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Transcrição:

Prezados Leitores: A publicação Nota Tributária # Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem por objetivo atualizar nossos clientes e demais interessados sobre os principais assuntos que estão sendo discutidos e decididos nesse órgão. Nesta 84ª edição do nosso informativo, comentamos a decisão em que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ( CARF ) cancelou o lançamento de ofício referente ao IRPJ e à CSLL, por entender que a reorganização societária realizada pelo grupo empresarial não se deu com exclusiva finalidade de economia tributária. Também comentamos decisão em que o CARF cancelou atuação para cobrança das Contribuições Previdenciárias sobre valores pagos na compra de ações decorrente de Plano de Opção de Compra de Ações, por entender que essa operação não tem natureza de contraprestação pelo trabalho, representando apenas um ato negocial da esfera civil e empresarial. Para acessar diretamente o texto referente a cada um desses temas, clique: IRPJ e CSLL Reorganização Societária Concentração de Atividades Propósito Negocial Stock Option Plans Natureza não Remuneratória Não Incidência de Contribuições Previdenciárias O escritório Souza, Schneider, Pugliese e Sztokfisz Advogados encontra-se à disposição dos clientes para esclarecer quaisquer dúvidas acerca dos julgados aqui relatados. Esperamos que tenham uma boa leitura!

Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício: 2007, 2008 REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA. MOTIVAÇÃO UNICAMENTE TRIBUTÁRIA NÃO VERIFICADA. AUSÊNCIA DE SIMULAÇÃO. POSSIBILIDADE DE ADOÇÃO DO CAMINHO MENOS ONEROSO. LANÇAMENTO IMPROCEDENTE. Restou comprovado nos autos que a reorganização societária levada a efeito pela fiscalizada teve como finalidade principal a concentração de atividades em uma única entidade, sendo certo que essa reorganização ocorreu de fato e de direito. Presente a motivação empresarial extratributária, não se cuidando de atos ou negócios simulados ou de outra forma viciados, e havendo múltiplos caminhos que conduzissem ao resultado pretendido, não se pode desconsiderar aquele adotado pelo contribuinte ao único pretexto de se tratar do menos oneroso sob o aspecto tributário. Trata o julgado em questão de Auto de Infração lavrado para a exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica ( IRPJ ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ( CSLL ), sob a alegação de existência de um planejamento tributário abusivo, caracterizado pelo propósito exclusivo de redução da carga tributária incidente sobre lucros de empresas investidoras. No presente caso, o grupo empresarial do qual a Contribuinte pertence promoveu uma reestruturação societária que consistiu, inicialmente, na alteração do regime de tributação para o lucro presumido e no aumento do capital social de uma das empresas do grupo ( Empresa A ), acarretando a inclusão da Contribuinte no quadro societário desta última. Ato contínuo, outras três empresas do grupo ( Empresas B, C e D ) foram admitidas como sócias, mediante subscrição de capital, integralizado com a transferência de ativos correspondentes a quase integralidade dos parques industriais dessas sociedades. Posteriormente, as Empresas B, C e D foram incorporadas pela Contribuinte, que passou a ser detentora majoritária das ações da Empresa A. Além disso, no ano seguinte, após retornar ao regime do lucro real, a Empresa A procedeu com a compensação de parte do lucro apurado com prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL de períodos anteriores. Ao realizar o procedimento de fiscalização, a Autoridade Fiscal entendeu que a transferência de ativos das Empresas B, C e D, promovida durante a reestruturação, teria se dado de forma artificial, por não revelar qualquer propósito negocial, a não ser a economia tributária. Isso porque, o fato da Empresa A ser optante pelo lucro presumido proporcionou uma tributação menos onerosa do resultado das empresas investidoras, optantes pelo lucro real. Além disso, a reestruturação possibilitou o aproveitamento dos valores acumulados a título de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa pela Empresa A, representando, assim, uma burla à vedação legal de aproveitamento de prejuízos fiscais da empresa sucedida pela sucessora, pois, embora não se trate da figura jurídica de incorporação, os efeitos alcançados são contrários ao espírito da lei. D i a n t e d i s s o, a Au t o r i d a d e F i s c a l d e s c o n s i d e r o u, p a r a fi n s t r i bu t á r i o s, a s o p e r a ç õ e s societárias realizadas e procedeu ao arbitramento do lucro das Empresas B, C e D, com a alocação das receitas, custos e despesas de cada uma delas aos respectivos parques produtivos, bem como à glosa da compensação efetuada pela Empresa A. Em sede de Impugnação, a Contribuinte, na qualidade de sucessora das empresas investidoras, alegou, dentre outros argumentos, a nulidade do lançamento pela ausência de suporte legal para fundamentar a 02

autuação. Nesse sentido, ressaltou que a reorganização societária tinha propósito negocial, na medida em que objetivava concentrar a atividade de produção em uma única pessoa jurídica, proporcionando maior sinergia operacional e significativa redução dos gastos incorridos para a manutenção da estrutura anterior. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento manteve o entendimento da Autoridade Fiscal e julgou parcialmente procedente a Impugnação apenas para reconhecer a possibilidade de abatimento dos valores já pagos no período em referência e a decadência do direito da Fazenda Nacional de constituir créditos tributários da CSLL exigidos de uma das empresas investidoras. Ao apreciar a questão, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ( CARF ) reconheceu a legitimidade do planejamento tributário realizado, por entender que a concentração das atividades ocorreu de fato, e não apenas de direito, bem como que a operação não tinha o propósito exclusivo de reduzir a tributação. Nesse sentido, o Conselheiro Relator asseverou que se vários caminhos conduziam ao mesmo resultado não se poderia obrigar o grupo empresarial a adotar a opção mais onerosa do ponto de vista tributário. Diante disso, o CARF, por unanimidade de votos, negou provimento ao Recurso de Ofício e deu provimento ao Recurso Voluntário para cancelar o lançamento do crédito tributário. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Exercício: 2006, 2007, 2008 STOCK OPTION PLANS. PLANO OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES SEM PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA DA EMPREGADORA. NATUREZA NÃO REMUNERATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Nos casos de opção de compra de ações das empregadoras pelos empregados ou diretores sem apoio financeiro daquelas, mediante preço representativo ao de mercado, não considera-se remuneração, nem fato gerador de contribuições previdenciárias, pois representam apenas um ato negocial da esfera civil/empresarial. AFERIÇÃO INDIRETA. ARBITRAMENTO DE BASE DE CÁLCULO. DESCONSIDERAÇÃO DE ATO NEGOCIAL PRIVADO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE FUNDAMENTAÇÃO E CRITÉRIOS DE APURAÇÃO. VÍCIO MATERIAL. NULIDADE. Trata-se de aferição indireta ou arbitramento da base de cálculo quanto a fiscalização utiliza uma ficção ou presunção da ocorrência do fato gerador, cabível apenas quando não merecer fé a documentação apresentada ou dificuldades de sua obtenção. Deve ainda indicar e fundamentar a aplicação do preceito legal que autorizam tais métodos de apuração, artigos 148, do CTN, e art. 33, 6º, da Lei n. 8212/1991. Desobediência pela fiscalização de tais exigências, gera vícios materiais do ato de constituição do crédito e sua nulidade. Recurso Voluntário Provido - Crédito Tributário Exonerado Trata o julgado em questão de Auto de Infração lavrado para a cobrança de Contribuições Previdenciárias sobre valores pagos na compra de ações mediante os Planos de Opção de Compra de Ações ( Stock Option Plans ). Em termos gerais, a Fiscalização concluiu que toda compra de ações no âmbito dos Planos de Opção de Compra de Ações caracteriza-se como remuneração e integra o salário de contribuições (base de cálculo 03

das Contribuições Previdenciárias). A Contribuinte apresentou Impugnação, cujo provimento foi negado pela DRJ. Inconformado, interpôs Recurso Voluntário ao CARF, que, ao analisar detalhadamente a tributação envolvendo os planos de stock options e o caso concreto, decidiu, por maioria de votos, cancelar a atuação. O Conselheiro Relator iniciou seu voto identificando as hipóteses de incidência das contribuições previdenciárias e entendeu que estas seriam incidentes sobre os valores pagos como contraprestação do trabalho e/ou pelo exercício de atividade por contra própria. Prosseguindo em seu voto, o Relator diferenciou os Stock Option PIans nas modalidades Clássico e Phantom Stock Option. Baseando-se em artigo de doutrina, o Relator esclareceu que no Stock Option Clássico a empresa outorga ao empregado a opção de adquirir determinada quantidade de ações por um preço prefixado, condicionando o exercício da opção ao transcurso de determinado prazo de maturação das ações. Após esse prazo, o beneficiado pode exercer a opção de adquirir, por meio de um contrato de compra e venda, as ações pelo preço originalmente ofertado e avaliar o melhor momento para vendê-las. Já no Phantom Stock Option o exercício da opção de adquirir as ações não é feito com a compra das ações. Nessa segunda modalidade, a empresa paga ao empregado a diferença entre o valor de mercado das ações e valor de outorga, antecipando uma possível revenda que o participante faria. Segundo o Relator, esse valor pago pela empresa em decorrência do Phantom Stock Option é geralmente considerado como remuneração. Após a comparação, o Relator entendeu que, no caso em análise, estava-se diante de um plano de Stock Option Clássica, já que o custo de compra de todas as ações foi arcado pelo comprador (funcionário/diretor da empresa), cujo valor foi obtido por uma media das três últimas cotações das ações na Bolsa de Valores anteriores à assinatura do termo de opção. Além disso, o Relator afirmou que empresa não participou com qualquer verba para que os beneficiários comprassem tais ações, apenas disponibilizou sua compra fora da Bolsa de Valores, apresentando uma oportunidade de investimento do interessado na própria empresa, inclusive sendo do beneficiário o risco, caso houvesse a desvalorização das ações no mercado no momento da alienação. Assim, o Conselheiro Relator concluiu que, como o preço de compra atribuído nas opções não estava atrelado à contraprestação pelo trabalho do beneficiário, mas sim à cotação das ações na Bolsa de Valores, isso demonstraria a completa interdependência dessas relações jurídicas e não haveria o que se falar em incidência das contribuições previdenciárias. O Relator também afastou a alegação da Fiscalização de que os planos de stock também seriam irregulares por terem sido concedidas apenas a alguns funcionários, argumentando que não há qualquer norma nesse sentido. Acrescentou, ainda, que os Stock Option Plans são regulados por Assembleia Geral e destinam-se a todos os colaboradores com grau de responsabilidade superior, também estimulando os demais a alcançarem tais cargos. Ao finalizar seu voto, o Relator entendeu pela impossibilidade de apuração da base de cálculo das contribuições previdenciárias com base no preço de compra atribuído nas opções, uma vez que tais opções representam, até a sua efetiva venda, apenas uma expectativa de valores, sendo a tributação da expectativa de sua ocorrência permitida somente mediante previsão em lei, por se tratar de base de cálculo 04

presumida. Como não existe tal previsão legal, a tributação na forma como efetuada ensejaria a nulidade da autuação por ausência de motivação. Inclusive, o Relator acrescentou que, no caso em questão, os valores das ações em momentos posteriores às efetivas compras estavam mais baixos, o que reforçaria a nulidade. Assim, a maioria dos Conselheiros da Turma Julgadora acompanhou o Relator, dando provimento ao Recurso Voluntário para cancelar o crédito tributário. 05

Equipe responsável pela elaboração do Nota Tributária do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Igor Nascimento de Souza (igor.souza@souzaschneider.com.br) Henrique Philip Schneider (philip.schneider@souzaschneider.com.br) Eduardo Pugliese Pincelli (eduardo.pugliese@souzaschneider.com.br) Cassio Sztokfisz (cassio.sztokfisz@souzaschneider.com.br) Fernanda Donnabella Camano de Souza (fernanda.camano@souzaschneider.com.br) Diogo de Andrade Figueiredo (diogo.figueiredo@souzaschneider.com.br) Flávio Eduardo Carvalho (flavio.carvalho@souzaschneider.com.br) Vitor Martins Flores (vitor.flores@souzaschneider.com.br) Rafael Fukuji Watanabe (rafael.watanabe@souzaschneider.com.br) Rodrigo Tosto Lascala (rodrigo.tosto@souzaschneider.com.br) Laura Benini Candido (laura.candido@souzaschneider.com.br) Marina Lee (marina.lee@souzaschneider.com.br) Pedro Lucas Alves Brito (pedro.brito@souzaschneider.com.br) Viviane Faulhaber Dutra (viviane.dutra@souzaschneider.com.br) Flavia Gehlen Frosi (flavia.frosi@souzaschneider.com.br) Thomas Ampessan Lemos da Silva (thomas.ampessan@souzaschneider.com.br) Maria Carolina Maldonado Kraljevic (mariacarolina.maldonado@souzaschneider.com.br) Gabriela Barroso Gonzaga Ferreira Porto (gabriela.porto@souzaschneider.com.br) Ana Cristina de Paulo Assunção (anacristina.assuncao@souzaschneider.com.br) Vanessa Carrilo do Nascimento (vanessa.nascimento@souzaschneider.com.br) Sergio Grama Lima (sergio.lima@souzaschneider.com.br) Pedro Paulo Bresciani (pedro.bresciani@souzaschneider.com.br) Renata Ferraioli (renata.ferraioli@souzaschneider.com.br) Luana da Silva Araujo (luana.araujo@souzaschneider.com.br) Gabriela Xavier Urbani (gabriela.urbani@souzaschneider.com.br) Pedro Guilherme Ferreira Bini (pedro.bini@souzaschneider.com.br) Roberta Marques de Moraes (roberta.moraes@souzaschneider.com.br) Tatiana Ergang Barros (tatiana.barros@souzaschneider.com.br) Alberto Frederico Teixeira Soares Carbonar (alberto.carbonar@souzaschneider.com.br) 06