SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE DE ENSINO DESCENTRALIZADA DA ZONA NORTE DE NATAL EDVALDO BALDUINO BISPO JORNAL ELETRÔNICO: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO ESPAÇO ESCOLAR NATAL 2008
Jornal eletrônico: inovação tecnológica e construção do conhecimento no espaço escolar Resumo Este projeto consiste na criação e implementação de um jornal eletrônico para veiculação, intercâmbio e difusão da produção científica, tecnológica e cultural da Unidade de Ensino Descentralizada da Zona Norte de Natal do CEFET-RN, com vistas à integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão e articulação com a "comunidade" em que o CEFET ZONA NORTE está inserido. Implica o desenvolvimento de uma pesquisa experimental para construção e utilização de um espaço virtual por alunos, servidores e sociedade, em suas práticas sociais cotidianas, o que permitir uma maior integração entre o meio escolar e a sociedade. Introdução O mundo atual passa por grandes transformações em virtude dos avanços científicos e tecnológicos, com impactos crescentes no sistema educacional e no ambiente escolar. É importante, desse modo, refletir sobre os recursos e metodologias utilizados no processo educativo, principalmente após o advento do computador e da Internet. O desenvolvimento de metodologias e técnicas de ensino que congreguem os avanços científicos e tecnológicos sem perder de vista os elementos que balizam a sobrevivência da sociedade tornam-se por demais importantes. Apologistas da ciência e da tecnologia apontavam a morte iminente de velhas mídias. A Internet, diziam, feriu de morte o jornal impresso e, segundo os mais apocalípticos, a televisão. Cedo, apressaram-se em discorrer sobre o fim do mundo como o conhecíamos na área da comunicação, sem atentarem para o que ocorrera no passado remoto e no passado próximo. As mídias, demonstra a História, não se sucedem umas às outras. Com a introdução de novas mídias, as mais antigas não são abandonadas, mas ambas coexistem e interagem. É a mídia um sistema em contínua mudança, no qual elementos diversos desempenham papéis de maior ou menor destaque (BRIGGS & BURKE, 2004). A utilização da mídia digital já se constitui uma realidade cotidiana na vida de muitos professores e alunos, sobretudo para a comunicação pessoal por meio dos correios eletrônicos ou mesmo através de bate-papos virtuais e da participação em sites de relacionamento.
Embora muito comum na rotina de discentes e docentes, a Internet é pouco aproveitada como ferramenta a serviço do processo ensino-aprendizagem, principalmente na busca de mecanismos alternativos de melhoria do desempenho acadêmico de discentes, e do estímulo ao interesse pela ciência e pela tecnologia. É certo que a Educação à Distância apresenta hoje largo alcance no país, mas diz respeito, sobretudo, à formação de pessoas através do ensino não presencial, possibilitando àqueles que, de outro modo, não teriam acesso à educação, à conclusão de estudos de etapas da Educação Básica ou do Ensino Superior. Quanto ao ensino presencial, o aproveitamento da Internet geralmente se limita a pesquisas escolares em sites de busca, tais como o Google e o Cadê. Desse modo, é de grande importância a criação de formas de melhor utilizar os recursos tecnológicos, principalmente os benefícios proporcionados pela rede mundial de computadores para fins didáticos, auxiliando os docentes em sua prática pedagógica, proporcionando-lhes melhores resultados em termos de desempenho dos discentes. É nesse contexto que se insere o projeto Jornal eletrônico: inovação tecnológica e construção do conhecimento no espaço escolar, que se utiliza de e se constitui um dos mais importantes veículos de comunicação, integração social e um espaço de amplificação da aprendizagem. Esse jornal também pode ser utilizado para a integração de saberes, auxiliando na modelagem de atitudes nos jovens, contribuindo assim para a formação de um cidadão participante, crítico. Fundamentação teórica O uso dos recursos tecnológicos no ambiente escolar desafia pesquisadores das áreas de tecnologia, informática e educação, na busca constante por inovações que venham beneficiar a prática pedagógica bem como estimular a popularização e divulgação de conhecimento. É do conhecimento de todos que a escola brasileira, via de regra, não tem acompanhado as transformações ocorridas no mundo do trabalho e na prática social, pois os métodos tradicionais de ensino já não atendem às necessidades urgentes da população por escolarização, por informação e por conhecimento. O trabalho com gêneros digitais e seu possível aproveitamento no ambiente escolar tem sido objeto de investigação de diversos estudos e pesquisas, tais como os Marcuschi (2002), Coscarelli (2003) e Ghaziri (s/d). E isso se deve ao surgimento de uma gama cada vez maior de
gêneros oriundos do chamado ciberespaço, contexto em que a internet se configura como instrumento de fundamental importância. Ocorre, porém, que muitos desses trabalhos se detiveram à apresentação e/ou definição/caracterização desses gêneros ou à análise de impactos sobre o uso cotidiano deles, não necessariamente no ambiente escolar. Outros ainda investigaram auxílio da mídia digital no ensino presencial, mas apenas no âmbito do Ensino Superior, como é o caso de Cruz e Costa (2004). Faltam ainda estudos que elucidem formas de aproveitamento, no espaço escolar, das inovações advindas da Internet. Conforme mostra Marcuschi (2005), [...] a Internet é uma espécie de protótipo de novas formas de comportamento comunicativo. Se bem aproveitada, ela pode tornar-se um meio eficaz de lidar com as práticas pluralistas sem sufocá-las, mas ainda não sabemos como isso se desenvolverá. (p. 13) Percebemos, então, a necessidade de criar mecanismos para aproveitar os benefícios que a Internet pode proporcionar, aliando-os ao processo de ensino-aprendizagem, não apenas no âmbito da leitura e produção de textos, mas na divulgação e intercâmbio de ciência e tecnologia, de modo a tratar, de maneira indissociável, os três pilares básicos de uma instituição educacional da natureza do CEFTET: o ensino, a pesquisa e a extensão. Justificativa É fato que as sociedades vivem em constante transformação, em virtude, principalmente, do contínuo desenvolvimento da ciência e do avanço da tecnologia. E essa transformação se revela na vida social, no mundo do trabalho, nas comunicações, por toda parte. A educação também tem sido alvo dessas mudanças e a escola, em particular, como formadora de cidadãos e como porta de acesso a bens culturais e sociais deve estar em sintonia com as transformações que ocorrem à sua volta. Para tanto, faz-se necessária a criação de instrumentos e/ou mecanismos que possibilitem à escola acompanhar as mudanças pelas quais passa a sociedade a que ela serve, permitindo uma interação entre ambas. A criação de um periódico na escola e sua disponibilização via Internet constitui-se em importante ferramenta no processo ensino-aprendizagem e na construção da cidadania,
principalmente, dado o caráter democrático da mídia em tela, se ele for construído, cotidianamente, por aqueles a quem pretende atingir. Aqui estamos com os dois pés fincados na fórmula clássica, simples e digna de merecimento, formulada pelo cientista político norte-americano Harold Laswell (1902-78). Ele descreve a comunicação em termos de quem diz o quê, para quem, em que canal, com que efeito. O quê (conteúdo), o quem (controle) e o para quem (audiência) têm o mesmo peso. O contexto também interessa. As reações dos diferentes grupos de pessoas sobre o que ouvem, vêem ou lêem se relacionam em parte ao canal (BRIGGS & BURKE, 2004). Nesse sentido, um projeto da natureza do jornal eletrônico revela-se de grande importância, principalmente pelo fato de tornar possível a articulação entre o ambiente escolar e a sociedade, por meio da circulação de informações e da difusão de conhecimento científico e tecnológico. Além disso, uma vez que o jornal se constitui um dos mais importantes veículos de comunicação em que, de um modo geral, as pessoas podem expressar as suas idéias e estas se tornarem objetos de reflexão e debates, contribui para a formação de um cidadão participante, crítico-reflexivo. Destacamos ainda outro relevante papel do jornal eletrônico, que consiste no seu caráter interdisciplinar e de inovação tecnológica, oportunizando o diálogo entre os componentes curriculares, tanto os de formação geral quanto os de preparação profissional. Por fim, poderá contribuir, ainda, para a formação continuada de alunos e professores. Objetivos Em linhas gerais, este projeto visa à divulgação e ao intercâmbio de conhecimentos científicos e tecnológicos, por meio da construção de conhecimento no espaço escolar e fora dele. De modo específico, pretende, entre outras coisas: estimular o interesse pela leitura; ampliar o vocabulário; oportunizar a interação entre escola e sociedade; proporcionar o intercâmbio, a divulgação e o acompanhamento dos trabalhos de pesquisa e extensão produzidos na escola ou em outras instituições; denunciar os problemas vivenciados pelos moradores da Zona Norte de Natal; contribuir para a identificação do aluno com a Unidade de Ensino e com a Zona Norte de Natal;
criar um espaço de trocas de experiências entre profissionais docentes das escolas públicas da capital com vistas à melhoria de suas práticas pedagógicas. Metodologia Quanto aos procedimentos metodológicos, a execução deste projeto obedecerá às seguintes etapas: Levantamento, junto a alunos e servidores da Uned da Zona Norte, para definição das seções que comporão o jornal; Realização de enquete/concurso para escolha do nome do jornal; Construção da página web; Implantação do jornal na web; Alimentação da página web. Cronograma de Execução O projeto será desenvolvido no período de outubro/2008 a agosto/2009, conforme detalhado a seguir: outubro a dezembro/2008: Levantamento, junto a alunos e servidores da Uned da Zona Norte, para definição das seções que comporão o jornal e definição do nome; dezembro a fevereiro/2009: construção da página web. março a agosto/2009: alimentação da página web. Equipe Executora Edvaldo Balduino Bispo (Coordenador) Maria José Marjorie Ramos da Silva Givanaldo Rocha de Souza Sérgio Luiz Bezerra Trindade Érika Bezerra Cruz de Macedo Ítalo Pinheiro de Albuquerque Figueiredo
Thalita de Melo Freires André Luiz Ferreira de Oliveira Michelle P. Carvalho de Assis Bibliografia básica BRIGGS, A.; BURKE, P. A história social da mídia: de Gutemberg à internet. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2004. COSCARELLI, C. V. (org.). Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. CRUZ, D. M.; COSTA, C. L. da. Mídia digital no apoio ao ensino presencial. FURB, 2004. Disponível em <http://home.furb.br/dulce/endipe-costacruz-completo%5b1%5d.htm> Acesso em 23/04/2008. DAMASCENO, A. Webdesign: teoria & prática. Florianópolis: Visual Books, 2003. DEFLEUR, M.; BALL-ROKEACH. S. Teorias da comunicação de massa. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 1993. DEITEL, H. M.; DEITEL, P. J.; NIETO, T. R. Internet & World Wide Web: como programar. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. GHAZIRI, S. M. Mídia digital e escola: uma janela aberta para o ensino dos gêneros digitais. Disponível em <http://www.alb.com.br/anais16/sem05pdf/sm05ss09_03.pdf > Acesso em 23/04/2008. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais emergentes e atividades lingüísticas no contexto da tecnologia digital. Conferência apresentada na 50ª Reunião do GEL Grupo de Estudos Lingüísticos de São Paulo, maio de 2002. Texto publicado em CD-ROM.. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.