Encontrámos 11 ações baratas num mercado caro Conheça os títulos que os nossos analistas recomendam para o próximo ano. Apenas um é português



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Transcrição:

dezembro 2013 www.deco.proteste.pt/investe Os conselhos financeiros da Deco Proteste Encontrámos 11 ações baratas num mercado caro Conheça os títulos que os nossos analistas recomendam para o próximo ano. Apenas um é português Esta revista faz parte integrante da Proteste Investe n.º 824 garantido Certificados de Aforro só para investir durante dois anos Pág. 6 Imobiliário Os instrumentos certos para investir no mercado norte-americano Pág. 18 Fundos Porque deve diversificar a sua carteira com dívida da zona euro Pág. 22 Testámos a rapidez e facilidade de abrir conta num corretor Pág. 14

sumário Quem somos Destaques desta edição Vantagens e serviços para associa Esta revista faz parte integrante da Proteste Investe n.º 824. Propriedade/Redação DECO PROTESTE, Editores, Lda. Av. Eng.º Arantes e Oliveira, n.º 13, 1.º B, 1900-221 Lisboa. Editora registada sob o número 215 705. NIPC: 502 611 529. Diretor e editor Pedro Moreira. Redação Ana Filipa Gaspar, David Almas. Analistas financeiros Ações nacionais: João Sousa (banca); Luís Pinto (construção, cimento, bens de consumo, papel); Pedro Catarino (distribuição, media, autoestradas, serviços informáticos); Rui Ribeiro (telecomunicações, papel, energia); outros valores mobiliários e instrumentos financeiros: António Ribeiro, João Sousa, Jorge Duarte, Pedro Barata. Na análise do mercado externo, a PROTESTE INVESTE colabora com um grupo de organizações de consumidores europeias com as quais definiu metodologias de análise idênticas a quem cede e de quem recebe alguns conteúdos. São elas: Euroconsumers S.A. Avenue Guillaume 13b, L-1651 Luxembourg. Altroconsumo Edizioni Finanziarie S.R.L. Via Valassina 22, 20159 Milano. Test-Achats S.C. Rue de Hollande 13, 1060 Bruxelles. OCU Ediciones S.A. C/ Albarracín 21, 28037 Madrid. As análises publicadas na PROTESTE INVESTE são independentes e elaboradas de acordo com uma metodologia que poderá consultar no endereço www.deco.proteste.pt/investe/quem-somos. As análises nunca são enviadas à entidade emitente dos instrumentos financeiros objeto de avaliação e, por isso, não estão sujeitas a alterações a pedido destas. A DECO PROTESTE e os responsáveis pela informação financeira não têm interesses suscetíveis de prejudicar a objetividade da mesma. Os nossos conselhos baseiam-se em análises internas e em fontes externas fiáveis. É impossível fazer previsões totalmente exatas ou garantir o sucesso total dos conselhos apresentados. Conselho de Gerência Vasco Colaço, Luís Silveira Rodrigues e Alberto Regueira em representação da DECO, detentora de 2 do capital, e Yves Genin, Armand de Wasch, Benoît Plaitin em representação da Euroconsumers que detém 7 do capital. Tiragem 20 000 exemplares. Registo no ICS n.º 120152. Depósito legal n.º 102931/96. Assinaturas Tel: 808 200 146. Fax: 218 410 802. Email: assinaturas@deco.proteste.pt. Assinatura anual: 226,20 ( 18,85 por mês), 48 edições semanais de 12 páginas + 11 edições mensais de 32 páginas. Impressão Sogapal, Sociedade Gráfica da Paiã, S.A., Av. dos Cavaleiros, n.º 35 35A, 2794-056 Portela da Ajuda. Fotografia e ilustração Ricardo Bento, Thinkstock/Getty Images, Shutterstock. Todos os direitos de reprodução, adaptação e de tradução são reservados e a utilização para fins comerciais é proibida. Gráficos Thomson Financial Datastream e DECO PROTESTE. Boas ações em mercados caros Lisboa, Madrid, Milão e Frankfurt estão caros. Apenas a bolsa de Londres está mesmo barata. Descubra a lista de ações para 2014. 24 horas para negociar 8 14 Fomos investigar se é possível abrir conta num intermediário financeiro para estar a transacionar ações apenas 1 dia depois. 4 6 8 14 16 18 20 29 Mundo Os países onde os impostos são mais pesados para a economia. Garantido Os Certificados de Aforro são os produtos financeiros certos para investir a dois anos. Dossiê Escolhemos 11 ações baratas para investir durante o próximo ano. Desvendámos também 2 bons fundos para investir em ações do todo o mundo. Teste Os intermediários financeiros dizem que é rápido abrir conta. Fomos testar a experiência no terreno. Destaque As nossas ferramentas online são fundamentais para complementar a informação da edição mensal. Imobiliário A crise financeira foi superada com distinção na América, mas uma nova bolha começa a formar-se. Fundos A dívida da zona euro é interessante para diversificar as poupanças. Fórum Um casal recém-pais quer começar a investir em ações. Saiba como devem começar. Seja nosso fã no Facebook facebook.com/protesteinveste 2 Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 www.deco.proteste.pt/investe

dos Atualidade em revista Editorial Pedro Moreira Mais lidos no portal financeiro Não perca as últimas análises da PROTESTE INVESTE em www.deco.proteste.pt/investe Montepio lança emissão de fundo de participação Não subscreva foi o conselho emitido pela nossa equipa de analistas. QUAL É O MELHOR INTERMEDIÁRIO PARA COMPRAR AÇÕES DOS CTT? As ordens para participar na oferta pública de venda devem ser dadas junto do intermediário no qual já tem uma carteira. OBRIGAÇÕES ESPÍRITO SANTO FINANCIAL GROUP Tenho em carteira obrigações do Espírito Santo com maturidade em outubro de 2019. Qual a vossa opinião?, pergunta-nos um leitor. SUBSCREVER TODAS AS RECOMENDAÇÕES? Para seguir os vossos conselhos de fundos tenho de subscrever todos aqueles que são recomendados? Esta foi uma questão enviada por um subscritor. Aceda ao nosso serviço de Avaliação a Pedido em deco.proteste.pt/investe/avaliacao. Junte-se aos mais de 6400 fãs na nossa página no Facebook. É uma forma de saber imediatamente das novidades. Ajude-nos a escolher os temas das nossas análises, coloque as suas dúvidas e eleja os ativos que iremos avaliar. Seja pessimista com a sua carteira Graças às rubricas das Recomendações à Medida e das Dúvidas dos Leitores, presentes mensalmente no nosso Fórum (a partir da página 29), temos o prazer de conversar frequentemente com os nossos subscritores. São eles que nos dão as melhores ideias para aperfeiçoar os nossos produtos e os nossos serviços e as melhores sugestões de artigos a desenvolver no futuro. É uma ajuda impagável. Nestas conversas, temos notado uma tendência preocupante: o sobreotimismo. Não são poucos os nossos leitores mais adeptos de ações e de fundos de investimento que estimam elevadas rentabilidades futuras para as suas carteiras. Espero ganhar 10% por ano nas ações até à reforma, revelou-nos um subscritor. Só vendo as ações se ganhar mais de 10% e espero que isto aconteça antes do final do próximo ano, confidenciou-nos outro. Posteriormente, com base nestas estimativas, os investidores calculam quanto terão quanto atingirem uma determinada idade e ajustam a poupança mensal de acordo com o seu objetivo. É um jogo perigoso: no longo prazo, basta que a estimativa fique aquém apenas um ponto percentual para o pé-de- -meia falhar redondamente o desejado. É por os investidores estarem mal habituados que há tanto sobreotimismo. No último ano, as bolsas foram generosas para as carteiras. Nos primeiros 11 meses de 2013, as ações ganharam, em média, mais de 20%. Porém, este retorno não deve influenciar as decisões futuras de investimento. Como dizem, por obrigação legal, os prospetos dos produtos financeiros: rentabilidades passadas não são garantia de rendimentos futuros. A Proteste Investe também tem culpa, mas pelos melhores motivos. As ações que, há 1 ano, elegemos para investir neste ano renderam 21,2% nos primeiros 11 meses, como pode descobrir a partir da página 8. Não acreditamos que esta proeza se repita em 2014. Aliás, não acreditamos que seja possível manter rentabilidades anuais de 2 dígitos no longo prazo. As nossas carteiras de fundos também têm incentivado o otimismo. Como está detalhado na página 21 desta edição, nos últimos 5 anos, as nossas carteiras defensiva, neutra e agressiva renderam, em termos anuais, 9,, 11,1% e 12,2%, respetivamente. Não estime que elas repitam os resultados nos próximos 5 anos. Goze os retornos que obteve até agora, mas seja mais pessimista com as suas projeções.

Mundo Certo como a morte Tal como afirmou Benjamim Franklin, só há duas certezas: a morte e os impostos. Contudo, estes últimos são mais certos e pesados em alguns países europeus 31,0% 35, 44,2% CANAdá Impostos em Portugal Apenas os impostos sobre os rendimentos de singulares estão muito abaixo da média da OCDE O nosso país fica apenas um pouco aquém da média da OCDE no que diz respeito aos impostos e também não existem grandes diferenças no peso dos principais tipos de impostos cobrados em Portugal face à média da OCDE, como se vê na figura em baixo. A principal exceção diz respeito aos impostos sobre o rendimento dos indivíduos, nos quais estamos bastante aquém da média. A tributação da propriedade também tem um peso menor em Portugal, enquanto o peso dos impostos sobre os bens e serviços é superior no nosso país quando comparamos com a média. IVA é o mais pesado O peso dos vários impostos em Portugal é semelhante ao praticado nos restantes países da OCDE 18,8% méxico 25,1% EUA frança 31,3% Portugal Reino unido 31,6% 15 12 12,3% 11,0% Portugal OCDE Espanha 9 6 3 0 Bens e serviços 5,6% 8,4% Rendimentos de singulares 2,8% 2,9% Rendimento de empresas 1,2% 1,8% Propriedade Portugal (31,3% do produto interno bruto) está próximo da média da OCDE (33,8%) na cobrança de impostos Fonte: OCDE. Imposto sobre produto interno bruto 2010-2011, em percentagem

Mais impostos, mais riqueza? 43,2% 44, suécia 48,1% 31,7% É provável que o nível de vida de um país seja mais determinado pela forma como o dinheiro dos impostos é aplicado do que pelo montante cobrado No âmbito da consolidação orçamental portuguesa, tem sido inquestionável o aumento generalizado das taxas de imposto, nomeadamente do IVA e do IRS, os quais ainda não se encontram refletidos nos dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Mas será que um maior peso dos impostos e, consequentemente, do papel do Estado, significam mais desenvolvimento económico? Ao observar os dados da OCDE não parece haver uma ligação particular entre estas duas variáveis. É certo que esta organização abarca sobretudo países desenvolvidos mas é possível encontrar casos paradigmáticos. O México e os Estados Unidos da América estão no final da lista no que concerne ao peso do fisco, mas a diferença de desenvolvimento entre os dois países é inegável. Canadá, Portugal e a Polónia apresentam valores semelhantes, mas aqui também estamos perante economias em estágios de desenvolvimento muito díspares. O Canadá conta-se entre os países do mundo com maior rendimento per capita, enquanto a Polónia é, para todos os efeitos, ainda uma economia emergente. Talvez o nível de vida de um país dependa mais da qualidade da gestão do dinheiro dos impostos do que da quantidade, isto apesar sermos cada vez mais bombardeados por números, como a taxa de crescimento do produto interno bruto e as metas para o défice público. noruega dinamarca 27,6% 28, polónia 37,1% Japão alemanha suíça Sem correlação com recomendações O nível de impostos de uma nação não é razão para um investidor particular aplicar o seu dinheiro lá 25,6% Se compararmos os nossos atuais conselhos de investimento com o nível de impostos praticado nos vários países da OCDE será muito difícil encontrar algum tipo de correlação. Por exemplo, entre os países com menor peso dos impostos, estamos mais otimistas quanto ao mercado acionista norte-americano, ligeiramente confiantes face ao nipónico, mas fora da praça australiana. Do outro lado do espectro, isto é, onde os impostos têm um peso maior, encontramos países como a Dinamarca, a Suécia e a Noruega. Aqui aconselhamos que opte preferencialmente por fundos de obrigações denominadas em coroas suecas e, em menor medida, por coroas dinamarquesas e norueguesas. austrália Fonte: OCDE. Impostos sobre produto interno bruto 2010-2011, em percentagem

garantido Certificados de Aforro Mealheiro certo para dois anos Com o surgimento dos novos Certificados do Tesouro, vale a pena aplicar em Certificados de Aforro? Só se quiser uma aplicação de capital garantido para os próximos dois anos M uito se passou desde que os Certificados de Aforro foram lançados há mais de meio século. Para começar, os rendimentos de 2 dígitos já lá vão. Qualquer que seja a emissão de Certificados de Aforro que tenha subscritos (da original A até à atual C, passando pela B), os juros anuais líquidos destes títulos de dívida pública são agora de cerca de 2,3%. A sua simplicidade não afeta o rendimento atrativo: é possível subscrever com um mínimo de 100 euros, os títulos capitalizam os juros trimestrais, não têm custos e podem ser subscritos nos Correios ou através do serviço AforroNet da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (acessível na Internet em aforronet.igcp.pt). Embora o vencimento da série C aconteça ao fim de uma década, os aforradores podem resgatar a aplicação em qualquer momento após o primeiro pagamento de juros, isto é, 3 meses depois da subscrição. Os últimos anos foram muito instáveis para os Certificados de Aforro, o que se refletiu na redução das subscrições e no aumento dos resgates, como se pode ver na figura ao lado. Em 2008, com o cancelamento das subscrições e a alteração no cálculo do rendimento da série B e emissão da série C, o interesse desta aplicação foi substancialmente reduzido. No final de agosto de 2012, o Governo voltou a mudar 2,3% É a taxa anual líquida oferecida atualmente pelos Certificados de Aforro, válida por 3 meses para as subscrições em dezembro 100 É o montante mínimo para poder investir em Certificados de Aforro. Apenas 1 em cada 7 depósitos a prazo exige o mesmo ou menos 6 Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 www.deco.proteste.pt/investe

as regras, numa tentativa de recuperar o interesse desta aplicação junto dos aforradores. Desde então e até 2016, as regras são mais interessantes. Nesta última alteração, o Governo reviu as condições de remuneração das séries B e C dos Certificados de Aforro, aumentando o seu rendimento, tornando esta aplicação mais atrativa face a outras alternativas de investimento disponíveis no mercado, como os depósitos bancários. Estas condições excecionais de remuneração estarão em vigor até 31 de dezembro de 2016 e estabelece-se um limite máximo de remuneração de. Os prémios de permanência encontram- -se suspensos até 31 de dezembro de 2016, mas serão de novo aplicados a partir de 1 de janeiro de 2017, tendo em consideração a data da subscrição. As subscrições que ocorram durante este mês de dezembro passam assim a render 2,3% líquidos. Subscrições e resgates -se se são mais interessantes do que os Certificados de Aforro. De facto, os CTPM são uma aplicação mais rentável (pelo menos 3% líquidos por ano se mantiver durante 5 anos), mas as características são diferentes (veja o artigo da edição anterior). Se o seu horizonte de investimento é inferior a 2 anos, os Certificados de Aforro são mais rentáveis. Se tem a certeza de que só necessitará do capital entre 3 e 5 anos, então transfira para os novos Certificados do Tesouro. Certificados de Aforro ou do Tesouro? Estas melhorias nas taxas das séries B e C dos Certificados de Aforro foram suficientes para tornar mais competitivo este produto de aforro de dívida pública. Atualmente a render uma taxa anual líquida de 2,3%, apresenta-se mais interessante do que a maioria dos depósitos de curto prazo. Os poucos bancos que oferecem remunerações superiores a este valor são quase sempre em contas com condições especiais (para novos clientes, novos montantes ou exigem a domiciliação de ordenado), como se pode ver ao lado. Mas o Governo criou recentemente os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) e muitos aforradores questionamproteste investe exige Regras claras para a dívida pública Está à vista de todos que o Estado criou produtos de poupança mais interessantes do que a oferta da banca. Todavia, é grave estes produtos não terem as mesmas regras dos outros produtos financeiros. Os produtos de aforro do Estado deveriam ser regulados por uma entidade autónoma, que acompanhe os mercados, controle a informação prestada e vigie o comportamento das entidades que os comercializam. Além disso, também deveriam ter uma ficha de informação normalizada, com a informação detalhada e comparável aos restantes produtos do mercado. Até agora tem sido o Governo quem dita as regras e tem o poder para manter ou alterar a remuneração de forma arbitrária, distorcendo as regras da concorrência. Cofres do Estado a reencher Desde de 2007 que as novas aplicações em Certificados de Aforro não ultrapassavam os resgates. Entre 2008 e 2012, saíram quase 12 mil milhões dos Certificados de Aforro 5000 4000 3000 2000 1000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ATÉ OUT Fonte: IGCP. Em milhões de euros números do mês Dezembro 2013 Com as taxas dos depósitos muito baixas, é o Estado quem oferece melhores remunerações: 2,3% nos Certificados de Aforro, 3% nos novos Certificados do Tesouro e entre 2,9% e 4,3% nas Obrigações do Tesouro de 3 a 10 anos. CERTIFICADOS DE AFORRO (1) Série C (taxa + prémio) 2,3% Séries B (taxa + prémio) 2,3% SOBE E DESCE 0,6% de inflação A OCDE reviu a previsão da subida dos preços para 2014. Em maio era de 0,2%. 0,2 na zona euro O Banco Central Europeu cortou a taxa diretora para o nível mais baixo de sempre. OS MELHORES DEPÓSITOS (1) 1 mês ActivoBank (Dep. Juntta) 1,4% Banif (Sup. Dep. Banif@st) 1,4% 3 meses Best Bank (Depósito Já) 2,9% Banco Big (Super Depósito) 2, 6 meses Banco Invest (Novos Dep.) 2, Banco Big (Super Depósito) 2,2% 12 meses Popular (DP Ordenado) 2,8% Banco Invest (Novos Dep.) 2, Taxa média de um depósito de 5000 euros a 12 meses 0,8% (1) Taxa anual nominal líquida (TANL) à taxa de imposto de 28%. www.deco.proteste.pt/investe

dossiê Onde investir em 2014 Como encontrar boas ações até em mercados caros Lisboa, Madrid, Milão e Frankfurt estão caros. Apenas a bolsa de Londres está mesmo barata. Descubra a nossa lista de ações internacionais para investir ao longo do próximo ano N ão está fácil navegar nas bolsas de valores. Globalmente, os mercados acionistas não estão baratos. Muitas praças financeiras apresentam cotações elevadas. Em geral, os títulos em Lisboa, Madrid, Milão e Frankfurt estão caros, embora haja exceções. A maioria das restantes bolsas não está cara, mas também não está barata, o que exige o dobro da atenção na seleção de investimentos. Entre os principais mercados, apenas Londres está claramente barata. Juntamente com as bolsas norte-americanas, são o nosso destino favorito para 2014, como pode verificar nas 11 ações que recomendamos para o próximo ano, indicadas ao longo destas páginas. A realidade bolsista não pode ser dissociada da evolução da economia. Nos Estados Unidos da América, os indicadores apontam para uma retoma mais sustentada da economia, mesmo a nível do mercado de trabalho que é, por norma, um dos últimos a recuperar. Já se perspetiva inclusivamente uma redução gradual dos www.deco.proteste.pt/investe

Bolsa Nova Iorque Setor Telecomunicações Cotação 35,21 USD Risco 3 A AT&T partilha a liderança do setor de telecomunicações norte-americano com a Verizon. O título tem sido um pouco penalizado por receios de que o desejo de expansão para fora dos EUA leve o grupo a fazer uma aquisição demasiado cara e pela perspetiva de intensificação da concorrência na sequência do recente movime-to de consolidação do setor. Contudo, a solidez financeira da AT&T permite-lhe enfrentar estes desafios e continuar a remunerar bem os acionistas, através da compra de ações próprias e da distribuição de elevados dividendos. 2,0 1,87 1,75 1,62 AT&T DIVIdENdOS brutos POR AÇÃO Axa Bolsa Paris Setor Seguros Cotação 19,29 EUR Risco 3 A Axa é uma das principais seguradoras mundiais, presente nos ramos vida, não-vida e na gestão de ativos. Devido à fragilidade do mercado europeu em geral, o grupo tem adotado uma estratégia de crescimento mais agressiva, investindo nos países emergentes. Os resultados mais recentes têm sido bons e o grupo deverá continuar a recolher os benefícios da sua estratégia de reposicionamento nos ativos mais rentáveis e de desenvolvimento sobretudo nos mercados asiáticos mais dinâmicos. Ásia e Pacífico 11% EUA 13% RECEITAS POR GEOGRAFIA Reino Unido e Irlanda 6% Outros 3% Europa do norte, central e de leste 30% BP Bolsa Londres Setor Petrolífero Cotação 482,00 pence Risco 3 A BP é número 3 mundial na produção de petróleo e gás e está presente nos 5 continentes. A sua atividade principal é a extração de petróleo, que beneficia de boas perspetivas graças ao elevado preço do ouro negro e às boas reservas do grupo. Após a maré negra do Golfo do México em 2010, o grupo vendeu ativos não estratégicos e pouco rentáveis, assegurando o pagamento das indemnizações, e privilegiou a distribuição de dividendos e a compra de ações próprias, sendo mais seletivo nos investimentos. RESERVAS PROVAdAS de CRUdE da BP 5500 5250 5000 4750 1,50 2008 2009 2010 2011 2012 2013p 2014p 2015p Valores em dólares norte-americanos. p = previsão. Mediterrâneo e América latina 14% França 23% 4500 2008 2009 2010 2011 2012 Valores em milhões de barris estímulos económicos por parte da Reserva Federal norte-americana, que através da compra massiva de ativos tem sustentado a economia. Porém, o ciclo de taxas de juro baixas deverá manter-se durante mais algum tempo, o que beneficia o investimento em ações. Ao invés, a zona euro, apesar de já não estar tecnicamente em recessão, continua praticamente estagnada e rodeada de grande incerteza. Prova disso, foi a recente descida das taxas de juro diretoras por parte do Banco Central Europeu, para um novo mínimo histórico de 0,2, numa tentativa de reanimar a economia europeia. Apesar de algumas nuvens no horizonte, as últimas previsões do Fundo Monetário Internacional apontam para um crescimento de 3,6% da economia mundial em 2014 face aos 2,9% de 2013. Os países emergentes lideram as projeções, com uma estimativa de 5,1%. As previsões para os EUA são de um crescimento de 2,6% no próximo ano, enquanto a zona euro se fica por 1%. Bolsa em antecipação As bolsas têm antecipado a recuperação económica através da valorização das ações. O ano de 2013 foi bom para os mercados acionistas. Muitos deles estão mesmo em máximos históricos, como é o caso das bolsas norte-americanas, que continuam a ser das nossas preferidas. Os 10 títulos que, há 1 ano, elegemos para investir em 2013 acumulam um rendimento de 21,2% nos primeiros 11 meses do ano, um valor idêntico à valorização média das ações mundiais, medida pelo índice MSCI World. Este número reflete a variação, em euros, das cotações e o reinvestimento dos dividendos recebidos em novas ações, mas exclui os custos de negociar na bolsa e os impostos. A rentabilidade da carteira desenhada pela Proteste Investe para 2013 bateu, de longe, o ganho da praça portuguesa (15,6%) e das bolsas do Velho Continente (12,6%). Apesar das boas subidas registadas em 2013, acreditamos que 2014 poderá ser também um bom ano para investir em Chevron Bolsa Nova Iorque Setor Petrolífero Cotação 122,44 USD Risco 2 A Chevron é a segunda maior petrolífera norte- -americana mas está presente em cerca de 180 países. A cotação fixou novos máximos neste ano, mas mantém potencial de subida graças aos projetos em curso, em especial no setor do gás na Austrália e na Europa de leste. O grupo ambiciona aumentar em 2 a produção até 2017, sem comprometer a sua boa solidez financeira e mantendo-se seletivo nos seus investimentos. CHEVRON VS SETOR NA bolsa (base 100) 150 120 90 60 30 DEZ07 Chevron Setor petróleo e gás NOV13 www.deco.proteste.pt/investe Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 9

dossiê EDP Bolsa Lisboa Setor Energia e serviços públicos Cotação 2,79 EUR Risco 3 A EDP é uma das maiores empresas energéticas da Península Ibérica, sendo líder em Portugal, e tem uma presença relevante no Brasil e nos EUA. Apesar do aumento da pressão regulatória, sobretudo na Península Ibérica, a empresa tem um perfil de risco baixo, devido ao caráter regulado da sua atividade, e mantém um bom potencial de crescimento nas energias renováveis. Assim, apesar da conjuntura adversa e da dívida ser um pouco elevada, o grupo tem tido bons resultados e distribui um dividendo atrativo. 0,220 0,195 0,170 DIVIdENdOS brutos POR AÇÃO General Electric Bolsa Nova Iorque Setor Industrial e serviços diversos Cotação 26,66 USD Risco 3 A General Electric é um conglomerado norte- -americano ativo em diversos setores do ramo industrial (energia, saúde, transportes, entre oturos) e nos serviços financeiros. A sua estratégia passa por continuar a alienar algumas atividades financeiras e reforçar-se nas atividades industriais, através do crescimento orgânico e de aquisições, embora muito mais seletivas do que no passado. O objetivo é melhorar a rentabilidade, o que tem sido conseguido, reforçar a solidez do grupo e diminuir a volatilidade dos resultados. RECEITAS POR NEGÓCIO Gestão energética Casa & soluções empresariais Petróleo & gás 10% Transporte 4% Serviços financeiros 31% Intel Bolsa Nasdaq Setor Tecnologia Cotação 23,84 USD Risco 3 A norte-americana Intel é líder mundial no fabrico de semicondutores. A cotação foi um pouco afetada pelo recuo das vendas de processadores para computadores pessoais (2/3 das vendas), o que levou a uma revisão em baixa das metas de resultados para 2014. Porém, o grupo espera quadruplicar as vendas de processadores para tablets e smartphones em 2014, entrando em força no mercado da mobilidade. Para isso beneficia da sua histórica liderança tecnológica e capacidade de inovação e de uma forte solidez financeira. 30 25 20 COTAÇÃO 0,145 0,120 2008 2009 2010 2011 2012 2013p 2014p 2015p Valores em euros p = previsão. Saúde 12% Aviação 14% Água & eletricidade 19% 15 10 DEZ06 Valores em dólares norte-americanos NOV13 National Grid Bolsa Londres Setor Energia e serviços públicos Cotação 775,00 pence Risco 3 A National Grid é um grupo britânico que detém e gere infraestruturas de transporte de eletricidade e gás no Reino Unido e nos EUA. A sua atividade é pouco arriscada, apresenta uma boa regularidade dos resultados, a liquidez gerada é elevada e recorrente e o rendimento do dividendo é bom (superior a ). O acordo com o Governo britânico para subir os preços permitirá ao grupo investir na modernização da rede. Na bolsa, o título tem subido de forma consistente mas continua a um preço interessante. 42 37,5 33 28,5 DIVIdENdOS brutos POR AÇÃO 24 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 p p Valores em pence. p = previsão. ações. O nível muito baixo de taxas de juro, como vigora atualmente, é normalmente favorável às aplicações acionistas. Nesta edição, alargamos um pouco a nossa seleção para 11 títulos, que abrangem diversos mercados e setores de atividade. Minimize o risco O investimento em ações comporta um risco elevado mas o seu rendimento esperado também é superior. Logo, há algumas regras que deverá seguir para minimizar o risco e evitar dissabores. A primeira é investir numa perspetiva de longo prazo, nunca inferior a cinco anos. No curto prazo, a evolução das bolsas é uma incógnita mas a longo prazo as flutuações bolsistas de curto prazo tendem a esbater-se. Logo, é imprescindível que só invista na carteira de ações uma parte das suas poupanças e apenas o dinheiro que tem a certeza que não irá precisar em breve. Deverá evitar também a tentação de efetuar demasiadas transações ao longo do ano, porque assim arrisca-se a perder os melhores dias de bolsa, o que pode afetar muito a rentabilidade da sua carteira. Além disso, é essencial que diversifique os seus investimentos, já que isso diminui o risco. Nunca deve colocar todos os ovos no mesmo cesto. Invista em ações de vários mercados e setores de atividade, porque nem todos são afetados da mesma forma pela conjuntura económica. Se olhar para a nossa seleção de 11 ações verificará que abrange 7 setores de atividade e 4 mercados diferentes. Para obter uma boa diversificação deverá dispor pelo menos de 10 mil euros repartidos por um mínimo de 10 ações (mil euros por título). Caso não disponha desta quantia mínima, não invista diretamente em ações e opte pelos fundos de investimento, já que estes também permitem obter uma boa diversificação e exigem um montante de investimento muito menor. Veja quais são os melhores fundos de ações mundiais na página 12. Outro aspeto importante para a decisão de constituir a sua carteira de ações é que este 10 Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 www.deco.proteste.pt/investe

tipo de investimento exige disponibilidade de tempo para acompanhar a evolução dos mercados e as notícias mais importantes relacionadas com as empresas. Caso não se sinta motivado para o fazer ou não tenha disponibilidade, acompanhe a evolução da carteira PROTESTE INVESTE no nosso portal (deco.proteste.pt/investe/carteira- -acoes) ou opte pelos fundos de investimento. Outra regra importante para comprar ações é nunca investir o dinheiro que não se tem, isto é, nunca se endivide para comprar ações. Dessa forma, aumentaria significativamente o risco de perder dinheiro, já que teria de suportar também os juros do crédito, que podem engolir parcial ou totalmente os eventuais ganhos da carteira de ações. Escolha bem o seu intermediário Para investir em ações terá de ter uma conta aberta num intermediário financeiro autorizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a negociar na bolsa. Além disso, terá de suportar diversos encargos (comissão de transação, taxa de bolsa, custo de guarda de títulos, entre outros) que variam bastante consoante o intermediário que escolheu e o seu perfil de investimento. Para saber qual o preçário mais interessante para o seu caso, utilize o simulador do nosso portal (deco.proteste. pt/investe/custos-bolsa), que lhe permitirá poupar centenas de euros por ano. Caso seja associado da DECO ou subscritor da PROTESTE INVESTE, pode usar o protocolo que estabelecemos com o Banco Carregosa, que continua a ser a oferta mais atrativa do mercado para a grande maioria dos perfis de investimento. Veja na contracapa desta edição ou em deco.proteste.pt/ investe/protocolos. A nossa escolha Tal como dissemos atrás, os mercados britânico e norte-americano continuam a ser os mais atrativos para investir em ações, pelo que são os mais representados na nossa seleção. Das 202 ações que a PROTESTE INVESTE acompanha, apenas cerca de 20% merecem conselho de compra. Destas, selecionámos 11 para quem quiser constituir agora uma carteira diversificada. Todas as ações estão baratas e apenas uma, a Telefônica Brasil, tem um risco superior a 3, numa escala de 1 (baixo) a 5 (alto), mas que se justifica no sentido de haver alguma representatividade dos mercados emergentes. A nível setorial, procurámos equilibrar a presença de empresas que operam em setores mais defensivos, como a distribuição (Sainsbury), a energia (EDP, National Grid) e as telecomunicações (AT&T), com outras com maior potencial de valorização, procurando aproveitar a retoma da economia. São os casos das tecnológicas (Intel, Sage), das petrolíferas (BP, Chevron) e das financeiras (Axa). Incluímos também a General Electric, que opera em vários setores de atividade. A informação financeira indicada nas caixas reservadas a cada ação (cotação, risco) é válida a 6 de dezembro. Bolsa Londres Setor Tecnologia Cotação 348,40 pence Risco 2 A Sage é a líder britânica na edição de software e número três mundial em software de gestão. Apesar de ser uma tecnológica, a Sage tem um risco baixo. A empresa não está muito endividada e gera uma boa liquidez. A sua força advém da fidelidade dos clientes (sobretudo pequenas e médias empresas), a quem vende software e presta serviços de helpdesk, que são muito apreciados. É um título que apresenta um crescimento sustentado do lucro e cuja cotação tem subido de forma consistente nos últimos anos. 27 22,75 18,50 Sage LUCRO CORRENTE POR AÇÃO Sainsbury Bolsa Londres Setor Distribuição Cotação 407,40 pence Risco 2 A Sainsbury é a terceira maior cadeia de distribuição britânica, vocacionada para um segmento alto do mercado. Apesar de só estar presente no Reino Unido, o grupo tem-se focado na sua expansão, através da abertura de novas lojas, vendas online, da aposta em marcas próprias e em produtos do ramo não alimentar. A estratégia tem dado bons resultados, com a empresa a ganhar quota de mercado e a aumentar os lucros. Para além de ter um risco baixo, a Sainsbury distribui bons dividendos (rendimento superior a 4%). QUOTA do mercado britânico Outros 24,8% Tesco 30,1% Telefônica Brasil Bolsa Nova Iorque Setor Telecomunicações Cotação 19,46 USD Risco 4 A filial da espanhola Telefónica é líder do mercado móvel no Brasil mas opera em todos os segmentos de mercado. O grupo aposta nas ofertas combinadas (fixo, móvel, Internet e televisão) para ganhar quota de mercado e combater o abrandamento económico do Brasil, o que tem afetado a sua rentabilidade a curto prazo. Mas, a empresa tem um endividamento reduzido e alia o bom potencial de crescimento de um mercado emergente como o Brasil à distribuição de um elevado dividendo, cujo rendimento supera os 7% e é o mais alto desta seleção de ações. QUOTA do mercado móvel brasileiro Oi 18,6% Outros 0,4% Telefônica Brasil 28,7% 14,25 Morrisons 11,2% 10 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 p Valores em pence. p = previsão. 2014/15 p Sainsbury 16,7% Asda 17,2% Claro 25,2% TIM 27,1% www.deco.proteste.pt/investe Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 11

dossiê Onde investir em 2014 Encontre o fundo do seu mundo A compra direta de ações pode ser o melhor caminho para maximizar o seu património, mas os fundos de investimento são um excelente atalho para o seu destino N as páginas anteriores apresentámos uma seleção de ações de empresas para investir em 2014. A gestão ativa de uma carteira de ações é a melhor forma de rentabilizar as suas poupanças de longo prazo. No entanto, é uma tarefa trabalhosa e complexa para aqueles que estão pouco habituados à negociação na bolsa, mesmo que sigam à risca as recomendações da PROTESTE INVESTE. É crucial estar atento à evolução dos conselhos, ajustar a repartição do peso das ações, reinvestir dividendos, declarar mais-valias, avaliar o impacto dos custos de transação, necessidade de dispor de um capital inicial de pelo menos 10 mil euros, entre outros elementos importantes. Esta montanha de obstáculos pode afastar os menos persistentes do potencial dos mercados acionistas. A bolsa para todos Se a tarefa de investir na bolsa o assusta, não desanime. Há uma alternativa mais simples. Pode beneficiar igualmente da valorização de uma carteira de ações internacionais através da subscrição de um único fundo de investimento. A partir de poucas centenas de euros, os fundos de ações globais permitem-lhe aplicar indireta, mas muito diversificadamente, no conjunto das principais bolsas mundiais. Naturalmente que a escolha dos mercados e das empresas a investir está fora do seu alcance, ficando 12 Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 www.deco.proteste.pt/investe

BNY Mellon Long-Term Global Equity A Os gestores da BNY Mellon distinguem-se atualmente dos seus pares por terem mais de 10% da carteira aplicada em ações japonesas. Segundo os últimos dados, as ações da sueca H&M e da norte-americana Nike ocupavam os dois principais lugares do património do fundo. Código ISIN Comercialização Comissão anual de gestão Rentabilidade anual IE00B29M2H10 ActivoBank, Best Bank 2% 1 ano 13,9% 3 anos 9,8% 5 anos 12,8% Vontobel Global Value Equity C A Vontobel tem a carteira deste fundo concentrada em pouco mais de 5 dezenas de títulos. Entre as principais posições encontram-se nomes reconhecidos internacionalmente: as tabaqueiras British American Tobacco e Philip Morris International, a Mastercard e a Coca-Cola. Código ISIN Comercialização Comissão anual de gestão Rentabilidade anual LU0218910965 Best Bank 2,2 1 ano 8,3% 3 anos 10,6% 5 anos 12,7% China 3% Austrália 4% Hong Kong 7% Suíça 9% Outros 16% Reino Unido 11% DISTRIbUIÇÃO GEOGRÁFICA Japão 11% EUA 41% Outros 13% Irlanda 3% Holanda 4% Canadá 4% Índia 8% Suiça 10% DISTRIbUIÇÃO GEOGRÁFICA Reino Unido 12% EUA 4 à responsabilidade da sociedade gestora. Contudo, esta limitação e a comissão de gestão são o preço a pagar pela simplicidade que os fundos lhe concedem. Uma vez escolhido e subscrito o fundo desejado necessita apenas de fazer um acompanhamento esporádico do seu investimento. É importante saber se a qualidade de gestão se mantém em bom nível ou se será melhor passar para outro fundo da mesma categoria e com melhor desempenho. Escolhas Acertadas Atualmente temos duas recomendações de compra na categoria dos fundos de ações globais. O BNY Mellon Long-Term Global Equity A e o Vontobel Global Value Equity C são aqueles que, pela consistência do seu bom desempenho, se destacam dos seus pares (veja o quadro na página 23). O primeiro pode ser subscrito a partir de 1000 10 000 É o mínimo que deve ter para poder constituir uma carteira diversificada de ações. Se não tiver opte por um fundo de ações globais, como os que estão em cima. euros e o segundo com pouco mais de 130 euros. Ambos podem ser adquiridos no Best Bank, sendo que o fundo da BNY Mellon também está disponível no ActivoBank. Avance com precaução Um fundo de investimento em ações globais é o produto financeiro ideal para começar a investir na bolsa. Contudo, evite uma exposição demasiada às ações e aplique sempre numa ótica de longo prazo. Aconselhamos que esteja preparado para manter este tipo de fundo por um período mínimo de 5 anos. Quanto ao peso, para um prazo de 10 anos, as nossas carteiras têm atualmente entre 4 e 6 dedicado aos fundos de ações. Se é mais avesso ao risco ou tem um horizonte mais curto, deve aplicar uma parte mais reduzida das suas poupanças. Se já investe em fundos, nomeadamente à luz das nossas carteiras (como pode encontrar descritas na página 21), não necessita de aplicar em fundos de ações globais. Trata-se de uma diversificação que se tornaria redundante no seu património e até penalizaria a escolha mais seletiva dos mercados acionistas que já se encontra refletida nas carteiras. www.deco.proteste.pt/investe Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 13

teste Abertura de conta 24 horas para negociar Os intermediários financeiros dizem que é rápido abrir conta. Fomos testar a experiência no terreno P ara negociar na bolsa, é preciso ter conta num intermediário financeiro com ligação ao mercado. Atualmente, quase todos os bancos do dia-a- -dia oferecem o acesso a várias bolsas de valores. Todavia, como mostram os nossos vários estudos, normalmente estes bancos não são os mais económicos ao nível dos custos bolsistas, como as comissões de negociação, de guarda de títulos ou de recebimento de dividendos. Por isso, fomos testar a facilidade de abrir conta junto dos intermediários que as nossas análises mostram serem os mais baratos para a maioria dos investidores. Munidos com 1500 euros, fomos ao Banco Carregosa (que atua com a marca GoBulling), ao Banco Invest, ao Best Bank, à Dif Broker e à Orey Financial. Só não conseguimos abrir conta no Banco Invest: exige pelo menos 5000 euros para o fazer. Vá pelos seus pés Na generalidade dos intermediários, a abertura de conta não está ainda totalmente afinada no que ao online diz respeito. A que mais se destacou pela positiva, ainda que o portal não seja totalmente eficiente, foi a Orey Financial sobretudo graças à proatividade por parte da gestora de conta que, poucos minutos após o início do processo de abertura de conta, nos contactou e nos deu todas as indicações necessárias. Para a maioria dos investidores, os seus bancos do dia-a-dia não são as vias mais económicas para negociar ações na bolsa. No caso de se dirigir pessoalmente a uma agência ou a um centro de atendimento dos intermediários financeiros, o processo é célere e a conta fica aberta praticamente na hora. No entanto, isto é limitativo para quem não mora perto de um destes centros. Para combater isto, poderá recorrer ao serviço dos CTT de autentificação e envio dos documentos necessários à abertura de conta. Nem todas as agências do país têm este serviço mas o leque de oferta é bastante abrangente. Os custos deste serviço são suportados pelos intermediários financeiros analisados, excluindo a Dif Broker. Indo diretamente aos intermediários, em regra, não nos deparamos com grandes dificuldades e estávamos praticamente aptos a negociar em 24 horas. www.deco.proteste.pt/investe

Banco Invest Suspenso pelo mínimo para abertura Processo bem estruturado e muito célere online, com a opção de entrega dos documentos através dos CTT além de mais quatro outros locais: dois em Lisboa, um no Porto e outro em Leiria. No entanto, deparamo-nos com um problema: exige um mínimo de cinco mil euros para abrir a conta. É uma informação que não encontrámos no preçário geral do banco. Em nossa opinião, deveria constar no preçário do banco se exigem um mínimo para abertura de conta ou, pelo menos, se esse mínimo excedesse um determinado valor considerado patamar mínimo. Por este motivo, não seguimos com a abertura de conta neste intermediário. Best Bank Erro demora uma semana Foi o intermediário no qual as coisas correram de pior forma. Antes de mais, o formulário não tem a opção para o Cartão do Cidadão. Ao finalizarmos o processo de abertura de conta, a impressão falhou e houve um erro informático no final do processo. Ao reiniciarmos a abertura da conta, obtivemos a indicação que já estava aberta. Como não tínhamos na nossa posse os dados suficientes para aceder (códigos de utilização, senha de acesso), ligámos para o banco que nos informou que a única hipótese era enviar esses documentos para o domicílio, em face de ter existido um problema informático que impediu o envio destes documentos para o correio eletrónico, como é habitual. Este erro fez atrasar o processo de abertura de conta. Infelizmente, os documentos não vieram preenchidos como esperávamos dado que essa informação tinha sido colocada no documento. Ao nível da segurança, foi o único em que recebemos as senhas de acesso através do correio tradicional. No total, demorou praticamente uma semana para abrir a conta. Se tivéssemos ido logo ao centro de investimento a conta ficaria ativa em um ou dois dias. Existem centros de investimento em Lisboa, Porto, Braga, Avei- ro, Leiria, Évora e Faro. O Best Bank usa a plataforma de negociação do Saxo Bank (tal como a GoBulling, a Dif e a Orey), sendo que a ajuda através do módulo de chat funciona desde as 8:00 até às 21:30. Dif Broker Rápido e eficaz Sem qualquer opção de preenchimento online, trata-se de um processo totalmente físico. O investidor pode imprimir os documentos de abertura de conta, preencher e enviá-los através dos CTT, devidamente autenticados por esta entidade, ou então dirigir-se ao escritório da Dif Broker em Lisboa. Foi o processo que optámos e, apesar de a estrutura não estar totalmente preparada para receber clientes (não tem receção), o processo foi célere com todos os detalhes explicados. No próprio dia, a conta ficou ativa e pudemos efetuar a transferência do montante que pretendíamos. Foi-nos igualmente informado que a Dif obrigava a que a conta tivesse, no mínimo, um saldo de 500 euros. Um aforrador que tenha menos de 500 euros em numerário e que não tenha títulos verá a conta ser bloqueada e será avisado desta situação. No caso de ter títulos na carteira, a conta não é bloqueada. Ao nível da aplicação, baseia-se na estrutura da Saxo Bank (tal como o Best Bank, a GoBulling e a Orey), sendo que o chat está disponível das 8 às 20 horas para tirar dúvidas. Neste caso, a plataforma na Internet dá acesso aos mesmos mercados que a plataforma instalada no PC. GoBulling Falso alarme inicial A primeira tentativa de abertura de conta originou um problema informático, mas ao tentarmos a segunda vez já conseguimos proceder ao processo de abertura de conta, de uma forma rápida e célere. A quantidade de senhas e códigos de acesso distintos pode confundir um pouco os investidores, o que nos levou a contactar a GoBulling para nos ajudar a entrar na plataforma e esclarecer quais os passos que ainda seriam necessários efetuar. Foi-nos também indicado que o portal estava a ser alterado e que o processo iria ficar mais clarificado no futuro portal. Uma das coisas que mudará é que, ao invés de efetuarmos uma transferência para uma conta do Banco Carregosa e depois avisá- -los para procederem à provisão da nossa conta, passaremos a enviar diretamente para a nossa conta, utilizando para o efeito o IBAN. Em relação à documentação, pode ser entregue junto dos CTT ou junto dos centros do Banco Carregosa em Lisboa ou no Porto. A plataforma utilizada é a do Saxo Bank (tal como o Best Bank, a Dif e a Orey), com a ajuda na janela de chat a vigorar das 8:00 até às 21:00. Orey itrade Apoio pessoal no processo Processo de abertura de conta decorreu bastante bem. Os dados foram preenchidos online, com acesso a toda a informação relativa à conta. Posteriormente, os documentos teriam de ser enviados por correio e a informação parecia algo escassa. No entanto, pouco tempo após o processo de geração dos documentos, fomos contactados por uma gerente de conta que nos deu todos os passos necessários à abertura da mesma. Rapidamente, a conta ficou ativa e prestes a receber o depósito da nossa parte após termos enviados os documentos digitalizados (teríamos de enviar os originais à posteriori). Este depósito é feito através de uma transferência bancária para uma conta da Orey Financial e o montante que pretendíamos transferir (1500 euros) não foi entrave. Adicionalmente, após ativar a conta, fomos contactados por um especialista na plataforma de negociação da Orey Financial que nos explicou sumariamente como funcionava. Ainda assim, encontrar a plataforma no portal não é tarefa fácil. Ao nível da aplicação, todo o processo assenta no uso da ferramenta que se instala no PC e já existe a versão móvel. A plataforma não é fácil de usar mas tem toda a informação e existe um chat a que podemos recorrer todos os dias das 8:00 às 2:30, com interrupção das 20:30 às 21:00. www.deco.proteste.pt/investe Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 15

destaque Portal financeiro Vá pelos seus dedos As nossas ferramentas online são fundamentais para complementar a informação da edição mensal e semanal O s artigos publicados nas edições mensal e semanal da PROTESTE INVES- TE podem ser cruciais para as suas decisões de investimento, mas não deve descurar a importância do nosso portal financeiro, acessível em deco.proteste. pt/investe. Em alguns casos, a informação publicada no nosso sítio de Internet é decisiva. Isto aconteceu, por exemplo, na oferta pública de venda das ações dos CTT Correios de Portugal. Para beneficiarem de um rateio superior, os investidores tinham de colocar ordens até ao dia 25 de novembro passado. A equipa da Proteste Investe só conseguiu fazer chegar a recomendação de participação na primeira fase da OPV em tempo útil através do nosso portal. No portal financeiro, as nossas recomendações são atualizadas em tempo real. Antes de concretizar uma aplicação, confirme junto do sítio na Internet que o conselho se mantém. É também aí que pode beneficiar de um vasto leque de ferramentas e simuladores fundamentais para as suas decisões financeiras. Neste artigo destacamos os mais populares entre os nossos subscritores que precisam de estar informados na altura de concretizar os investimentos. dívida pública Estado no bolso Os produtos de aforro do Estado são uma presença incontornável nas nossas análises. Mas trocando por miúdos, quanto irá receber se investir 1000 euros em Certificados de Aforro por 5 anos? Quais os rendimentos anuais duma Obrigação do Tesouro? E os novos Certificados do Tesouro Poupa Mais? Nos simuladores de dívida pública encontra resposta a todas estas questões. Por vezes, uma taxa de rentabilidade diz pouco, mas com os valores em euros terá uma noção muito mais palpável. deco.proteste.pt/investe/calculadora- -certificados-aforro deco.proteste.pt/investe/calculadora- -certificados-tesouro deco.proteste.pt/investe/calculadora- -obrigacoes-tesouro A minha carteira Siga os seus títulos Acompanhe a evolução da sua carteira de ações com cotações atualizadas ao longo do dia. Insira os títulos que adquiriu e veja qual o desempenho das suas escolhas, bem como o nosso conselho para os títulos das empresas. deco.proteste.pt/investe/ aminhacarteira 16 Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 www.deco.proteste.pt/investe

Que ações e fundos escolher para a minha carteira? Quando vale o meu metal precioso? O número crescente de questões sobre o ouro levou-nos a criar uma calculadora para o metal dourado. A cotação internacional em dólares por onça é pouco útil para os investidores portugueses, pelo que optámos por dar a informação que realmente interessa: o valor em euros por grama e ajustável pelos quilates. Se quer ou se precisa de negociar ouro, use o preço da nossa calculadora como referência para as transações. Como demonstrou o teste prático publicado na edição de outubro, os preços praticados pelos vários tipos de intervenientes (bancos, casas de compra de ouro) são muito diferentes. No nosso portal encontrará também uma calculadora idêntica, mas dedicada à prata. deco.proteste.pt/investe/preco-ouro deco.proteste.pt/investe/preco-prata Qual o melhor depósito a prazo para o meu dinheiro? Os depósitos a prazo são a aplicação preferidas dos portugueses: no final de setembro, tínhamos quase 103 mil milhões de euros investidos neste tipo de aplicações para particulares. É, por isso, natural que a calculadora de depósitos a prazo seja a preferida dos visitantes do nosso portal financeiro, refletindo a tendência atual para as aplicações mais conservadoras. Nesta calculadora basta introduzir o montante que pretende investir e o prazo (entre 1 mês e 10 anos) para saber quanto irá ganhar se optar por 1 das 3 melhores ofertas dos bancos. É simples. Quer informação sobre todo o mercado, incluindo a proposta do seu banco do dia- -a-dia? Então recorra ao comparador dos depósitos a prazo, localizado em deco. proteste.pt/investe/depositos-a-prazo. Esta ferramenta enumera exaustivamente toda a oferta de contas a prazo disponíveis em Portugal. No início de dezembro, o nosso comparador de depósitos a prazo listava 375 opções para o seu dinheiro. De certeza que encontrará junto da nossa ferramenta o melhor destino a dar ao seu dinheiro que não quer arriscar. deco.proteste.pt/investe/melhores-depositos-a-prazo Se pretende rentabilizar bem as suas poupanças terá, quase inevitavelmente, de seguir a via do investimento através de fundos. Nos quadros a partir da página 23 encontra bastante informação sobre estes produtos, nomeadamente a quase totalidade das nossas Escolhas Acertadas. Porém, as 2 centenas de fundos que retomamos mensalmente no quadro são a ponta do icebergue da ampla seleção que encontra no nosso portal financeiro. Atualmente, temos disponíveis conselhos para mais de um milhar de fundos de investimento, por isso é muito provável que alguns dos seus produtos financeiros estejam apenas na nossa base online. Se não encontrar os seus fundos nos quadros que começam na página 23, estão no nosso sítio na Internet. Além disso, a ferramenta permite-lhe pesquisar por categoria, sociedade gestora, entre outras variáveis importantes, e comparar lado a lado até 4 fundos de investimento. Encontra também ferramentas para comparar planos de poupança-reforma, fundos imobiliários e exchange-traded funds (fundos cotados) e categorias que não vê analisadas em permanência nas nossas edições impressas. Se a sua preferência é o mercado acionista, o portal dá-lhe igualmente meios para fazer as suas próprias comparações entre as mais de duas centenas de empresas que acompanhamos diariamente. Pode aceder aos respetivos rácios financeiros e bolsistas, bem como ao comportamento da cotação nos últimos anos. Toda a informação para uma decisão ponderada. deco.proteste.pt/investe/fundos deco.proteste.pt/investe/acoes www.deco.proteste.pt/investe Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 17

imobiliário análise Estados Unidos da América Imóveis na terra das oportunidades A crise financeira foi superada com distinção na América, mas uma nova bolha imobiliário começa a formar-se E m 2005, o mercado imobiliário norte-americano esteve na origem da maior crise financeira após a Grande Depressão. Todavia, a implosão da bolha imobiliária do outro lado do Atlântico foi rápida: o setor viveu uma notável recuperação nos últimos 4 anos. Hoje, os preços praticados nos Estados Unidos da América estão perto dos máximos históricos registados no ano de 2007. O índice Dow Jones Equity REIT, que reflete o comportamento bolsista das ações das maiores empresas norte-americanas de imobiliário, valorizou-se 187% desde que atingiu o fundo em fevereiro de 2009. A tendência aponta para a continuação da subida. Uma carteira de investimentos bem diversificada requer exposição ao mercado imobiliário de forma a suavizar os períodos em que se registam perdas nos títulos acionistas ou, mesmo, obrigacionistas. Contudo, o mercado imobiliário português está longe de atrativo para os investidores, por isso é necessário proceder à internacionalização da exposição ao setor. A América do norte é um bom candidato, mas a aplicação dire- ta em imóveis envolve montantes muito elevados, o que pode inviabilizar a diversificação do risco. Por isso, a maneira mais adequada para a maioria dos investidores é selecionar instrumentos de investimento coletivo. Cabazes de imóveis A lei fiscal norte-americana prevê a existência de sociedades que detém, gerem e rentabilizam bens imóveis com o objetivo de obter rendimento para os seus sócios. São os real estate investment trusts (REIT), que, muitas vezes, são cotados numa bolsa de valores. Na prática, os REIT dos Estados Unidos são muito semelhantes aos fundos imobiliários de Portugal, embora estes últimos não sejam, em regra, cotados. Os REIT têm a particularidade de terem alguns benefícios fiscais, o que os tornou muito populares do outro lado do Atlântico. Por exemplo, se distribuírem, através do pagamento de dividendos, pelo menos 90% dos seus resultados líquidos, a sociedade fica isenta do imposto sobre o rendimento. Dada a dimensão da nação, a 18 Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013

Bolsa Notável recuperação Desde o mínimo registado em fevereiro de 2009, o Dow Jones Equity REIT Index, índice que mede a performance das ações das sociedades imobiliárias norteamericanas, já valorizou 187% 350 300 250 200 150 100 50 333,94 242,61 Fev 2007 Fev 2008 Fev 2009 98,02 250,2 Mai 2011 281,31 Nov 2013 maior parte dos REIT, especializa-se num subsetor imobiliário: residencial (maioritariamente apartamentos, moradias e prédios para habitação), retalho (lojas, centros comerciais, outlets), saúde (hospitais, clínicas, residências para seniores), hotelaria (hotéis, resorts), indústria, logística e escritórios são os principais. Como cada subsetor tem as suas especificidades, as rentabilidades podem ser muito díspares. Por exemplo, nos primeiros 10 meses de 2013, os REIT de hotelaria ganharam 25,8%, enquanto os que investem na área residencial perderam 1,6%. A nossa preferência Apesar de globalmente caro, em resultado da elevada valorização nos últimos 4 anos, há oportunidades no imobiliário norte- -americano. As ações da HCP podem ser uma delas. Trata-se de um REIT que investe no setor da saúde, principalmente em residências para seniores. Este é um subsetor com uma expectativa de crescimento muito elevado para as próximas década em resultado do envelhecimento dos baby boomers. Após a II Guerra Mundial, entre 1945 e 1964, ocorreu um forte aumento da natalidade nos Estados Unidos da América, criando uma geração, os baby boomers, que se aposenta agora. Estima-se que representem cerca de 20% da população norte- -americana. As ações da HCP, que tem mais de metade do património localizado nos estados da Califórnia, Texas, Florida e Pensilvânia, estão a ser penalizadas com receios provocados pela alteração da equipa de gestão. Neste ano, os títulos desvalorizaram-se mais de 10%. No entanto, os seus indicadores são sólidos: o volume de negócios cresceu, em média, 1 por cada 1 dos últimos 5 anos, o resultado por ação aumentou 34%, as margens são altas e o endividamento não é elevado. Acresce-se um pagamento trimestral de dividendos que representa uma rentabilidade anual brutal de 5,3%. Ao investir numa ação como as da HCP fica exposto ao risco da desvalorização do dólar norte-americano face ao euro. Porém, estamos otimistas em relação ao dólar: numa perspetiva de longo prazo, os nossos modelos de avaliação apontam para a valorização do dólar. Os maiores da América A julgar pelos principais indicadores, não há oportunidades óbvias entre os maiores REIT. A alta valorização verificada nos últimos anos colocam o setor num nível de caro. A exceção é a HCP, penalizada devido à alteração da equipa de gestão Sociedade Negócio principal Rendimento do dividendo Rentabilidade do capital próprio HCP Saúde 5,30% 8,70% 1,7 19,5 Health Care REIT Residências de terceira idade Invista num índice de cabazes Se pretende seguir uma estratégia passiva, o ideal é fazê-lo através de fundos de investimento cotados, conhecidos por exchange-traded funds. Há muitos ETF que investem em REIT e, tal como os restantes ETF, são negociados na bolsa como se fossem ações. O maior é o Vanguard REIT ETF: tem um património de 26 mil milhões de euros, o suficiente para comprar 2 vezes todos os imóveis detidos por todos os fundos imobiliários portugueses. É também o REIT mais económico que pode adquirir: os custos anuais de gestão somam 0,1% dos ativos (exclui as comissões de bolsa, de guarda de títulos e sobre dividendos que são cobradas pelos intermediários financeiros). Há muitos ETF semelhantes ao Vanguard REIT ETF (embora mais caros), como o ishares U.S. Real Estate ETF (custo anual de gestão de 0,4), que investem diversificadamente em dezenas de REIT. Contudo, é também possível encontrar ETF especializados num subsetor. É o caso, por exemplo, do ishares Industrial/Office Real Estate Capped ETF: apenas investe em sociedades imobiliários com ativos na área dos escritórios e da indústria. O seu maior investimento é na Prologis, o maior proprietário de armazéns do mundo. PBV PER 5,10% 1,10% 1,6 102,47 Vornado Realty Trust Espaços comerciais 4,50% 4,10% 2,8 24,5 Ventas Saúde 4,30% 5,10% 2 41,6 The Macerich Company Centros comerciais 4,20% 10,10% 2,4 17,5 Kimco Realty Centros comerciais 4,00% 4,50% 1,8 46,3 Aimco Apartamentos 3,60% 1,80% 4,7 25,63 Avalon Bay Communities Apartamentos 3,50% 0,70% 1,9 65,4 Equity Residential Residencial 3,10% 0,20% 1,8 8,42 Public Storage Armazéns 3,10% 11,80% 5,2 34,4 Prologis Indústria e retalho 2,90% -0,30% 1,4 787,1 Weyerhaeuser Indústria 2,80% 12,40% 2,8 25,6 Boston Properties Escritórios 2,60% 11,10% 2,8 21,4 Host Hotels & Resorts Hotelaria 2,30% 2,50% 1,9 67,6 Rendimento do dividendo = dividendos brutos de 12 meses preço. Rentabilidade do capital próprio = lucros de 12 meses capital próprio. PBV = preço capitais próprios por ação. PER = preço lucros de 12 meses por ação. www.deco.proteste.pt/investe Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 19

fundos Comentário mensal De vento em popa Novembro foi marcado por subidas nas principais bolsas, o que se traduziu em ganhos para muitos fundos. Pela negativa, destacaram-se alguns emergentes Em novembro, no topo dos ganhos também encontramos os fundos de ações da China (+) e dos Estados Unidos da América (+2,8%). Estes mercados já não estão baratos em termos relativos, mas continuam a ser os mais atrativos a seguir ao Reino Unido. Os fundos de ações de Sua Majestade estiveram igualmente em bom plano com um ganho médio de 1,7%. Do outro lado do espectro, isto é, entre as quedas mais acentuadas, encontramos fundos dedicados aos mercados emergentes. Se, em novembro, a China ganhou, os restantes BRIC ficaram em terreno claramente negativo. A incerteza quanto à sustentabilidade do crescimento e o controlo da inflação são particularmente grandes no Brasil e na Índia. Por esse motivo, também são as categorias emergentes com menor peso nas carteiras. A s principais economias mundiais continuam a atravessar um momento de incerteza, embora os problemas e desafios variem muito de região para região. Já os investidores têm- -se mantido bastante confiantes sustentando-se nas boas notícias que vão sempre surgindo em algum canto do globo. Este otimismo reflete-se no bom desempenho das bolsas e, consequentemente, na generalidade dos fundos de ações. Novembro não foi exceção. Portugal lidera Os fundos de ações nacionais foram, em média, os que apresentaram variações mais elevadas no mês passado: +5,6%. A economia portuguesa já saiu da recessão técnica, o que poderá justificar a maior apetência pelas empresas lusas cotadas. Pela nossa parte, estamos pouco favoráveis para a praça lisboeta. Ao avaliar as perspetivas e o risco, a bolsa de Lisboa está cara face às suas congéneres, pelo que o peso destes fundos nas carteiras permanece marginal. Naturalmente, nos títulos individuais também temos poucas recomendações de compra. Como pode ver no Dossiê que começa na página 8, na nossa seleção das 11 melhores para 2014, apenas 1 ação é lusitana. Euro trava ganhos Apesar do corte dos juros por parte do Banco Central Europeu e do débil crescimento económico na Europa, o euro ganhou terreno nos mercados cambiais. Esta evolução prejudicou a rentabilidade dos fundos que aplicam fora da moeda única, mas é mais visível nas categorias de obrigações. Por isso, à exceção dos fundos de dívida em euros de taxa fixa (+0,3%), nos quais o fator cambial Variação mensal Portugal lidera Em novembro, os fundos de ações que aplicam na nossa bolsa lideraram os ganhos. Aos níveis atuais das cotações, consideramos que a praça lisboeta está cara. Não lhe dedique mais de da carteira. 6 5 4 3 2 1 0 5,6% 5,0% 2,8% 1,7% Portugal China EUA Reino Unido 1, Zona Euro 1,1% Japão 20 Proteste Investe 824 edição mensal dezembro 2013 www.deco.proteste.pt/investe