ANEURISMA CEREBRAL M A R I A D A C O N C E I Ç Ã O M. R I B E I R O

Documentos relacionados
Classificação. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico(AVCI) * Ataque Isquêmico Transitório(AIT)

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO. Prof.ª Leticia Pedroso

CATETERISMO CARDÍACO. Prof. Claudia Witzel

Anestesia. em cirurgia cardíaca pediátrica. por Bruno Araújo Silva

. Intervalo livre de sintomatologia até 12h (perda de consciência seguindo-se período de lucidez);

Objetivos da Respiração. Prover oxigênio aos tecidos Remover o dióxido de carbono

UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA (URPA) Maria da Conceição Muniz Ribeiro

Resultados da Validação do Mapeamento. Administrar medicamentos vasoativos, se adequado.

Drogas que atuam no sistema cardiovascular, respiratório e urinário

Hipertensão Intracraniana Traumática Introdução

Pressão Venosa Central e Pressão Arterial Média. Profa Sandra Zeitoun Aula 10 e 11

Urgência e Emergência

Jose Roberto Fioretto

ESTADO DE CHOQUE HEMORRAGIA & CHOQUE 002

- termo utilizado para designar uma Dilatação Permanente de um. - Considerado aneurisma dilatação de mais de 50% num segmento vascular

MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA. Profa. Dra. Carina Ap. Marosti Dessotte

Monitorização hemodinâmica. Disciplina Urgência e Emergência Profª Janaína Santos Valente

A UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE

Em relação aos tipos de estudos existentes na pesquisa clínica, julgue os próximos itens.

HEMORRAGIAS. Prof. Raquel Peverari de Campos

HEMORRAGIAS. É um termo aplicado para descrever sangramento intenso. Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue.

TÉCNICAS DE MONITORIZAÇÃO INVASIVA. Profª Enfª Luzia Bonfim.

Tromboembolismo Pulmonar Embolia pulmonar

Embolia Pulmonar. Profº. Enf.º Diógenes Trevizan Especialização em urgência e Emergência

A C I D E N T E VA S C U L A R C E R E B R A L G A B R I E L A P E R E S M E L O 2 2 / 0 9 /

CONCEITO FALHA CIRCULATÓRIA HIPOPERFUSÃO HIPÓXIA

Trauma cranioencefálico (TCE) Dra. Viviane Cordeiro Veiga

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (ISQUÊMICO) Antônio Germano Viana Medicina S8

Hipertensão arterial, uma inimiga silenciosa e muito perigosa

CATETER DE SWAN-GANZ HISTÓRICO 1970 ELETRÔNICOS OBTENÇÃO DE PARÂMETROS HEMODINÂMICOS À BEIRA DO LEITO

Abordagem da Criança com Cefaléia. Leticia Nabuco de O. Madeira Maio / 2013

ETIOLOGIA: DEFINIÇÃO: A EMBOLIA É UM PROCESSO DE OCLUSÃO TOTAL OU GR. "ÉMBOLO" = TAMPÃO, ROLHA; E "EMBOLEÉ" = IRRUPÇÃO

Aula-7 MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE GRAVE ( MONITORIZAÇÃO NÃO- INVASIVA)

HEMORRAGIA SUBARACNOIDIANA ESPONTANEA

Nome do Paciente: Data de nascimento: / / CPF: Procedimento Anestésico: I. O que é?

radiologia do TCE

Punções: abdominal, vesical e torácica

Escala de valores (número) origem Abrangência frequencia. prescrição médica ou de. prescrição médica ou de. prescrição médica ou de

TCE TRAUMA CRANIENCEFÁLICO

NEUROCIRURGIA o que é neurocirurgia?

Processo de colapso circulatório ocorrendo uma perfusão tecidual inadequada. Complicação de uma doença que desencadeou, sempre grave, se não

LESÕES DE CRÂNIO. traumatismos

Área acadêmica. Diagnostico por imagem. Estudo por imagem do cranio maio 2018

Distúrbios do Coração e dos Vasos Sangüíneos II

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Luís Amaral Ferreira Internato de Radiologia 3º ano Outubro de 2016

ENFERMAGEM ANATOMIA. SISTEMA NERVOSO Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Hipertensão Intracraniana. Rilton M. Morais

I MÓDULO Grandes Síndromes Clínicas: Sinais e Sintomas 6 Semanas: 1ª a 6ª semana SEMANA DIA HORÁRIO PROF. SALA CONTEÚDO

DOENÇA VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICA.

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

Tudo o que você precisa saber sobre Cateterismo

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM

Avaliação Clínica do Paciente Crítico monitorização hemodinamica. Profª Dra Luciana Soares Costa Santos 2º semestre 2017

COMO IDENTIFICAR UMA CEFALÉIA SECUNDÁRIA NA EMERGÊNCIA

COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES DURANTE A SESSÃO DE HEMODIÁLISE

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM ENFERMAGEM CIRÚRGICA MÓDULO III Profª Mônica I. Wingert 301E MONITORIZAÇÃO PERIOPERATÓRIA

PROFESSOR: JEAN NAVES EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALARES

SISTEMA NERVOSO CENTRAL SEBASTIÃO ERNESTO DA SILVA FILHO SBA - TSA

Segundo MEEKER et al (1997), o posicionamento do paciente para uma intervenção cirúrgica é uma arte, uma ciência e também um fator-chave no

AVCI NA FASE AGUDA Tratamento clínico pós-trombólise. Antonio Cezar Ribeiro Galvão Hospital Nove de Julho

PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 EDITAL N. 001/2014 CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO DE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

RESOLUÇÃO Nº 26, DE 22 DE ABRIL DE 2019

CUIDADOS COM CATETERES E SONDAS

TRAUMA DE TÓRAX. Prof.ª Leticia Pedroso

Padrão de Resposta - Discursiva. Questão 1. 4 pontos

RETIRADA DE INTRODUTOR VASCULAR FEMURAL

Pressão Arterial Invasiva

Imagem da Semana: Tomografia Computadorizada

Tratamento Com freqüência, é possível se prevenir ou controlar as cefaléias tensionais evitando, compreendendo e ajustando o estresse que as ocasiona.

Cirurgia em Terapia Intensiva

DISFUNÇOES RESPIRATÓRIAS

Tromboembolismo Pulmonar. Fernanda Queiroz

Radiologia do crânio

TÉCNICAS EM UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS. Profª: Enfª Luzia Bonfim

INDICAÇÕES: Em RNs instáveis hemodinamicamente e/ou em uso de drogas vasoativas e inotrópicas.

(2017 IDECAN CBM-DF) A

Atendimento Inicial ao Traumatizado

17/08/2018. Disfagia Neurogênica: Acidente Vascular Encefálico

NEURORRADIOLOGIA. Cristina Moura Neurorradiologia, HUC CHUC

ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM. Aula 10. Profª. Tatiane da Silva Campos

Doenças do Sistema Nervoso

PRIMEIROS SOCORROS. Enfa Sâmela Cristine Rodrigues de Souza

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MANOEL GUEDES Escola Técnica Dr. Gualter Nunes Habilitação Profissional de Técnico em Enfermagem

Assistência de Enfermagem rio

HIPERTENSÃO ARTERIAL

DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA

A PREVENÇÃO faz a diferença

Centro Hospitalar de Hospital São João, EPE. João Rocha Neves Faculdade de Medicina da UP CH - Hospital São João EPE

Disfunções do Sistema Cardíaco. Prof: Enfermeiro Diogo Jacintho

SRPA- Sala de Recuperação Pós-Anestésica

Acidente Vascular Cerebral. Msc. Roberpaulo Anacleto

DROGAS VASODILATADORAS E VASOATIVAS. Profª EnfªLuzia Bonfim.

Protocolo: - - Admissão anterior nesta UCIP durante este internamento hospitalar: Não Sim <48 h >= 48 h

Emergências Médicas I

TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO. Acadêmicas: Camila Magalhães e Sthefane K. Quaresma

Conceitos da Avaliação Inicial Rápida inspeção primária Reanimação Suplementação da inspeção primária/ reanimação Inspeção secundária detalhada Suplem

Médico Neurocirurgia Geral

Transcrição:

ANEURISMA CEREBRAL M A R I A D A C O N C E I Ç Ã O M. R I B E I R O

O aneurisma intracraniano (cerebral) representa a dilatação das paredes de uma artéria cerebral, que se desenvolve como resultado da debilidade da própria parede arterial. O fundo do saco aneurismático é fino e frágil, sendo o local habitual de ruptura.

Causas: pode ser devido à aterosclerose, resultado dc um defeito da parede vascular, com conseqüente enfraquecimento da parede; por um deleito congênito da parede vascular; por doença vascular hipertensiva; traumatismo craniano; embolia ou idade avançada, hereditariedade. Sintomas: cefaléia, geralmente unilateral e frontal, associado à dor nos olhos, vertigens e vômitos. Distúrbios visuais (perda da visão, diplopia, ptose) quando o aneurisma está adjacente ao nervo óculo-motor.

DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito através da angiografia cerebral, o qual mostra a localização e o tamanho do aneurisma, além de fornecer informações sobre a artéria afetada, os vasos circunvizinhos, as ramificações vasculares, se são único ou múltiplo e as lesões associadas. A punção lombar (LCR) é feita quando não há evidências de PIC aumentada, os resultados no imageamento na TC são negativos e a hemorragia subaracnóidea deve ser confirmada. Neste caso, podese observar que o líquido é uniformemente sanguinolento, hipertenso e incoagulável.

TRATAMENTO 1 Farmacológico: durante o sangramento ativo, administra-se agente antifibrinolítico.

TRATAMENTO 2 Cirúrgico: o objetivo da cirurgia é o de prevenir hemorragia de maior monta, o que pode ser alcançado isolando-se o aneurisma e sua circulação através da técnica cirúrgica de clipagem do aneurisma (depende do tamanho e da localização do aneurisma, bem como doestado do paciente). O risco da cirurgia é a ruptura do aneurisma, provocando uma hemorragia.

TRATAMENTO 3 Tratamento endovascular, chamada também de embolização, que consiste na introdução de um cateter na artéria femoral na região inguinal, sendo possível chegar, via artérias, até o aneurisma no cérebro. Tudo é assistido, por meio de imagens radiológicas, através de um monitor de TV. Dentro desse cateter, passam os fios de platina que são colocados no local do aneurisma em forma de espiral, formando uma espécie de malha, preenchendo o local, evitando, assim, o seu rompimento em derrame cerebral.

COMPLICAÇÕES Vasoespasmo; pressão intracraniana aumentada; convulsão; hidrocefalia; novo sangramento do aneurisma.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Perfusão tecidual cerebral alterada devido ao sangramento a partir do aneurisma. Alteração sensorial ou perceptual devido a restrições das precauções contra o aneurisma. Ansiedade gerada pela doença ou por restrições das precauções subaracnóides.

Assistência de Enfermagem no pré-operatório Cabeceira elevada cm 15 graus para fornecerem uma drenagem venosa e reduzir - a PIC. Repouso absoluto no leito, sem flexão do pescoço ou rotação acentuada da cabeça. Ambiente escuro para evitar fotofobia. O controle da temperatura é importante, porque a febre aumenta as demandas metabólicas do encéfalo. Comumente os pacientes são colocados cm medicações anti-convulsivantes (fenitoína) antes da cirurgia para reduzir o risco de convulsões no pósoperatório.

Assistência de Enfermagem no pré-operatório 2 Podem ser administrados esteróides (dexametasona) para reduzir o edema cerebral. Deve-se fazer restrição hídrica. Um agente hiperosmático (manitol) e um diurético (furosemida) podem ser administrados por via EV se o paciente tende a reter água. Cateter vesical de demora para monitorização do débito urinário. Monitorizar os sinais vitais. O objetivo é evitar qualquer alteração significativa, principalmente da pressão arterial.

Assistência de Enfermagem no intra-operatório Proporcionar um ambiente calmo, para que não ocorra aumento da PA. Posicionar o paciente. Uso da unidade de eletrocirurgia. É também administrado o manitol. Controle rigoroso da PA (diminui o risco de rompimento), devendo esta estar em tomo de 8 a 10a máxima. É importante ter em mãos 4 a 5 bolsas de sangue para transfundir o paciente caso o aneurisma se rompa. Preconiza-se a instalação da PAM (PA média).

Assistência de Enfermagem no pós-operatório 1 Manter a cabeceira do leito elevada a 30 graus sem flexão do pescoço. O paciente geralmente sai intubado da sala de cirurgia e pode ser instituída ventilação mecânica para minimizar o edema cerebral no pós-operatório. Se for necessária a aspiração é importante que o cateter de aspiração entre e saia rapidamente (intervalos de 10 seg) de forma que seja evitado um aumento da PCO2 e evitando a tosse contínua do paciente.

Assistência de Enfermagem no pós-operatório 2 Os sinais de vasoespasmo, como hemiparesia, distúrbios visuais, convulsões, ou a redução do nível de consciência, devem ser observados e descritos de forma que possam ser iniciadas intervenções clínicas rápidas. Controlar a Pressão Intracraniana (PIC). Balanço hídrico preciso com acompanhamento cuidadoso para hiponatremia que pode causar aumento do edema cerebral.

Assistência de Enfermagem no pós-operatório 3 Um acesso arterial é uma linha de aferição da pressão venosa central (PVC) é instalada para monitorizar a PA e medir a PVC. Os valores esperados da PVC, mensurada através da linha axilar média como "zero" de referência, estão entre 6-10 cm H2O (através da coluna d'água) ou de 3-6 mmhg (através do transdutor eletrônico).

Assistência de Enfermagem no pós-operatório 4 Tratar as arritmias, estas causam redução do débito cardíaco e consequentemente a perfusão cerebral diminui. Evitar a ânsia de vômito, pois pode ser um risco para o rompimento do aneurisma.