CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DE PANCREATITE AGUDA DE RANSON: CORRELAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL

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25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN 978-85-8084-055-1 CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DE PANCREATITE AGUDA DE RANSON: CORRELAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL José Guilherme da Silva Amorim 1 ; Reinaldo Kosudi 2 ; Ivan Murad 3 RESUMO: A pancreatite aguda é um processo inflamatório do pâncreas que pode lesar além do pâncreas, tecidos peripancreáticos e até mesmo órgãos distantes, por isso ainda é uma doença grave, mesmo com vários critérios para o diagnóstico a sua morbimortalidade devido às complicações é significativa. O objetivo da pesquisa foi analisar a evolução clínica por meio dos critérios de gravidade da pancreatite aguda de Ranson coletados nos prontuários do Hospital Universitário Regional de Maringá. O método utilizado foi um estudo retrospectivo dos prontuários de janeiro de 2008 a setembro de 2010 com diagnóstico prévio de pancreatite aguda e os dados foram extraídos a partir de prontuários. Foi constatado que a aplicabilidade dos critérios de Ranson no nosso serviço teve um forte impacto positivo na definição da conduta terapêutica e grande concordância entre escore a partir das variáveis dos critérios de Ranson e o prognóstico do paciente. PALAVRAS-CHAVE: Critérios de Ranson; Hospital Universitário Regional de Maringá; Pancreatite aguda. INTRODUÇÃO A pancreatite aguda corresponde a processo inflamatório agudo do pâncreas, que pode comprometer tecidos peripancreáticos e/ou sistemas à distância. Segundo o DATASUS, a incidência da pancreatite aguda no Brasil é de 15,9 casos/100.000 habitantes/ano. A classificação de Atlanta, proposta em 1992, para estudar as pancreatites agudas as divide em leve (intersticial) e grave (necrosante). Dentre os fatores adotados por esse critério entram: presença de insuficiência orgânica (inclusive choque, insuficiência pulmonar e insuficiência renal) e/ou a presença de complicações locais (especialmente necrose pancreática). O critério de Ranson, criado em 1974 serve como preditor precoce de gravidade nas 48 horas iniciais de hospitalização. Esse critério leva em consideração a idade, a leucocitose, hiperglicemia, aumento da enzima hepática aspartato aminotransferase (AST) e o aumento da lactato desidrogenase (LDH). Tabela 1. Complicações como pseudocisto de pâncreas que é uma coleção de suco pancreático rico em enzimas, limitada por uma parede não epitelizada, formando um 1 Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá, Maringá-Pr, jg_amorim@hotmail.com 2 Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá, Maringá-Pr, r_kosudi@hotmail.com 3 Professor Adjunto de Clínica Cirúrgica do Depto. de Medicina da Universidade Estadual de Maringá e Chefe do Serviço de Residência Médica de Cirurgia Geral do Hospital Universitário de Maringá. Maringá-Pr muradivan@yahoo.com.br

tecido de granulação ou fibrose. Por definição, a infecção do pseudocisto o torna um abscesso pancreático que é um pseudocisto infectado. Inúmeros fatores etiológicos da pancreatite aguda são relatados. Os principais são a litíase biliar de 6 a 8% casos e o consumo exacerbado de bebida alcoólica cerca de 5 a 10% 3. A gravidez e drogas são outros fatores que podem induzir uma pancreatite aguda. Os sintomas iniciam com dor abdominal repentina, de localização epigástrica, distensão abdominal e outros sinais e/ou sintomas, acompanhada ou não de náuseas e vômitos. Os mecanismos moleculares envolvidos na patogênese da pancreatite aguda apontam o passo central para a conversão do tripsinogênio em tripsina dentro das células acinares pancreáticas, em quantidade suficiente para ultrapassar os normais mecanismos de defesa. É esta conversão que desencadeia o processo de autodigestão pancreática e inflamação local. O objetivo do presente estudo foi realizar uma abordagem clínica avaliando a evolução dos pacientes por meio dos critérios de Ranson dos casos internados com diagnóstico de pancreatite aguda no Hospital Universitário Regional de Maringá, no período janeiro de 2008 a setembro de 2010. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo retrospectivo, a partir de janeiro de 2008 até setembro de 2010 com dados de pacientes internados no Hospital Universitário Regional de Maringá, com diagnóstico prévio de pancreatite aguda a partir da coleta de dados de prontuários. Os dados pessoais e qualquer informação que possa identificar os pacientes foram mantidos sob sigilo. O estudo foi realizado com base especificamente no critério de gravidade de sistema de escore clínico-bioquímico de Ranson de admissão que diverge em seus valores de referência para cada parâmetro de acordo com a etiologia da pancreatite (alcoólica ou biliar). Durante o período levantado foram selecionados quinze pacientes, com diversas causas etiológicas de pancreatite. Os dados foram coletados utilizando-se um protocolo. As variáveis estudadas foram: idade, sexo, evolução e exames laboratoriais. Os dados foram avaliados conforme a evolução clínica do paciente. RESULTADOS E DISCUSSÃO No período deste estudo foram analisados 15 prontuários de pacientes que foram internados com diagnóstico de pancreatite aguda. A prevalência de pacientes do sexo masculino foi de 40,00% (6 pacientes) e de 60,00% (9 pacientes) do sexo feminino. Com relação à idade, o mais jovem tinha 23 anos e o mais velho 77 anos, ilustrado na figura 1, sendo a média de idade de 49,7. Dos pacientes da amostra, 60% deles foram internados na enfermaria e, apenas, 40% dos pacientes necessitaram de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva. A etiopatogenia pode ser definida na maioria dos casos. Assim, dos pacientes analisados nesse estudo, 80,00% deles (12 pacientes) tinham como etiopatogenia da pancreatite causa biliar; ao passo que 0,06% (1 paciente) pancreatite idiopática. Um dos pacientes, 0,06% do total, teve o diagnóstico de pancreatite por complicação de compressão por insulinoma e, por último, apenas um teve o diagnóstico de pancreatite hemorrágica necrotizante. Segundo os critérios de gravidade de Ranson para pancreatite biliar 5, tivemos os seguintes resultados. Quando se considerou o número de leucócitos maior que 18.000 na admissão evidenciamos que 26,66% dos pacientes (4 dos casos) tinham leucocitose. Por outro lado, 20% dos pacientes apresentaram leucograma não infeccioso. Ao se estudar a glicemia, apenas 20% dos casos apresentaram aumento. Em relação ao aumento da

enzima hepática aspartato aminotransferase, tivemos o total de 46,66% de valores acima de 250 UI/L. Em relação, a enzima lactato desidrogenase apenas 13,33% apresentaram valores acima de 250 UI/l. A idade como critério de gravidade, ou seja, acima de 70 anos estava presente em 26,66% dos casos. À proporção que se eleva a escore de Ranson de admissão, piora o prognóstico do paciente. Segundo essa premissa, avaliamos os casos levantados em nosso estudo e obtivemos os seguintes resultados: Três casos (20,00% dos pacientes) apresentaram um escore de 4 pontos dos 5 possíveis, um paciente somou 3 pontos, dois pacientes somaram 2 pontos, três pacientes somaram 1 ponto e, por fim, três não atingiram nenhum dos critérios de gravidade. Foram relatados 2 óbitos, um deles atingiu o escore de 4 pontos e o outro, 2 pontos. O nosso estudo que está baseado apenas nos critérios clínico-bioquímicos de admissão dos parâmetros de Ranson. Excluímos, dessa forma, as variáveis após 48 horas de evolução. Nesse contexto de análise, o presente estudo pode ser melhor visualizado com a seguinte figura 2 que expressa a mortalidade associada ao escore clínico de Ranson. Tabela 1: Critérios de Ranson para pancreatite aguda. Na admissão Idade > 70 anos Leucometria > 18.000 /ml Glicose > 200 mg/dl LDH > 250 UI/l TGO > 250 U/dl Fonte: Adaptado Banks 6 Figura 1: Variação da idade por sexo, nos 15 casos estudados.

80 70 60 50 40 30 20 10 0 Mortalidade(%) 0-2 3-5 6-8 9-11 Número de critérios presentes Figura 2: Mortalidade (%) associada com o número de critérios de Ranson presentes CONCLUSÃO A pesquisa nos orienta para a importância da correlação clínico-laboratorial, no que tange tanto a abordagem inicial como a evolução dos casos. Dessa forma, o prognóstico do paciente fica correlacionado ao sistema de escore clínico-laboratorial. Estudos concordam que há forte relação entre a pontuação recebida pelos critérios de Ranson e o prognóstico. O que ficou evidenciado em nosso levantamento. Atentamos que a uniformização no manejo desses casos pode proporcionar melhores resultados, o que fortalecerá nossa experiência clínica sobre o tema. Ainda que em menor escala, os dados refletiram em números os grandes estudos sobre o assunto. Isso impulsiona que se realizem novas análises sobre o tema, no sentido de definir com mais precisão a implicação de cada variável na abordagem inicial e evolução dos casos. Ainda nesse sentido, isso poderá proporcionar novos paradigmas na conduta e terapêutica. Embora exista uso rotineiro dos critérios de Ranson para pancreatitee aguda, não se estabeleceu ainda um protocolo de abordagem para esses casos em nosso serviço. Sugere-se apreciação desse levantamento como base para consolidação de tais ideias. REFERÊNCIAS BANKS P, M.D., M.A.C.G. FREEMAN M, M.D., F.A.C.G., and the Practice Parameters Committee of the American College of Gastroenterology. Practice guidelines in acute pancreatitis. Am. J. Gastroenterol., 101:2379-2400, 2006 CARNEIRO MC, BATISTA RS. O mosaico patogênico da pancreatite agudaa grave. O mosaico patogênico da pancreatite aguda grave. Rev. Col. Bras. Cir., 2004; 391-397. DATASUS - Ministério da Saúde - Informações de Saúde-Epidemiológicas e morbidade. Disponível em: www.datasus.gov.br LOPES, A. C.. Tratado de Clínica Médica 2ª Edição. 2. ed. São Paulo: Roca, 2009. v. 1. 1053 p.

NEOPTOLEMOS JP. Endoscopic sphincterotomy in acute gallstone pancreatitis. Br J Surg 1993; 80: 547-9 WHITCOMB DC. Genetic polymorphisms in alcoholic pancreatitis. Dig Dis. 2005; 23:247 5