O Capital Crítica da Economia Política. Capítulo 4 Transformação do dinheiro em capital

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Transcrição:

O Capital Crítica da Economia Política Capítulo 4 Transformação do dinheiro em capital 1

Resumo do capítulo III sobre o dinheiro Na análise do dinheiro, Marx distingue: Funções básicas do dinheiro: medida de valores e meio de circulação. D é aqui o meio que permite a produção e a circulação mercantil; ambas funções têm como referência, estritamente, M D M. Funções do dinheiro como fim: entesouramento e meio de pagamento. Aqui D permite interrupções e a acelerações da circulação e da produção mercantil; ambas as funções mostram já uma transição entre M D M e D M D' 2

Anotações Notem que o entesouramento permite a acumulação absolutamente social da riqueza ou do penhor social. E que a função de meio de pagamento implica a acumulação das dívidas e dos créditos, ou seja, penhores privados. Notem que acumulação aqui mostra já a subordinação concreta do homem ao valor (o dinheiro perde mais um pouco da sua inocência ). 3

O vem agora? Agora, o dinheiro vai aparecer como forma e momento do capital ou seja, dinheiro como capital (valor que se valoriza; sujeito automático, fim por si mesmo). Aqui a referência da análise vem a ser D M D. 4

Aparência e essência Notem que M D M e D M D são formas da circulação de mercadorias que coexistem na economia mercantil capitalista. M D M é forma da aparência e D M D é forma que manifesta a essência. Tem-se, portanto, mais uma vez, uma unidade de contrários. 5

Transformação do dinheiro em capital Este capítulo é composto por três seções: 1. A fórmula geral do capital; 2. Contradições da fórmula geral; 3. Compra e venda de força de trabalho. 6

A fórmula geral do capital Nessa seção, Marx estuda o circuito D M D (sem linha, por enquanto) 7

Pressuposto histórico Marx começa pelo pressuposto histórico do capital: A circulação de mercadorias é o ponto de partida do capital. Produção de mercadorias e circulação desenvolvida de mercadorias, comércio, são os pressupostos históricos sob os quais ele surge. Comércio mundial e mercado mundial inauguram no século XVI a moderna história da vida do capital. 8

Pressuposto lógico Passa logo depois para os pressupostos lógicos do capital: Abstraiamos o conteúdo material da circulação de mercadorias, o intercâmbio dos diferentes valores de uso, e consideremos apenas as formas econômicas engendradas por esse processo, então encontraremos como seu produto último o dinheiro. Esse produto último da circulação de mercadorias é a primeira forma de aparição do capital. 9

Formas de circulação Dinheiro como dinheiro e dinheiro como capital diferenciam-se primeiro por sua forma diferente de circulação. Ou seja: M D M e D M D. 10

Identidade e diferença D M D, tal como M D M, têm duas fases antitéticas que formam uma unidade: D M e M D. No primeiro, porém, o resultado, em que todo o processo de apaga, é a troca de dinheiro por dinheiro, D D. Isto já mostra que seria insosso [...] permutar o mesmo valor em dinheiro por igual valor em dinheiro [...] 11

Identidade Examinemos, antes de tudo, o que é comum a ambas as formas. Ambos os ciclos se decompõem nas mesmas fases contrapostas, M D, venda, e D M, compra. Em cada uma das duas fases se confrontam... mercadoria e dinheiro duas pessoas, nas mesmas mascaras econômicas, um comprador e um vendedor... 12

Diferença O que, no entanto, separa de antemão ambos os ciclos M D M e D M D é a sucessão inversa das mesmas fases contrapostas de circulação... Ora, os fins são diferentes e os personagens mudam: o que as mascaras econômicas escondem? 13

Vai e volta: o refluxo Eis que D M D envolve um refluxo do dinheiro e esse refluxo indica já a diferença entre o dinheiro como dinheiro e o dinheiro como capital. Na circulação M D M, o gasto do dinheiro nada tem, pois, a ver com seu refluxo. Na circulação D M D, pelo contrário, o refluxo do dinheiro é determinado pelo modo de seu próprio gasto. Sem esse refluxo, a operação está fracassada... 14

Lógica de crescimento Esse refluxo não é trivial, mas possui inerentemente uma lógica de crescimento: A forma completa desse processo é, portanto, D M D', em que D' = D + D, ou seja, igual à soma de dinheiro originalmente adiantado mais um incremento. 15

A mais-valia Esse incremento ou o excedente sobre o valor original, [eu o] chamo de mais-valia (surplus value). O valor originalmente adiantado não só se mantém na circulação, mas altera nela a sua grande de valor, acrescenta mais-valia ou se valoriza. E esse movimento transforma-o em capital. 16

Uma primeira nota Notem, agora, que o sentido de D M D' só se revela inteiramente na seguinte fórmula que envolve ciclos descontínuos e fechados compondo um "ciclo aberto" e contínuo: D M D'... D' M D''... D'' M D'''... D''' M D''''... D'''' M D'''''... D''''' M D''''''... 17

Uma segunda nota Notem que há ciclos M D M dentro desse "ciclo" aberto. Notem que D M D não poderia existir se não houvesse, também, ciclos M D M. Tem-se aqui já uma expressão da contradição em processo: processo de valorização por meio de um processo de produção de valores de uso. 18

Nas palavras de Marx Dinheiro surge de novo no fim do movimento como seu início. O fim de cada ciclo individual, em que a compra se realiza para a venda, constitui, portanto, por si mesmo o início de novo ciclo. A circulação simples de mercadorias a venda para a compra serve de meio para um objetivo final que está fora da circulação, a apropriação de valores de uso, a satisfação de necessidades. 19

O capital é insaciável...um objetivo final que está fora da circulação... Que objetivo? A circulação do dinheiro como capital é, pelo contrário, uma finalidade em si mesma, pois a valorização do valor só existe dentro desse movimento sempre renovado. Por isso o movimento do capital é insaciável. 20

O capitalista Como portador consciente desse movimento, o possuidor de dinheiro torna-se capitalista. Sua pessoa, ou melhor, seu bolso, é o ponto de partida e o ponto de retorno do dinheiro. O conteúdo objetivo daquela circulação a valorização do valor é a sua meta subjetiva, e só enquanto apropriação crescente da riqueza abstrata é o único motivo indutor de suas operações, ele funciona como capitalista ou capital personificado, dotado de vontade e consciência. 21

Uma advertência O valor de uso nunca deve ser tratado, portanto, como meta imediata do capitalismo. Tampouco o lucro isolado, mas apenas o incessante movimento do ganho. 22

O demente e o racional Esse impulso absoluto de enriquecimento, essa caça apaixonada ao valor, é comum ao capitalista e ao entesourador, mas enquanto o entesourador é apenas o capitalista demente, o capitalista é o entesourador racional. A multiplicação incessante do valor, pretendida pelo entesourador ao pretender salvar o dinheiro da circulação, é alcançada pelo capitalista mais esperto ao entregá-lo sempre de novo a circulação. 23

Dinheiro e mercadoria como formas do capital Na circulação simples, a forma dinheiro assumida pelo valor das mercadorias media apenas o intercâmbio. Na circulação D M D, pelo contrário, [...] mercadoria e dinheiro funcionam apenas como modos diferentes de existência do próprio valor; o dinheiro é o seu modo geral e a mercadoria é o seu modo particular, por assim dizer apenas camuflado, de existência. 24

Sujeito automático O capital passa continuamente de uma forma para outra, sem perder-se nesse movimento, e assim se transforma num sujeito automático. [...] De fato [...] o valor se torna aqui o sujeito de um processo em que ele, por meio de uma mudança constante das formas de dinheiro e mercadoria, modifica a própria grandeza. 25

Autovalorização Como ele a modifica? Enquanto mais-valia se repele de si mesmo; enquanto valor original, se autovaloriza. Pois o movimento, pelo qual ele adiciona mais-valia, é seu próprio movimento, sua valorização, portanto, autovalorização. 26

Dinheiro: forma privilegiada Como sujeito usurpador de tal processo, em que ele ora assume, ora se desfaz da forma dinheiro e da forma mercadoria, mas se conserva e se dilata nessa mudança, o valor precisa, antes de tudo, de uma forma autônoma, por meio da qual sua identidade consigo mesma é constatada. E essa forma ele só possui no dinheiro. 27

A amizade do dinheiro e da mercadoria Mas o próprio dinheiro vale aqui apenas como uma forma do valor, pois ele tem duas. Sem assumir a forma de mercadoria, o dinheiro não se torna capital. O dinheiro não se apresenta aqui, portanto, polemicamente contra a mercadoria, como no entesouramento. 28

Transição Nessa seção, Marx fez uma análise qualitativa do movimento do capital. Examinou, por isso, D M D. Mas se trata mesmo de D M D? Não simplesmente; de fato, D M D, um movimento quantitativo. 29

Um final feliz? Notem que o valor de uso é a meta mediata e que o valor é que é a meta imediata do capitalismo. Notem, também, que essa última meta desdobra-se infinitamente no tempo. Pode-se pensar, então, em fechamentos possíveis para o ciclo aberto e infinito do capital: D ex-ante passa a ser igual a D ex-post estado estacionário D é suprimido historicamente pela luta D se auto aniquila (fim da humanidade). 30