Lógica Computacional

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Transcrição:

Aula Teórica 13: Dedução Natural em Lógica Proposicional António Ravara Simão Melo de Sousa Departamento de Informática, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa Departamento de Informática, Faculdade Engenharia, LISP & Release Group Universidade Beira Interior

Um sistema dedutivo Objectivo Determinar a validade de raciocínios (ou de fórmulas) simplesmente por manipulação sintáctica dos símbolos que ocorrem nas fórmulas (sem recorrer à semântica). Meio: sistema dedutivo Estabelece-se um conjunto de regras (ditas de prova ou de inferência) que permitam inferir novas fórmulas a partir de fórmulas dadas ou previamente obtidas. As regras que não recorrem a hipóteses (outras fórmulas previamente provadas) chamam-se axiomas

Provas Uma prova é uma sequência de fórmulas, sendo as primeiras as hipóteses (pode ser o conjunto vazio); cada uma das que não é uma hipótese foi obtida por aplicação de uma regra, eventualmente usando fórmulas anteriores (na sequência) como hipóteses dessa regra; a última fórmula da sequência é a conclusão desejada. Notação Sendo {φ 1,..., φ n } um conjunto de hipóteses (com n 0) e φ uma conclusão a provar, escreve-se {φ 1,..., φ n } φ se a partir das hipóteses φ 1,..., φ n se consegue construir uma prova para φ.

Notar Terminologia Se se prova {φ 1,..., φ n } φ então φ diz-se consequência do conjunto de hipóteses; Se se prova φ então φ diz-se teorema do sistema dedutivo (e escreve-se φ). Propriedades de um sistema de prova Correcção: só permite derivar provas de tautologias e consequências semânticas Se φ então = φ Se {φ1,..., φ n } φ então {φ 1,..., φ n } = φ Completude: permite derivar provas de todas as tautologias e todas as consequências semânticas Se = φ então φ Se {φ1,..., φ n } = φ então {φ 1,..., φ n } φ

A ideia Provas como árvores etiquetadas Uma prova ou inferência é apresentada em árvore, dita de dedução ou derivação. Cada árvore é construida a partir de árvores singulares (ou folhas) utilizando-se as regras de inferência. Obtém-se um novo nível da árvore por aplicação de uma regra de inferência. Cada conectivo tem duas regras associadas (de introdução e de eliminação desse conectivo), excepto o falso ( ) que pode apenas ser eliminado. A etiquetas dos nós são fórmulas. As fórmulas nas folhas são as hipóteses, e têm associadas marcas (números inteiros); A hipóteses distintas devem-se associar marcas distintas. A fórmula na raíz é a conclusão da prova. Diz-se que a árvore é uma derivação dessa fórmula.

Análise do conectivo Se (eventualmente) se considera por hipótese ϕ e se deriva (eventualmente recorrendo a outras hipóteses) o absurdo, a hipótese (se usada) era falsa, e provou-se ϕ. Regra do absurdo [ ϕ] m D ϕ (, m) A marca m associada à justificação (etiqueta) da regra: 1. aparece associada a uma ou mais hipóteses abertas correspondentes à fórmula ϕ; ou 2. é uma marca nova, i.e., que não ocorre na árvore (e então ϕ não surge como hipótese aberta na árvore).

Análise do conectivo Introdução: para concluir ϕ ψ é preciso ter provado cada um deles Eliminação: se se provou ϕ ψ pode-se concluir qualquer um deles Regras da conjunção D 1 D 2 ϕ ψ ϕ ψ ( I ) D ϕ ψ ϕ ( Ed ) D ϕ ψ ψ ( Ee )

Análise do conectivo Introdução: se eventualmente fixando por hipótese ϕ se consegue derivar ψ, então provou-se que ϕ ψ Eliminação: se se provou ϕ e ϕ ψ, pode-se concluir ψ Regras da implicação [ϕ] m D ψ ϕ ψ ( I,m ) D 1 D 2 ϕ ϕ ψ ψ ( E ) A marca m associada à justificação (etiqueta) da regra I,m : 1. aparece associada a uma ou mais hipóteses abertas correspondentes à fórmula ϕ; ou 2. é uma marca nova, i.e., que não ocorre na árvore (e então ϕ não surge como hipótese aberta na árvore).

Análise do conectivo Tendo-se provado ϕ (ou ψ), tem-se ϕ ψ Regras da disjunção: introdução D ϕ ϕ ψ ( Id ) D ψ ϕ ψ ( Ie )

Análise do conectivo Tendo-se provado ϕ 1 ϕ 2, para concluir algo (e.g., ψ) tem que se raciocinar por casos: se fixando eventualmente por hipótese cada um (ϕ 1 e ϕ 2 ) se consegue sempre derivar ψ, pode-se concluir ψ Regras da disjunção: eliminação [ϕ 1 ] m [ϕ 2 ] n D 1 D 2 D 3 ϕ 1 ϕ 2 ψ ψ ψ ( E, m, n) As marcas m e n associadas à justificação (etiqueta) da regra: 1. são distintas se as fórmulas ϕ 1 e ϕ 2 são distintas; 2. m (resp. n) aparece associada a uma ou mais hipóteses abertas correspondentes à fórmula ϕ 1 (resp. ϕ 2 ) na árvore D 1 (resp. D 2 ); ou é uma marca nova.

{ p q} q p ( p q) 1 ( p) 2 ( E ) q ( q) 3 ( E ) p (, 2) ( I, 3) q p

p p p 1 ( Id ) p p (p p) 2 ( E ) ( I, 1) p ( Ie ) p p (p p) 2 ( E ) (, 2) p p