Tributos sobre o Lucro Seção 29
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- Tomás Abreu Amaral
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1 Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) , (teleatendimento), fax (11) web: Rua Rosa e Silva, 60 Higienópolis São Paulo SP Presidente: Luiz Fernando Nóbrega Gestão Tributos sobre o Lucro Seção 29 A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. Elaborado por: Marcelo Couceiro O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a). Maio 2012 Acesso gratuito pelo portal do CRC SP
2 Canal IFRS -PMEs TEMA: CPC PME Seção 29 Tributos sobre o Lucro OBJETIVO Estabelecer o tratamento contábil para os tributos sobre o lucro. A principal questão é como contabilizar os efeitos atuais e futuros sobre recuperação do valor contábil de ativos (passivos) que são reconhecidos no balanço patrimonial da entidade.
3 ALCANCE Esta Norma aplica-se à contabilização dos tributos sobre o lucro, o que compreende: Impostos e Contribuições incidentes sobre o lucro tributável. Impostos retidos na fonte devidos por controlada, coligada ou empreendimento sob controle conjunto nas distribuições à entidade que apresenta o relatório. rio. A)Corrente DEFINIÇÕES Resultado Contábil reconhecido como lucro ou prejuízo para o período antes da dedução dos tributos sobre o lucro. Lucro Tributável (prejuízo fiscal) determinado de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades tributárias em que os tributos sobre o lucro são devidos ou recuperáveis. Despesa e receita tributária são valores incluídos na determinação do lucro ou prejuízo para o período relacionado com o tributo sobre o lucro corrente ou diferido. Tributo corrente é o valor do tributo devido (recuperável) sobre o lucro tributável (prejuízo fiscal) do período.
4 B) Diferido DEFINIÇÕES Passivo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro devido em período futuro relacionado às diferenças temporárias tributáveis. Ativo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro recuperável em período futuro relacionado a: (i) diferenças temporárias indedutíveis; (ii) compensação futura de prejuízos, fiscais; (iii) compensação futura de créditos fiscais não utilizados. Diferença temporária é a diferença entre o valor contábil de ativo ou passivo no balanço e sua base fiscal. Pode ser: Diferença temporária tributável ou Diferença temporária dedutível. BASE FISCAL A base fiscal do ativo é igual ao seu valor contábil. Ao contrário, haverá a figura do ativo (passivo) fiscal diferido, que poderia ser simbolizado da seguinte forma: Exemplos: 1. Prejuízo Fiscal > que o Prejuízo Contábil = Ativo Fiscal Diferido. 2. Receita Contábil > Receita Fiscal = Passivo Fiscal Diferido.
5 BASE FISCAL Exemplos de ativos fiscais diferidos: Prejuízos fiscais. Créditos fiscais de tributos a recuperar. Provisões contabilizadas consideradas indedutíveis temporariamente até a sua realização. Exemplos de passivos fiscais diferidos: Receitas contabilizadas e tributáveis somente quando de seu respectivo recebimento (regime de caixa). Lucros oriundos de investimentos em controladas, filial e coligadas e de empreendimentos sob controle conjunto (joint ventures) RECONHECIMENTO A entidade deve reconhecer um ativo ou um passivo diferido pelo tributo recuperável ou devido em períodos futuros como efeito de transações ou eventos passados. Tais tributos surgem das diferenças entre os valores reconhecidos para ativos e passivos da entidade no balanço patrimonial e o reconhecimento desses ativos e passivos pelas autoridades fiscais, e a compensação para datas futuras de créditos fiscais e prejuízos fiscais correntes não utilizados.
6 APRESENTAÇÃO ALOCAÇÃO NA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO A entidade deve reconhecer a despesa tributária no mesmo componente em que a transação ou outro evento que resultou na despesa tributária foi reconhecida. CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE Quando a entidade apresenta os ativos circulantes e não circulantes, e os passivos circulantes e não circulantes, como grupos separados em seu balanço patrimonial, ela não deve classificar quaisquer ativos/passivos fiscais diferidos como circulantes. APRESENTAÇÃO COMPENSAÇÃO DE SALDOS A entidade deve compensar os ativos fiscais correntes com os passivos fiscais correntes quando: 1. tiver o direito a promover as compensações; 2. pretender liquidar em bases líquidas ou realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente.
7 DIVULGAÇÃO Os componentes de despesas (receitas) tributárias devem ser divulgados separadamente. Os principais exemplos de despesas e receitas tributárias incluem: Despesa ou receita tributária corrente. Ajustes reconhecidos no período para o tributo corrente de períodos anteriores. DIVULGAÇÃO Valor de despesa (receita) com tributo diferido relacionado com a origem e a reversão de diferenças temporárias. Valor de despesa (receita) com tributo diferido relacionado com as alterações nas alíquotas do tributo ou com a aquisição de novos tributos. Valor de despesa (receita) tributária relacionada àquelas alterações nas políticas e aos erros contábeis.
8 DIVULGAÇÃO O efeito sobre a despesa diferida de tributos proveniente de alteração decorrentes de revisões por parte das autoridades fiscais. Ajustes da despesa diferida de tributos proveniente de mudança no regime de tributação da entidade. DIVULGAÇÃO Os seguintes itens também devem ser divulgados separadamente: Tributos diferido e corrente somados relacionados com os itens que são debitados ou creditados diretamente no patrimônio líquido. Diferenças significativas entre os valores apresentados na demonstração de resultados ou no patrimônio líquido e os valores reportados às autoridades fiscais.
9 DIVULGAÇÃO Alterações nas alíquotas aplicáveis de tributos comparadas com o período contábil anterior. Divulgar, de forma detalhada, cada diferença temporária, créditos fiscais e prejuízos fiscais não utilizados. A data de expiração, caso exista, de diferenças temporárias, prejuízos fiscais e créditos fiscais não utilizados. DIVULGAÇÃO Possíveis impactos futuros do tributo sobre o lucro em situações de distribuição de dividendos ou lucros aos sócios. s
10 CONTAS CORRELATAS Balanço Patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Expresso em milhares de reais) ATIVO 2011 Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa Contas a Receber Adiantamentos a Terceiros Impostos a Compensar Estoques Outros Ativos Não Circulante Impostos Diferidos - Depósitos Judiciais Investimento em Coligadas Imobilizado Intangível TOTAL ATIVO CONTAS CORRELATAS PASSIVO Circulante Saques a Descoberto em Bancos Fornecedores Empréstimos a Pagar Impostos e Contribuições a Recolher Outras Obrigações Não Circulante Empréstimos a Pagar Impostos Diferidos - - Provisão para Contingências Patrimônio Líquido Capital Social Ajuste a Valor Patrimonial (-) Ações em Tesouraria Reserva de Lucros TOTAL PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
11 EMPRESA ABC Demonstração do Resultado do Exercício (Expressa em milhares de reais) Receita Líquida em Vendas Custo dos Produtos Lucro Bruto Receitas / Despesas Operacionais Outras Receitas Custo de Distribuição Despesas Administrativas Outras Despesas Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras Resultado Financeiro Líquido Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro IR e CSLL Resultado líquido Líquido das das Operações Continuadas Resultado líquido Líquido das Operações Descontinuadas Resultado Líquido do Período
12 PRINCIPAIS CONTAS QUE DEVEM SER ANALISADAS Ativo Imobilizado Taxas de Depreciação. Investimentos em participações Societárias avaliados com ágio fundamentado por rentabilidade futura (após incorporação). Arrendamento Mercantil - Leasing. PRINCIPAIS CONTAS QUE DEVEM SER ANALISADAS Contas a receber e a pagar - Ajustados a valor presente. Reservas para subvenção de investimento / prêmio na emissão de ações. a Ativo Diferido Despesas pré- operacionais.
13 PRINCIPAIS CONTAS QUE PRINCIPAIS DEVEM SER CONTAS ANALISADAS QUE DEVEM SER ANALISADAS Ativo Imobilizado Taxas de Ativo Depreciação Imobilizado Taxas de Depreciação Critério Contábil Estimativa de vida útil do bem. Critério Fiscal Taxas de vida útil fixadas pelo Fisco. PRINCIPAIS CONTAS QUE DEVEM SER ANALISADAS Investimentos em participações societárias avaliados com ágio - fundamentado por rentabilidade futura (após incorporação) Critério Contábil Não aproveitamento do ágio, sendo necessária a avaliação do efeito do teste de recuperação do valor pago pelo investimento. Critério Fiscal Dedutibilidade da amortização para fins de determinação do IRPJ e CSLL.
14 PRINCIPAIS CONTAS QUE DEVEM SER ANALISADAS Arrendamento Mercantil Leasing Critério Contábil Reconhece a depreciação dos bens objeto do Leasing. Critério Fiscal Dedutibilidade das contraprestações pagas. PRINCIPAIS CONTAS QUE PRINCIPAIS CONTAS QUE DEVEM SER ANALISADAS DEVEM SER ANALISADAS Contas Contas a receber a receber e a e pagar a pagar - - Ajustados a valor presente Ajustados a valor presente Critério Contábil Ajustes a valor presente de contas a receber e a pagar. Critério Fiscal Efeitos de natureza credora ou devedora os quais devem ser neutralizados na determinação do IRPJ, CSLL via LALUR (adição/exclusão).
15 PRINCIPAIS CONTAS QUE DEVEM SER ANALISADAS Reservas para subvenção de investimento / prêmio na emissão de ações a Critério Contábil Reconhecido ao resultado o que poderia influenciar os tributos IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, não fosse o RTT. Critério Fiscal Não tributação assegurada por força do RTT adotando os critérios previstos e vigentes em 31/12/2007. PRINCIPAIS CONTAS QUE DEVEM SER ANALISADAS Ativo Diferido - Despesas pré-operacionais Critério Contábil A partir do balanço de 2008 foi revogado o subgrupo ativo diferido (não circulante). Critério Fiscal Dedutibilidade por meio de amortização pelo prazo de recuperação, não inferior a cinco anos (art. 327 do RIR).
16 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO NO PERÍODO ( + ) Receita com vendas/serviços ( - ) Vendas canceladas e devoluções ( - ) Impostos sobre vendas ( = ) Receita líquida ( - ) Custo das mercadorias ou serviços vendidos ( = ) Lucro Bruto ( - ) Despesas operacionais ( + ) Outras receitas operacionais ( - ) Outras despesas operacionais ( - ) Participações no resultado ( = ) Lucro ou prejuízo operacional (+/-) Resultado financeiro ( = ) Lucro Líquido antes da CSLL ( - ) Provisão para CSLL ( = ) Lucro Líquido antes do IRPJ ( - ) Provisão para IRPJ ( = ) Lucro líquido do período-base EXEMPLO ( + ) ( + ) Receitas tributáveis Receitas não tributáveis ( - ) Custos dedutíveis ( - ) Custos não dedutíveis ESCRITURAÇÃO ( - ) Despesas dedutíveis CONTÁBIL ( - ) Despesas não dedutíveis ( =) Lucro líquido contábil ( + ) Custos não dedutíveis ( + ) Despesas não dedutíveis ( - ) Receitas não tributáveis ( +/- ) Ajustes de RTT via LALUR LIVRO (+) Adições exigidas conforme FCONT LALUR (-) Exclusões permitidas conforme FCONT ( = ) Lucro real antes da compensação de prejuízos fiscais ( - ) Compensação de prejuízos fiscais ( = ) Lucro real
17 DRE - Demonstrativo antes de CSLL e IRPJ EXEMPLO DE AJUSTE DE RTT AJUSTES DO RTT Arrendamento Mercantil (Leasing) Encargo Financeiro do arrendamento mercantil ,00 Depreciação do Veículo Arrendado ,67 Contraprestação do Arrendamento Mercantil , ,72 Depreciação Fiscal de máquinas adquiridas até 31/12/2007 Depreciação - taxa fiscal: 10% 1.000,00 Depreciação contabilizada - 695,00 305,00 Ajuste Líquido ,72
18 CÁLCULO DA CSLL CÁLCULO CÁLCULO DA CSLL DA CSLL EXERCÍCIO EXERCICIO 31/12/ /12/2011 (=) Lucro Líquido Antes de CSLL e do IRPJ ,00 (+) Adições 8.368,00 Provisão para Ajuste - AVP 8.368,00 (-) Exclusões ,72 Ajustes do RTT ,72 (=) Base de Cálculo da CSLL ,28 CSLL devida (9%) ,09 CÁLCULO DA IRPJ CÁLCULO DO IRPJ DO IRPJ EXERCÍCIO EXERCICIO 31/12/ /12/2011 (=) Lucro Líquido Antes de CSLL e do IRPJ ,00 (+) Adições 8.368,00 Provisão para Ajuste - AVP 8.368,00 (-) Exclusões ,72 Ajustes do RTT ,72 (=) Base de Cálculo do IRPJ ,28 IRPJ (15%) ,14 ADICIONAL (10%) 1.863,43 TOTAL DE IRPJ devido ,57
19 DRE - Demonstrativo antes de CSLL e IRPJ Receita Bruta de Vendas ,00 (-) Provisão p/ajuste a Valor Presente - AVP 8.368,00 (-) Tributos sobre Vendas ,00 ICMS sobre Vendas ,00 PIS/COFINS s/vendas ,00 (-) Custo dos Produtos Vendidos ,00 (=) Lucro Bruto ,00 (-) Despesas Operacionais ,00 Salários ,00 INSS/FGTS ,00 Depreciação ,00 (=) Lucro Operacional ,00 (+) Outras Receitas 1.200,00 (=) Lucro do Exercício Antes de CSLL e do IRPJ ,00 (-) Provisão da CSLL ,09 (-) Provisão do IRPJ ,57 (=) Lucro Líquido do Período ,34 CONTATO: desenvolvimento@crcsp.org.br
IFRS para PMEs: Seção 14 - Investimento em Controlada e em Coligada
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