Cinc sentids da Ecnmia Scial Améric M. S. Carvalh Mendes ATES Área Transversal de Ecnmia Scial Universidade Católica Prtuguesa Prt 29 de Nvembr de 2015
Améric M. S. Carvalh Mendes Cinc sentids da Ecnmia Scial 1 ATES Área Transversal de Ecnmia Scial - Universidade Católic (Prt) 29 de Nvembr de 2015
Améric M. S. Carvalh Mendes Cinc sentids da Ecnmia Scial 2 Cinc sentids da Ecnmia Scial 1 Os sentids em que é utilizad term Ecnmia Scial pdem ser diverss. Vams aqui distinguir cinc desses sentids. A Ecnmia Scial cm estud da natureza scial d md de ser ecnómic ds humans As actividades ecnómicas (prduzir, fazer circular entre as pessas e cnsumir bens e serviçs) sã realizadas pr pessas humanas, n quadr das relações sciais que as ligam. Estas actividades cnstituem um md de ser das pessas humanas que interagem cm s seus utrs mds de ser, a saber: md de ser bilógic; md de ser psiclógic; md de ser scial; md de ser mral; md de ser plític. Tds estes mds de ser influenciam e sã influenciads pel md de ser ecnómic. Assim send, um sentid que pde ser dad a term Ecnmia Scial é d estud d md de ser ecnómic ds humans nestas suas interações cm s utrs mds de ser ds humans. Em tds estes mds de ser ds humans têm uma relevância muit grande aspects de natureza clectiva, u scial. A Ecnmia Scial cm análise ecnómica de prblemas sciais A Ecnmia Scial também pde ser entendida cm estud ds factres de natureza ecnómica que cntribuem para a existência de prblemas sciais, u de mudanças sciais, nmeadamente s seguintes: desempreg; pbreza e disparidades na distribuiçã d rendiment e a sua recrrência; utras frmas de exclusã scial; disparidades reginais; envelheciment da ppulaçã; feminizaçã da ppulaçã activa e suas implicações na prcura de serviçs sciais. 1 Versã revista de um artig cm mesm títul publicad na revista Fcusscial Revista de Ecnmia Scial, N.º 1, Mai de 2012, pp. 32-33. ATES Área Transversal de Ecnmia Scial - Universidade Católic (Prt) 29 de Nvembr de 2015
Améric M. S. Carvalh Mendes Cinc sentids da Ecnmia Scial 3 A Ecnmia Scial cm sectr da ecnmia cnstituíd pelas rganizações de ecnmia scial A Ecnmia Scial pde ser entendida cm send sectr da ecnmia cnstituíd pelas rganizações de ecnmia scial. Estas rganizações sã aqui definidas cm tend as seguintes características 2 : têm persnalidade jurídica, u, send infrmais, dispõem de nrmas d cnheciment públic que regulam a pertença à rganizaçã e seu md de gvern; sã privadas, n sentid de nascerem da iniciativa da sciedade civil e, pr iss, nã pertencerem nem à administraçã directa u indirecta d Estad, nem à Administraçã Pública autónma, nem à categria de sciedades de interesse clectiv; têm frmas de aut-gvern; sã de adesã vluntária; estã abertas a cntribuições vluntárias ds seus membrs u dutras entidades; incluem nas suas missões principais incentiv à rganizaçã da acçã clectiva para desenvlviment de relações mais slidárias ds seres humans entre si e cm mei ambiente em que vivem; fazem iss através da prduçã de um cnjunt de bens u serviçs nde têm uma psiçã imprtante um u váris ds tips seguintes: bens u serviçs privads necessáris a uma vida humana cndigna, prvidenciads gratuitamente, u pr um valr reduzid a utentes que nã s pdem pagar a um preç que cubra respectiv cust; bens u serviçs privads prduzids, vendids, u cmprads de uma frma cperativa pels membrs da rganizaçã de md a aumentarem seu pder de mercad e, assim, atenuarem, u crrigirem a sua psiçã desfavrável ns mercads desses bens u serviçs; bens partilháveis ; bens públics (ex. reduçã da pbreza e dutras frmas de exclusã scial, defesa ds direits humans, reduçã das disparidades reginais, prtecçã d ambiente, prtecçã d patrimóni cultural e arquitectónic, prtecçã civil, melhria da saúde pública, prduçã de cnheciment d dmíni públic, etc.); bens de clube que cntribuam para relações sciais mais slidárias; cmbate a prblemas de sbre-explraçã de bens utilizads em regime de livre acess; prduçã de bens relacinais nde esta é insuficiente, u a sua qualidade é má; 2 Cf. text d autr intitulad Organizações de Ecnmia Scial: que as distingue e cm pdem ser sustentáveis dispnível na página da ATES n Facebk (https://www.facebk.cm/atesuniversidadecatlicaprt), num pst clcad n dia 15 de Nvembr de 2015. ATES Área Transversal de Ecnmia Scial - Universidade Católic (Prt) 29 de Nvembr de 2015
Améric M. S. Carvalh Mendes Cinc sentids da Ecnmia Scial 4 para prduzirem esses bens e serviçs, cnstituem um patrimóni gerid em regime de prpriedade cmum. Cabem nesta definiçã nã só as rganizações ditas sem fim lucrativs, mas também rganizações que pdem distribuir resultads as seus assciads, cm é cas das cperativas e das assciações mutualistas. Se deste cnjunt de rganizações cnsiderarms só as que têm persnalidade jurídica, segund dads d INE relativs a 2010 3, n seu cnjunt, elas representavam, nesse an, 2,8% d Valr Acrescentad Brut (VAB) nacinal e 5,5% d empreg remunerad. Nte-se que estes 2,8% d VAB estã acima d pes relativ ds seguintes rams de actividade: electricidade, vapr, gás e ar fri (2,7%); agricultura, silvicultura e pesca (2,3%); agr-indústria (2,1%); telecmunicações (2,0%); têxteis e vestuári (2,0%); madeira, pasta e papel (1,5%). Segund a mesma fnte, n que se refere a pes relativ n empreg remunerad este sectr da ecnmia scial está acima d ds seguintes rams de actividade: saúde (4,8%); têxteis e vestuári (4,3%); transprtes e armazenagem (4,0%); agr-indústria 82,6%); agricultura, silvicultura e pesca (2,3%); actividades financeiras e segurs (2,2%) madeira, pasta e papel (1,5%); telecmunicações (0,4%). A Ecnmia Scial cm estud d Estad Scial A Ecnmia Scial pde também cnsistir n estud d papel d Estad n cmbate as prblemas sciais, u seja, estud das plíticas sciais que cnstituem chamad Estad Scial. Analisam-se aqui surgiment e a evluçã destas plíticas, as razões de eficiência e de equidade que pdem justificar a sua existência, bem cm s bjectivs e instruments que utilizam e respectivs efeits n plan dessa eficiência e equidade. 3 Institut Nacinal de Estatística & CASES Cperativa Antóni Sérgi para a Ecnmia Scial (2013). Cnta Satélite da Ecnmia Scial 2010. Ediçã de 2013. Lisba: Institut Nacinal de Estatística. ATES Área Transversal de Ecnmia Scial - Universidade Católic (Prt) 29 de Nvembr de 2015
Améric M. S. Carvalh Mendes Cinc sentids da Ecnmia Scial 5 A Ecnmia Scial cm estud ds prcesss de empreendedrism e de invaçã scial Face à chamada crise d Estad Scial e, prtant, face à perspectiva deste vir a ter cada vez mais dificuldade em dar respsta as prblemas sciais, tem-se vind a dar uma atençã crescente a empreendedrism e à invaçã scial. O us destes terms, embra seja relativamente recente, nã significa que se trate de prcesss que apareceram há puc temp. O empreendedrism e a invaçã scial existem desde que existem seres humans. Feita esta nta, quand actualmente se fala de empreendedrism e invaçã scial, a intençã é fazer referência principalmente a prcesss de busca de nvas respstas a prblemas sciais que s cnsigam reslver, u cmbater melhr d que até agra tem sid cas pr parte d Estad Scial e das rganizações de acçã scial, tal cm um e utras têm funcinad. De qualquer maneira, sã muits s sentids que têm vind a ser dads a estes terms pel que, neste entendiment d que pde ser bject de estud da ecnmia scial, prpósit é estudar essa diversidade de sentids e as práticas crrespndentes. Apesar dessa diversidade de sentids, que é mais frequente é utilizar a designaçã de empreendedrism scial quand a referência é a prcess de natureza micr-scial (ex. uma pessa, uma equipa, uma rganizaçã, u um cnsórci de rganizações que empreendem na busca de nvas sluções para um prblema scial). Pr sua vez, term invaçã scial aplica-se a prcesss de natureza scial, u seja, às situações nde uma cnjugaçã de prcess de empreendedrism scial leva a mudanças a nível da sciedade cm um td n que se refere às respstas as prblemas sciais. ATES Área Transversal de Ecnmia Scial - Universidade Católic (Prt) 29 de Nvembr de 2015