PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM UM ESTUDANTE COM BAIXA VISÃO NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

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Transcrição:

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM UM ESTUDANTE COM BAIXA VISÃO NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO Matheus Augusto Mendes Amparo 1 Jussara Olivetto Miralha 2 Klaus Schlünzen Junior 3 Elisa Tomoe Moriya Schlünzen 4 1 e 2 Secretaria de Educação do Município de Presidente Prudente (SEDUC), 3 e 4 Universidade Estadual Paulista (UNESP) Eixo Temático: 1 - Práticas pedagógicas inclusivas 1. INTRODUÇÃO A baixa visão é uma perda grave da condição visual de uma pessoa e que mesmo com tratamentos e/ou correção óptica apresenta dificuldades na execução de tarefas como andar, ler, escrever e outras habilidades práticas. Dentre as principais causas da baixa visão, estão: enfermidades, traumatismos e disfunções do sistema visual (Carvalho et al. 1994). Em geral, os indivíduos com baixa visão apresentam dificuldades para enxergar de perto e/ou de longe, alteração na identificação de contrastes, campo visual reduzido, dificuldade na percepção de cores, entre outras. Na escola, em razão destas dificuldades, as crianças com baixa visão podem ter o interesse pela aprendizagem diminuído, tornando-se quietas ou apáticas. O diagnóstico e a estimulação precoce são essenciais, haja vista que, a partir do desenvolvimento de estratégias adequadas e a utilização de recursos específicos, poderemos auxiliar a criança em seu processo de ensino e aprendizagem. Um dos espaços que colaboram para a inclusão e o desenvolvimento de crianças com baixa Visão é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), um serviço da educação especial que tem como objetivo eliminar as barreiras para a plena participação dos estudantes público-alvo da educação especial (EPAEE) (BRASIL, 2008) e que se concretiza nas salas de recursos multifuncionais que funcionam no contraturno escolar. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar a proposta de intervenção com um estudante com baixa-visão no AEE e os resultados do seu desenvolvimento ao longo do ano letivo de 2015.

O referido trabalho segue as diretrizes e orientações ofertadas pela Coordenação Pedagógica da Educação Especial da Secretaria de Educação de Presidente Prudente, sendo que os aspectos mencionados são derivados também das orientações e estudos realizados semanalmente com a equipe de professores do AEE do Ensino Fundamental. 2. APRESENTAÇÃO DO CASO Felipe (nome fictício) faz o uso de óculos. No olho direito possui cegueira e no esquerdo apresenta apenas 30% de acuidade visual. No momento do estudo, tinha 7 anos e estava matriculado no 1º ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação de Presidente Prudente/SP e frequentava a Sala de Recursos Multifuncional duas vezes por semana, pelo período de 2 horas. A criança atualmente mora com sua tia, pois sua mãe faleceu com 23 anos em decorrência de uma doença. A respeito do parto, a tia relatou que foi prematuro, que teve problemas na incubadora, mas não sabe afirmar se isso foi a causa da doença visual. Felipe não tem dificuldades motoras, caminha com desenvoltura, mas na maior parte das vezes precisa do acompanhamento de um adulto segurando em sua mão. Apresenta autonomia para comer, sabe segurar a colher e copo por exemplo. É uma criança amorosa e se relaciona bem com as pessoas. Comunica-se verbalmente e sabe iniciar diálogo, porém, em alguns momentos não consegue verbalizar com coerência. O estudante apresenta bastante dificuldade na motricidade fina, pois observa-se que ele não consegue segurar o lápis com destreza. Apresenta dificuldade na compreensão da linguagem escrita. Tem dificuldade em construir conhecimentos, porém tem uma boa memória, principalmente para músicas e nomes de pessoas e animais. 3. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO A partir do estudo do caso em questão e dos métodos de trabalho com crianças que apresentam baixa visão, foi elaborada uma proposta de intervenção para o ano letivo de 2015, na sala de recursos, pelo professor do AEE. A seguir, apresentamos a proposta em questão dividida a partir de cada uma das necessidades educacionais identificadas no estudante: a) Orientação e mobilidade: Introdução da pré-bengala; Propiciar situações práticas com o uso da pré-bengala para que o estudante possa conseguir identificar os locais da escola e possa construir autonomia para sua locomoção; Noção de direita e esquerda; Criação de pontos de

referência na escola para que o estudante possa fazer o reconhecimento utilizando a bengala e também as mãos; apresentar os locais e suas principais características, funções e pessoas que compõem. b) Comunicação aumentativa, ampliação de textos e recursos visuais: Utilização de imagens ampliadas nas atividades propostas. c) Inserção de recursos de Tecnologia Assistiva (TA): Calculadora comum e sonora; Suporte inclinado para leitura e escrita; Guia com linhas vazadas; Caderno de pauta ampliada; Suporte inclinado para leitura e escrita. d) Outros: - Manuseio do tablet e estimulação do movimento de tocar na tela na determinada imagem. - no tablet para que aprenda o contorno das letras e em curto prazo consiga reproduzi-las por meio da escrita no caderno ou digitação. - Utilização de lápis com grafite forte e de tintas em alto relevo. - Treino do uso da calculadora sonora e calculadora no tablet para que o estudante possa ter autonomia para fazer o uso na sala regular e consiga realizar futuramente as principais operações matemáticas. 4. RESULTADOS Ao longo da proposta de intervenção, Felipe apresentou algumas evoluções. A respeito da orientação e mobilidade, utilizamos um cavalinho de pau com rodinha como uma prébengala, introduzindo de maneira lúdica a se locomover com segurança juntamente com os conceitos de direita, esquerda, para frente e para trás. O estudante teve dificuldade em manusear a pré-bengala já que não tem muita coordenação motora fina, foi preciso pegar junto com ele e ensiná-lo a maneira correta de segurar. Todavia, o trabalho foi positivo, pois o estudante apresentou bom nível de compreensão. No espaço da sala de recursos, foi possível perceber que ele apresentou evoluções: identificou a maioria dos locais dentro da sala; embora ele ainda procure a mão das pessoas para se movimentar, percebemos que ele não apresenta mais tanto medo caso tenha que se locomover sozinho. Em relação a textos e imagens ampliadas, conseguiu identificar a maioria das letras e até mesmo sílabas, além de conseguir identificar mais facilmente diferentes imagens. Porém, no que se refere aos registros escritos, ainda apresenta muita dificuldade por causa de sua

baixa motricidade fina: não segura o lápis com firmeza e na posição normalmente utilizada: consegue escrever minimamente algumas letras, mas que é difícil de identificar. É importante ressaltar a importância da utilização do caderno de pauta ampliada, o uso de linhas de grade, lápis preto nº 6B (que proporciona uma grafia mais escura) com engrossador e um plano inclinado (que aproxima o material de leitura ou escrita para seu campo de visão, evitando a flexão em excesso do pescoço para baixo), conforme é possível visualizar na figura 1: Figura 1: Estudante realizando a escrita no caderno de pauta ampliada com linhas de grade por meio do lápis com engrossador, estando sob um suporte inclinado O uso destes recursos se mostrou positivo, já que ao longo do ano, ele evoluiu na leitura, conseguindo ler diversas palavras. No registro escrito, continuou apresentando dificuldade devido a dificuldade na motricidade fina. Porém, consegue escrever graficamente, mesmo com dificuldade algumas palavras já e está mais claro de entender do que o que escrevia no início do ano. No computador e tablet teve também um ótimo desempenho. Utilizamos no computador um teclado expandido, que possui um design ergonômico; - teclas grandes e bem espaçadas e cores de alto contraste. Além disso, o teclado foi colocado em um plano inclinado, conforme podemos visualizar na figura 2: Figura 2: Estudante digitando no computador por meio do teclado expandido no suporte inclinado.

O estudante conseguiu identificar grande parte das letras no teclado, conseguiu digitar algumas palavras e pequenos textos quando ditos letra por letra. A única dificuldade é que na grande maioria das vezes ele apertava a tecla muito forte e por um pouco mais de tempo, digitando assim uma letra repetidas vezes. No uso do aplicativo alfabeto melado no tablet, que consiste no contorno das letras do alfabeto por meio dos dedos na tela, inicialmente o Felipe fazia apenas movimentos desconexos na tela, porém, ao longo do ano ele evoluiu, conseguindo fazer alguns movimentos corretos relacionados ao contorno das letras. Por fim, é importante também mencionar que o estudante na calculadora sonora, o estudante também teve um bom desempenho, manifestando interesse e conseguiu identificar os números de 1 a 5. 5. Conclusões Diante do exposto, é possível perceber que a baixa-visão não impede uma criança de se desenvolver. Para isso, vimos que o trabalho com crianças com baixa visão deve ter como principio a estimulação precoce e a utilização plena do seu potencial de visual e dos outros sentidos. Para tanto, é essencial a identificação das necessidades a serem desenvolvidas com o estudante juntamente com o planejamento de estratégias e a inserção de diversos recursos específicos para auxiliar as crianças com baixa visão, garantindo assim sua inserção e aprendizagem na escola comum. Referências BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008. CARVALHO, K. M. M. et al. Visão subnormal: Orientações ao professor do ensino regular. Campinas: Unicamp, 1994, 48 p.