Comércio Internacional dos produtos agrícolas e agroalimentares

Transcrição

1 INFORMAÇÃO Setembro

2 Comércio Internacional dos produtos agrícolas e agroalimentares Neste Info Económico fazemos uma breve exposição e análise da situação da agricultura portuguesa em termos de exportações e importações, utilizando os dados definitivos de 2015 recentemente publicados pelo INE. (Nota esta análise não contempla os produtos do sector florestal, que têm tratamento estatístico em separado) Balança comercial de produtos agrícolas e agroalimentares Relativamente a 2014, as importações aumentaram 162 Milhões de Euros (M ), situando-se nos 7 mil Milhões de Euros. As exportações aumentaram 189 M, ficando em 3,8 mil Milhões de Euros. Desta forma, o saldo da balança agrícola/agroalimentar ficou praticamente inalterado, registando uma pequena melhoria de 27 Milhões de Euros, mas continuando deficitário em 3,2 mil Milhões de Euros. CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR ECONÓMICO Setembro/ PAG 2

3 Saldo da balança comercial dos produtos agrícolas e agroalimentares Este gráfico regista, por grupo de produto, a diferença entre as exportações e importações. Em termos de produtos, o saldo comercial (entre 2014 e 2015) nas transações de animais vivos, apesar de continuar deficitário, consegue a melhor evolução. As preparações de produtos hortícolas, de frutas mantêm a trajetória positiva e continuam a ser os maiores contribuintes líquidos para o saldo da balança comercial. As carnes e miudezas, comestíveis e os cereais continuam a ser os grupos onde existe pior relação entre o que se exporta e o que se importa. No entanto, enquanto nas carnes se registou uma pequena inversão positiva, a trajetória dos cereais continuou a agravar-se. São estas duas áreas, em conjunto com os resíduos e desperdícios das indústrias alimentares, que mais contribuem para o défice da balança comercial. De seguida apresentam-se os valores reais que originam estes saldos: Valor das exportações, por grupo de produtos Ano 2015 CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR ECONÓMICO Setembro/ PAG 3

4 Valor das importações, por grupo de produtos Ano 2015 Exportações por país produtos agrícolas e agroalimentares Variação anual 2014/2015 (Milhões de Euros) Nota - a dimensão dos Globos representa o seu peso relativo em 2015 Este gráfico dá-nos uma noção muito clara e direta do nosso padrão de exportações por país. Angola regista uma diminuição de 69 M nas exportações (quebra de 16,2%) no entanto, continuava, no final de 2015, a representar o 2º maior destino das exportações agrícolas portuguesas (com 9,4% do total). Pelos dados até à data disponíveis, é espectável que esta trajetória se agrave em 2016, e que esta posição se deteriore. No entanto, em termos de saldo da balança comercial, esta diminuição é mais do que compensada com o incremento das exportações para Espanha - de longe o nosso maior destino, representando 36,6% do total das nossas exportações. Isto pode já ser o sintoma de um ajustamento que se está a levar a cabo, através da procura de alternativas por parte dos nossos exportadores abrindo novos mercados ou aumentando quota nos atuais. CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR ECONÓMICO Setembro/ PAG 4

5 Importações por país - produtos agrícolas e agroalimentares Variação anual 2014/2015 (Milhões de Euros) Nota - a dimensão dos Globos representa o seu peso relativo em 2015 O mercado brasileiro regista um grande incremento, enquanto os EUA o maior decréscimo relativamente a 2014 (-65 M, correspondente a -32,2%), passando de 6º para 10º (o que o fez desaparecer deste gráfico dos maiores fornecedores de importações agrícolas/agroal.). O peso da Alemanha, em termos de fornecedor de produtos a Portugal, decresce; sendo ultrapassada pela Holanda. A França continua a ser o 2º maior fornecedor de importações; no entanto decresce em termos de valor. A Espanha mantém a sua posição dominante, fornecendo quase metade das nossas importações. Produtos do sector florestal Tal como foi referido, o sector florestal não está contemplado no tratamento estatístico acima evidenciado. Apresenta-se, no gráfico seguinte, a sua balança comercial de 2014 e Apesar da subida de 4,4% das importações no sector florestal, o incremento de 5,4% das exportações permite-lhe manter a trajetória ascendente, consolidando uma posição bastante positiva em termos de balança comercial. CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR ECONÓMICO Setembro/ PAG 5 CAP, 13 de Setembro de 2016