Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Fazenda Conselho de Contribuintes RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº 13.

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1 PUBLICAÇÃO DA DECISÃO DO ACÓRDÃO No D.O. 05 / 12 / 2014 Fls.: 22 SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL Processo nº E-04 / /2012 Sessão de 07 de outubro de 2014 PRIMEIRA CÂMARA RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº INSCRIÇÃO ESTADUAL Nº AUTO DE INFRAÇÃO Nº RECORRENTE - QUALIVIDA FARMÁCIA E CONVENIÊNCIA LTDA RECORRIDA IRF SUL RELATOR CONSELHEIRO PAULO EDUARDO DE NAZARETH MESQUITA Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Eduardo de Nazareth Mesquita, Antonio Silva Duarte, Luiz Chor e Roberto Lippi Rodrigues. ICMS OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DEIXAR DE GUARDAR LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS PELO PRAZO DECADENCIAL. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA rejeitada. Por se tratar de infração relativa a descumprimento de obrigação instrumental, prevista no art. 195 do CTN e no parágrafo único do art. 2º, Livro XVI, do RICMS/2000, o prazo decadencial é aquele fixado no inciso I do art. 173 do CTN. PRELIMINAR DE NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO rejeitada. A multa foi aplicada corretamente, por documento fiscal inutilizado indevidamente antes do prazo, conforme demonstrado nos quadros de fls. 5/15 e 3. NO MÉRITO, não há o que se alterar no bem fundamentado Lançamento, visto que o Contribuinte confessou expressamente a inutilização dos documentos fiscais em debate, por entender expirado o prazo decadencial para a exigência do imposto, sem, contudo, atentar para a necessidade do Fisco de verificação do cumprimento das obrigações formais, assim como de eventual dolo, fraude ou simulação nas operações do Contribuinte, sendo todas estas situações cobertas pelo prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. RECURSO VOLUNTÁRIO DESPROVIDO. AUTO DE INFRAÇÃO PROCEDENTE.

2 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 2/5 RELATÓRIO Trata-se de AI lavrado contra a recorrente, para exigir Multa, por deixar de guardar, pelo prazo decadencial, os documentos fiscais e não comunicar o fato à Inspetoria de sua jurisdição, na forma e prazo regulamentares. Foi apresentada impugnação a fls. 21/30. A IRF 64.12, a fls. 124/126, julgou procedente o AI, ementando sua decisão como se segue: Documentos fiscais. Extraviar, perder ou inutilizar. Auto de Infração PROCEDENTE. A Recorrente apresentou Recurso Voluntário a este Conselho de Contribuintes a fls. 129/139, alegando, em resumo, que: no art. 150, 4º, do CTN. Preliminarmente, a decadência dos créditos tributários, com base Nulidade do Auto de Infração, por não apresentar elementos suficientes, de fato e de direito, para a configuração da infração e por aplicação incorreta da multa, por não terem sido demonstrados os fatores quantitativos e qualitativos da mesma. pela Lei 6357/2012. Solicitou a aplicação da multa equivalente, mais benéfica, trazida Isto posto, solicitou que o Auto de Infração fosse julgado improcedente ou declarado nulo. A Representação da Fazenda, a fls. 143/146, opinou pela remessa dos autos à Inspetoria de origem, para manifestação conclusiva sobre possível aplicação da Lei 6357/2012 ao caso, e pelo eventual provimento parcial do Recurso, em caso afirmativo. É o Relatório. VOTO DO RELATOR Primeiramente, rejeito a preliminar de decadência, levantada pelo Contribuinte. Por se tratar de infração relativa a descumprimento de

3 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 3/5 obrigação instrumental, prevista no art. 195 do CTN e repetida no parágrafo único do art. 2º, Livro XVI, do RICMS/2000 1, o prazo decadencial é aquele fixado no inciso I do art. 173 do CTN, conforme jurisprudência pacífica deste Conselho. Em seguida, rejeito a preliminar de nulidade do Auto de Infração, por suposta ausência de elementos suficientes, de fato e de direito, para a configuração da infração e por aplicação incorreta da multa, por não terem sido demonstrados os fatores quantitativos e qualitativos da mesma. A multa prevista no inciso XXVII do art. 59 da Lei 2657/96 2, com redação da Lei 3040/98, combinada com o disposto no 8º do art. 59 da Lei 2657/96, foi aplicada corretamente pela Autuante, por documento fiscal inutilizado indevidamente antes do prazo, conforme demonstrado nos quadros de fls. 5/15 e 3. 1 Art. 2º - Para os efeitos da legislação tributária do Estado do Rio de Janeiro, não tem aplicação qualquer disposição legal excludente ou limitativa do direito de examinar mercadoria, livro, arquivo, documento, papel e efeito fiscal ou comercial, de comerciante, industrial ou produtor, ou da obrigação destes de exibi-los. Parágrafo único - Os livros fiscais e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações e prestações a que se refiram. (grifei) 2 XXVII - de R$ 20,00 (vinte reais) por documento fiscal, ou formulário destinado a sua emissão, perdido, extraviado ou inutilizado; 8º - Na aplicação da multa prevista no inciso XXVII, quando se tratar de talonário de documento fiscal, jogos soltos, formulários contínuos, formulários de segurança, cupom de leitura, ou Fitadetalhe de máquina registradora, terminal Ponto de Venda - PDV ou equipamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF, observar-se-á o seguinte: I - a penalidade será aplicada em razão de cada unidade, assim considerada cada documento fiscal; II - no seu total, a penalidade não excederá a R$ 2.000,00 (dois mil reais) por máquina registradora, terminal Ponto de Venda - PDV, equipamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF, ou por série ou subsérie, ou, se não for utilizada série nem subsérie, por modelo de documento fiscal; (grifei)

4 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 4/5 Além disso, o Relato foi bem claro ao descrever a infração e permitiu a elaboração de defesa com argumentos pertinentes, não havendo motivo para a declaração de nulidade do lançamento por suposto, e não comprovado, cerceamento do direito de defesa. NO MÉRITO, não há o que se alterar do bem fundamentado Lançamento, visto que o Contribuinte confessou expressamente a inutilização dos documentos fiscais em debate, por entender expirado o prazo decadencial para a exigência do imposto, sem, contudo, atentar para a necessidade de verificação, por parte do Fisco, do cumprimento das obrigações formais, assim como de eventual dolo, fraude ou simulação nas operações por ele praticadas, sendo todas estas situações cobertas pelo prazo previsto no art. 173, I, do CTN. Quanto à possibilidade de aplicação da penalidade prevista no art. 64, inc. I, item 1, da Lei 2657/96, com redação da Lei 6357/2012 3, combinado com o 2º do mesmo artigo, tal hipótese não é possível, visto que o limite máximo fixado pelo inciso II do 1º do referido artigo 4, e que é alcançado pelo presente Lançamento, face ao elevado número de documentos fiscais inutilizados 3 Art O descumprimento de obrigações acessórias relativas à perda, extravio ou inutilização de documentos fiscais, livros fiscais, ECF e quaisquer equipamentos ou instrumentos de controle fiscal ensejará a aplicação das seguintes penalidades: I - deixar de observar os procedimentos previstos na legislação no caso de perda, extravio ou inutilização de documento fiscal ou formulário destinado a sua emissão: 1) MULTA: equivalente em reais a 20 (vinte) UFIR-RJ por documento fiscal, ou formulário destinado a sua emissão, sem prejuízo do arbitramento do valor das operações e prestações, quando cabível; 2º - As multas previstas neste artigo aplicam-se também na hipótese de o contribuinte não guardar documentos fiscais, livros fiscais, ECF e quaisquer equipamentos ou instrumentos de controle fiscal pelo prazo constante da legislação. (redação do artigo 64, 1º e 2º, dada pela Lei 6357/12, ceap de 01/07/13) 4 1º - A aplicação de penalidade prevista no inciso I do caput deste artigo: [...]

5 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 5/5 indevidamente, é de UFIR-RJ, logo, maior que o limite anterior, de R$ 2.000,00, cerca de 2.080, 95 UFIR-RJ, conforme informado a fls. 2 do presente. Isto posto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para julgar procedente o Auto de Infração. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente a QUALIVIDA FARMÁCIA E CONVENIÊNCIA LTDA e Recorrida a IRF SUL. Acorda a PRIMEIRA CÂMARA do do Estado do Rio de Janeiro, por maioria de votos, rejeitar a preliminar de decadência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Vencido o Conselheiro Antonio Silva Duarte, que acolheu a preliminar. À unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade do Auto de Infração, nos termos do voto do Conselheiro Relator. No mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Vencido o Conselheiro Antonio Silva Duarte, que deu provimento ao recurso. PRIMEIRA CÂMARA do do Estado do Rio de Janeiro, em 07 de outubro de PAULO EDUARDO DE NAZARETH MESQUITA RELATOR ROBERTO LIPPI RODRIGUES PRESIDENTE AGB II - não excederá, no seu total, o equivalente em reais a (três mil) UFIR-RJ por ECF, ou por série ou subsérie, ou, se não for utilizada série nem subsérie, por modelo de documento fiscal;