRIA DE CORTE"

CARNE BOVINA JUNHO DE 2017

CARNE BOVINA NOVEMBRO DE 2016

IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NAS FÁBRICAS DE RAÇÕES

Transcrição:

ADM143 PECUÁRIA ORGÂNICA NO PANTANAL: ALTERNATIVA RENTÁVEL E SUSTENTÁVEL Por: André Steffens de Moraes* As características de produção da pecuária extensiva de corte do Pantanal aproximam esse sistema à forma de produção orgânica e tornam o Pantanal uma região com aptidão natural para a produção de bovinos orgânicos. Os processos de produção orgânica seguem critérios de qualidade destinados a incentivar a conservação ambiental, a saúde humana, os direitos dos trabalhadores e o bem-estar animal. E o mercado de produtos orgânicos está em franco crescimento no Brasil e no mundo. Assim, a pecuária orgânica, além de agregar valor à carne do Pantanal e aumentar os rendimentos do produtor sem prejudicar a saúde da população e o meio ambiente, pode ser uma das opções de produção capaz de contribuir para continuar mantendo as boas condições de conservação da região a longo prazo. O que é sistema de produção de carne orgânica? O sistema de produção de carne orgânica requer uma atenção especial no manejo do gado, nas condições de trabalho dos peões e de outros funcionários e com relação ao meio ambiente, e existem normas estabelecidas para todos esses processos. As condições de manejo dos animais nesse sistema devem promover o bem-estar animal, permitindo um comportamento próximo ao comportamento natural, evitando-se estressálos, facilitando o acesso à água, alimentos e pastagens, reduzindo o confinamento, utilizando taxas de lotação adequadas, com sombreamento dos pastos, entre outras. Quanto ao manejo sanitário dos rebanhos, o tratamento veterinário é considerado um complemento e nunca um substituto às boas práticas de manejo, de modo que não se deve utilizar medicamentos alopáticos ou sintéticos de forma preventiva. Desse modo, quando necessário, recomenda-se o controle das doenças pelo uso de fitoterápicos e da homeopatia. São obrigatórias todas as vacinas estabelecidas por lei e recomendadas vacinações e exames para as doenças mais comuns da região. Aos funcionários deve-se garantir qualidade de vida, com todos os direitos trabalhistas previstos em lei, moradia adequada e garantia de escola para os filhos, por exemplo. Com relação ao meio ambiente, entre outras medidas, é proibido o uso de agrotóxicos, de adubação química e de organismos geneticamente modificados. Essas e outras condições (como a proibição 1/5

do uso de aditivos, promotores de crescimento sintéticos, hormônios e fontes de nitrogênio não protéico) contribuem para a segurança alimentar dos consumidores, e dessa forma, para a boa saúde da população. Para que uma fazenda do Pantanal seja qualificada como orgânica ela necessita ser certificada como orgânica. A certificação é um processo de fiscalização que verifica se o produto está sendo produzido (e/ou processado) de acordo com as normas de produção orgânica (avaliação da conformidade). Diversas empresas no Brasil atuam como certificadoras de produtos orgânicos. O sistema de certificação desempenha papel fundamental na formação da importante imagem mercadológica dos produtos orgânicos como alimentos de qualidade e que oferecem segurança de saúde aos consumidores. Quando todas as normas são cumpridas, as certificadoras autorizam os produtores a utilizarem nas embalagens de seus produtos o selo de qualidade da certificadora. O selo de certificação é a garantia para o consumidor de estar adquirindo produtos que são efetivamente orgânicos, em termos de origem e qualidade. Como funciona a certificação orgânica? O ponto de partida são as Normas e Padrões para Qualidade Orgânica, documento comum a todas as certificadoras. Quando o produtor sente-se apto a contratar a certificação, entra em contato com a certificadora desejada. A inspeção da fazenda pela certificadora ocorre logo após e consiste em reunir dados, checar documentos de compra de insumos, venda de produtos, operações de campo e o sistema de produção. Também são checadas instalações, sacarias, embalagens e a situação geral social e empregatícia de funcionários. O objetivo é verificar se o sistema de controle adotado pela empresa garante a inexistência de riscos de mistura e contaminação com produtos não certificados e que reflita fielmente a situação prática, do dia-a-dia da empresa. Para a auditoria proposta utilizam-se tabelas, nas quais são lançados os dados de histórico de compra e venda de produtos e de insumos, etc. Organizar um sistema de controle das operações da propriedade é normalmente um grande gargalo na certificação orgânica. Por isso, a transformação de sistemas convencionais de produção de gado de corte para sistema de produção orgânica deve ser realizada de forma cautelosa e paulatina, sendo crucial dedicar esforço no estabelecimento do novo manejo de produção e no treinamento de pessoal. Como no 2/5

Pantanal a pecuária já é desenvolvida em condições próximas aos princípios orgânicos, às adaptações requeridas são menores em relação a outras regiões. A produção orgânica no País está regulamentada através da Lei nº 10.831 (23 de dezembro de 2003), pelo Decreto nº 6.323 (27 de dezembro de 2007) e pela Instrução Normativa nº 64 (18 de dezembro de 2008), que aprova o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal e Vegetal. Todos os segmentos envolvidos na produção orgânica terão até 31 de dezembro de 2010 para se adequarem às regras estabelecidas no Decreto nº 6.323, inclusive os produtores, para terem direito ao uso do selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. A pecuária orgânica no Pantanal No Brasil existem duas associações de produtores de pecuária orgânica: a Associação Brasileira de Pecuária de Corte Orgânica (ABPO), criada em 2001 e sediada em Campo Grande (MS), e a Associação Brasileira dos Produtores de Animais Orgânicos (ASPRANOR), criada em 2004, com sede em Tangará da Serra (MT). A ABPO foi criada com o objetivo de fomentar a produção de carne orgânica no Brasil e a maioria das fazendas associadas localiza-se no Pantanal. Assim, o Pantanal é o berço da pecuária orgânica no país. A ASPRANOR tem atuação mais ampla, abrangendo, além da pecuária bovina de corte, a pecuária de leite, ovinos, suínos e aves. Essas associações firmaram parceira com o frigorífico JBS-Friboi, que compra a produção e produz a linha Organic Beef. Essa parceria garantiu acesso ao mercado e a produção ficou respaldada. Atualmente, existem 18 fazendas certificadas ou em fase de certificação no Mato Grosso do Sul (associadas à ABPO) e 10 fazendas no Mato Grosso (ASPRANOR), totalizando 28 propriedades. Essas fazendas ocupam uma área total de cerca de 130.000 hectares e possuem um rebanho aproximado de 80.000 cabeças. Entre 80% e 85% da produção ficam no mercado interno e entre 15% e 20% vão para o mercado externo. Os principais compradores externos são Dubai, Holanda e Alemanha. O valor agregado aos bovinos orgânicos situa-se entre 10% e 18%. Como o custo de produção da pecuária orgânica no Pantanal não deve diferir muito do custo da pecuária convencional, o desenvolvimento da produção orgânica na região deverá ocorrer promovendo o aumento da rentabilidade da pecuária. A Embrapa Pantanal e a pecuária orgânica 3/5

Tendo em vista que a pecuária orgânica é uma alternativa de desenvolvimento sustentável para o Pantanal, a Embrapa Pantanal elaborou e está executando um projeto de pesquisa visando fomentar a produção pecuária orgânica na região. Este projeto tem como principais objetivos: Implantar um sistema orgânico de produção na fazenda Nhumirim, campo experimental da Embrapa Pantanal. Criar um núcleo para validação e transferência de tecnologias para a produção orgânica no Pantanal. Formar equipe multidisciplinar para atuar em fatores que restrinjam o desenvolvimento da pecuária orgânica na região. A implantação de um sistema orgânico certificado na fazenda Nhumirim (4.300 ha), pode contribuir muito para o adequado desenvolvimento dessa forma de produção na região. A estrutura física da fazenda pode ser utilizada como unidade demonstrativa e para a realização de cursos de capacitação que aprimorem os conhecimentos dos produtores, técnicos e peões sobre os processos de conversão, certificação e produção orgânica; pode auxiliar na definição de pontos críticos (demandas para a pesquisa) que necessitam de adaptações para permitir a transformação do sistema convencional para o sistema orgânico; e conta com um rebanho bovino e área física que permitirá a validação de tecnologias para esse sistema de produção na região. No sistema de produção orgânico da fazenda Nhumirim será desenvolvida a fase de cria da pecuária de corte, com recria de fêmeas para reposição. Para implementação desse sistema será efetuada a inscrição da fazenda junto a uma certificadora. O manejo geral do rebanho seguirá as recomendações gerais para a produção orgânica. A recria e a terminação dos bezerros produzidos no sistema orgânico da fazenda Nhumirim serão realizadas em fazendas da ABPO situadas em área de cerrado adjacente à planície pantaneira. Dentre os resultados já alcançados pelo projeto destacam-se a conclusão do levantamento das estratégias de manejo e das tecnologias já validadas na pecuária de corte convencional que atendem as diretrizes gerais da produção orgânica e a definição dos pontos críticos para conversão do sistema tradicional para o sistema orgânico no 4/5

Pantanal. Os principais pontos críticos definidos, e que serão objeto de investigação pelo projeto, são: a) Uso de produtos fitoterápicos e homeopáticos: os critérios de produção de carne bovina orgânica restringem o emprego preventivo de medicamentos alopáticos (para a cura de infecções umbilicais em bezerros, por exemplo), inseticidas (contra mosca-doschifres) ou vermicidas sintéticos, somente permitindo o uso de produtos fitoterápicos e/ou homeopáticos e não existem no mercado produtos desta linha que atendam à pecuária pantaneira. b) Taxa de lotação: manter uma taxa de lotação animal nas pastagens (UA/ha) que garanta boa oferta de alimento durante todo ano (seca e cheia), já que não é permitido o fornecimento de volumosos de origem convencional, nem o uso da uréia. *André Steffens de Moraes (andre@cpap.embrapa.br) é doutor em Economia pela UFPE e pesquisador da Embrapa Pantanal na área de sócio-economia. COMO CITAR ESTE ARTIGO MORAES, André Steffens de. Pecuária orgânica no Pantanal: alternativa rentável e sustentável. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2010. 5p. ADM Artigo de Divulgação na Mídia, n.143. Disponível em: <http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/adm143>. Acesso em: 03 dez. 2010. 5/5