A SUA EMPRESA PRETENDE EXPORTAR? - CONHEÇA O ESSENCIAL E GARANTA O SUCESSO DA ABORDAGEM AO MERCADO EXTERNO
PARTE 02 - CUIDADOS A TER
Introdução Prosseguindo com o tema abordado há duas semanas, recordamos a estrutura da nossa análise: 1. Formalidades a cumprir 2. Cuidados a ter 3. Mercados prioritários Esta semana iremos abordar o segundo ponto: Cuidados a ter. Para além das formalidades a cumprir, que analisámos anteriormente, a abordagem ao mercado externo encerra alguns riscos que não poderão ser descurados, sob pena de as respetivas consequências poderem vir a colocar em causa a viabilidade do seu negócio, ou mesmo a sobrevivência da sua empresa. Obviamente que deveremos encarar a expansão para o exterior como uma oportunidade de crescimento para as nossas empresas, sobretudo tendo em conta a situação difícil por que passa atualmente o mercado nacional. Por isto mesmo, é imprescindível estar alerta para os riscos envolvidos, a fim de os evitar ou minorar, e garantir que a experiência internacional da sua empresa se traduz num êxito efetivo. Deixamos-lhe seguidamente alguns aspetos a considerar, que esperamos possam ajudar a sua empresa a crescer sustentadamente no mercado internacional.
Cuidados a ter Estar atento ao risco cambial Provavelmente muitos de nós já não nos recordamos da necessidade de trocar de moeda numa simples deslocação a Espanha. Pois, mas efetivamente era assim antes da entrada em circulação do Euro, em 2002. Como grande parte das nossas transações internacionais é feita, ainda hoje, no espaço da União Europeia (70% em 2013, segundo o INE), na sua maioria na Zona Euro, o risco cambial não representa um risco para muitas das empresas que exportam. No entanto, as transações com países fora da Zona Euro ganham crescentemente um papel relevante, merecendo especial destaque as exportações para Angola e EUA (7% e 4%, respetivamente, do total de exportações nacionais em 2013, segundo o INE).
Para que melhor se compreenda a questão que estamos a analisar, suponhamos a seguinte situação: A empresa Export to USA, Lda. fechou, em 11 de Setembro de 2013, um contrato de fornecimento do seu produto com um armazenista americano, num total de 2 milhões de dólares. Nesse contrato ficou definido que o fornecimento seria feito em 31 de Janeiro de 2014. Na data da assinatura do contrato os 2 milhões de dólares correspondiam a 1.507.386,19 euros (câmbio de 1,3268). No momento em que foi feito o fornecimento da mercadoria (em 31 de Janeiro) e que coincidiu com o pagamento da mesma, o câmbio era de 1,3516, o que significa que os mesmos 2 milhões de dólares valiam nesse momento 1.479.727,73 euros. Feitas as contas, a Export to USA, Lda. perdeu 27.658,46 euros em diferenças de câmbio, o que representa quase 2% do total do valor inicial acordado. A administração da empresa tinha previsto à partida uma margem de lucro de 15% para este negócio, não tendo prevenido o risco cambial. Desta forma, a sua margem foi reduzida para 13%, já que a empresa se viu obrigada a absorver a perda cambial. Este exemplo serviu essencialmente para sublinhar a importância desta questão, tantas vezes negligenciada, e que causa frequentemente dissabores às empresas nacionais que vendem para o exterior. Existem hoje formas de mitigar este risco, nomeadamente através de produtos financeiros de fixação de taxa de câmbio, que poderão evitar situações indesejadas e não previstas numa fase inicial.
Evitar custos inesperados Em processos deste cariz, em que existem diversos intervenientes de diferentes nacionalidades, é praticamente impossível eliminar totalmente os imponderáveis. Por norma estes imprevistos trazem consigo custos inesperados, isto é, que não estavam previstos inicialmente. Antes de selecionar o mercado a abordar, procure recolher o máximo de informação sobre o mesmo. Contacte as entidades oficiais (embaixadas, consulados, câmaras de comércio) de modo conhecer o melhor possível o futuro destino dos seus produtos. Depois da primeira fase de recolha de informação, e pressupondo que daí sairá a sua escolha do mercado a abordar, procure missões empresariais a esse país (ou países, se escolheu mais que um). Não dará certamente por mal empregue este investimento. Note que nada substitui ir ao local e contactar diretamente com os agentes económicos e entidades do país com o qual pretende iniciar transações.
Este plano de trabalho vai evitar-lhe muitos dissabores futuros, e por sua vez reduzir a probabilidade de incorrer em custos desnecessários. Uma das situações mais comuns, em que as empresas exportadoras suportam custos desnecessários, está relacionado com a má interpretação dos códigos pautais. Efetivamente, cada tipo de mercadoria tem um código pautal específico, o qual determina a respetiva taxa aduaneira. Ora, sabendo que por um lado as taxas aduaneiras variam muito para diferentes tipos de produtos, e que por outro aquelas taxas podem representar um importante acréscimo do preço final do produto (e influenciar a sua competitividade no mercado), o pormenor de atribuir erradamente um código pautal pode ter consequências em toda a operação, levando a uma redução substancial da margem negocial, potenciando a relutância do importador por perda de margem de revenda, podendo inviabilizar em definitivo a concretização do negócio.
Salvaguardar a sua marca Uma questão para a qual as empresas ainda não estão muito despertas é a defesa da marca e da propriedade intelectual. No entanto, observa-se uma crescente preocupação com este aspeto, perfeitamente justificado pelos riscos que acarreta. Se a sua empresa vai começar a operar num determinado mercado, é fundamental garantir que a sua marca não é copiada e utilizada por outra entidade. Por isso mesmo, deverá garantir que o registo da sua marcar tenha efeitos legais nesse país, evitando assim que outros possam utilizar indevidamente a sua marca. Por seu lado, a escolha da marca a levar para o exterior deverá obedecer a alguns critérios, como por exemplo: Evitar palavras com sons e acentuações típica da língua portuguesa, e de difícil pronunciação noutras línguas; Possuir várias marcas no portfólio para potenciar vendas e reduzir riscos; Não utilizar palavras ou símbolos com significado indesejável ou ofensivo no país de destino (tenha especial atenção nos países asiáticos ou islâmicos); Certificar-se que a sua marca não colide com marcas já existentes nesse país.
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