Agroecologia, sistemas agroflorestais e espaços protegidos
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- Sara Bugalho
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1 Universidade de Brasília Departamento de Engenharia Florestal Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais Agroecologia, sistemas agroflorestais e espaços protegidos Thiago Vinicius Pereira Leite
2 Porque agroecologia? Porque utilizar agroflorestas?
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5 Moradia Segurança Saúde Comida Emprego Meio ambiente
6 FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A produção de alimentos tem que crescer 70% até 2050 A quantidade de terras agrícolas cresceu 12% entre 1961 e 2009 A produtividade aumentou 150%. 25% das terras agrícolas se encontram "altamente degradadas"
7 Terras agrícolas Eficiência Recuperar terras degradadas Pressão direta sobre espaços protegidos FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A produção de alimentos tem que crescer 70% até 2050 Novas técnicas de produção e de recuperação Fonte:FAO (2011)
8 Terras agrícolas SAF's recuperação de áreas degradadas espaços protegidos Eficiência Recuperar terras degradadas Pressão direta sobre espaços protegidos Novas técnicas de produção e de recuperação
9 Cerrado
10 Cerrado Reconhecido internacionalmente como um dos 25 hot spots para conservação sendo que mais de 50% da vegetação natural em paisagens antropizadas (MITTERMAYER, et al. 1999). A expansão das fronteiras agrícolas do Brasil foi extremamente rápida, o Bioma Cerrado apresenta as maiores taxas de desmatamento (Paiva, 2000). Entre : 12,6% na área urbanizada no DF 29% na área reflorestada
11 Cerrado Para Machado et al (2004) a área do Cerrado já desmatada até o ano de 2002 era de 54,9% da área original (cerca de 1,58 milhões de hectares). Desta forma estima-se que o bioma deverá ser totalmente destruído no ano de Fonte: Google
12 Recuperação de áreas degradadas
13 degradadas Para Duarte e Bueno (2006) área perturbada é aquela em que pode sofrer um certo distúrbio e manter a possibilidade de regenerar-se naturalmente ou estabilizar-se em outra condição, também dinamicamente estável
14 Condição original Distúrbio Resiliência Restauraçã o Condição não degradada Área degradada Recuperação
15 Recuperação de áreas degradadas Visa retornar às condições de funcionamento, recuperando, segundo Dias & Griffith (1998): a estrutura (composição em espécies e complexidade) e as funções ecológicas (ciclagem de nutrientes e biomassa) do ecossistema. A recuperação de uma área deve seguir os mesmos mecanismos da sucessão natural, o que garante seu sucesso em termos de sustentabilidade (RODRIGUES E GANDOLFI, 2001).
16 Espaços protegidos APP e Reserva Legal
17 APP e Reserva Legal No Código Florestal Brasileiro, Lei n de 15 de setembro de 1965, em seu artigo 1, no 2º, encontra-se a definição de: II - Área de preservação permanente: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.
18 APP e Reserva Legal III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.
19 APP e Reserva Legal Estimativas efetuadas em 1998 indicam a perda de cerca de 60% da cobertura vegetal original ocupada por matas de galeria no Distrito Federal (DF) (UNESCO, 2000) O Cerrado pode perder até 25% das espécies de aves associadas com a mata de galeria caso haja a destruição dos ambientes naturais vizinhos à mata, mesmo que ela permaneça intacta (Machado et al., 2000).
20 Analisando as alterações mais recentes na legislação florestal brasileira, fica evidente a tentativa de diminuir os conflitos entre as normas legais e a viabilidade socioeconômica da pequena agricultura familiar (FILHO, 2007). APP e Reserva Legal Estes espaços protegidos tem um relevante papel no resgate e preservação da biodiversidade, bem como na proteção dos recursos naturais solo e água. Porém, praticamente não existem incentivos econômicos para a recomposição e conservação destas áreas. Uma das alternativas para a recuperação destas áreas é o uso de Sistemas Agroflorestais (SAFs).
21 Sistemas agroflorestais
22 Sistemas agroflorestais Um Sistema Agorflorestal é uma forma de produção agrícola e florestal que tenta se aproximar ao máximo da dinâmica e estrutura de uma floresta natural. Para isso, combina espécies nativas em ampla diversidade junto com outras espécies aptas a esta condição de floresta e ainda espécies que possam ser aproveitadas pelo homem com alimento e outros fins (YANA E WEINERT, 2001).
23 Sistemas Agroflorestais Um Sistema Agroflorestal é uma forma de produção agrícola e florestal que tenta se aproximar ao máximo da dinâmica e estrutura de uma floresta natural. Para isso, combina espécies nativas em ampla diversidade junto com outras espécies aptas a esta condição de floresta se ainda espécies que possam ser aproveitadas pelo homem com alimento e outros fins (YANA; WEINERT, 2001)
24 1 etapa Consórcio dominante: Milho, arroz, mandioca
25 2 etapa Consórcio dominante: Balsa, embaúba, mamão, banana prata, abacaxi
26 3 etapa Consórcio dominante: Balsa, pupunha, banana prata, urucum,
27 4 etapa Consórcio dominante: Sumaúma, castanheira do Pará, seringueira, pupunha, açai, jaca, banana prata, cupuaçu, cacau,
28 5 etapa Consórcio dominante: Sumaúma, castanheira do Pará, seringueira, jaca, cupuaçu, cacau,
29 Sistemas Agroflorestais SAFs Agroecológicos são baseados na sucessão natural de espécies, na complexificação do ambiente (consórcios) e na sintropia. Cada intervenção no sistema deve deixar um saldo positivo no balanço energético, econômico, na quantidade e na qualidade de espécies como ocorre na natureza (VAZ, 2001).
30 Aprendendo com a natureza Plantar muitos tipos de plantas, de diferentes tempos de vida; Combinar as plantas de forma que as que têm mais ou menos o mesmo tempo de vida possam ocupar todos os estratos, em diferentes alturas; Manter o solo sempre coberto com muita matéria orgânica; Plantar as plantas cultivadas no espaçamento tradicional e as árvores bem juntas, de modo que possam ser selecionadas com o tempo e fiquem as mais vigorosas.
31 Sistemas agroflorestais Peneireiro, 2009 Sucessão florestal Condições edafoclimáticas Alta diversidade e densidade Solo coberto e protegido Ciclo de vida das espécies Sincronia de crescimento Utilização das chamadas plantas daninhas em favor do sistema. Manejo de recuperação natural Estrato vertical
32 SAFs e pressão sobre áreas protegidas por lei É possível produzir, proteger e recuperar ao mesmo tempo
33 Medida Provisória nº , de 24 de agosto de 2001 Definiu como atividade de interesse social as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterizem a cobertura vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área.
34 Resolução do CONAMA n 369, de 28 de março de 2006 Intervenção em APPs: I - utilidade pública II - interesse social b) o manejo agroflorestal
35 Resolução do CONAMA n 429, de Fevereiro de 2011 Art. 6º As atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar, conforme previsto no Código Florestal, poderão ser aplicadas na recuperação de APPs, desde queobservados:
36 Resolução do CONAMA n 429, de Fevereiro de 2011 I o preparo do solo e controle da erosão quando necessário; II a recomposição e manutenção da fisionomia vegetal nativa, mantendo permanentemente a cobertura do solo; III a limitação do uso de insumos agroquímicos, priorizando-se o uso de adubação verde; IV a não utilização e controle de espécies ruderais e exóticas invasoras; V a restrição do uso da área para pastejo de animais domésticos, ressalvado o disposto no art. 11 da Resolução CONAMA Nº 369/06; VI a consorciação com espécies agrícolas de cultivos anuais; VII a consorciação de espécies perenes, nativas ou exóticas não invasoras, destinadas à produção e coleta de produtos não madeireiros, como por exemplo fibras, folhas, frutos ou sementes; VIII a manutenção das mudas estabelecidas, plantadas e/ou germinadas, mediante coroamento, controle de fatores de perturbação como espécies competidoras, insetos, fogo ou outros e cercamento ou isolamento da área, quando necessário.
37 Lei n de 17 de Outubro de 2012 Exploração agroflorestal sustentável continua definida como atividade de interesse social e o manejo florestal sustentável, comunitário e familiar como atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental.
38 Lei n de 17 de Outubro de 2012 Permite na recuperação APPs consolidadas o plantio de espécies nativas e/ou a condução de regeneração natural de espécies nativas O plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% da área total a ser recomposta, no caso de pequena propriedade ou posse rural familiar.
39 Lei n de 17 de Outubro de 2012 Permite SAFs na recuperação de áreas de Reserva legal Inclusão no cálculo da APP de 20% da Reserva Legal para imóveis com mais de quatro módulos fiscais
40 Hoje todo e qualquer projeto de ATER no Brasil só recebe recursos do governo se tiver enfoque agroecológico
41 Todo o problema começou quando começamos a querer dominar a natureza ao invés de cooperar com ela." Ernest Gotsch
42 Cada espécie tem sua função, com seus mecanismos fisiológicos para cooperar, criar mais abundância, vida e complexidade ao seu redor. Nossa principal função biológica é de espalhar sementes Ernest Gotsch
43 Obrigado
44 Conclusão
45 Sistemas agroflorestais Utilizados em espaços protegidos Diminuindo a pressão sobre esses espaços Aumentando a área produtiva da propriedade Recuperando áreas produtivas degradadas Utilizando o solo de forma sustentável Seguindo preceitos agroecologicos Respeitando o meio ambiente e a legislação Diversificando a produção
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