Supressão de Cobertura Vegetal

Documentos relacionados
Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Recuperação de área degradada em encosta

Silvicultura de nativas aplicada a restauração de APP e RL

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO

RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR Bacia do Rio do Peixe

Organização da Aula. Recuperação de Áreas Degradas. Aula 2. Matas Ciliares: Nomenclatura e Conceito. Contextualização

NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO: Principais mudanças e implicações. Lei n , de 25 maio de Volume 2 Série Cartilhas ao Produtor

SALVAMENTO DE GERMOPLASMA DA Maytenus ilicifolia E DEMAIS ESPÉCIES DE INTERESSE NA ÁREA DO LABHIDRO

Carta da comunidade científica do VI Simpósio de Restauração Ecológica à população (2015).

2º RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DO PROJETO PLANTE BONITO

Portaria CBRN 01/2015

FRAGMENTOS FLORESTAIS

REVEGETAÇÃO - PLANTIO E TRATOS CULTURAIS - PLANO DIRETOR RECONFORMAÇÃO E DRENAGEM DA PILHA DE ESTÉRIL IMA - MIGUEL BURNIER

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - RAD COM PASTAGEM OU FLORESTAS

Identificação do Projeto Simplificado de Recuperação de Área Degradada ou Alterada PRAD Simplificado:

USINA HIDRELÉTRICA BAIXO IGUAÇU

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Modelos de Restauração de Matas de Galeria e Ciliares

As práticas de restauração florestal dos empreendimentos rodoviários da DERSA Bióloga Dra. Karina Cavalheiro Barbosa

RELATÓRIO DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL

IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS COM ALTO POTENCIAL DE REGENERAÇÃO NATURAL NO ESTADO DE SÃO PAULO

Ilustração 1 - Vista Geral da Área de Implantação da Futura ETE - Sítio Floresta - Pelotas, RS PROJETO BÁSICO

METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS PARA A DEGRADADOS

MEMORIAL DESCRITIVO E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO CONTROLE DE EROSÕES E RECOMPOSIÇÃO DE VEGETAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Proteção e restauração ecológica de nascentes utilizando talhão facilitador diversificado

8 Pontos básicos para desenvolvimento de projetos de restauração ecológica

Restauração de Matas Ciliares e Áreas Degradadas. LCB 0217 Prof. Flávio Gandara Prof. Sergius Gandolfi

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO

LIMPEZA DO TERRENO E DESTOCAMENTO

Dr. Sergius Gandolfi

RELATÓRIO DO PROJETO PLANTE BONITO

RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 09/2011

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Adequação Ambiental e Restauração Florestal. Pedro H. S. Brancalion Laboratório de Silvicultura Tropical (LASTROP/ESALQ/USP)

PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DE NASCENTES EM ÁREAS URBANAS

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Restauração ecológica de mata ciliar utilizando talhão facilitador diversificado

PERÍCIA AGRONÔMICA E AMBIENTAL

Disciplina: EB68 C Conservação e Recuperação Ambiental

Relatório Técnico Descritivo das áreas objeto de TCRA e TAC para regularização da Hípica - Residencial Porta do Sol - Mairinque

Relatório Plante Bonito Patrocinador: Wetiga Hotel Área: Lagoa Misteriosa

Universidade Estadual de Santa Cruz

PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DE NASCENTES EM ÁREAS URBANAS

APRESENTADO NO V CBRA CONGRESSO BRASILEIRO DE REFLORESTAMENTO AMBIENTAL 06 A 08 DE NOVEMBRO DE 2018, VITÓRIA/ES

RELATÓRIO DE PLANTIO DO PROJETO PLANTE BONITO

AGINDO NO BOSQUE O QUÊ É O BOSQUE. Causas da imagem atual do Bosque: Você sabia?

Crescimento de quatro espécies florestais submetidas a diferentes formas de manejo de Urochloa spp. em área de restauração florestal

Rua do Horto, 931 Horto Florestal São Paulo CEP Tel.:

CARACTERIZAÇÃO DO SUBSTRATO E ETAPAS DA RAD

MÉTODOS PARA RESTAURAÇÃO DE FLORESTAS DE BREJO DEGRADADAS

ESCOLA SENAI CELSO CHARURI CFP 5.12 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE MATA NATIVA

Restauração florestal em APP - caso Ceran. Sandro Vaccaro Coord. de Meio Ambiente Cia. Energética Rio das Antas

Restauração Florestal com Alta Diversidade: Vinte Anos de Experiências

Manejo da Flora e Reflorestamento

No Ato Convocatório 002/2015, ANEXO I Termo de Referência, Itens 3.Descrição dos Serviços e 4.Pessoal.

PROGRAMA PLANTE BONITO

Restauração Ecológica

Parte I. Recursos Florestais Silvicultura. PHD3334 Exploração de Recursos Naturais. Universidade de São Paulo

Resolução SMA - 8, de

O NOVO CÓDIGO FLORESTAL Lei nº /2012

RELATÓRIO DE PLANTIO DE FLORESTA

MEMORIAL DESCRITIVO E QUANTITATIVO DE MATERIAIS PROJETO DE TERRAPLENAGEM

IMPLANTAÇÃO E ESCOLHA DE ESPÉCIES DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM CORONEL VIVIDA PR

DECRETO Nº DE

Estudo 4 - Oportunidades de Negócios em Segmentos Produtivos Nacionais

Recuperação de áreas degradadas. Procedimentos para recomposição da vegetação

RESERVA LEGAL Orientações e recomendações para a Adequação Ambiental da Propriedade Rural

TERMO DE REFERÊNCIA. Projeto de Reflorestamento com Espécies Nativas no Bioma Mata Atlântica Paraná Brasil

Seminário Gestão Ambiental BR 235/BA Div SE/BA - Div BA/PE (lotes 1,2,4,5)

Restauração Florestal de Áreas Degradadas

Diretrizes técnicas de manejo e conservação de áreas verdes e lagos do Parque Ibirapuera

2º RELATÓRIO DE ANDAMENTO - PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD)

A regeneração natural e sua aplicação na restauração de florestas

Licenciamento Florestal: Biomas Mata Atlântica e Pampa

CAPÍTULO 10 GRAMA ARMADA PROTEÇÃO, CONTROLE E PREVENÇÃO DE EROSÃO INTEGRADO AO MEIO AMBIENTE

Programa de Reflorestamento

Protocolo de identificação de áreas de soltura Proposta preliminar

Metodologia adotada pelas iniciativas de monitoramento do Atlas da Mata Atlântica e do MapBiomas

Disciplina: BI63 B ECOSSISTEMAS. Tema da aula - Distúrbios: Sucessão Ecológica: principais conceitos e aplicações.

Enquadramento Especializado

Produção Florestal e SAFs

Ação de estabilização de emergência pós incêndio Medidas a curto prazo

RELATÓRIO ACOMPANHAMENTO ATIVIDADES ÁREA DE EMPRÉSTIMO DE MATERIAIS MINERAÇÃO

V CIRCUITO DE ARBORIZAÇÃO URBANA ARAÇUAÍ MAIO 2015

Importância do Manejo de Solos

RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 04/2011

COMPENSAÇÕES AMBIENTAIS. Luciano Cota Diretor de Meio Ambiente Azurit Engenharia e Meio Ambiente

Instituto de Florestas Departamento de Silvicultura. Prof. Paulo Sérgio dos S. Leles

Os OITO Elementos da Restauração. Sergius Gandolfi LERF/LCB/ESALQ/USP

Restauração Ambiental. Aprendizados operacionais, monitoramentos e controle

Espaçamento e Plantio

Plano Básico Ambiental - PBA. Estrada Parque Visconde de Mauá - RJ-163 / RJ-151. Novembro de 2009

SOLO? SIGNIFICADOS ESPECÍFICOS CONFORME A FINALIDADE...

COMO PRODUZIR ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS. Alexander Silva de Resende Pesquisador Embrapa Agrobiologia

INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA Nº 05, DE

Programa Plante Árvore. Instituto Brasileiro de Florestas - IBF

Experiências Agroflorestais na Comunidade de Boqueirão. Renato Ribeiro Mendes Eng. Florestal, Msc

A PODA DAS ÁRVORES PODA DRÁSTICA

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE

Lagoa Urussanga Velha Lagoa Mãe Luzia

Resumo Público do Plano de Manejo Florestal da Fazenda Citróleo

Processos de competição e facilitação na restauração em planícies costeiras

Transcrição:

Plano de Supressão O Plano de Supressão é o instrumento que orienta as ações que deverão ser adotadas durante a fase de implantação do campus do Centro de Engenharia da Mobilidade da UFSC em Joinville, no que se refere à supressão da vegetação durante a limpeza e preparação do terreno para as obras de terraplenagem, assim como o detalhamento das medidas de mitigação e compensação. Os procedimentos adotados são divididos sob dois aspectos, Supressão e Reposição. O primeiro trata-se de etapa preliminar ao início das obras de implantação do campus, o segundo se estende por um horizonte de cinco anos até sua completa conclusão. Este plano é parte integrante do Programa de Gestão Ambiental da Fase Construtiva, do qual também fazem parte o Projeto do Canteiro de Obras, o Projeto de Terraplenagem e o Plano de Urbanização. As ações que monitoram e asseguram a o seguimento de suas orientações são descritas no Programa de Supervisão e Segurança Operacional, especialmente pela Fiscalização da Supressão e Obras. De acordo com a Caracterização da Cobertura da Área de Ocupação do Campus Joinville, no local, foram levantadas 173 espécies em dois ambientes, encosta e várzea, possuindo fragmentos de vegetação original (primária). A primeira análise identificou que o a implantação do campus exigiria supressão de grande parte da vegetação de várzea em estágio avançado. Assim, foi acatada a recomendação para a alteração dos projetos de arquitetura e engenharia de forma a minimizar as áreas sujeitas à supressão, o resultado é expresso pela tabela a seguir:

Tabela 1. Cobertura Vegetal - Áreas existentes e a serem suprimidas por fitofisionomia. Ambiente/Estágio Supressão de Cobertura Vegetal Área mapeada * m² Área a ser suprimida na 1º ETAPA m² Área a ser suprimida PISTA m² Encosta - Primária 13.773 - - Encosta - Estágio Avançado 84.242 - - Encosta - Estágio Médio/Avançado 39.675 15.508 - Encosta - Estágio Inicial 28.031 11.677 - Várzea - Em Regeneração 256.869 115.760 2.589 Várzea - Primário Avançado 205.551 20.808 1.557 Várzea - Aberta 448.906-25.869 Eucalipto 77.771 57.282 - Pastagem 108.845 233 10.322 Áreas Antropizadas 58.319 - - TOTAL 221.268 40.337 * A área mapeada inclui, além da área do campus, as áreas da Ferrovia, Linha de Transmissão, Sinuelo e faixa domínio da BR-101 A reposição florestal foi calculada pela FUNDEMA em 5.434 árvores com averbação de aproximadamente 26, 5 ha relativos à formação de Reserva Legal e 22,5 ha relativos à compensação ambiental conforme a tabela 2. Tabela 2. Áreas de Reserva Legal e Compensação Ambiental exigidas pela FUNDEMA. Ambiente/Estagio Reserva Legal (m²) Compensação (m²) Encosta - primária 13.773,00 - Encosta - avançada 84.242, 00 - Encosta - médio avançado 23.311,00 - Encosta - inicial - 22.359,00 Várzea - avançada 143.070,40 3.958,09 Várzea - regeneração - 96.835,71 Várzea - aberta - 102.524,20 TOTAL 264.396,40 225.677,00

Os locais previstos pelo planejamento do campus para a averbação de Reserva legal e Compensação Ambiental superam em área o exigido pelo órgão ambiental. A representação esquemática destas áreas pode ser observada na figura 1. Figura 1 - Croqui das áreas de Supressão, Reserva legal, Compensação Ambiental e APP A porção sudeste, limitada pela BR-101 e acrescida de faixa acompanhando o rio Lagoa, com largura variando de 85 a 185m aproximadamente, excluída as áreas de de APP, fica destinada para averbação de Reserva Legal. Esta área compreende os ambientes de várzea e encosta onde se localiza a porção expressiva em estágio avançado e os fragmentos de mata primária, totalizando 280.387,462 m². A área destinada à compensação ambiental é composta por duas parcelas, uma ao norte outra ao sul da ferrovia. A primeira é compreendida pela BR-101, Rio Braço Comprido e a Ferrovia onde a vegetação foi caracterizada como várzea aberta e deverá concentrar os esforços de reposição, principalmente da mata ciliar. A segunda trata-se de fragmento de

várzea em estado avançado que deve permanecer protegido. A soma destas duas áreas totaliza 246.408,35 m². OBJETIVOS Detalhar ações organizem os esforços de limpeza das áreas destinadas à terraplenagem, o canteiro de obras e acessos. Orientar o aproveitamento racional do material desmatado na própria obra, evitando a necessidade de transporte e deposição dos resíduos em área fora do campus. Orientar a aplicação das medidas de mitigação, compensação e reposição identificadas no estudo ambiental. Utilizar, sempre que possível, as atividades e observações de campo para geração de conhecimento científico. FASE DE SUPRESSÃO E LIMPEZA Os procedimentos descritos para esta fase visam à mitigação do dano causado pela supressão assim como um caráter de prevenção dos riscos envolvidos na atividade. A área de supressão deverá ser restrita ao polígono definido pelo projeto de ocupação conforme o mapa e tabela de coordenadas constantes no anexo. Descrição e Especificação dos Elementos do Projeto O projeto compreende a supressão de 22,1ha de cobertura vegetal para as obras de terraplenagem na primeira etapa de implantação do campus, mais 12ha são estimados para a implantação da pista de testes em fase seguinte. O prazo estimado compreende a completa execução dos serviços de supressão e limpeza, que deverá estar integrado ao cronograma de execução do projeto de terraplenagem.

Equipe e Materiais A coordenação dos trabalhos deverá ser executada pelo corpo técnico da UFSC. A formação da equipe de campo, em número e qualificação, será responsabilidade do profissional coordenador e poderá admitir a participação de alunos de cursos superiores nas especialidades requeridas, de acordo também com os Sub-Programas de Parcerias para Pesquisas. Durante esta fase, pesquisadores do Núcleo de Florestas Tropicais da UFSC farão o acompanhamento do abate da espécie Tibouchina pulchra. Para a fase de Supressão e Limpeza deverá ser contratada empresa, com experiência específica neste tipo de serviço, sob a supervisão da Prefeitura do Campus da UFSC na Trindade. Para execução das atividades estima-se a necessidade de utilização dos seguintes equipamentos: motosserra, machado, foice, podão, serra, enxadas, e enxadões, rastelos, cordas, lonas e tifo entre outros. A coordenação também poderá estabelecer o uso de trator pequeno ou retro-escavadeira. Procedimentos metodológicos No local da obra deverá ser fixada placa alusiva a licença de corte da vegetação durante sua validade e execução. Demarcação in loco do perímetro de supressão. Qualquer ação de supressão deverá ser previamente demarcada, mediante limpeza da área. Os limites da geometria de terraplenagem deverão ser demarcados topograficamente, piqueteados e referenciados com fitas plásticas ou réguas. Nas parcelas externas à geometria demarcada serão imediatamente fixadas placas de advertência e proibição de cortes.

Se constatada a necessidade de resgate de indivíduos ou sementes, a coordenação deverá organizar o cronograma das equipes de campo para se evitar conflito com a atividade de corte. O inicio e fim das atividades de limpeza deverá estar coordenado com o cronograma das obras terraplenagem de modo a evitar a exposição do solo por períodos prolongados. Os cortes e desmatamento serão realizados na direção das áreas remanescentes, induzindo a fauna residente a buscar refúgio na área preservada. O corte será realizado com moto-serra, na parte basal do exemplar, na menor distância possível do solo. Para os exemplares de menor porte poderá ser utilizada ferramenta manual. Os serviços deverão ser executados por trabalhadores capacitados. Os equipamentos somente poderão ser operados por trabalhadores que receberem treinamento para tal. Antes do início dos serviços os equipamentos devem ser vistoriados, caso se identifique alguma inconformidade, imediatamente substituídos. Todo equipamento utilizado deverá seguir as imposições da legislação quanto aos dispositivos de segurança, ruído, vibrações, manutenção, treinamento e outros. São vedadas às operações de limpeza, abastecimento ou manutenção dos equipamentos em área diferente daquela determinada pelo Projeto do Canteiro de Obras. Ou ainda, a execução destas operações com os equipamentos em funcionamento, salvo os casos em que a movimentação seja indispensável conforme a orientação do fabricante. Todos os trabalhadores deverão estar portando os EPIs adequados ao risco da atividade que executam. A equipe de corte deve usar roupas apropriadas para o trabalho florestal como botas antiderrapantes com bico de aço, capacetes e luvas. No caso do motosserrista, capacete com proteção para os olhos e ouvidos e calça de nylon (calça especial para motosserristas).

Nos limites da área de corte, a direção de queda das árvores deverá ser orientada de modo a evitar impacto sobre as áreas preservadas. Caso existam cipós, estes devem ser cortados antes do abate da árvore. Deve-se proceder a extração de eventuais obstáculos como arvoretas e galhos quebrados no entorno das árvores a serem cortadas e a partir daí, abrir duas rotas de fuga da direção oposta à queda prevista das árvores. Quando existirem mais de uma equipe em campo deverá ser mantida uma distância mínima de 300 m entre elas. As atividades deverão ser interrompidas na ocorrência de condições climáticas ou outros eventos que comprometam a segurança dos trabalhos. Todo material lenhoso deverá estocado em pinhas nas áreas de transbordo para posterior utilização. A camada de solo superficial devera ser estocada para posterior incorporação nas áreas recuperadas. Os acessos às áreas de corte devem permanecer desimpedidos, possibilitando a o transporte do material explorado. Os troncos de eucaliptos com diâmetro maior ou igual à 15cm serão cortados em peças com comprimento de 7 a 8 metros para execução de estiva em áreas que a resistência do solo for muito baixa. As áreas de várzea que receberão aterro não devem ser limpas, aproveitando as raízes e vegetação na superfície do solo que atuarão como uma estiva natural auxiliando a distribuição de esforços. Nas áreas de encosta o terreno deverá ser limpo com extração dos tocos que deverão ser depositados na região entre os taludes e mata remanescente ou em outras áreas definida pela coordenação.

Uma camada de solo superficial, aproximadamente 20 cm, deverá ser removida e depositada em área apropriada até a conclusão dos serviços de terraplenagem, quando deverá será espalhada sobre a nova superfície do terreno. A galharia deverá ser empilhada em locais definidos pela coordenação formando abrigo para a fauna e auxiliando a regeneração natural. Monitoramento e controle As atividades de supressão serão acompanhadas, e todos os eventos registrados de acordo com as orientações do Plano de Segurança Operacional. Será mantido registro fotográfico datado, acompanhado de seu respectivo relatório técnico que estará disponível para consulta à FUNDEMA e outros interessados. A Fiscalização de Obras e Supressão manterá equipe em campo que fará vistorias a fim de averiguar as marcações e acompanhamento dos serviços de forma integrada às obras de terraplenagem. FASE DE REPOSIÇÃO FLORESTAL Este Plano de Reposição Florestal (PRF) refere-se à medida compensatória do processo de supressão de vegetação florestal nativa. O plano aqui apresentado propõe conciliar a exigência da reposição florestal com a os aspectos levantados no diagnóstico, especialmente a demanda de recuperação da área ciliar localizada no terreno do empreendimento. As áreas de intervenção abrangem os ambientes de várzea e encosta, sendo que a prioridade para reposição será dada para a área ciliar do rio Braço Comprido situada na porção do terreno ao norte da ferrovia, objetivando acelerar o processo de recomposição desta área, o que terá reflexos positivos também no ecossistema aquático em questão, que encontra-se extremamente fragilizado. Neste sentido, este projeto focaliza os procedimentos a serem adotados principalmente nesta fase inicial. As demais áreas deverão receber um esforço de reposição ao longo da ocupação do

campus e deverá estar integrado ao projeto de paisagismo, assim como as proposições do programa de Gestão Ambiental do Campus e seus sub-programas. Assim, este projeto tem por objetivo restaurar a vegetação e, indiretamente, as condições para a melhoria da vida aquática do rio Braço Comprido, ou seja, procura-se restaurar a estrutura e a dinâmica da vegetação original e, indiretamente, do rio, resguardando a diversidade de espécies e a representatividade das populações, devolvendo ao local o equilíbrio dos processos ecológicos ali atuantes. O projeto identifica-se como a estratégia de sucessão secundária induzida. São combinadas espécies identificadas em dois grupos ecológicos: o das pioneiras e o das secundárias e climácicas (estas aqui chamadas de definitivas). Na fase inicial, espécies pioneiras são implantadas com o propósito de favorecer o estabelecimento da dinâmica da sucessão vegetal para as espécies definitivas. Esses grupos possuem exigências complementares, principalmente quanto à necessidade de luz, sendo associados de tal forma que as pioneiras viabilizam as condições de sombra para as espécies definitivas, proporcionando um desenvolvimento harmônico a ambos os grupos. A recomposição florestal é assim planejada com o propósito de assegurar a sucessão até atingir-se o estágio final com a presença dominante das espécies definitivas. A distribuição espacial procura viabilizar conectividade com os remanescentes vegetais existentes, favorecendo a fauna e procurando manter e recompor o fluxo gênico nas populações envolvidas, reduzindo a endogamia e estimulando a dispersão. Finalmente, busca criar um sistema retroalimentado, com aporte de nutrientes às cadeias alimentares, favorecendo os ecossistemas aquáticos adjacentes, além de ampliar a oferta de nichos e alimentos às comunidades terrestres. Descrição e Especificação dos Elementos do Projeto O projeto de reposição florestal compreende o plantio de 5.434 mudas de espécies de árvores da Floresta Ombrófila Densa (Mata Pluvial Atlântica), pertencente à área de domínio do Bioma Mata Atlântica no Brasil.

O cronograma da reposição deverá se estender por dois anos conforme tabela a seguir: Tabela 3. Cronograma do projeto de reposição N de mudas Grupo 1 ano 2717 Pioneiras 2 ano 2717 Definitivas As áreas para a reposição foram definidas de acordo com projeto de ocupação do campus, conforme os mapas e tabelas de coordenadas constantes no anexo. São considerados três diferentes regiões. A primeira compreende aproximadamente de 7,5 ha e é caracterizada como área de Preservação Permanente - APP, localizada nas margens do Rio Braço Comprido, nesta área serão concentrados os esforços de recuperação na primeira fase. A segunda, com cerca 33 ha é composta por três setores, toda região de várzea aberta ao norte de ferrovia, uma área de encosta em estágio inicial próxima ao trevo da BR-101 e outra área de encosta, próxima à casa enxaimel, bastante alterada com predominância de pastagem, porém, com fragmentos importantes de mata no estágio médio/avançado, a recomposição nestes setores deverá buscar uma re-conexão destes fragmentos com os demais. Por último, uma a área de aproximadamente 37 ha, que deverá ser ocupada pelos edifícios do campus e pista de testes, onde a reposição será integrada ao paisagismo com reposição de indivíduos em praças, jardins e bordas de talude.

Figura 2 - Croqui das áreas de Reposição Florestal O preparo do terreno que receberá as plantas na primeira fase consistirá somente de roçada para facilitar a abertura das covas e o seu coroamento. Caso seja viável, seria altamente desejável a deposição de camada superficial de solo removida das áreas de corte e aterro a ser realizada em outros locais da implantação do projeto de urbanização do campus. Equipe e Materiais A coordenação dos trabalhos deverá ser executada pelo corpo técnico da UFSC. A formação da equipe de campo, em número e qualificação, será responsabilidade do profissional coordenador e poderá admitir a participação de alunos de cursos superiores nas especialidades requeridas, de acordo também com os Sub-Programas de Parcerias para Pesquisas. Para a fase de Reposição Florestal deverá ser contratada empresa, com experiência específica neste tipo de serviço, sob a supervisão da Prefeitura do Campus da UFSC na Trindade.

A empresa contratada deverá fornecer as mudas assim como executar todos os serviços relativos ao plantio. Participarão da fase de Reposição Florestal os alunos matriculados no Centro de Engenharia da Mobilidade como uma das atividades relacionadas ao Sub-Programa de Educação Ambiental. Para execução das atividades estima-se a necessidade de utilização dos seguintes equipamentos: motosserra, machado, foice, podão, serra, enxadas, e enxadões, rastelos, cordas, lonas e tifo entre outros. A coordenação também poderá estabelecer máquinas que possam auxiliar os trabalhos. Seleção das Espécies e Método de plantio A implantação do projeto será realizada com o plantio de espécies características do local, ou seja, espécies higrófilas, e de espécies identificadas no levantamento realizado da composição florística da vegetação de Várzea. Uma lista de espécies recomendadas é apresentada na Tabela 4. A quantidade a ser plantada de cada espécie dependerá da disponibilidade de mudas nos viveiros da região, bem como do aspecto e preço dessas mudas. Entretanto, recomenda-se o uso do maior número possível de espécies, visando aumentar a probabilidade de estabelecimento rápido de uma vegetação arbórea. A implantação deste PRF deverá ocorrer em várias etapas. A primeira deve ser realizada imediatamente, e consistirá do plantio das espécies do grupo das pioneiras. Durante o primeiro ano do projeto, essas espécies formarão um ambiente adequado à introdução das mudas de espécies secundárias e climácicas, aumentando a taxa de sobrevivência das mesmas. a) Obtenção das mudas As mudas das espécies arbóreas selecionadas para o processo de vegetação serão adquiridas em embalagens plásticas com torrão ou em tubetes grandes, devendo apresentar no mínimo

50 centímetros de altura. Além disso, deverão estar em boas condições fitossanitárias, isentas de pragas, doenças e ferimentos, apresentando conformação adequada do sistema radicular e parte aérea. b) Plantio O plantio das mudas de espécies arbustivas ou arbóreas será feito diretamente nas covas previamente abertas para tal. As covas para plantio de mudas de espécies arbóreas deverão ter as dimensões de 0,30 m x 0,30 m x 0,30 m, com espaçamento de 2m x 2m. As mudas das espécies definitivas, a serem plantadas na segunda etapa do projeto, serão intercaladas àquelas do primeiro plantio. A adubação das covas deverá ser feita preferencialmente com adubos orgânicos ou com material proveniente de pátios de compostagem. A calagem por ocasião do plantio também é recomendável. Após o preparo e a adubação das covas, as mudas devem ser cuidadosamente retiradas das embalagens, preservando o torrão formado pelas raízes e substrato. Após o plantio, e nos dias seguintes deverá ser efetuada a irrigação das mudas. c) Coroamento das mudas Para aumentar a taxa de sobrevivência e incremento das mudas, periodicamente, até o período de dois anos, será realizada a eliminação das plantas espontâneas num raio de 50 cm em torno das plantas. Também é recomendável preparar a área da coroa de forma a captar a água da chuva. Se possível, recomenda-se o uso de cobertura morta (palha seca, resto de matéria orgânica vegetal, bagaço de cana...) para evitar dessecamento e erosão na área da coroa. d) Medidas de controle e monitoramento Dezoito meses após o plantio inicial, será realizada uma avaliação da sobrevivência das mudas de espécies pioneiras. Nos locais onde a sobrevivência for muito baixa poderá ser

feito replantio com mudas dessas espécies. Alternativamente, e dependendo das condições do ambiente já formado, poderão ser plantadas espécies do grupo das secundárias. A cada seis meses, até o final do segundo ano após a implantação do projeto, nova avaliação deve feita e avaliada a necessidade de reposição das plantas mortas. Esta prática poderá, entretanto, ser dispensável caso o processo de regeneração natural da área seja considerado satisfatório. As atividades relacionadas à reposição serão acompanhadas pelo Programa de Gestão Ambiental do campus que definirá os indicadores e divulgará os resultados obtidos acerca das atividades de recuperações das áreas e replantios, notadamente acerca da restauração da mata ciliar e encostas. Plano de encerramento e cuidados posteriores Mediante a execução de todos os serviços a área será monitorada a fim de se obter dados sobre o andamento do projeto. O monitoramento respeitará os processos de sucessão ecológica permitindo uma total recuperação do ecossistema.

Tabela 4. Espécies indicadas para a realização dos trabalhos, e respectivos estágios sucessionais e importância e uso Nome Científico Nome Comum Estágio Sucessiona l Importância/Usos Cupania vernalis Camboatá Definitiva Poleiro, suporte para dispersores de sementes Nectandra oppositifolia Canela Definitiva Adensamento Ocotea pulchella Canela Definitiva Adensamento, enriquecimento florestal Tibouchina urvilleana Catiguá Definitiva Adensamento Talauma ovata Baguaçú Definitiva Poleiro, suporte para dispersores de sementes Bauhinia lomgifolia Pata-de-vaca Pioneira Fixação de nitrogênio, Cecropia glaziovii Embaúba Pioneira Crescimento rápido Euterpe edulis Palmiteiro Pioneira Suporte para dispersores de sementes, alimento da fauna Inga luschnathiana Ingá Pioneira Alimento da fauna Luehea divaricata Açoitacavalo Pioneira Fixação de barrancos em mata ciliar Pera glabrata Bracatinga Pioneira Recuperação de Área Degradada Psidium Suporte para dispersores de Araçá Pioneira cattleyanum sementes, poleiro Garcinia Suporte para dispersores de bacupari gardneriana sementes, poleiro Myrsine coriacea Capororoca Pioneira Auxilia na recuperação natural Schizolobium parahyba Guapuruvu Pioneira Recuperação de Área Degradada Maytenus robusta cancorosa Pioneira Recuperação de Área Degradada Syagrus rommanzifianna Jerivá Pioneira Alimento da fauna Trema micrantha Grandiúva Pioneira Fixação de nitrogênio, alimento da fauna, melífera Erythroxylum Alimento de fauna, poleiro, suporte Cocão Pioneira amplifolium para dispersores de sementes Alchornea Alimento de fauna, poleiro, suporte Tanheiro Pioneira glandulosa para dispersores de sementes Mimosa Recuperação de áreas úmidas, Maricá Pioneira bimucronata fixação de nitrogênio Ficus sp. Figueira Pioneira Alimento de fauna Trichilia elegans Quaresmeira Pioneira Adensamento

Myrsine coriacea Capororoca Pioneira Schinus terebinthifolius Andira fraxinifolia no lugar de Aroeira Angicovermelho Pioneira Pioneira Ilex theezans cauna Definitiva Auxilia na regeneração natural, alimento da fauna Crescimento rápido, reprodução por estacas de raízes e galhos Recuperação de Área Degradada Auxilia na regeneração natural, alimento da fauna