Procº de insolvência n.º 4.003/12.4 TBVFR 2º Juízo Cível Insolvente: FERNANDO C. PEREIRA SOUSA, LIMITADA Tribunal Judicial de Santa Maria da Feira RELATÓRIO O presente RELATÓRIO, é elaborado nos termos do disposto no artigo 155.º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE. A Nota Introdutória: Para a elaboração do presente relatório foram efectuados trabalhos de pesquisa nos seguintes locais: Na sede fixada à insolvente, sita na Rua Matoso, número cento e onze, freguesia de Paços de Brandão e concelho de Santa Maria da Feira; Pesquisas informativas nos serviços públicos: finanças e conservatórias. Sendo a finalidade do presente Relatório a apreciação do estado económicofinanceiro da insolvente, tendo em vista uma apreciação de continuidade ou liquidação da empresa, os dados recolhidos permitem-nos apresentar este documento à Assembleia de Credores para votação dos itens legais em apreço. Ora, Previamente à diligência de arrolamento e apreensão de bens, foram efectuadas pesquisas matriciais, prediais e automóveis, tendo-se constatado que inexistem bens sujeitos a registo na titularidade da insolvente. Aquando da diligência de arrolamento e apreensão de bens, o legal representante da insolvente, Sr. Fernando Coelho Pereira Sousa, prestou todas as informações - 1 -
solicitadas, tendo também facultado as passwords de acesso ao portal das finanças e da segurança social, de modo a permitir à signatária ter acesso à informação contabilística e fiscal da empresa. Mais se refere que a contabilidade da insolvente estava a cargo da empresa Brandoconta, a qual, por falta de pagamento dos seus serviços e desde que a insolvente encerrou, não fez mais a contabilidade da requerida. Importa destacar, que apesar de terem sido facultadas as passwords de acesso ao portal das finanças, deparamos com a impossibilidade de acesso, pois as senhas não eram aceites; informado o legal representante da insolvente desta circunstância, mesmo assim não foi possível resolver o problema, pois o mesmo não possuía quaisquer outras informações; assim, atenta a impossibilidade de aceder ao portal, a análise contabilística da insolvente não pode ser efectuada. Segundo as informações prestadas, a empresa está desativada desde 2009 e não tem trabalhadores ao serviço, nem quaisquer activos, sendo que o pavilhão onde funcionava era arrendado, tendo sido entregue ao senhorio nesse mesmo ano, livre e devoluto. B Identificação e situação actual da empresa insolvente: B.1. Identificação da empresa: Denominação: Natureza Jurídica: FERNANDO C. PEREIRA DE SOUSA, LIMITADA Sociedade por quotas. Sede: Póvoa de Baixo Rua Matoso, 111 4535-906 Paços de Brandão - 2 -
NIF e CAE: Matrícula: 503055115 e 16293-R3, respectivamente. 1ª Conservatória do Registo Predial/Comercial de Santa Maria da Feira. Capital social: 800.000,00 Escudos (3.990,38 ) Sócios e quotas: FERNANDO COELHO PEREIRA DE SOUSA, com uma quota no valor nominal de 400.000,00 escudos (1.995,19 ). NIF: 140 084 495 ANA PAULA DE CARVALHO OLIVEIRA PINTO, com uma quota no valor nominal de 400.000,00 escudos (1.995,19 ) NIF: 135 169 291 Gerência: FERNANDO COELHO PEREIRA DE SOUSA Rua 1 do Serrado, 72 4535-334 Paços de Brandão NIF: 140 084 495 ANA PAULA DE CARVALHO OLIVEIRA PINTO Rua 19, n.º 1112, 1.º Esq. 4500-000 Espinho NIF: 135 169 291 Objecto social: Forma de obrigar: Indústria transformadora de cortiça. Com a intervenção de qualquer um dos gerentes. B.2. Situação actual da empresa: A insolvência foi requerida pelo credor CORTICEIRA PILOTO & FILHOS, LDA., em 30 de Julho de 2012, tendo sido decretada por douta sentença proferida em 09 de Janeiro de 2013, entretanto já transitada em julgado, no âmbito do processo em epígrafe. - 3 -
insolvência. A insolvente já não desenvolvia qualquer actividade à data da declaração de Assim, presentemente a insolvente encontra-se sem qualquer actividade operacional e não tem trabalhadores ao seu serviço. C Dos itens a que se refere o artigo 155º do CIRE: Ponto um Análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do nº 1, do artigo 24º do CIRE: Não tivemos acesso a qualquer elemento contabilístico, atentos os motivos supra expostos no ponto A, pelo que se desconhece qual o estado actual da contabilidade da insolvente, sendo que, segundo as informações do seu legal representante, a TOC deixou de fazer a contabilidade desde o encerramento da empresa, no ano de 2009. Requeridas informações adicionais ao serviço de finanças competente, até à data não recebemos qualquer informação; contudo, as informações já constantes no processo e as obtidas através das reclamações de créditos apresentadas, permitem reconhecer o efectivo incumprimento, por parte da insolvente, das suas obrigações creditícias. Aliás, tendo em consideração que a empresa procedeu à efectiva cessação do seu giro comercial no ano de 2009, deixando a partir desse momento de gerar qualquer tipo de riqueza, mister é concluir pela confirmação do seu estado de insolvência. Por conseguinte, Existem créditos reclamados e provisoriamente reconhecidos no montante global de 28.392,14, distribuídos por credores públicos (Fazenda Nacional e Segurança Social), fornecedores e banca. - 4 -
As dívidas à Fazenda Nacional são no montante de 1.009,05, respeitantes a Coimas e Custas, sendo que a dívida ao Instituto de Segurança Social, I.P. é no valor de 11.332,81, referente a quotizações e contribuições. Ora, atendendo a que o capital social da insolvente é de 3.990,38, e que a mesma não possui qualquer activo, nem se encontra a desenvolver qualquer actividade, podemos concluir pela sua inviabilidade. Ponto dois Análise do estado da contabilidade da devedora e opinião sobre os documentos de prestação de contas da insolvente: Como já referido, não nos podemos pronunciar nesta sede sobre a contabilidade da insolvente, porque não conseguimos aceder aos elementos necessários para esse efeito. Ponto três Indicação das perspectivas de manutenção da empresa devedora, no todo ou em parte, e da conveniência de se aprovar um plano de insolvência: De acordo com o acima exposto e com a percepção recolhida, e tendo em atenção as análises efectuadas, não nos parece que a empresa tenha viabilidade económica ou financeira. Como já vimos acima, a empresa está de facto encerrada e sem actividade. Não tem negócios em curso, não tem trabalhadores, não tem fundo de maneio nem possibilidade de o vir a obter, pelo que existe da parte de todos os envolvidos, incluindo os seus legais representantes, a certeza de que a empresa não reúne quaisquer condições de viabilidade. - 5 -
Pelo que, tendo em atenção todas as condicionantes supra referidas, e também a situação concreta da insolvente, são nulas as possibilidades ou mesmo perspectivas de manutenção em actividade da empresa devedora, no todo ou em parte, pelo que se nos afigura impossível a proposta de qualquer plano de insolvência. A única solução que nos parece adequada será a manutenção do seu encerramento, tornando-o definitivo, bem como o encerramento do processo, nos termos do disposto nos artigos 39º e 232º, ambos do CIRE. D Solução proposta: Face ao exposto, propõe-se: Manutenção do encerramento da insolvente, tornando-o definitivo; Encerramento do processo nos termos e ao abrigo do disposto nos artigos 39º e 232º do CIRE; Notificação do serviço de finanças, a efectuar pelo Tribunal, para o encerramento oficioso, nos termos do disposto no artigo 65º, n.º 3 do CIRE. D Anexos juntos: Um Inventário; Dois Lista provisória de créditos. P.D. A Administradora da Insolvência, - 6 -