EGRESSOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FCT-UNESP DE PRESIDENTE PRUDENTE

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Transcrição:

A PESQUISA NA PRÁTICA EDUCATIVA NA VISÃO DE EGRESSOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FCT-UNESP DE PRESIDENTE PRUDENTE RESUMO: O artigo vem discutir a relevância da pesquisa na prática de professores das séries iniciais do ensino fundamental e relatar a opinião dos egressos do curso de Pedagogia da UNESP de Presidente Prudente-SP no que tange a essa temática. Os principais questionamentos que motivaram a pesquisa estão voltados para a construção de ações reflexivas no interior das salas de aula e dentro das escolas por meio da pesquisa da prática dos professores das séries iniciais Palavras-Chave: Prática reflexiva; Formação de Professores; Egressos; Curso de Pedagogia. MEIRA, Vanessa Ribeiro Andreto WIEZZEL, Andréia Cristiane Silva INTRODUÇÃO Há algumas décadas vêm sendo evidenciadas grandes transformações na economia, nas relações sociais, no mercado de trabalho e principalmente nas relações educacionais. Vive-se a cada dia em uma sociedade permeada por valores capitalistas, na qual a produção e o lucro fazem-se como primordiais. Crianças e adolescentes são preparados nas entidades escolares para dar conta de atender essa tão espaçosa demanda, interagindo com ações em grupo, buscando ter o autodomínio de sua psique e, sobretudo, desenvolvendo a capacidade de serem críticos diante das mais variadas situações. Discente do curso de Pedagogia da UNESP de Presidente Prudente, e-mail-vanessa.777@ig.com.br Professora Doutora do Departamento de Educação da UNESP de Presidente Prudente, e-mail Andréia@fct.unesp.br

Nessa contexto Tedesco (999) aponta: A finalidade da educação não é apenas formar trabalhadores, mas também formar cidadãos com capacidades tais como o domínio da língua, a compreensão dos fundamentos das ciências e das novas tecnologias, o pensamento crítico e a capacidade de adaptar-se a situações novas, a capacidade de trabalhar em equipe. Diante dessa perspectiva como a escola e professores devem se pronunciar e se preparar para dar conta de formar sujeitos tão auto-suficientes? A realidade de formação de indivíduos vem se alterando no decorrer na história e cabe a mesma além da formação das capacidades formais, desenvolverem o sentido social na vida desses indivíduos. Por conta de muitos fatores e, principalmente, pelo aumento das necessidades da economia capitalista, cada vez mais as famílias vêm perdendo o papel relevante da formação social primária de seus filhos, e as crianças, pela falta de sociabilidade e interação em seus lares, buscam a diversão em jogos eletrônicos, na internet, na televisão e muitas vezes ou, na maioria dos casos, deparam-se com situações como violência, sexo, discriminação, corrupção e vários outros fatores que promovem a chegada à vida adulta muito cedo. Essas questões dificultam o desenvolvimento do trabalho formador do professor, e o mesmo acabam descobrindo que necessita de algo mais do que apenas sua graduação para poder resolver essas questões tão adversas. A atuação docente está imersa em práticas cada vez mais tradicionais nas quais o professor torna-se o sujeito centralizador de conhecimento e seus alunos meros ouvintes reprodutores. Muitas práticas não passam por transformações por comodismo, por falta de apoio, ou mesmo pela repressão de superiores, políticas públicas e outros. Essa situação fere a chegada de novos professores, que acabam tendo que se adaptar a essa realidade, podendo provocar o abandono de novas concepções e ações de mudanças na formação de novos cidadãos. Diante disso, uma das prováveis formas de enfrentamento dessas dificuldades viria por meio da persistência e da ação de professores reflexivos dentro das unidades escolares, promovendo o avanço por ações coletivas,

alicerçando a reflexão individual e utilizando-se de instrumentos, como a pesquisa, para auxílio na resolução de muitas dessas questões dificultosas, oriundas de diversas temáticas que cada vez mais vem fazendo parte do cotidiano dos mesmos. Menga apud Geraldi, Fiorentini e Pereira () complementa: Não tenho dúvidas de que a dimensão de pesquisa, uma vez superados os vários obstáculos em seu caminho, viria conferir ao professor um poderoso veículo para o exercício de uma atividade criativa e crítica, ao mesmo tempo questionando e propondo soluções para problemas vindos do interior da escola e de fora dela. (, p.) A pesquisa funciona como fonte de investigação e ampliação de conhecimento. Diante dessas circunstâncias qual seria o seu papel na formação dos professores? Dentre várias funções que a pesquisa exerce levantam-se como pontos principais a serem discutidos: o desenvolvimento do espírito critico e da curiosidade investigativa dos professores mediante as dificuldades encontradas no ambiente escolar, a possibilidade do avanço qualitativo das práticas pedagógicas e a permanente atualização de conhecimentos, que proporcionarão a construção de novas práticas pedagógicas. Dentre muitas funções pedagógicas, a pesquisa se apresenta como fonte de ampliação de conhecimentos, possibilitando o avanço qualitativo das práticas cotidianas. Tendo esses pressupostos, ao professor-pesquisador caberia a interlocução entre teoria e prática, entre a construção de conhecimentos e o seu exercício por meio da pesquisa, contribuindo, então, para a elaboração de caminhos capazes de amenizar ou até mesmo sanar dificuldades rotineiras, a que todo processo de ensino aprendizagem está propenso. Diante disso Geraldi, Fiorentini e Pereira () relatam: Tratando a pesquisa como instrumento a ser tomado nas mãos pelos professores de escolas públicas, entende-se que essa possa ser uma das formas de produzir, na escola, sujeitos capazes de inventar um mundo diferente. (, p.)

Para o desenvolvimento desse processo de formação explicita-se o grande papel da universidade em demonstrar que a pesquisa funciona como meio para a construção do conhecimento e que instiga a busca de novas explicações e soluções para dificuldades. Uma das formas de incentivo à pesquisa seria o envolvimento dos alunos em projetos de iniciação científica, por meio de grupos de pesquisa ou pelo próprio incentivo de professores orientadores. Mas o incentivo à pesquisa não pode se restringir apenas aos alunos que se engajam a esses projetos, deve sim, ser uma constante na formação do futuro docente, uma prática a ser desenvolvida no interior dos cursos por meio de disciplinas e atividades extracurriculares, a fim de que, desde o ingresso na universidade, seja desenvolvida a curiosidade investigativa. Segundo Fazenda (989, p. 9): A formação do pesquisador, desde cedo, precisaria desenvolver o compromisso de ir além - além do que os livros já falam, além das possibilidades que lhes são oferecidas, além dos problemas mais conhecidos, utilizando a pesquisa como grande auxilio para tal feito. A pesquisa desenvolve diversas capacidades no indivíduo e oferece principalmente subsídios para que seus questionamentos e incertezas sejam cessados. Por essa razão, a mesma necessita ser abordada dentro e fora da sala de aula, no dia-a-dia da formação do professor, com o intuito de que ele possa saber que a pesquisa não possui, apenas, a função de formação acadêmica, engajada ao programas de pós-graduação, mas que possui grande relevância no exercício de sua futura profissão. A questão da prática reflexiva configura-se como instrumento relevante nas ações cotidianas docentes, pois desenvolve o exercício diário de reflexão sobre as dificuldades e sucessos da produção de conhecimentos dentro das salas de aula. Diante disso Demo (997) complementa: A questão absolutamente fundamental é tornar a pesquisa o ambiente didático cotidiano, no professor e no aluno, desde logo para desfazer a expectativa arcaica, de que pesquisa é coisa específica, de gente especial. Por conta dessa crença frívola, o professor também não se entende como pesquisador. (997, p.)

Por conta disso, no contexto atual, a pesquisa ainda não possui um espaço significativo dentro das unidades escolares. Acredita-se que a mesma ainda não se configure como forma de auxílio à prática de professores, que se caracterizam como leigos nesse assunto. A pesquisa é entendida por professores e alunos, segundo Lüdke e André (98) como prática vinculada a: Consultar algumas ou apenas uma obra, do tipo enciclopédia, onde coletam as informações para a pesquisa. Ora esse tipo de atividade, embora possa contribuir para despertar a curiosidade ativa da criança e do adolescente, não chega a representar verdadeiramente o conceito de pesquisa, não passando provavelmente de uma atividade de consulta, importante, sem dúvida, para a aprendizagem, mas não esgotando o sentido do termo pesquisa. (98, p.) Nessa perspectiva, fez-se necessária a verificação de qual concepção de pesquisa os futuros professores das séries iniciais estão tendo, se a ação do professor reflexivo poderia auxiliá-los no enfrentamento de certas dificuldades e no próprio receio com relação a sua futura prática. OBJETIVOS Identificar a concepção de pesquisa dos egressos do curso de pedagogia da FCT-UNESP Campus de Presidente Prudente; Discutir a relevância da pesquisa e o seu papel na formação do pedagogo METODOLOGIA A referida pesquisa adotou a abordagem qualitativa, no tipo de pesquisa Estudo de Caso. Os principais sujeitos foram os egressos do curso de Pedagogia da UNESP de Presidente Prudente, no ano de 7, sendo que, de uma população de alunos retirou-se uma amostra aleatoriamente por meio de sorteio de alunos. Na demonstração dos resultados apresentam-se as

questões mais relevantes no que tange à temática da pesquisa na ação cotidiana do professor como forma de enfrentamento de dificuldades. RESULTADOS E DISCUSSÃO Um dos grandes fatores, que auxiliaram na problematização dessa pesquisa, ocorreu por meio da percepção de que os alunos que freqüentam as séries finais do curso de pedagogia sentem certo receio quanto ao desenvolvimento de sua prática pedagógica. Em decorrência, ocorreu o interesse em saber se a pesquisa ou a prática reflexiva, na concepção desses mesmos alunos, poderia, de alguma forma, auxiliá-los quanto a esse receio. O primeiro questionamento apontado quis demonstrar qual a imagem que os alunos do curso de Pedagogia tinham em mente quando se deparavam com a palavra pesquisador, indivíduos da amostra, referentes a %, apontaram que enxergam uma pessoa crítica, curiosa e inquieta como demonstra o gráfico a seguir: 7 Pessoa Crítica e Curiosa Pessoa atrás de uma pilha de livros Pessoa que encontra soluções para dificuldades não respondeu Título: A imagem de pesquisador dos egressos do curso de Pedagogia Fonte: Egressos do º ano de Pedagogia diurno UNESP-FCT Campus Presidente Prudente Na segunda questão, desejou-se perceber qual a concepção de pesquisa que os indivíduos da amostra possuíam, do total da amostra 7

(referente a 8,%) responderam que a pesquisa permite a atualização de conhecimentos educacionais. Alunos 8 7 PERMITE ATUALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS EDUCACIONAIS POUCO VALORIZADA IMPORTANTE Respostas Título: Concepção sobre pesquisa em educação Fonte: Egressos do º ano de Pedagogia diurno UNESP-FCT Campus Presidente Prudente Um terceiro questionamento foi o de saber na concepção dos mesmos em quais ambientes a pesquisa poderia ser realizada, a resposta foi quase que unânime indivíduos referentes a 8,% responderam que a pesquisa pode ser realizada em todos os ambientes. Alunos 8 LABORATÓRIO SALA DE AULA - PROFESSOR Repostas PÓS- GRADUAÇÃO- ALUNOS EM TODOS OS AMBIENTES Título: Lugares que a pesquisa pode ser realizada Fonte: Egressos do º ano de Pedagogia diurno UNESP-FCT Campus Presidente Prudente 7

Diante dessa temática, a quarta questão refere-se à percepção de qual a contribuição que a pesquisa poderia trazer para a prática pedagógica desses futuros professores, indivíduos correspondentes a,% responderam que a mesma auxilia o profissional a ter uma visão mais ampla, conforme pode ser observado abaixo: Alunos AUXÍLIO NO PREPARO DAS AULAS AMPLIA A BASE TEÓRICA AJUDA O PROFISSIONAL A TER VISÃO MAIS AMPLA SEM RESPOSTA Respostas Título: Contribuições da pesquisa para a futura prática profissional Fonte: Egressos do º ano de Pedagogia diurno UNESP-FCT Campus Presidente Prudente Na questão, desejou-se saber qual o sentimento dos mesmos com relação a sua prática profissional, tendo como alternativas as seguintes respostas: professor apenas ; pesquisador apenas ; professor-pesquisador ; mais professor que pesquisador ou mais pesquisador que professor. indivíduos, correspondes a %, da amostra responderam que se sentem professores pesquisadores. 8

7 PROFESSOR APENAS PESQUISADOR APENAS PROFESSOR- PESQUISADOR MAIS PROFESSOR QUE PESQUISADOR Alunos MAIS PEQUISADOR QUE PROFESSOR Respostas Título: Sentimento com relação à futura profissão Fonte: Egressos do º ano de Pedagogia diurno UNESP-FCT Campus Presidente Prudente No penúltimo questionamento, desejou-se saber se existia algum receio quanto à prática profissional, 8 alunos referentes a,% da amostra responderam que existe um grande receio e que uma das principais preocupações está relacionada com o saber lidar com as questões dificultosas cotidianas. Alunos 9 8 7 SIM NÃO NÃO SEI Repostas Título: Sentimento de receio quanto à prática profissional Fonte: Egressos do º ano de Pedagogia diurno UNESP-FCT Campus Presidente Prudente 9

Mediante todos os levantamentos, acredita-se que o questionamento seguinte configura-se como ponto chave dessa pesquisa. Desejou-se saber se os mesmos acreditam que a pesquisa possa auxiliá-los quanto ao enfrentamento dos receios de sua prática. alunos referentes a % da amostra acreditam que a pesquisa não pode ajudar nessa temática. 7 Alunos SIM NÃO NÃO SEI Respostas Título: A pesquisa auxilia no enfrentamento do receio profissional Fonte: Egressos do º ano de Pedagogia diurno UNESP-FCT Campus Presidente Prudente CONSIDERAÇÕES FINAIS O questionário e a análise das respostas dos egressos do curso de Pedagogia demonstram uma concepção de pesquisa que não se volta para a questão de uma prática atrelada à pesquisa. Existe um conceito de pesquisa elaborado, mas ainda não um desvendamento de como uma ação reflexiva por meio da pesquisa possa auxiliar no enfrentamento das dificuldades cotidianas da prática. Diante disso, percebe-se que um trabalho mais elaborado no que tange à formação dos professores para as séries iniciais, necessita ser efetuado. A formação do professor deve oferecer instrumentos para a elaboração de ações que atendam a uma demanda cada vez mais exigente e conflituosa. Entende-se também que a pesquisa não se constitui como a salvação ou solução para todas as dificuldades que o processo de ensino e aprendizagem enfrentam, mas sim como fonte de problematização, criticidade,

um instinto de investigação com vistas ao encontro de caminhos reais que auxilem o avanço das práticas educacionais. Essa visão de um avanço qualitativo e quantitativo das práticas deve se fazer também por meio da atuação de cada professor, que se depara em seu dia-a-dia com as mais variadas situações que, em princípio, por serem particulares a cada sala de aula, podem não ter sido discutidas durante seu processo formativo. Nesse contexto, a pesquisa poderia servir como fonte de enriquecimento de conhecimento perante a cada situação peculiar vivida em sala pelos professores e seus alunos, em uma interlocução de conhecimentos e construção dos mesmos. Para tal feito, a função do professor-pesquisador ou professor reflexivo apresenta-se como grande instrumento que acrescenta ao processo de ensino aprendizagem novas concepções, considerações e caminhos para soluções.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DEMO, Pedro. Pesquisa e construção do conhecimento. In: DEMO, P. Educar pela pesquisa. São Paulo: Autores Associados, 997. GERALDI, Corinta. FIORENTINI, Dário. PEREIRA, Elisabete Monteiro de A. (ORGS). Cartografias do Trabalho Docente, Professor(a)-Pesquisador(a). Mercado das Letras: Associação de Leitura do Brasil-ALB, (Coleções Leituras no Brasil), Campinas-SP. LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU( Editora Pedagógica e Universitária), 98. TEDESCO, Juan Carlos. O Novo Pacto Educativo. São Paulo. Ática..