filosofia da arte
1942 1953
1895-1985 Serei suficientemente ousada [bold] para oferecer uma definição de arte que permita distinguir uma obra de arte de tudo o resto no mundo e, ao mesmo tempo, mostrar porquê - e como - um objecto utilitário pode ser também uma obra de arte [...] Eis, assim, um esboço de definição [...]: a arte é a criação de formas simbólicas do sentir humano. Feeling and Form. A Theory of Art developed from Philosophy in a New Key. London and Henley: Routledge. 1953, 40 [New York: Charles Scribner, 1953]
Os símbolos no sentido específico do termo não podem ser reduzidos a meros sinais. Sinais e símbolos pertencem a dois universos diferentes do discurso: um sinal é parte do mundo físico do ser; um símbolo é parte do universo humano do sentido. [...] os símbolos têm apenas um valor funcional Cassirer. An Essay on Man. An Introduction to a Philosophy of Human Culture. New Haven/London: Yale University Press.1944:32
Todos os animais inteligentes usam signos; nós também. Para eles, assim como para nós, sons e cheiros e movimentos são signos de comida, de perigo, da presença de outros seres, ou da chuva ou de uma tempestade. [...] Nós usamos signos tanto quanto fazem os animais, embora com muito maior elaboração. Paramos em frente de luzes vermelhas e continuamos se estiver verde; respondemos a chamadas e a sinos, analisamos o céu para prevenir tempestades, vemos problemas ou promessas ou ira nos olhos dos outros. [...] Existem signos do tempo, do perigo, de futuros bens ou males, signos do que aconteceu no passado. Em todos os casos, um signo está intimamente ligado a algo a ser notado ou esperado na experiência. É sempre parte da situação à qual se refere, embora a referência possa ser remota no espaço e no tempo. Desde que sejamos levados a notar ou esperar um evento significativo, nós fazemos um correcto uso de um signo. Esta é essência do comportamento racional que os animais manifestam em diferentes graus. Langer, Susanne K. Language and Thought. [1953] Language Awareness: Readings for College Writers. Eds.Paul Eschholz, Alfred Rosa, and Virginia Clark. 8th ed. Boston: Bedford/St. Martin s. 2000. 96 [1].
Se disseres o som James a um cão que tem um dono com esse nome, ele interpretará o nome como um signo e procurará James. Mas se disseres a uma pessoa que conhece alguém com esse nome e ele perguntar-lhe-á: o que se passa com ele? [...] o nome invoca a concepção que temos de determinada pessoa e prepara a mente para ulteriores concepções nas quais a noção que temos desse homem intervém; deste modo, um ser humano naturalmente pergunta: o que se passa com James?. Philosophy in a New Key. 50
Formas visuais linhas, cores, proporções, etc. podem ser articuladas, i.e. em combinações complexas, como as palavras. Mas as leis que governam este tipo de articulação são completamente diferentes das leis da sintaxe que governam a linguagem. A diferença mais assinalável é que as formas visuais não são discursivas. Não apresentam os seus elementos constituintes sucessivamente, mas simultaneamente, de tal modo que as relações que determinam uma estrutura visual são apreendidas num único acto de visão. Philosophy in a New Key. 77
As estruturas tonais do que chamamos música têm uma forte similitude lógica com as formas do sentir humano formas de crescimento e de atenuação, de fluir e de paragem (stowing), de conflito e de resolução, de velocidade, de inércia, de excitação enorme, de calma [...] i.e. da grandeza, efemeridade e passagem eterna de tudo o que foi sentido vitalmente. Tal é o padrão ou forma lógica da senciência. [...]. A música é o análogo tonal da vida emotiva. [...] A essência de toda a composição tonal ou atonal, vocal ou instrumental, ou mesmo puramente percussiva, se se preferir é ser a aparência (semblance) do movimento orgânico, a ilusão de um todo indivisível. [...] O princípio mais saliente da actividade vital é o ritmo. Toda a vida é rítmica; sob condições muito difíceis, o seu ritmo pode tornar-se muito complexo, mas quando se perde totalmente a vida já não pode durar. Este carácter rítmico do organismo permeia a música, porque a música é a apresentação simbólica da mais elevada resposta orgânica, i.e. da vida emocional dos seres humanos. [...] A grande tarefa da música é a de organizar a nossa concepção do sentir em algo mais do que uma consciência (awareness) da tempestade emocional, i.e. de dar-nos uma visão do que pode realmente ser chamado a vida do sentir ou unidade subjectiva da experiência. Feeling and Form. 27/126
Languages of Art: an approach to a theory of symbols. 1968
simbolizar por denotação - etiquetar; rotular azul bleu blue blau albastru न ल nīlā SÍMBOLO o que quer que seja que está por outra coisa - função referencial 1. função denotativa
simbolizar por exemplificação símbolos-amostra exibe/possui as propriedades ou características que refere 2. função exemplificativa azul