Recuperação de áreas degradadas. Procedimentos para recomposição da vegetação

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Transcrição:

Recuperação de áreas degradadas Procedimentos para recomposição da vegetação 1

Conceitos básicos Conceitos básicos Matas Ciliares: são formações vegetais do tipo florestal que se encontram associadas aos corpos d'água, ao longo dos quais podem estender-se por dezenas de metros a partir das margens e apresentar marcantes variações na composição florística e na estrutura comunitária, dependendo das interações que se estabelecem entre o ecossistema aquático e o ambiente terrestre adjacente (0liveira-Filho, 1994). Composição Florística: é o inventário das espécies presentes em uma determinada comunidade vegetal. Os levantamentos florísticos fornecem listas com a identificação taxonômica das espécies que ocorrem na formação vegetal e constituem a base para a execução de comparações qualitativas entre diferentes comunidades vegetais e para a realização de estudos mais profundos sobre a estrutura e dinâmica dessas comunidades (0liveira-Filho, 1994). Grupo Ecológico: é a estratégia diferenciável das espécies dentro da dinâmica de sucessão florestal. Está relacionado ao comportamento das espécies em relação a exposição à luz, podendo ser classificadas conforme alguns critérios básicos. Sucessão Florestal: é um processo de modificação progressiva na proporção e composição dos indivíduos de uma comunidade vegetal até que esta atinja um estado de equilíbrio dinâmico com o ambiente. As modificações são causadas por alterações das condições abióticas e bióticas decorrentes de atividades dos próprios componentes da comunidade ou devido a fatores externos, com conseqüências na probabilidade de estabelecimento e sobrevivência de cada espécie (Meguro, 1994). Conceitos básicos Conceitos básicos Florestas de Proteção: são aquelas que fornecem bens indiretos ao homem; por meio delas é que se protegem as nascentes e os cursos d'água, minimizam a erosão, preservam a fauna e etc. (Kageyama, 1990). Quincôncio: arranjo de plantio em que cada muda de espécie não pioneira se encontra posicionada no centro de quatro mudas de espécies pioneiras. Estrutura Fitossociológica: Braun-Blanquet (1966) define como sendo o ramo da Biossociologia que estuda os agrupamentos de plantas e suas relações e dependências frente ao meio ambiente vivo e inanimado. É, em outras palavras, o estudo da comunidade vegetal que objetiva esclarecer aspectos relacionados à sua estruturação espacial e às relações mantidas entre indivíduos da própria comunidade com indivíduos da comunidade animal e com o meio abiótico. 2

ZONA RIPÁRIA É um espaço tridimensional que contêm vegetação, solo e rio. Mata ciliar e floresta de galeria. A zona ripária está intimamente ligada ao curso d'água, os limites laterais se estenderiam até o alcance da planície de inundação. PAPEL DO ECOSSISTEMA RIPÁRIO Interface entre ecossistemas terrestre e aquático. É ecótono. São corredores extremamente importantes para o movimento da fauna ao longo da paisagem, assim como para a dispersão vegetal. Potencialmente minimiza os impactos da agricultura sobre rios. Esta zona influencia fortemente a transferência de energia, nutrientes, sedimentos etc. entre os ecossistemas terrestre e aquático. Serviços ambientais: Quantidade de água, qualidade da água, permanência da vazão que emana das microbacias. 19 20 3

Áreas de preservação permanente. 20 35 m 20 35 m Matas ciliares são formações vegetais extremamente importantes em termos ecológicos, sendo essenciais para a manutenção da qualidade da água dos rios e da fauna ictiológica. As matas ciliares são também essenciais para sobrevivência da fauna de mamíferos das regiões do cerrado, representando para elas refúgio, água e alimento (Redford e Fonseca, 1986). Apesar de sua inegável importância ambiental, as matas ciliares vêm se aproximando de uma virtual erradicação em várias partes do Brasil. Entre os inúmeros fatores que têm contribuído para isso, destacam-se, pela gravidade: as derrubadas, os incêndios, os represamentos e o assoreamento dos rios devido à erosão (Gibbs, Leitão Filho e Abbot, 1980). 19 A recomposição vegetal de áreas de matas ciliares degradadas, decorrentes de atividades antrópicas, com espécies arbóreas nativas, fundamenta-se no emprego do método que visa a assegurar a harmonia e dinâmica de sucessão, conseqüentemente assegurando também a perenização do ecossistema. Programa dessa natureza visam a garantir a regularização de recursos hídricos, a conservação de espécies vegetais e animais, bem como a manutenção da diversidade genética nas áreas de influências dos corpos d'água (CESP, 1992 a) Através da regeneração natural, as florestas apresentam capacidade de se recuperarem de distúrbios naturais ou antrópicos. Quando uma determinada área de floresta sofre um distúrbio como a abertura natural de uma clareira, um desmatamento ou um incêndio, a sucessão secundária se encarrega de promover a colonização da área aberta e conduzir a vegetação através de uma série de estádios sucessionais, caracterizados por grupos de plantas quer vão se substituindo ao longo do tempo, modificando as condições ecológicas locais até chegar a uma comunidade bem estruturada e mais estável (Ambiente Brasil, 2010). A sucessão secundária depende de uma série de fatores como a presença de vegetação remanescente, o banco de sementes no solo, a rebrota de espécies arbustivo-arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a duração do distúrbio. Assim, cada área degradada apresentará uma dinâmica sucessional específica. Em áreas onde a degradação não foi intensa, e o banco de sementes próximas, a regeneração natural pode ser suficiente para a restauração florestal. Nestes casos, torna-se imprescindível eliminar o fator de degradação, ou seja, isolar a área e não praticar qualquer atividade de cultivo (Ambiente Brasil, 2010). Plantar espécies nativas com ocorrência em matas ciliares da região; plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade; utilizar combinações de espécies pioneiras de rápido crescimento junto com espécies não pioneiras (secundárias tardias e climáticas); plantar espécies atrativas à fauna; respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar espécies adaptadas a cada condição de umidade do solo. Na escolha de espécies a serem plantadas em áreas ciliares é imprescindível levar em consideração a variação de umidade do solo nas margens dos cursos d'água. Para as áreas permanentemente encharcadas, recomenda-se espécies adaptadas a estes ambientes, como aquelas típicas de florestas de brejo. Para os diques, são indicadas espécies com capacidade de sobrevivência em condições de inundações temporárias. Já para as áreas livres de inundação, como as mais altas do terreno e as marginais ao curso d'água, porém compondo barrancos elevados, recomenda-se espécies adaptadas a solos bem drenados (Ambiente Brasil, 2010). 4

O trabalho de implantação de matas ciliares não envolve simplesmente o plantio aleatório de espécies. Consiste antes de tudo na adoção de um conjunto de medidas voltadas a acelerar o processo natural de sucessão em direção ao estágio climático, visando sempre à redução dos custos envolvidos em tal processo. Estudos sugerem que o caminho mais curto e menos oneroso para se alcançar esse objetivo é estimular, tanto quanto possível, a presença na área em implantação dos dispersores de sementes existentes na natureza, tais como, pássaros, morcegos e formigas. Dessa forma, o trabalho de implantação de mata ciliar deve implicar, além da revegetação, o retorno da fauna nativa. Para o retorno dos animais, é imprescindível dar condições mínimas à sobrevivência da vegetação. A disposição de plantio das mudas pode ser feita de forma aleatória ou em arranjos de agrupamentos. Os arranjos de distribuição baseados em estudos fitossociológicos ou estruturais tentam reproduzir quantitativamente e qualitativamente a vegetação local, devendo-se observar o estágio de desenvolvimento das florestas estudadas. Esses estudos são uma ferramenta muito útil, devendo ser utilizada criteriosamente respeitando a dinâmica de sucessão florestal, favorecendo o rápido recobrimento do solo e garantindo a autorenovação da floresta. Já a fauna, como agente de controle biológico e de dispersão de sementes, pode se encarregar de dar continuidade ou mesmo acelerar o processo de sucessão (Oliveira -Filho, 1994). Seitz (1994) e Kageyama (1990), partindo do pressuposto de que todas as espécies se regeneram naturalmente, analisam os fatores que condicionam este processo para entender a dinâmica natural. Estes fatores podem ser agrupados em três grupos, de acordo com a fase da regeneração natural: a) fatores que determinam a disponibilidade de sementes/propágulos no local a ocupar: produção de sementes/propágulos (floração, polinização, maturação, etc.); dispersão das sementes (ventos, pássaros, roedores, formigas, etc.); presença de predadores (pássaros, macacos); sanidade das sementes (insetos, fungos, etc.). b) fatores que afetam a germinação: umidade do substrato; temperatura; inibidores bioquímicos (alelopatia); predadores (formigas, pássaros, roedores, etc.). c) fatores que afetam o crescimento inicial: luz; água; nutrientes; predadores (formigas, lagartas, herbívoros, etc.); fungos patógenos; micorrizas. A avaliação das condições locais, como: topografia, regime hídrico, tipo de solo, fertilidade natural, presença de processos erosivos, atividade antrópicas circunvizinhas, clima, presença de pragas e capacidade de regeneração natural são fundamentais para as recomendações de preparo e correção do solo, proteção da área, seleção de espécies, espaçamento, disposição de plantio e manejo futuro. Preparo do solo: O preparo do solo visa a melhorar as condições físicas do solo e/ou incorporar fertilizantes e corretivos, para favorecer o estabelecimento do povoamento. As técnicas e equipamentos a serem utilizados no preparo do solo vão depender das características físicas, químicas e topográficas do solo, bem como da disponibilidade de recursos financeiros para a execução do mesmo. Como formas de preparo de solo, podem ser citadas: coveamento; sulcamento na linha de plantio ou na área total (em nível); aração (em nível); gradagem (em nível); subsolagem (em nível), na linha de plantio ou na área total. A recomendação das formas de preparo do solo, sua variações e época são definidas após visita à área, levantamento e análise das condições locais. 5

Os estudos sobre nutrição de espécies florestais nativas são ainda escassos. Considerando o grande número de espécies existentes, a variação entre indivíduos de mesma espécies e as interações entre genótipo e ambiente, torna-se difícil elaborar recomendações muito específicas de adubação. De modo geral, a correção do ph do solo deve se feita mediante calagem conforme análise de solo, mantendo seu valor por volta de 6,0 a 6,5 por ser a faixa ideal para o desenvolvimento da maioria das plantas. Quanto à fertilização, deve ser feita de forma a corrigir deficiências mais severas dos principais nutrientes. Plantio: A definição do espaçamento dever ser feita em virtude das condições encontradas em cada local. Quando a implantação é feita em área total, os espaçamentos mais comuns têm sido os de 1,5m x 3m, 2m x 3m e 3m x 3m. Para áreas de condução de regeneração natural, às vezes é feito plantio de enriquecimento da área, o que depende de cada caso. Espaçamento 3m x 2m (2m entre plantas e 3m entre linhas) realizado em nível. Figura - Distribuição em quincôncio (4 espécies pioneiras dispostas ao redor de 1 espécie não pioneira): P = pioneira; NP = não pioneira (Macedo, 1993). Figura - Distribuição de plantio em blocos mistos, com espécies de diferentes grupos ecológicos. P = pioneiras, S = secundárias e C = clímax. Figura - Combinação de espécies de diferentes grupos ecológicos. Foram utilizadas 60% de Pioneiras (P), 20% de Secundárias (S) e 20% de Climácicas (C). 6