ÍNDICE . HISTÓRIAS ELABORADAS SEM APOIO DE GRAVURAS . PARA UM NOVO OLHAR SOBRE A PROBLEMÁTICA DA APRENDIZAGEM DA LEITURA

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Transcrição:

ÍNDICE. INTRODUÇÃO. COMUNICAÇÃO ORAL. PRIMEIRO DEIXAR FALAR. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM. METODOLOGIAS. DESENVOLVIMENTO DAS ACTIVIDADES. HISTÓRIAS. TÉCNICAS PARA CONTAR HISTÓRIAS. SUGESTÕES. HISTÓRIAS ELABORADAS A PARTIR DE GRAVURAS. HISTÓRIAS ELABORADAS SEM APOIO DE GRAVURAS. AS DIFICULDADES DA LINGUAGEM ORAL. PARA UM NOVO OLHAR SOBRE A PROBLEMÁTICA DA APRENDIZAGEM DA LEITURA. ALGUMAS FORMAS PROGRESSIVAS DE TIRAR PARTIDO DAS ACTIVIDADES. CONSCIÊNCIA METALINGUÍSTICA. COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES ENTRE A LINGUAGEM ORAL E A LINGUAGEM ESCRITA. ESTRATÉGIAS DA LEITURA. ALGUNS JOGOS PARA O ESTÍMULO A UMA LEITURA COM SENTIDO. FIGURAS PARA JOGOS DE LEITURA. UMA BREVE ABORDAGEM ÀS QUESTÕES DA ESCRITA. A MALA DA ESCRITA E DA LEITURA. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1 2 3 9 10 11 15 16 21 33 43 44 52 54 56 56 59 62 66 97 100 102

INTRODUÇÃO A palavra falada e/ou a palavra escrita devem aparecer em primeiro lugar, da actividade espontânea da criança, da sua necessidade de se situar no mundo e comunicar. É deste entendimento que partimos; é suportando-nos nele que olhamos a relação "precoce" com a fala, com os jogos, com os livros, com os mais diversos materiais que permitam a expressão livre, com o pincel e as aguarelas, com os vários objectos do envolvimento próximo ou com as outras crianças, com a sua vida toda sem outros obstáculos que não sejam os ditados pelo bom senso. Como vemos a escrita como um instrumento, como outros que permitem a comunicação, tão rico e tão profundo de consequências, tão natural como a fala ou a pintura, como a modelagem ou o jogo, não a subtraímos ao envolvimento da criança. Pelo contrário, organizamos este trabalho nessa prespectiva com o objectivo de ajudar a criança a apropriar-se e a integrar a escrita e o escrito na sua experiência quotidiana pelo menos desde a idade pré-escolar. Quanto ao argumento de que a criança pequena não tem maturidade para o escrito, pensamos sinceramente que é uma falsa questão. A criança aos 3/4 anos (em situação de desenvolvimento normal) domina minuciosamente a linguagem, "usando já as estruturas sintácticas básicas". Estudos levados a cabo por diversos especialistas têm demonstrado que a confrontação tardia da criança com o escrito é a principal responsável pelo insucesso, na aprendizagem e no desenvolvimento das competências linguísticas, sobretudo no quadro dos objectivos da escolaridade. Aos 6 anos já é muito tarde para a criança descobrir o escrito, demasiado tarde, e as consequências poderão ser dramáticas, se lhe acrescentarmos os factores da inadequação da grande maioria dos "métodos da leitura e da escrita" usados no 1º Ciclo. Sendo assim, é urgente e fundamental "descolarizar" a inicição da escrita e da leitura. A pedra angular do processo é a atenção à criança e a construção de uma atitude, por parte do educador, que motive a curiosidade e o interesse, para que a relação com a escrita e a leitura surjam naturalmente num processo mais vasto e diversificado de comunicação. Não se pode ensinar a escrever e a ler. É a criança que aprende a escrever e a ler. Daí os estímulos à leitura e à escrita que abordamos neste livro é o de facilitar as condições, para o percurso acontecer. Esperamos que neste quadro a didáctica reencontre o seu sentido. E o educador reinvente o seu papel.

CONDIÇÕES INDISPENSÁVEIS A UMA BOA COMUNICAÇÃO Para que o falar e o escutar sejam uma realidade no jardim de infância, é necessário que se reunam condições específicas de entre as quais se destacam: a) O clima de afectividade - O estabelecimento de um clima de afectividade depende fundamentalmente da atitude do educador. " A espontaneidade infantil não pode desabrochar senão num meio permissivo, caloroso, e, se o educador estiver atento, a expressão afirma-se, aprofunda-se. A criança torna-se mais sensível ao mundo, mais desperta à curiosidade do que a rodeia, mais aberta aos outros. Ela cultiva-se" b) O clima de liberdade - O desenvolvimento da expressão oral requer um clima de liberdade. "Dar à criança o direito e o meio de dizer o que está no fundo de si mesma é conceder-lhe uma alegria muito grande. Este direito é a liberdade de se expressar, de descobrir, de dizer muito simplesmente o que sente, o que deseja, o que vive, o que pensa". c) O respeito pela linguagem da criança - Esta liberdade de expressão exige do educador e da turma o respeito pela linguagem da criança. "Inicialmente, deve o educador preocupar-se mais com o que os alunos dizem do que com a forma com que o fazem. O aperfeiçoamento desse aspecto vem aos poucos, pelo esforço consciente de cada criança para conseguir falar de maneira usualmente aceite e considerada certa pela classe. Os padrões de linguagem que serão atingidos gradativamente pelas crianças de uma turma devem ser estabelecidos cooperativamente entre eles e o educador através da observação e análise de formas correctas de expressão oral e da avaliação periódica do progresso dos alunos". d) A adequação do nível de linguagem do educador - O nível de linguagem utilizado pelo educador deve ter em conta a possibilidade de compreensão de cada criança. "Logo que chega ao jardim de infância, a criança fala de acordo com os padrões estabelecidos no seu lar. Se encontra na classe o mesmo tipo de linguagem, não há grandes problemas de ajustamento e passa a imitar inconscientemente a maneira de falar do educador. Quando há muita diferença nos padrões de linguagem entre o lar e a escola, a criança demora um pouco a aceitar os novos padrões a que não está habituada. É preciso, neste caso, grande cuidado do educador para levá-la a sentir-se feliz, ajustada e segura no meio escolar para que ela aceite as novas formas de linguagem que lhe são apresentadas e passe então a esforçar-se para atingir esse novo modelo". Não se defende que a linguagem do educador desça ao nível da linguagem da criança; fazê-lo, seria limitar ou mesmo cercear o indispensável progresso da linguagem infantil.

TÉCNICAS PARA CONTAR HISTÓRIAS Existem várias técnicas que podem ser utilizadas para contar histórias: livros, gravuras (organizadas em acordeão, álbuns seriados ou livros de argola), cinema, flanelógrafo, quadro de pregas e teatro (de sombra, de vara ou de fantoches). Livros - Escolher os mais adequados à idade do grupo, que tenham gravuras grandes (no minimo em tamanho A4) e coloridas. É importante contar a história, e não lê-la, mantendo o livro sempre voltado para as crianças. Acordeão - Cortar rectângulos de cartolina ou papelão, um pouco maiores que a folha de papel A4. Marcar em cada rectângulo o tamanho do papel e dar cortes em diagonal nos cantos para a introdução das gravuras da história (figura1). FIG. 1 Em seguida, unir os rectângulos de cartolina com fita cola ou tiras de tecido, deixando cerca de 3 mm entre eles (figura 2). FIG. 2 Finalmente colocar as figuras por ordem e mostrar uma de cada vez, contando a história.

SUGESTÕES TÉCNICA UTILIZADA: FLANELÓGRAFO ACTIVIDADES: DRAMATIZAR COM MÍMICA OS MORADORES DA CASA INVENTAR NOVOS MORADORES DESCOBRIR PALAVRAS QUE RIMEM

SUGESTÕES TÉCNICA UTILIZADA: FLANELÓGRAFO Um sapato sorridente Que luta com um pente ACTIVIDADES: DRAMATIZAR COM MÍMICA OS MORADORES DA CASA INVENTAR NOVOS MORADORES DESCOBRIR PALAVRAS QUE RIMEM