Estudo sobre Divulgação dos Investimentos em Capital Humano (Disclosure) e Desempenho Empresarial



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Transcrição:

Estudo sobre Divulgação dos Investimentos em Capital Humano (Disclosure) e Desempenho Empresarial Autoria: Maria Thereza Pompa Antunes, Ariane Sampaio Hauck, Joice de Lima Arruda, Marcio Lyo Kinoshita, Suzana Yumi Shimada Resumo Este artigo abordou a relação de influência entre os investimentos em Capital Humano e o desempenho econômico de empresas brasileiras de capital aberto, com base na divulgação à sociedade das informações acerca desses investimentos de natureza obrigatória e voluntária (disclosure). A pesquisa, do tipo documental e descritiva, está baseada numa amostra composta por 26 empresas, cujas ações são as mais lucrativas dentre as negociadas na BOVESPA. Adotou-se o método quantitativo no tratamento dos dados (Análise de Correlação e Análise de Regressão) e a técnica de análise de conteúdo na pesquisa documental para avaliar o nível de disclosure. O estudo permitiu concluir que as informações relativas aos investimentos no elemento humano mais divulgadas são as de natureza obrigatória e foram extraídas das Demonstrações Contábeis. Os testes estatísticos sugeriram que os investimentos no Capital Humano não influenciam o desempenho das empresas da amostra quando adotadas as Medidas Tradicionais de Rentabilidade, mas obteve-se uma correlação estatisticamente significativa quando a medida adotada foi o Market Value Added (MVA), tendo sido constatada uma influência positiva sugerindo que quanto maior for o investimento, melhor será o valor do MVA da empresa. INTRODUÇÃO O recurso do conhecimento tornou-se fundamental para as sociedades no geral e para as organizações especificamente, de todos os setores, pois se consideram que o poder econômico e produtivo está cada vez mais dependente dos valores intangíveis gerados pelo conhecimento (DRUCKER, 1993; LÉVY e AUTHIER, 1995; NONAKA e TAKEUCHI; 1997, QUINN, 1992; STEWART, 1998 e SVEIBY 1998). O conhecimento é tido, portanto, como um recurso essencial para a geração de riqueza nas organizações empresariais, que atuam em ambientes econômico complexos e competitivo. Nesse contexto, o elemento humano assume posição de destaque por ser o detentor do conhecimento e passa a não representar simplesmente um custo empresarial, mas ser percebido como um ativo que tem a capacidade de trazer benefícios econômicos às organizações e, portanto, que necessita de investimentos (DRUCKER, 1970; QUINN, 1992 e CRAWFORD, 1994). Dessa forma, as empresas investem no desenvolvimento do elemento humano e esperam que esse empregue seus conhecimentos explícito e tácito (Nonaka e Takeuchi, 1997) materializando-os em novos ativos, tais como produtos e serviços diferenciados, infraestrutura, tecnologias, processos e informações que trazem vantagens competitivas para as organizações e, conseqüentemente, afetam o seu desempenho contribuindo para a geração de valor. A despeito dessa realidade, o tratamento contábil dado aos investimentos realizados em elementos intangíveis, dentre eles no elemento humano, de acordo com a legislação societária vigente é o de reconhecê-los como custo ou despesa não permitindo a sua ativação, ou seja, a sua incorporação ao patrimônio da entidade. Essa prática, se não impede, pelo menos dificulta que os investidores e analistas de mercado avaliem o valor desses investimentos e a expectativa de retorno desses ativos (LEV, 2001). De forma geral, as informações que a sociedade tem acesso são aquelas divulgadas pelas empresas e, nesse sentido, a Lei das SA define um conjunto mínimo de relatórios que 1

devem ser disponibilizados pelas sociedades anônimas. Isso não implica, entretanto, em que as empresas divulguem informações adicionais sobre a sua gestão, tais como os investimentos realizados e os resultados alcançados que não são prontamente perceptíveis por meio da análise das Demonstrações Contábeis, padronizadas e de divulgação obrigatória. Denomina-se por disclosure qualquer divulgação deliberada de informação da empresa para o mercado, seja quantitativa ou qualitativa, requerida ou voluntária, via canais formais ou informais (SOUZA, 1995). Gomes (2006) considera que as empresas não devem restringir-se, em sua divulgação, apenas às informações requeridas pela regulamentação, mas transmitir as informações que qualquer indivíduo ou entidade, com interesse nos ativos da empresa, tenham condições de constituir uma visão correta sobre sua realidade. Com relação à divulgação dos investimentos realizados em ativos intangíveis, Queiroz (2005) considera que, sob o ponto de vista do investidor, existe uma percepção no mercado de que as companhias mais empenhadas em evidenciar os seus ativos intangíveis serão as mais valorizadas. O autor considera que os investidores demandam, cada vez mais, um volume maior de informações sobre os ativos intangíveis, pois sem essas informações, suas projeções e avaliações tendem a se afastar do valor justo, resultando em crescente volatilidade no mercado e acréscimo do custo de capital. Entretanto, apesar da valorização dos ativos intangíveis e da afirmação de que os investimentos das empresas nesses elementos trazem a elas retornos positivos a longo prazo, verifica-se que ainda são escassas as fontes de informações sobre o assunto e que não há regulamentação específica sobre a sua divulgação, mesmo como informação adicional (SVEIBY, 1998; EDVINSSON E MALONE, 1998; STEWART, 1998; ROOS ET. AL., 1997; CADDY, 2002 E LEV, 2001; 2003 E 2004). Dentro desse contexto, pretendeu-se estudar a relação de influência entre os investimentos em Capital Humano e o desempenho econômico de empresas brasileiras de capital aberto, com base na divulgação à sociedade das informações acerca desses investimentos de natureza obrigatória e voluntária (disclosure). Assim, este estudo teve por objetivo responder à seguinte questão de pesquisa: Qual é a influência dos investimentos em Capital Humano no desempenho econômico das empresas? Para tanto, partiu-se da premissa de que os investimentos que os gestores realizam no elemento humano são fruto de uma estratégia que visa, em última instância, adicionar valor para a empresa e, conseqüentemente, aos seus acionistas. Dessa forma, é de se esperar que as empresas optem por divulgar suas ações de investimentos no Capital Humano ao público externo (mercado) no sentido de manterem os agentes interessados informados sobre a sua realidade, permitindo-lhes avaliar a contribuição desses investimentos para o desempenho da empresa. REFERENCIAL TEÓRICO Capital Humano A importância do Capital Humano para a economia é bem expressada por Schultz (1967, p. 64): Um conceito de capital restrito a estruturas, equipamentos de produção e patrimônio é extremamente limitado para estudar tanto o crescimento econômico computável (renda nacional) como, o que é mais importante, todas as conquistas, no bem-estar, geradas pelo progresso econômico em longos períodos de tempo. A instrução e o progresso no conhecimento constituem importantes fontes de crescimento econômico, pois como observou Kuznets, o conceito de capital e de formação de capital deveria ser ampliado de forma a incluir investimento em seres humanos, o que se dá, basicamente, pelo investimento na instrução. O ser humano é considerado capital para os economistas por possuir capacidade de gerar bens e serviços, por meio do emprego da sua força de trabalho e do conhecimento, 2

constituindo-se em importantes fontes de acumulação e de crescimento econômico (MONOBE, 1986). Na área da Contabilidade esse tema é tratado sob a denominação de Gestão Estratégica da Contabilidade de Recursos Humanos, tendo-se Eric Flamholtz, Roger Hermanson e Lee Brumet, dentre outros, como os principais pesquisadores estrangeiros. No Brasil, pode-se observar o desenvolvimento do tema por meio dos trabalhos realizados por Fiorini (1982) e Tinoco (1996), além dos estudos que, embora não focando a área de Recursos Humanos, os consideram como ativo, segundo verifica-se em Martins (1972), Monobe (1986) e Antunes (1999). O que esses estudos apresentam em comum é que ressaltam a importância de as informações contábeis reconhecerem os recursos humanos como ativos, ou seja, impulsionadores e alavancadores dos resultados e, portanto, geradores de impacto na posição do patrimônio líquido e dos ativos das entidades, juntamente com os demais recursos usados no processo produtivo. Recentemente, os estudos na área de Administração sobre o impacto do conhecimento nas organizações têm sido realizados sob a denominação de Capital Intelectual. O Capital Intelectual encontra-se diretamente relacionado aos elementos intangíveis resultantes das atividades e práticas administrativas desenvolvidas pelas organizações para se adaptarem e atuarem na realidade atual (BROOKING, 1996; STEWART, 1998 e 2001; PABLOS, 2002; LEV, 2001, 2003; 2004). Na visão dos referidos autores, esses investimentos trazem benefícios intangíveis às organizações e capacitam o seu funcionamento, agregando-lhes valor. Por isso encontra-se também na literatura a denominação de Ativos Intangíveis, Elementos Intangíveis e Recursos Intangíveis (BROOKING, 1996; CRAWFORD, 1994; SVEIBY, 1998). Segundo Lev (2001), o Capital Intelectual é gerado pelos investimentos em três elementos: inovação, desenho organizacional diferenciado e recursos humanos. Observa-se, portanto, que o Capital Intelectual é gerado por elementos intangíveis, tendo o conhecimento tanto como recurso (insumo), quanto como produto de per si, e que devem ser vistos isoladamente e, também, no conjunto, pois produzem sinergia. Devido ao fato de o conhecimento ser caracterizado por recurso e, também, como produto, a classificação para Capital Intelectual mais comumente adotada é a proposta por Edvinsson e Malone (1998). Os autores dividem o Capital Intelectual em dois grupos: Capital Humano e Capital Estrutural. Por esse conceito, o elemento humano é um recurso (capital humano) que gera novos ativos de natureza tangível e intangível compondo o grupo do Capital Estrutural (patentes, hardware, software, banco de dados, relacionamento com clientes, processos e estrutura organizacional e tudo o mais que dá suporte à produtividade dos empregados). Assim sendo, neste estudo assume-se que as empresas investem no desenvolvimento do elemento humano com o intuito de que esses investimentos revertam em produtos e serviços diferenciados, infra-estrutura, tecnologias, processos e informações que trazem vantagens competitivas para as organizações e, conseqüentemente, impactam o seu desempenho. Isso pode ser confirmado por meio da pesquisa realizada por Antunes (2204), junto a 30 gestores de grandes empresas brasileiras, em que o elemento humano foi identificado por 28 gestores como o recebedor dos investimentos realizados em Capital Intelectual nas variações de investimentos em treinamento, desenvolvimento, instrução, formação e seleção de pessoal. Informações Contábeis e Disclosure dos investimentos em Ativos Intangíveis A função que se atribui à Contabilidade é a de provedora de informações aos seus usuários que lhes permitam julgamentos, decisões, controle ou apenas conhecimento. 3

Assumindo-se este como o objetivo maior da Contabilidade, ele é alcançado por meio do estudo, avaliação, registro e controle do patrimônio e das mutações que nele ocorrem e na forma de relatórios, pareceres, demonstrações, quadros comparativos etc. são divulgados os resultados obtidos e a situação econômico-financeira das organizações, considerando, ainda, que essas informações podem ser de natureza quantitativa e qualitativa. Entretanto, a grande variedade dos seus usuários externos, com interesses de informações diferenciadas, resultou na necessidade de padronização das informações a serem elaboradas e divulgadas. Assim, têm-se hoje as Demonstrações Contábeis, elaboradas segundo a Lei 6404/76, conhecida como a Lei das Sociedades Anônimas, que seguem os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), constituindo-se no conjunto mínimo de informações disponibilizado pelas Companhias Abertas ao seu público externo. A essa Contabilidade elaborada com o foco no usuário externo da informação contábil denomina-se Contabilidade Financeira. A Contabilidade Financeira, portanto, está atrelada às normas contábeis vigentes e aos PFC e essa realidade, conforme observa Martins (1972), restringe a aceitação de vários elementos intangíveis como componentes do ativo, fazendo surgir a figura do Goodwill. Dessa forma, esses elementos só são reconhecidos pela Contabilidade Financeira quando uma empresa é vendida por meio da denominação Goodwill Adquirido na empresa compradora. Conseqüentemente, qualquer divulgação ao público externo sobre elementos intangíveis, seja sobre os investimentos realizados, seja sobre os resultados obtidos, caracteriza-se como uma ação voluntária das empresas e em informação adicional. Com relação à divulgação dos investimentos nos ativos intangíveis de forma voluntária, Sveiby (1998) identifica duas finalidades principais em função das partes interessadas. Na apresentação externa, a empresa se descreve da forma mais precisa possível para os clientes, credores, fornecedores, governo, acionistas e demais interessados pela informação contábil, a fim de que possam avaliar a qualidade de sua gerência e o potencial de geração de valor do negócio. Na apresentação interna, a avaliação é feita para a gerência, que precisa conhecer a empresa para poder monitorar o seu progresso e tomar medidas corretivas. Estudo realizado pela Cap Gemini Ernst Young, nos Estados Unidos, identificou que os investidores atribuem cerca de 35% de importância à avaliação dos ativos intangíveis em seus processos de decisão por investimentos (FARIA, 2005). No Brasil, Coscodai (apud Queiroz, 2005) considera que a divulgação dos investimentos em ativos intangíveis, por parte das empresas, pode funcionar como um elemento de avaliação da companhia em um processo de fusão ou incorporação e que a divulgação de um balanço de intangíveis teria o mérito de sinalizar para o investidor que a companhia conhece seus intangíveis e sabe quanto valem. Especificamente quanto aos investimentos no elemento humano, têm-se, atualmente, informações que podem ser extraídas de algumas demonstrações contábeis, a exemplo da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e do Balanço Social. Têm-se os valores atribuídos a título de gastos com pessoal, na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), embora que muitas vezes este venha incluso no item Despesas Administrativas. Têm-se algumas indicações de investimentos ou outras realizações da gestão das empresas mencionadas no relatório da administração e, ainda, nos sites institucionais. Ressalta-se que à exceção da DRE, as demais são fontes de informações divulgadas voluntariamente. Por outro lado, a pesquisa realizada por Antunes (2004) identificou que apenas a metade dos 30 gestores entrevistados divulgou o valor dos investimentos realizados no elemento humano, justificando tratar-se de informação estratégica não disponível, ou que não dispunham da informação. A autora ponderou que muito da discussão sobre a obrigatoriedade da divulgação dessas informações, por meio do relatório anual, como demonstração complementar às Demonstrações Contábeis exigidas por Lei, tem o ponto contra justamente 4

na questão de beneficiar os concorrentes. Em contrapartida, concorda que poderiam representar uma informação relevante aos acionistas, potenciais investidores, clientes e sociedade no geral, não havendo, entretanto, um consenso no aspecto dos benefícios que traria às empresas. Em vista do exposto, para fins deste estudo, considerou-se que as informações sobre os investimentos realizados no elemento humano podem ser extraídas da Demonstração do Valor Adicionado (DVA), do Balanço Social (BS), da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), por meio dos valores atribuídos como gastos com pessoal, e demais indicações de investimentos mencionadas no relatório da administração e nos sites institucionais. Avaliação de Desempenho A avaliação de desempenho empresarial, conforme Kassai (2002), está relacionada à verificação do cumprimento de obrigações por parte dos administradores responsáveis pelo gerenciamento da empresa. É a busca por mecanismos de determinação da forma como as decisões e ações dos administradores afetaram a empresa e como elas devem ser focadas, sempre focando a maximização do valor da empresa. Nesse sentido, considera-se que o tema avaliação de desempenho empresarial apresenta grande complexidade dada à abrangência de seu conceito e que tal abrangência é resultante das diferentes abordagens existentes, do foco e das metodologias que são utilizados em função do objetivo por parte do interessado no processo de avaliação. Assim, no processo de avaliação é importante definir-se o foco, de modo a definir-se, também, a fonte de indicadores ou metodologias mais adequadas. Em relação ao foco da avaliação, tem-se a avaliação para fins de desempenho interno gerencial e a avaliação da empresa em sua totalidade realizada por um observador externo, ou seja, aquele que terá acesso apenas às informações divulgadas pelas organizações (disclosure). Em relação à metodologia, Assaf Neto (2003), observa que nos livros clássicos de finanças encontra-se o objetivo da administração financeira atrelado à maximização do retorno do capital investido pelo acionista e, portanto, o lucro assume papel principal na avaliação. Porém, o autor destaca que o lucro, conforme as determinações contábeis, não representa a efetiva capacidade financeira da empresa, pois o lucro contábil não leva em consideração o risco inerente à atividade da empresa e ignora o valor do dinheiro no tempo. Nesse sentido, Antunes (2004) considera que as metodologias de avaliação podem ser classificadas em dois grupos: as metodologias tradicionais, por assim denominar aquelas cujas informações são oriundas das Demonstrações Contábeis (avaliação por indicadores de rentabilidade, liquidez e endividamento) e as metodologias concentradas no valor (EVA, MVA, Valor de Mercado das Ações, SVA, CVA, TSR) i. As medidas concentradas no valor surgiram com a finalidade de suprir as deficiências apresentadas sobre o lucro (Rappaport, 1998, Martins, 2001, Assaf Neto, 2003) e são orientadas para a maximização do valor da empresa expressando a adequada criação de riqueza por um empreendimento. O Quadro 1 evidencia, conceitualmente, um resumo das principais medidas de rentabilidade e suas respectivas interpretações de acordo com Gitman (2003), Martins (2001) e Matarazzo (2003). 5

Quadro 1: Resumo das principais medidas de rentabilidade ÍNDICES de RENTABILIDADE Rentabilidade do Ativo (ROI) Return on total assets INTERPRETAÇÃO Mensura a eficiência global da empresa em gerar lucros com os ativos disponíveis. Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE) Return on equity Lucro Residual Apura a relação entre o ganho obtido pelos sócios e o investimento que realizaram na empresa. Evidencia os recursos gerados pela entidade que sobram após a dedução dos juros reais aplicados sobre o capital investido pelos sócios. Retorno sobre o Capital Mensura o retorno sobre o ativo total desconsiderando a parcela financiada Empregado (ROCE) com capitais de terceiros não onerosos e as despesas e receitas financeiras. EBITDA (Lucros antes dos Evidencia o caixa gerado pelos ativos genuinamente operacionais, pois juros, impostos s/ lucro, representa o potencial de caixa que os ativos operacionais são capazes de depreciações e amortizações) produzir. Fómula DuPont Resultante da combinação entre as medidas de lucratividade e do giro do ativo ou investimento. Se aplicada a decomposição dos indicadores, conforme sugerido por Martins e Assaf Neto (1989, p.258) disponibiliza maior informação. FONTE: Baseado em: Gitman (2003), Martins (2001) e Matarazzo (2003). Martins (2001) considera que o ROE é o melhor indicador para medir o desempenho global da empresa, apesar de possuir a desvantagem de misturar os desempenhos financeiro e operacional, inviabilizando as comparações com outras empresas, bem como uma análise de tendência. Segundo Matarazzo (2003), o papel do ROE é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio que pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado e se avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior às opções disponíveis. Com relação ao ROI, Martins (2001) considera que ele elimina o erro cometido no ROE de incluir as despesas financeiras sobre o capital de terceiros. Assim sendo, propicia o conhecimento de quanto os ativos (investimentos totais, independentemente da forma de financiamento) estão produzindo de retorno e também pode ser desdobrada em margem e giro. O Quadro 2 resume, conceitualmente, as principais medidas concentradas no valor de acordo com Martins (2001), Matarazzo (2003) e Monteiro (2004). Quadro 2: Resumo das principais medidas de desempenho concentradas no valor MEDIDAS INTERPRETAÇÃO EVA Economic Value Added Resultado apurado pela empresa que excede à remuneração mínima exigida pelos proprietários de capital. Indica se a empresa está criando ou destruindo valor. MVA Market Value Added Expressão monetária da riqueza gerada aos proprietários de capital, determinada pela capacidade operacional da empresa em produzir resultados superiores a seu custo de oportunidade. Mensuração da riqueza gerada por um empreendimento, em termos de percepção do mercado, relativa ao valor de seus títulos mobiliários. VMA Valor de Mercado das Cotação da ação da empresa em bolsa de valores. Representa a expectativa Ações no tempo presente que o mercado tem em relação ao desempenho futuro da empresa. FONTE: Baseado em Martins (2001), Matarazzo (2003) e Monteiro (2004). 6

Segundo consta em Martins (2001, p. 247), o EVA possui como vantagem a capacidade de conscientizar, rapidamente, o gestor sobre as expectativas do investidor em relação a sua atuação e, também, a simplicidade de compreensão. Como limitação, Martins identifica que a utilização da base de resultados globais da empresa impede a identificação da contribuição gerada por área. Kassai, Kassai e Santos citados por Martins (2001, p. 255) afirmam que o MVA resulta naquela parcela adicional, aquele algo mais normalmente de difícil mensuração, e também conhecido como Goodwill. Dentro de uma outra visão, Matarazzo (2003) considera que o MVA reflete quanto a empresa vale adicionalmente ao que se gastaria para repor todos os seus ativos a preço de mercado. Para fins deste estudo, os avaliadores externos (ou usuários externos das informações contábeis) são o foco, e as duas metodologias são contempladas, pois se entende que por maiores que sejam as críticas feitas às informações disponibilizadas por meio das Demonstrações Contábeis, ainda é por meio delas que os investidores e analistas financeiros balizam seus julgamentos ou, pelo menos, como observa Martins (2001, p.265) iniciam o processo de avaliação. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa documental e descritiva, visto que seu foco foi a análise da relação entre duas variáveis: investimento em capital humano e desempenho econômico das empresas, baseado no nível de disclosure das informações relativas aos investimentos no elemento humano. Variáveis e Definições Operacionais Neste estudo, tem-se como variáveis dependentes o conjunto de indicadores adotados na definição operacional de desempenho econômico-financeiro das empresas. Como variável independente a definição operacional de investimento em Capital Humano. Variável dependente: Desempenho das Empresas Como definição operacional de Desempenho Econômico adotaram-se os valores dos resultados evidenciados pelas empresas e obtidos por meio de uma metodologia de avaliação do desempenho, de acordo com Antunes (2004). Neste sentido, assumiu-se que a avaliação de desempenho é julgada por meio da mensuração dos resultados alcançados e que podem ser mensurados segundo as Medidas Tradicionais de Rentabilidade (MTR) e as Medidas Concentradas no Valor (MCV), conforme também consta em Antunes (2004). Segundo Martins (2001), a utilização de diferentes formas de mensuração do desempenho não cria conflitos na avaliação geral, pelo contrário, o autor defende que essas alternativas são complementares. Dessa forma, teve-se: Medidas Tradicionais de Rentabilidade (MTR) Dentre os diversos indicadores existentes neste grupo, adotou-se: a Rentabilidade do Ativo (ROI) e a Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE). A escolha destes indicadores foi baseada na disponibilidade de dados extraídos das Demonstrações Contábeis divulgadas pelas empresas e, também, dos dados extraídos das publicações Exame Melhores & Maiores (2004) e do Balanço Anual Gazeta Mercantil (2004). Medidas Concentradas no Valor (MCV) Para esse grupo de indicadores foram adotados o Market Value Added (MVA), o Valor Total de Mercado das empresas e a Cotação de Mercado das Ações por meio dos valores de fechamento das negociações das ações em 31/12/2004. 7

Variável independente: Investimentos em Capital Humano Como definição operacional de Investimentos em Capital Humano adotaram-se os investimentos que as empresas realizam em seus funcionários de forma a propiciar-lhes condições de ampliar seus conhecimentos e habilidades, que deverão ser empregadas em suas atividades profissionais. Esses investimentos foram medidos por meio dos valores atribuídos a título de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) dos colaboradores/funcionários. Segundo pesquisa realizada por Antunes (2004), 93% dos gestores entrevistados identificaram ser este o tipo de investimento que mais intensamente realizam no Capital Humano de suas empresas. Essa variável foi medida em função dos valores em Reais (R$) divulgados pelas empresas da amostra, levando-se em consideração tanto os valores totais investidos em treinamento, quanto os valores médios investidos por colaborador. População e Amostra A população-alvo foi constituída pelas empresas de capital aberto, que negociam suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e que constavam no ranking das ações mais lucrativas, segundo a BOVESPA, no período de janeiro a dezembro de 2004. Nesse ranking constavam 41 empresas atuantes em diversos setores da economia. A amostra final foi composta por 26 empresas selecionadas da população-alvo em função da existência de informações disponibilizadas ao mercado (disclosure) acerca dos investimentos realizados no Capital Humano. Portanto, trata-se de uma amostra de conveniência e não-probabilística. Os dados e as informações necessárias foram obtidos junto às seguintes fontes secundárias: registros estatísticos da BOVESPA; Demonstrações Contábeis de publicação obrigatória; Revista Exame Melhores & Maiores (2004) e Balanço Anual Gazeta Mercantil (2004); registros institucionais disponíveis nos sites das empresas (de divulgação não obrigatória) e Banco de Dados do IBASE. Essas fontes de dados foram escolhidas em função de fornecerem ao público externo as informações relativas às variáveis em estudo e que, portanto, consistem-se no disclosure das empresas. Tratamento dos dados Por ser um estudo do tipo descritivo, adotou-se o método quantitativo no tratamento dos dados e a técnica de análise de conteúdo na pesquisa documental para avaliar o nível de disclosure. A fim de se identificar as fontes de informações sobre os investimentos no Capital Humano e, também, os seus níveis de investimentos, procedeu-se à análise de conteúdo junto às informações divulgadas pelas empresas de caráter obrigatório e voluntário, seguindo a metodologia firmada por Bardin (1977). A análise de conteúdo, de acordo com a autora, consiste-se em um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição e categorização das mensagens. Seguindo-se a orientação de Siegel (1975), Stevenson (1986), Silver (2000) e Kazmier (1982) foram adotadas as seguintes técnicas estatísticas para a realização das análises inferenciais: Prova de Kolmogorov-Smirnov, Análise de correlação por postos de Spearman e Análise de regressão linear simples. Vale ressaltar que nas inferências feitas foi avaliado o p- value (notação do SPSS) associado à hipótese de nulidade de cada teste de significância. Além disso, toda análise que apresentou um p-value inferior a 0,05 foi considerada, estatisticamente significativa, seguindo a regra usual. Como softwares estatísticos de apoio foram utilizados o SPSS Statistical Package for Social Sciences, versão 10.0 e o MSOffice Excel, versão 2002. 8

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Caracterização da amostra e disclosure dos investimentos em Capital Humano A amostra final foi composta por 26 empresas e a distribuição dessas empresas em função do seu setor de atuação, de acordo com a classificação adotada pela BOVESPA, é exibida por meio da Tabela 1. Tabela 1 - Setores de atuação, de acordo com dados da BOVESPA. SETOR Freq. % BENS INDUSTRIAIS 6 23,08 CONSTRUÇÃO E TRANSPORTE 2 7,69 CONSUMO NÃO CÍCLICO 2 7,69 FINANCEIROS 1 3,85 MATERIAIS BASICOS 8 30,77 PETROLEO E GAS 1 3,85 UTILIDADE PUBLICA 6 23,08 TOTAL 26 100,00 Pode-se verificar que, embora se tenha tido acesso às informações de empresas pertencentes a 7 (sete) diferentes setores, obteve-se uma maior concentração de empresas dos setores de materiais básicos (30,77%), seguida por empresas dos setores de bens industriais e utilidade pública, ambos com 23,08% da amostra. Todavia, vale lembrar que se trata de uma amostra por conveniência, cujo critério de seleção foi a disponibilidade das informações foco do estudo por parte das empresas. Dessa forma, os resultados sugerem, a priori, que as informações divulgadas pelas empresas desses setores permitiram identificar os investimentos realizados em treinamento e desenvolvimento de seus colaboradores mais que as informações divulgadas pelas empresas dos outros setores. Com relação às fontes mais utilizadas pelas empresas para a divulgação dos investimentos no Capital Humano e que se revestem, portanto, no disclosure das empresas quanto a esse item, a Figura 1 mostra os resultados obtidos. MEIOS DE DIVULGAÇÃO 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 BOVESPA IBASE SITE DA EMPRESA REVISTA EXAME GAZETA MERCANTIL 0,00 Figura 1 Meios de divulgação ao mercado 9

Dentre os meios de divulgação utilizados pelas empresas, observou-se a predominância dos registros estatísticos do site do BOVESPA e do Relatório Anual da Revista Gazeta Mercantil, com 100% e, aproximadamente, 88% de adesão das empresas, respectivamente. Pode-se verificar, entretanto, que os dados encontrados nessas fontes consistem-se, em sua maioria, de dados oriundos da contabilidade financeira extraídos das Demonstrações Contábeis e, portanto, de natureza obrigatória. Observou-se, também, que algumas empresas divulgaram em seus sites e em seus Balanços Sociais, as informações sobre investimentos em capital humano. Neste caso, não se verificou uma uniformidade na forma de apresentação dificultando a identificação desses valores. Adicionalmente, em uma busca no site do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) observou-se uma certa padronização na divulgação dessas informações por meio da estrutura de Balanço Social proposta pelo IBASE. Entretanto, apenas 27% das empresas estudadas divulgaram essa informação. Em suma, a análise dos dados permitiu verificar que os registros estatísticos do site da BOVESPA e do Relatório Anual da Gazeta Mercantil foram os meios de onde se pode extrair a maior quantidade de informação, seguidos pelos sites institucionais. Portanto, pode-se concluir que a divulgação voluntária não é feita de forma padronizada, confirmando-se o exposto no referencial teórico. Com relação ao volume de investimentos em Capital Humano, medido pelos investimentos realizados a título de treinamento e desenvolvimento, pode-se verificar que esses valores variaram entre, aproximadamente, R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) e, aproximadamente, R$ 49.500.000,00 (quarenta e nove milhões e quinhentos mil reais). A Figura 2 exibe a concentração dos valores obtidos e classificados em níveis de investimentos: até R$ 1.000.000,00; de R$ 1.000.000,01 a R$ 10.000.000 e acima de R$ 10.000.000,01. Nível de Investimento em Capital Humano 15% 43% Até R$1.000.000,00 De R$ 1.000.000,01 a R$ 10.000.000,00 42% Acima de R$ 10.000.000,01 Figura 2 Nível de investimento em Capital Humano A análise dos dados da Figura 2 permite verificar que 15% das empresas estão entre as que investem mais de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais). Verifica-se, também, um equilíbrio entre as empresas que realizam investimentos na faixa de até R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e aquelas que se encontram na faixa intermediária, representando 42% e 43% de empresas, respectivamente. Ressaltando-se que a amostra é composta por empresas cujas ações são as mais lucrativas, uma análise mais aprofundada sobre a relevância desses valores seria necessária, tendo como parâmetro o porte dessas empresas e, também, o volume de investimentos realizados nos outros ativos intangíveis, o que não é o foco deste estudo. 10

Influência dos investimentos em Capital Humano no desempenho econômico das empresas Analisando-se a distribuição dos dados da amostra, com base no teste Kolmogorov- Smirnov, identificou-se que apenas a variável investimento em treinamento e desenvolvimento (T&D), por colaborador, possui distribuição normal, evidenciando a necessidade da aplicação de métodos não-paramétricos na análise dos dados. Assim sendo, a análise de correlação por postos de Spearman apresentou os seguintes resultados, conforme evidencia a Tabela 2. VARIÁVEIS Tabela 2 - Correlação por postos de Spearman VALOR TOTAL INVESTIDO EM T&D T&D POR COLABORADOR ROE 0,237 0,268 ROI 0,384 0,348 VALOR TOTAL 0,432* 0,312 DE MERCADO COTAÇÃO DAS 0,086 0,006 AÇÕES MVA 0,432* 0,312 ** significância 0,01 * significância 0,05 MTR MCV A análise dos dados da Tabela 2 permitiu verificar que as variáveis valor de mercado e MVA apresentaram correlação positiva com o valor total do investimento em treinamento e desenvolvimento. Entretanto, o mesmo não ocorreu com as variáveis ROE, ROI e cotação das ações. Considerando-se que as variáveis ROE, ROI, MVA e investimento total em T&D não apresentaram distribuição normal, optou-se por aplicar a transformação logarítmica nessas variáveis. Tendo-se verificado que as variáveis transformadas seguem distribuição normal, um novo teste de correlação foi realizado, cujos resultados estão evidenciados por meio da Tabela 3. Tabela 3 - Correlação por postos de Spearman VARIÁVEIS logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D T&D POR COLABORADOR MTR logroe 0,295 0,333 logroi 0,475* 0,494* MCV logmva 0,432* 0,312 ** significância 0,01 * significância 0,05 A análise desses resultados evidencia correlação positiva, com nível de significância de 5%, entre a variável logroi e as variáveis independentes logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e T&D por colaborador. Já os valores de logmva apresentam o mesmo resultado apenas com a variável logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D. Os resultados do teste de correlação sugerem que um aumento nos valores investidos em treinamento e desenvolvimento proporciona uma melhora nos indicadores ROI e MVA, ou 11

seja, os ativos investidos produzem retorno (ROI) e o mercado percebe o valor gerado por esses investimentos, tal como exposto na teoria sobre Capital Intelectual. A não correlação existente entre a variável ROE e qualquer uma das variáveis independentes pode ser explicada em função do ROE depender de outros fatores, tal como da estrutura de capital da empresa, conforme observou Martins (2001). A fim de se explicar melhor as correlações encontradas, procedeu-se a três análises de regressão para a determinação do grau de influência entre as variáveis envolvidas, a saber: 1) logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logroi 2) logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logmva 3) T&D POR COLABORADOR e logroi. Análise de Regressão 1: logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logroi A Tabela 4 exibe os resultados obtidos para a análise de regressão entre logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logroi Tabela 4 - ANOVA b - logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logroi Model Sum of Squares df Mean Square F Sig. Regression 2,097 1 2,097 3,466 0,076ª a. Predictors: (Constant), logvalor Total Investido em T&D b. Dependent Variable: logroi Analisando-se os resultados obtidos pelo teste T Anova (Tabela 4), verifica-se que o p- value (Sig.) encontrado é igual a 0,076 e, sendo este maior que o nível de significância de 0,05, não é possível afirmar que o valor total investido em T&D explique o aumento dos valores de ROI. Análise de Regressão 2: logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logmva A Tabela 5 exibe os resultados obtidos para a análise de regressão entre logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logmva Tabela 5 - ANOVA b - logvalor TOTAL INVESTIDO EM T&D e logmva Model Sum of Squares Df Mean Square F Sig. Regression 5,166 1 5,166 6,765 0,016ª a. Predictors: (Constant), logvalor Total Investido em T&D b. Dependent Variable: logmva Analisando-se os resultados obtidos verifica-se que o p-value (Sig.) do Teste T Anova encontrado é igual a 0,016 e, portanto, menor que o nível de significância de 0,05. Dessa forma, pode-se verificar que existem evidencias estatisticamente significativa de que o valor total investido em T&D explica o aumento dos valores de MVA. 12

Análise de Regressão 3: T&D POR COLABORADOR e logroi A Tabela 6 exibe os resultados obtidos para a análise de regressão entre T&D por COLABORADOR e logroi Tabela 6 - ANOVA b - T&D POR COLABORADOR e logroi Model Sum of Squares Df Mean Square F Sig. Regression 1,131 1 1,131 1,743 0,200ª a. Predictors: (Constant), T&D POR COLABORADOR b. Dependent Variable: logroi Analisando-se os resultados obtidos, pode-se verificar que o p-value (Sig.) encontrado, igual a 0,2, é maior que o nível de significância de 0,05. Assim sendo, não é possível afirmar que o Valor investido em T&D por colaborador explica o aumento dos valores de ROI. CONCLUSÕES O objetivo principal deste trabalho foi o de estudar a relação de influência dos investimentos em Capital Humano no desempenho econômico de empresas brasileiras, cujas ações são as mais lucrativas dentre as negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), com base nas informações divulgadas ao mercado (disclosure). Partiu-se da premissa de que o conhecimento é tido como um recurso essencial para a geração de riqueza nas organizações e, portanto, que os investimentos que os gestores realizam no elemento humano são fruto de uma estratégia que visa, em última instância, adicionar valor para a empresa e para os seus acionistas. Dessa forma, as empresas divulgam suas ações de investimentos no Capital Humano ao público externo (disclosure) no sentido de manterem os agentes interessados informados. Esses agentes, por sua vez, podem conhecer a contribuição desses investimentos para o desempenho da empresa, por meio de algumas das medidas para avaliação do desempenho empresarial existentes. Os investimentos no elemento humano foram medidos por meio da variável Treinamento e Desenvolvimento considerada no total e por colaborador. Em relação ao disclosure dessas informações, pode-se verificar que a maior disponibilidade de dados está nas Demonstrações Contábeis divulgadas nos sites da BOVESPA (100%) e do Relatório Anual da Gazeta Mercantil (aproximadamente 88%). Essas informações, conforme já observado, são de divulgação obrigatória. Adicionalmente, podemse extrair essas informações dos Balanços Sociais publicados e dos sites institucionais, de natureza facultativa, porém, em menor quantidade. A divulgação em maior quantidade dos investimentos em treinamento e desenvolvimento de colaboradores por meio das Demonstrações Contábeis de cunho obrigatório sugere, por um lado, a existência de um controle efetivo dos valores investidos. Esse fato está em conformidade com a prática contábil segundo a legislação atual, cujos investimentos são evidenciados como despesa operacional na Demonstração do Resultado do Exercício. Por outro lado, esse resultado não está em conformidade com as práticas atuais de gestão de recursos humanos, a exemplo da Gestão do Conhecimento, que caracteriza esses gastos como investimentos, como se observam em FLEURY e FLEURY, 2000; FLEURY e OLIVEIRA JR., 2001; DUTRA, 2001 e EARL, 2001. Entende-se, que se de fato é uma prática de gestão e que, conforme amplamente divulgado, as empresas percebem o elemento humano como um ativo que contribui para os resultados alcançados, essas informações mereciam ser divulgadas, pois seriam também de utilidade para os analistas de investimentos e demais interessados sobre as atividades e futuro 13

da empresa. Todavia, os resultados baseados na amostra em estudo não confirmaram essa proposição, pois a quantidade de informações divulgadas de forma voluntária foi bastante inferior às de natureza obrigatória. Esse resultado, por fim, sugere uma pesquisa mais aprofundada na área de Recursos Humanos dessas empresas, a fim de se estudar a conformidade entre os investimentos realizados no elemento humano, e demais práticas de incentivos, e os números contábeis divulgados. A fim de se verificar a contribuição das informações divulgadas pelas empresas sobre os investimentos realizados em capital humano, para avaliar o desempenho dessas empresas, foram adotadas algumas medidas de avaliação de desempenho existentes na literatura classificadas em dois grupos: as Medidas Tradicionais de Rentabilidade e as Medidas Concentradas no Valor, segundo já mencionado. Os resultados da análise de correlação sugeriram que as variáveis ROI e o MVA, transformadas logaritmamente, apresentaram alguma relação com o nível de investimento em capital humano medido por meio do Valor Total Investido e valor por colaborador. Dessa forma, essas variáveis foram estudadas em maior profundidade por meio da técnica de regressão. Com base nos testes de regressão não foi possível confirmar que um aumento no valor investido em treinamento e desenvolvimento no total e também por colaborador, leve a um aumento do ROI, ou seja, os valores investidos em capital humano não explicam os valores encontrados para esse índice. Esse resultado não apresenta nenhuma surpresa e está em conformidade com o resultado do estudo realizado por Antunes (2004). Segundo a autora, a explicação está na quantidade de tempo necessário para que esses investimentos (registrados como despesas pela Contabilidade Financeira) reflitam em aumentos monetários perceptíveis nas Demonstrações Contábeis, ou seja, em aumento das vendas e, conseqüentemente, no lucro líquido. Porém o mesmo teste, quando aplicado ao MVA apresentou resultados positivos, evidenciando que um aumento no valor total investido em treinamento e desenvolvimento leva a um aumento do MVA. Isso significa que quanto maior for o investimento, melhor será o valor do MVA da empresa. Esse resultado, por sua vez, pode sugerir que o mercado percebe os investimentos realizados no elemento humano e confirma que o capital humano, sendo componente do Capital Intelectual, é um dos principais ativos intangíveis da empresa, representando um diferencial competitivo da empresa. Em suma, para a amostra em estudo, as Medidas Tradicionais de Desempenho não se mostraram adequadas para avaliar o retorno desse tipo de investimento, ao passo que uma medida, definida anteriormente como Concentrada no Valor, captou os investimentos realizados. Do ponto de vista interno da empresa, considera-se que tais resultados possam se reverter em informações úteis para os gestores da área de Recursos Humanos no momento de sustentar a necessidade de investimentos em treinamentos e programas de desenvolvimento dos seus colaboradores, pois o público externo percebe o potencial de criação de valor desses investimentos. Permite, também, se questionar a conformidade entre as práticas da área de recursos humanos dessas empresas no que tange aos investimentos no desenvolvimento do elemento humano e a divulgação dessas informações de natureza voluntária. Do ponto de vista externo da empresa, considerando-se a confirmação da inadequação dos indicadores de avaliação de desempenho extraídos das Demonstrações Contábeis para mensurar os retornos obtidos pelos investimentos realizados no elemento humano, fica uma sugestão para novos estudos: buscar a percepção dos analistas de investimentos sobre a importância dos investimentos realizados no elemento humano e como eles consideram essas informações em seus processos de avaliação. 14

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