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Janeiro de 2015 informa tributário Nesta edição: Alterações da Legislação Tributária e Decisões em Matéria Tributária do mês de dezembro de 2014 ALTERAÇÕES DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Esta seção divulga as principais alterações na legislação tributária ocorridas no mês INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1.515 CONSOLIDA REGRAS DO IRPJ, CSLL, PIS E COFINS A Receita Federal do Brasil (RFB) publicou a Instrução Normativa nº 1.515/14, que consolida a legislação tributária federal no tocante ao IRPJ/CSL e PIS/COFINS. A Instrução Normativa nº 1.515/14 revoga ainda a Instrução Normativa nº 1.493/14, que regulamentava os artigos 1º, 2º e 4º a 75 da Lei nº 12.973/14 e regulamenta diversos assuntos, tais como ajuste a valor presente e avaliação a valor justo, depreciação de bens, amortização do intangível, teste de recuperabilidade, pagamento baseado em ações, arrendamento mercantil, determinação do ganho de capital, avaliação do investimento, registro de mais ou menos-valia e do goodwill, subvenção para investimento, dentre outros. O Boletim Informa Tributário é uma publicação mensal das principais alterações da legislação tributária e decisões administrativas e judiciais em matéria tributária. Destina-se aos clientes e integrantes do Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados. Este Boletim não tem por objetivo prover aconselhamento legal sobre as matérias aqui tratadas e não deve ser interpretado como tal. Roberto Barrieu + 55 11 3089.6502 roberto.barrieu@scbf.com.br Hugo Barreto Sodré Leal + 55 11 3089.6713 hugo.leal@scbf.com.br Rafael Macedo Malheiro + 55 11 3089.6594 rafael.malheiro@scbf.com.br Ramon Castilho + 55 11 3089.5845 ramon.castilho@scbf.com.br Para outras informações com relação ao escritório, acesse o site www.scbf.com.br. A Instrução Normativa nº 1.515 entrou em vigor em 26.11.2014. 1

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1.500 CONSOLIDA REGRAS DO IRPF Foi publicada a Instrução Normativa nº 1.500/14 que consolida normas gerais de tributação relativas ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas. A nova Instrução revoga algumas Instruções Normativas anteriores, que tratavam da tributação da pessoa física, como a Instrução Normativa nº 15/01, e entrou em vigor em 30.10.2014. INSTRUÇÃO NORMATIVA REGULAMENTA AS NOVAS REGRAS DE TRIBUTAÇÃO DOS LUCROS NO EXTERIOR Foi publicada a Instrução Normativa nº 1.520/14 que tem por objetivo regulamentar os artigos da Lei nº 12.973/14 que tratam da tributação dos lucros auferidos no exterior pelas pessoas jurídicas domiciliadas no País. A nova Instrução entrou em vigor em 08.12.2014. Dentre as questões regulamentadas pela Instrução Normativa, destacamos os demonstrativos que deverão ser informados na Escrituração Contábil Fiscal (ECF): (a) demonstrativo de resultados no exterior; (b) demonstrativo de consolidação; (c) demonstrativo de prejuízos acumulados; (d) demonstrativo de rendas ativas e passivas; (e) demonstrativo de imposto pago no exterior; (f) demonstrativo de estrutura societária no exterior; e (g) demonstrativo de resultados no exterior auferidos por intermédio de coligada em regime de caixa. DECISÕES DO PODER JUDICIÁRIO Esta seção contém decisões relevantes do Poder Judiciário em matéria tributária STF RECONHECE A INCONSTITUCIONALIDADE DA INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a inconstitucionalidade da inclusão dos valores relativos ao ICMS na base de cálculo da contribuição do PIS e da COFINS, ao julgar a matéria nos autos do RE nº 240.785, que tramitava na Suprema Corte há mais de 14 anos. O julgamento do caso teve início em 2006, ocasião em que a maioria dos Ministros posicionou-se favoravelmente aos contribuintes, tendo havido pedido de vista por parte do Ministro Gilmar Mendes. Porém, antes do recurso em questão ser reinserido em pauta, o julgamento foi suspenso por força de uma medida liminar deferida em favor da União Federal nos autos da ADC nº 18, cujos efeitos foram sendo sucessivamente renovados, até perderem eficácia em setembro de 2010. Apesar de o tema ser objeto da ADC acima mencionada e ter tido a repercussão geral reconhecida nos autos do RE nº 574.706, a Suprema Corte preferiu julgar o precedente em análise antes e independentemente dos demais, dada a prolongada tramitação do processo. 2

Apesar de favorável à tese dos contribuintes, os efeitos deste julgamento estão limitados às partes envolvidas nos autos do RE nº 240.785. Todavia, é esperado que o Supremo mantenha a posição agora adotada ao julgar os demais casos que ainda aguardam solução definitiva por parte da Corte. STF DECLARA A INCONSTITUCIONALIDADE DA INCLUSÃO DOS DESCONTOS INCONDICIONAIS NA BASE DE CÁLCULO DO IPI Foi publicado o acórdão proferido nos autos do RE nº 567.935, julgado pelo Pleno do STF, no qual se discutia a exclusão dos valores dos descontos incondicionais da base de cálculo do IPI. Os Ministros da Suprema Corte decidiram que a inclusão dos descontos incondicionais na base de cálculo do IPI, ainda que por lei ordinária, é inconstitucional à luz do artigo 146, III, a da Constituição Federal, segundo o qual a definição da base de cálculo dos impostos cabe à lei complementar. Assim, a Corte reafirmou a posição adotada em outros casos no sentido de que a lei complementar mencionada no artigo 146 da Constituição Federal possui, dentre outras funções, a de estabelecer normas gerais em matéria tributária, o que no caso dos impostos inclui a definição da sua base de cálculo. Consequentemente, a Lei nº 4.502/64, que disciplina o IPI, não poderia ter ampliado a base de cálculo deste imposto prevista no Código Tributário Nacional e que não inclui os descontos incondicionais. Isto porque o Código, apesar de formalmente ser lei ordinária, possui, desde a Constituição Federal de 1988, status de lei complementar e, portanto, as suas disposições só podem ser alteradas por lei dessa mesma natureza. STJ EXCLUI AS DESPESAS COM CAPATAZIA DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por maioria de votos, que os gastos com serviços de capatazia não devem ser incluídos no valor aduaneiro para fins de apuração do Imposto de Importação devido pelo importador (REsp nº 1.239.625). A controvérsia decorre da diferença entre as previsões relativas às despesas que devem ser incluídas no valor aduaneiro de mercadorias importadas encontradas no Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), celebrado no âmbito do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT), e na Instrução Normativa da Receita Federal nº 327/03. Pelo AVA, devem ser incluídos no valor aduaneiro somente os gastos com transporte, carga, descarga e manuseio das mercadorias importadas até a chegada ao porto ou aeroporto onde se processará o seu desembaraço, ao passo que a Instrução Normativa da Receita Federal acima mencionada prevê que devem ser incluídos no valor aduaneiro também os gastos com a descarga da mercadoria importada, o que ocorre já no território nacional e não representaria, portanto, uma despesa incorrida até a chegada da referida mercadoria no local onde ocorrerá o seu desembaraço. Assim, entendendo que a Instrução Normativa desrespeitou os limites impostos pelo AVA ao pretender incluir no valor aduaneiro gastos incorridos com capatazia que, por definição legal (Lei nº 12.815/13 - Lei dos Portos), referem-se aos serviços de movimentação de mercadorias (descarga) dentro do porto, ou seja, dentro do território nacional, o STJ decidiu pela não sujeição desses serviços ao Imposto de Importação. 3

TJ/SP ENTENDE QUE A COMERCIALIZAÇÃO DE SAAS É PRESTAÇÃO DE SERVIÇO SUJEITA AO ISS A 15ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) analisou a tributação dos chamados SaaS - Software as a Service ( software como serviço ). No caso concreto analisado, o contribuinte comercializava não só a licença de uso do programa, como também os serviços de manutenção, atualização e suporte técnico (Apelação nº 0006496-32.2013.8.26.0053). Para o Tribunal, a operação praticada descaracterizaria o chamado software de prateleira, pois, apesar de não existir a personalização do programa, existiria uma relação jurídica continuada entre as partes, por conta da oferta garantida de diversos serviços vinculados ao licenciamento. Por conta disso, o TJ/SP entendeu que a característica principal do SaaS seria a efetiva prestação de serviços, razão pela qual entendeu que a operação deveria ser tributada pelo ISS e não pelo ICMS, sem, contudo, indicar em qual item da Lista de Serviços sujeitos ao ISS a referida atividade deveria ser enquadrada. DECISÕES DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS Esta seção contém decisões relevantes dos Tribunais Administrativos em matéria tributária APROVADAS NOVAS SÚMULAS DO CARF O Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) aprovou na última semana um pacote de súmulas que deve trazer maior segurança para os contribuintes e encerrar divergências no Órgão, que é a última instância administrativa para julgamento de recursos dos contribuintes contra atos da Receita Federal. As novas súmulas devem agora ser aplicadas obrigatoriamente pelos Conselheiros do órgão a partir da publicação no Diário Oficial da União. Das 20 propostas de Súmulas, 7 delas foram aprovadas pelos Conselheiros do Pleno do CARF, as quais seguem abaixo: Na hipótese de aplicação do artigo 173, inciso I, do CTN, o termo inicial do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. É válida a decisão proferida por Delegacia da Receita Federal de Julgamento DRJ de localidade diversa do domicílio fiscal do sujeito passivo. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Lançamento de multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento de estimativa de IRPJ ou de CSLL submete-se ao prazo decadencial previsto no artigo 173, inciso I, do CTN. A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no artigo 44, 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa 4

de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Caracterizada a ocorrência de apropriação indébita de contribuições previdenciárias descontadas de segurados empregados e/ou contribuintes individuais, a contagem do prazo decadencial rege-se pelo artigo 173, inciso I, do CTN. A receita da atividade própria, objeto da isenção da COFINS prevista no artigo 14, X, c/c artigo 13, III, da MP nº 2.158-35, de 2001, alcança as receitas obtidas em contraprestação de serviços educacionais prestados pelas entidades de educação sem fins lucrativos a que se refere o artigo 12 da Lei nº 9.532. CSRF E O CREDITAMENTO DE PIS/COFINS SOBRE INSUMOS A CSRF entendeu, por voto de qualidade, que apenas os itens consumidos durante e em razão da produção seriam passíveis de gerar o aproveitamento de créditos de COFINS e, portanto, somente as despesas incorridas com tais itens poderiam ser classificadas como insumo (Recurso Especial nº 9303-002.661). No caso analisado, uma empresa do ramo de mineração pretendia aproveitar créditos de COFINS sobre diversas despesas, tais como (i) serviços de aumento de capacidade da bacia de rejeitos; (ii) serviços de limpeza e passagem para remoção de minério e permitir a passagem de veículos extratores de caulim; (iii) fornecimento de refeições para os funcionários; (iv) serviços de vigilância; (v) serviços de manutenção e melhorias das estradas privadas que conduzem às jazidas; (vi) aquisição de gasolina utilizada pelos veículos da fábrica para transporte de materiais; e (vii) aquisição de óleo diesel consumido nos caminhões utilizados no transporte de caulim. Em sua decisão, a CSRF limitou os créditos apenas aos itens consumidos durante o processo de produção, incluindo também as despesas com depreciação ou amortização relativas aos bens e serviços que beneficiariam a empresa ao longo de vários ciclos produtivos. Neste sentido, foi vedado o creditamento relativo aos gastos incorridos antes ou depois do início da produção, ainda que efetivamente reconhecidos como necessários à produção, sob o fundamento de que tais gastos não decorreriam diretamente do processo produtivo. Também por este motivo, foi afastado o creditamento em relação aos bens ou serviços que produziam efeitos por mais de um ciclo produtivo, admitindo-o apenas sobre as despesas de depreciação e amortização, quando expressamente autorizado pela legislação. Ao final, restou admitido o crédito de COFINS apenas sobre as despesas de aquisição do óleo combustível utilizado para o abastecimento dos veículos automotores que transportavam a matéria-prima na área de produção, que foram consideradas como custo incorrido no processo produtivo. A 4ª Câmara da 3ª Turma do CARF valeu-se do mesmo entendimento (de que somente os itens consumidos durante e em razão do processo produtivo podem ser considerados insumos para fins do crédito de PIS/COFINS) para vedar o aproveitamento dos referidos créditos por empresa varejista (Acórdão nº 3403-003.306). Neste caso, a empresa pretendia aproveitar créditos de PIS e COFINS sobre diversas despesas, tais como (i) despesas com taxas de cartões de crédito e débito; (ii) despesas com publicidade, propaganda e marketing; (iii) despesas com frete incluindo combustível e manutenção de frota própria ou contratada; (iv) despesas relacionadas com as atividades financeiras (SERASA, SPC, SAC e comunicação de dados); e (v) outras despesas de ordem geral (manutenção das lojas, materiais utilizados na contratação de pessoal, contratação de empresas para serviços temporários, etc). No citado precedente, o CARF considerou que os créditos referentes às despesas com insumos aproveitados pelos setores industriais ou de prestação de serviços não poderiam ser estendidos àqueles que se dedicam ao comércio nem por analogia, nem para garantir a isonomia. Dessa forma, por maioria de votos, foi negado ao contribuinte varejista o direito ao aproveitamento de créditos de PIS e COFINS referentes a despesas com aquisição de bens e serviços classificados como insumos. 5

CARF JULGA POSSIBILIDADE DE DEDUÇÃO DE DESPESAS COM EMISSÃO DE DEBÊNTURES A 3ª Câmara da 1ª Turma Ordinária do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) julgou a possibilidade de se deduzir despesas com emissão de debêntures para fins de distribuição de dividendos em valor superior ao dividendo mínimo obrigatório (Acórdão nº 1301-001.514). No caso, a empresa foi autuada pela falta de recolhimento de IRPJ e CSLL e teve as despesas com as debêntures glosadas na parte em que excederam os dividendos mínimos obrigatórios, sob o entendimento de que tais despesas não seriam necessárias. A fiscalização entendeu, também, que a autuada agiu com liberalidade ao captar recursos no mercado financeiro, com geração de despesas redutoras da base de cálculo de tributos para, em seguida, distribuí-los em grande parte para os acionistas. Em votação unânime, o Conselho demonstrou que, considerado o cenário fático da contribuinte, foram emitidas debêntures com a finalidade de suprir a necessidade de efetivar o pagamento dos dividendos aos seus acionistas e, para tanto, serviu-se das regras e taxas praticadas no mercado. Ademais, afastou-se o caráter de mera liberalidade do ato, visto que a lei estabelece o dividendo como inerente à natureza contratual da sociedade. ICM-ST - TIT JULGA ILEGAL A UTILIZAÇÃO DE MVA NOS CASOS EM QUE HÁ PAUTA FISCAL O Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria da Fazenda de São Paulo (TIT) reconheceu a ilegalidade da utilização de Margem de Valor Agregado (MVA) para fins de cálculo do ICMS devido a título de substituição tributária (ICMS-ST), nas hipóteses em que houver previsão de preço final ao consumidor previsto em pauta fiscal (Recurso Ordinário nos autos do processo DRT-06-4028328-8/2013). No caso, o Fisco autuou o contribuinte por, supostamente, ter recolhido ICMS-ST a menor nas operações com cervejas e refrigerantes, uma vez que os preços praticados nas vendas foram iguais ou superiores aos previstos nas pautas fiscais. A fiscalização considerou, nessa circunstância, as MVAs previstas nas Portarias CAT publicadas pela Secretaria da Fazenda paulista para fins de cálculo do imposto devido. No julgamento do recurso, o TIT concluiu pela ilegalidade da utilização de MVA nos casos em que houver pauta fiscal, pois, além de estar prevista em instrumentos infralegais (Portarias CAT), a MVA somente seria aplicável na ausência de pauta fiscal validamente emitida por órgão competente com o objetivo de fixar o preço final das mercadorias ao consumidor, conforme disposto na Lei complementar nº 87/96. A este respeito, observamos que em 2010 o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula nº 431, que proíbe a cobrança de ICMS com base em pauta fiscal em que sejam fixados valores prévios e aleatórios, em desrespeito aos critérios do regime previsto no artigo 8º da Lei complementar nº 87/96, o que significa dizer que a pauta fiscal é válida desde que na sua elaboração tenham sido considerados dados reais do mercado. 6

NOTÍCIAS Esta seção divulga outras notícias em matéria tributária que são de interesse dos contribuintes RECEITA FEDERAL REGULAMENTA APLICAÇÃO DO ADICIONAL DE 1% DA COFINS NA IMPORTAÇÃO A RFB publicou o Parecer Normativo nº 10 para uniformizar a interpretação acerca do adicional de um ponto percentual da COFINS-Importação instituído pela Medida Provisória nº 540/11. Referido aumento da COFINS-Importação surgiu em conjunto com a criação da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), com o fim de incentivar a manutenção de empregos e o consumo de produtos nacionais. Por meio do Parecer Normativo nº 10, a RFB esclareceu que o adicional da COFINS-importação será devido mesmo se houver redução, parcial ou total, ou majoração da alíquota da COFINS-Importação, ressalvados os casos de isenção, imunidade, suspensão total da incidência, do pagamento ou da exigência da contribuição. Ou seja, o adicional de um ponto percentual da COFINS- Importação deverá ser aplicado nas hipóteses em que a importação é beneficiada por alíquota zero, uma vez que o adicional é acrescido às alíquotas já existentes. Por fim, a RFB reafirmou entendimento que já vinha sendo firmado por meio de Soluções de Consulta no sentido de que os recolhimentos atinentes ao referido adicional não geram para os contribuintes direito à apropriação de créditos por falta de previsão legal que autorize tal creditamento. IPI SUSPENSÃO NA AQUISIÇÃO DE INSUMOS POR INDÚSTRIAS Por meio do Ato Declaratório Interpretativo nº 12, a RFB declarou que a suspensão de IPI, de que trata o artigo 29 da Lei nº 10.637/02, aplicável na aquisição de insumos por fabricantes de diversos produtos, independe da utilização dos referidos insumos na elaboração dos produtos, bastando que sejam utilizados no processo produtivo do estabelecimento adquirente. Dentre referidos produtos, destacamos os seguintes: (i) leite e lacticínios, ovos de aves, mel natural e produtos comestíveis de origem animal; (ii) sementes e frutos, oleaginosos, grãos e frutos diversos; (iii) produtos químicos orgânicos; (iv) produtos farmacêuticos; e (v) adubos (fertilizantes). SÃO PAULO RIO DE JANEIRO BELO HORIZONTE BRASÍLIA SALVADOR www.scbf.com.br 7