Jurisprudência Tributária



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Jurisprudência Tributária SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) RECONHECE A VALIDADE DA COISA JULGADA DIANTE DE NOVA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, SE JÁ TRANSCORRIDO O PRAZO DECADENCIAL DE DOIS ANOS PARA PROPOSITURA DA AÇÃO RESCISÓRIA O STF reiterou a força da coisa julgada material, em sede de repercussão geral, com validade e vinculação a todos os tribunais e aos entes da Administração Pública, ao assentar à unanimidade, a impossibilidade de sua desconstituição, ainda que haja julgamento posterior do Supremo em sentido diverso ao da decisão transitada. de honorários advocatícios, e o seu recurso extraordinário teve repercussão geral reconhecida. O Plenário do STF julgou o recurso extraordinário na assentada do dia 28 de maio, e negou provimento ao pleito da advogada consistente na condenação em honorários, com base na coisa julgada. Para a Corte, nada obstante o STF tenha declarado a inconstitucionalidade do dispositivo legal utilizado para negar a condenação em honorários advocatícios cinco anos após o trânsito em julgado, como já houve o transcurso do prazo para propositura da ação rescisória, deve prevalecer a decisão alcançada pela coisa julgada material definitiva. No caso concreto, advogada de correntista de FGTS pleiteava a desconstituição da coisa julgada, formada em 2006, a qual deixou de lhe conceder honorários sucumbenciais, conforme expressa previsão do art. 9 da MP 2.164-41/01. Em 2010, o STF veio a declarar, no bojo da ADI 2736, a inconstitucionalidade deste dispositivo e, portanto, em demandas versadas sobre o FGTS, os referidos honorários passaram a ser devidos. Ato contínuo à declaração de inconstitucionalidade, em 2011 a advogada atravessou petição para requerer a imediata aplicação do aludido precedente do Supremo Tribunal Federal e, assim, que a Caixa Econômica fosse condenada ao pagamento Segundo o ministro Teori, o efeito vinculante é pró-futuro, ou seja, começa a operar da decisão do Supremo em diante, não atingindo atos anteriores. Para os atos anteriores, é preciso que a parte proponha uma ação rescisória, no prazo decadencial de dois anos, ou ajuíze revisão criminal, quando cabível. De acordo com a fundamentação apresentada, este entendimento então firmado pelo Plenário visa a resguardar a segurança jurídica, a credibilidade das decisões judiciais transitadas em julgado e a estabilidade das relações jurídicas.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL LIMITA EFEITOS DE DECISÃO QUE DECLAROU A INCONSTICIONALIDADE DE BENEFÍCIOS FISCAIS CONCEDIDOS SEM PRÉVIO CONVÊNIO vigor, em detrimento do desrespeito à regra constitucional violada exigência de prévio convênio editado pelo Confaz para concessão de benefícios fiscais e financeiros. Na assentada de 11 de março de 2015, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade dos artigos 1, II, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 11 da Lei n 14.985/06, editada pelo Estado do Paraná, que previa concessão de benefícios fiscais para importações realizadas pelos portos e aeroportos de Paranaguá e Antonina. Para os ministros, são inconstitucionais os benefícios fiscais relativos ao ICMS concedidos sem a prévia celebração de convênio, consoante determina a LC n 24/1975. No caso analisado pela Corte, a lei paranaense previu o direito ao parcelamento de ICMS sem a incidência de correção monetária, juros e a concessão de créditos fictícios, bem como atribuiu competência ao governador do Estado para conceder outros benefícios por ato normativo de sua competência. Na sequência, os ministros decidiram pela necessidade de modulação dos efeitos da decisão, que passará a valer a partir da data do julgamento da ADI 11/3/15, uma vez que a Lei 14.985/06 vigorou por oito anos e este período não poderia ser desconsiderado. Tal posicionamento tem como escopo preservar a segurança jurídica e o equilíbrio das relações constituídas de boa-fé, à luz da legislação em SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PODERÁ EDITAR SÚMULA A RESPEITO DA VEDAÇÃO AO CREDITAMENTO DE IPI NA AQUISIÇÃO DE INSUMOS NÃO TRIBUTADOS, ISENTOS E TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO O Supremo Tribunal Federal iniciou a análise de Proposta de Súmula Vinculante a respeito da vedação ao creditamento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na aquisição de insumos não tributados, isentos e tributados à alíquota zero. A redação a ser apreciada é a seguinte: A vedação ao direito de crédito na aquisição de insumo isento, tributada com alíquota-zero ou não-tributado pelo Imposto sobre Produtos Industrializados IPI não viola o princípio da não-cumulatividade (art. 153, 3, II, CF). O ministro presidente acolheu o pleito da União para editar o verbete sumular, mas os ministros Marco Aurélio e Dias Toffoli se manifestaram contrariamente à edição da Súmula Vinculante. Segundo o ministro Marco Aurélio, a edição de súmula genérica quanto à negativa de direito ao crédito significaria a declaração, por arrastamento, da inconstitucionalidade do art. 11 da lei 9.779/99, que permitia o crédito nos casos de insumos isentos ou tributados à alíquota zero.

Na sequência, o ministro Dias Toffoli ressaltou que, além de não ser adequada a edição de Súmulas Vinculantes em matéria tributária, a discussão, neste caso, não estaria totalmente pacificada, visto que há recurso extraordinário, com repercussão geral reconhecida, o qual aguarda julgamento sobre a questão dos insumos oriundos da Zona Franca de Manaus. Após a manifestação dos ministros Lewandowski, Barroso, Rosa Weber e Gilmar Mendes pela aprovação da PSV, e dos ministros Marco Aurélio e Dias Toffoli pela sua rejeição, pediu vista o ministro Teori Zavascki. SUPREMO RECONHECE REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO RELATIVA À EXTENSÃO DA IMUNIDADE DO ICMS PARA AS INTERMEDIÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA O STF reconheceu a repercussão geral da controvérsia a respeito do alcance da imunidade tributária, prevista no artigo 155, 2, inciso X, alínea b, da Constituição Federal, em relação às intermediárias que adquirem energia elétrica de ente diverso da Federação e a alienam a consumidores sediados no Estado em que se encontram. que se enquadra como substituta tributária. O STJ, no entanto, reformou a decisão para assentar que a imunidade, prevista no artigo 155, 2, inciso X, alínea b, da Carta Magna, abrange, sim, as concessionárias revendedoras de energia elétrica. Após a submissão do recurso extraordinário ao Plenário Virtual, o Supremo Tribunal Federal atribuiu a repercussão geral à discussão, deverá se manifestar definitivamente acerca da matéria, para pacificar a jurisprudência das demais cortes do Brasil. STJ DECIDE PELA INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA ENTRE ADESÃO AO PARCELAMENTO E CONSOLIDAÇÃO DO DÉBITO TRIBUTÁRIO O STJ entendeu pela aplicação de juros sobre os valores em atraso no período compreendido entre a data de adesão ao parcelamento de débitos tributários, e sua consolidação pela Fazenda Nacional. A decisão foi tomada pela Segunda Turma do STJ ao julgar recurso de uma empresa do Paraná, que apontava ilegalidade na cobrança dos juros moratórios sobre débito incluído no parcelamento instituído pela Lei 11.941/09. No caso concreto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou provimento à pretensão da intermediária para determinar o recolhimento do ICMS incidente sobre a operação, tendo em vista O relator no STJ, ministro Herman Benjamin, asseverou que a Lei 11.941/09 não exclui o cômputo de juros moratórios sobre o crédito tributário no período entre a adesão e a consolidação da dívida,

de modo que fica preservada a incidência da taxa Selic, conforme disposição do artigo 61, 3, da Lei 9.430/96. Cofins, a 1ª Turma remeteu recurso especial para ser julgado na 1ª Seção, a fim de alinhamento da jurisprudência do Tribunal. Logo, com base nesse entendimento, a consolidação da dívida tem como referência a situação existente na data do requerimento, o que reforçaria o juízo de legalidade do ato praticado pelo Fisco ao cobrar juros pelo atraso, nos termos do art. 1, 6, da Lei 11.941/09. STJ RECONHECE A ILEGALIDADE DA INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA CONFIS A 1ª Turma do STJ deu provimento a recurso do contribuinte para afastar a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, com base no recurso extraordinário julgado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que não tenha repercussão geral. A ministra Regina Helena Costa assinalou que um imposto não pode integrar a base de cálculo de outro tributo, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco. Além disso, o Supremo Tribunal Federal houve por bem afastar a inclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições, o que deve ser observado pelo STJ pela necessidade de harmonização da jurisprudência. Como a 2ª Turma possui entendimento pela inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/ STJ AFASTA A INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE JUROS FIXADOS EM AÇÃO TRABALHISTA A 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça reconheceu a não incidência de Imposto de Renda sobre juros de mora pagos no bojo de reclamações trabalhistas. A questão foi definida por maioria de votos, nos termos da relatora ministra Regina Helena Costa. Segundo ela, independentemente da natureza do crédito principal a que sejam referentes, os juros moratórios não podem compor a base de cálculo do Imposto de Renda, tendo em vista sua natureza indenizatória. Este precedente sinaliza orientação diversa do entendimento antes dominante no STJ, que determinava a incidência do Imposto de Renda sobre os juros moratórios, exceto, apenas, quando o valor da verba principal seja isento do tributo. Apesar de importante precedente, a questão sobre a incidência do imposto sobre os juros ainda será definida em sede de recurso repetitivo, o qual aguarda voto-vista do relator, ministro Mauro Campbell.

STJ AFASTA A INCLUSÃO DE DESPESAS COMO DESEMBARQUE, CARREGAMENTO, TRANSPORTE E MANUSEIOS DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (CAPATAZIA) A 1ª Turma do Superior de Tribunal de Justiça afastou da base de cálculo do Imposto de Importação despesas incorridas pelo importador após a chegada dos produtos de navio aos portos brasileiros (desembarque, carregamento, transporte e manuseios). No caso, o relator, ministro Benedito Gonçalves, asseverou que o Acordo de Valoração Aduaneira e o Decreto 6.759/09 expressamente determinam que o valor aduaneiro é composto apenas pelos gastos realizados até a chegada da mercadoria no porto, devendo ser afastadas, portanto, a inclusão de quaisquer outros valores dispendidos pelo importador após este momento. Por esta razão, é ilegal o art. 4, 3, da IN 327/03, que determina a inclusão de despesas com capatazia na base de cálculo do Imposto de Importação, nada obstante tais valores sejam pagos após a chegada dos produtos no porto. STJ DEFINIRÁ, EM RECURSO REPETITIVO, A LEGALIDADE DO REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL PARA OS SÓCIOS SEM PROCESSO ADMINISTRATIVO PRÉVIO O Superior Tribunal de Justiça iniciou o julgamento de recurso especial relativo à possibilidade de redirecionamento da execução fiscal, nos casos em que consta na Certidão de Dívida Ativa nome do sócio, gerente ou diretor, sem que estes tenham participado do procedimento administrativo ou, ainda, sem qualquer motivação comprovada pela Fazenda (art. 135, CTN). O julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Herman Benjamin, após o voto do relator, ministro Napoleão Nunes, que negava provimento ao recurso do Distrito Federal, por entender que o Fisco não pode tratar os responsáveis pelas pessoas jurídicas como devedores solidários das obrigações tributárias, incluindo seus nomes na CDA indiscriminadamente sem qualquer apuração prévia acerca da existência de atos ilícitos. STJ IRÁ ANALISAR A MAJORAÇÃO INJUSTIFICADA DA ALÍQUOTA DO SAT PREVISTA PELO DECRETO Nº 6.042/07 A 1ª Seção do STJ irá definir o critério legal a ser utilizado na definição da alíquota da contribuição para o SAT/RAT (1% a 3%), especialmente quando a atividade desempenhada pelo contribuinte é preponderantemente burocrática.

No caso, será definido se a atividade desenvolvida pelos Servidores Públicos do Município de Riachão do Bacamarte pode ser classificada como de risco médio (2%) ou se deve ser enquadrada no percentual mínimo de 1% para a contribuição ao SAT, em razão da natureza burocrática, cujo risco de ocorrência de acidente de trabalho é baixo. A 1ª Turma da Corte, noutra ocasião, entendeu pela ilegalidade da majoração da alíquota da referida contribuição sem a efetiva comprovação, pela autoridade administrativa, do aumento do número de acidentes de trabalho. Por outro lado, a 2ª Turma da Corte, em sentido diverso, entende ser legítima a majoração da alíquota sem qualquer demonstração da elevação do índice de acidentes. Desse modo, caberá a 1ª Seção do STJ, composta pela 1ª e 2ª Turmas, definir o grau de risco aplicável aos serviços de natureza burocrática para definição da alíquota da Contribuição para o SAT/RAT. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA IRÁ DEFINIR A INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS SOBRE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO (JCP) SOB A ÉGIDE DAS LEIS 10.637/02 E 10.833/03 A 1ª seção do STJ retomou o julgamento acerca da incidência, ou não, da contribuição ao PIS e da Cofins sobre juros sobre capital próprio, à luz das Leis 10.637/02 e 10.833/2003 (regime não cumulativo de tributação), bem como dos Decretos 5.164/2004 e 5.442/2005. O julgamento foi suspenso por pedido de vista da ministra Assusete Magalhães após a proclamação de três votos, sendo que dois deles são pelo afastamento da incidência das contribuições. Na ocasião, o relator, ministro Napoleão Nunes, no que foi acompanhado pelo ministro Benedito Gonçalves, deu parcial provimento ao recurso do contribuinte para excluir da base de cálculo do PIS/Cofins os juros sobre capital próprio, diante de sua natureza de receita financeira. Para o ministro, as Leis n 10.637/02 e 10.833/03 definiram a incidência das contribuições sobre a receita mensal, devendo ser afastadas da base às parcelas relativas aos juros sobre capital próprio. Por outro lado, o ministro Mauro Campbell negou provimento ao recurso do contribuinte ao fundamento de que os juros sobre capital próprio, para fins tributários, não consistem em receitas financeiras, tampouco se equiparam a lucros ou dividendos. Assim, para que houvesse a possibilidade de exclusão dos JCP da base de cálculo do PIS/Cofins sob a égide das Leis n 10.637/02 e 10.833/03, seria necessária previsão expressa para tanto. A decisão será tomada em regime de recurso repetitivo e, assim, a decisão deverá ser seguida pelos tribunais de segundo grau de jurisdição de todo o país para os casos com os mesmos contornos fáticos e argumentativos, conforme Resolução 8/STJ.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RECONHECE A INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE O ADICIONAL DE 1/3 DE FÉRIAS GOZADAS A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, por maioria de votos (5x4), reconheceu a incidência de Imposto de Renda sobre o adicional de 1/3 de férias gozadas, em razão da natureza remuneratória da verba. Para a maioria dos ministros, segundo o voto do ministro Benedito Gonçalves, o fato de a verba integrar, ou não, o salário-de-contribuição para fins previdenciários não obsta a tributação pelo imposto, pois as exações possuem fatos geradores distintos. De fato, o adicional represente efetivo acréscimo patrimonial para o contribuinte, o que justifica a sua inclusão na base de cálculo do Imposto de Renda. O julgamento foi tomado em regime de recurso repetitivo e, assim, a decisão deverá ser seguida pelos tribunais de segundo grau de jurisdição todo o país para os casos com os mesmos contornos fáticos e argumentativos, conforme Resolução 8/STJ. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA REAFIRMA A IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO ENTRE AS SOCIEDADES CORRETORAS DE SEGUROS E EMPRESAS CORRETORAS DE SEGUROS E AGENTES AUTÔNOMOS DE SEGUROS PRIVADOS PARA FINS DE INCIDÊNCIA DA COFINS A 1ª Seção do STJ, em sede de repetitivo, reafirmou a jurisprudência da Corte quanto à ausência de identidade entre as sociedades corretoras de seguro e os agentes autônomos de seguros e entre as sociedades corretoras de seguro e as sociedades corretoras, para fins de aplicação do art. 18 da Lei 10.684/2003, que trouxe a majoração de alíquota da Cofins de 3% para 4% sobre o faturamento das corretoras de seguros. A Corte, por maioria de votos, decidiu que as sociedades corretoras de seguros, responsáveis por intermediar a captação de interessados na realização de seguros, não podem ser equiparadas aos agentes de seguros privados (art. 22, 1, da Lei 8.212), cuja atividade é típica das instituições financeiras na busca de concretizar negócios jurídicos nas bolsas de mercadorias e futuros. É que não existe equivalência entre o conceito de corretor de seguros e o de agente autônomo de seguros privados, cujas atividades são disciplinadas pelos regimes jurídicos estabelecidos, respectivamente, no Decreto-Lei 73/1966 e na Lei 4.886/1965.

O julgamento foi tomado em regime de recurso repetitivo e, assim, a decisão deverá ser seguida pelos tribunais de segundo grau de jurisdição de todo o país para os casos com os mesmos contornos fáticos e argumentativos, conforme Resolução 8/STJ. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA VEDA BLOQUEIO DA DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS DURANTE O CURSO DE EXECUÇÃO FISCAL JÁ GARANTIDA POR FIANÇA BANCÁRIA Para o STJ, o pedido da Fazenda Pública deve ser negado, pois contraria o princípio da menor onerosidade da execução contra o devedor, além do que esta medida poderia prejudicar a credibilidade e a liquidez das companhias perante o mercado. Assim, à luz do art. 620 do CPC, a substituição pleiteada somente seria cabível caso fosse afastada a idoneidade da garantia oferecida em juízo, o que não se demonstrou no caso vertente. Advogados da prática de Tributário A 1ª Seção do STJ, por maioria de votos, deu provimento a recurso especial interposto por contribuinte para determinar a manutenção da fiança bancária como a garantia concedida em juízo e, assim, negou o pedido formulado pela Fazenda Nacional de penhora dos dividendos. No caso concreto, a empresa, após ser citada em execução fiscal, ofereceu fiança bancária como garantia, com o que a Fazenda Nacional aquiesceu, pelo que o juízo foi garantido e o feito foi embargado. Todavia, ao tomar conhecimento de que a companhia realizaria a distribuição de dividendos, o Fisco peticionou nos autos da execução para requerer a substituição da garantia ofertada ao Fisco e o consequente bloqueio dos referidos valores. 712 Fifth Avenue 26 th Floor New York NY 10019 USA T + 1 646 695 1100