UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO UEMANET CURSO ABERTO DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Neurônios da leitura: o cérebro da pessoa com dislexia
O processamento da leitura no cérebro da pessoa com dislexia é diferente do cérebro de uma pessoa que não apresenta este transtorno. A partir do conhecimento de como se dá esse processo o professor poderá desenvolver estratégias especificas para superar os prejuízos presentes nesse déficit e ter melhores resultados dos seus alunos na aquisição da leitura
Quais os principais sinais da dislexia? Como se dá o processamento da leitura no cérebro da pessoa com dislexia?
A pessoa com dislexia apresenta prejuízos significativos na aprendizagem da aquisição da leitura.
Os prejuízos mais evidentes estão na precisão na leitura de palavras, na velocidade ou fluência da leitura e na compreensão da leitura.
Como relata o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais o DSM-5, o termo Dislexia é uma forma alternativa para fazer referência a um padrão de dificuldades de aprendizagem e que se caracteriza por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de palavras, problemas de decodificação e dificuldades de ortografia.
Quais são os sinais da Dislexia?
O DSM-5 aponta que se o termo dislexia for usado para especificar esse padrão particular de dificuldades, é importante também especificar quaisquer dificuldades adicionais que estejam presentes, tais como dificuldades na compreensão da leitura, no desenvolvimento da escrita ou no raciocínio matemático.
Estes prejuízos causados pela dislexia se mostram muito evidentes nas habilidades acadêmicas, que se apresentam logo no ingresso na escola.
Mas como se processa a leitura no cérebro da pessoa com dislexia? Como conseguem ter êxito na vida social, se apresentam problemas na leitura?
O cérebro é responsável por todo o processamento e integração das informações; nesta perspectiva, o processo educacional tem uma relação direta com o cérebro, através da sua anatomia, composta por áreas interligadas, que assumem funções exclusivas para tal processo de aprendizagem
Vamos agora localizar as a especialização dos hemisférios (Roberto Lent, 2002).
Quais as áreas relacionadas ao processamento da linguagem?
E quais são as áreas cerebrais afetadas quando uma pessoa apresenta dislexia?
E como a leitura se processa no cérebro?
Porque o professor deve ter conhecimentos sobre como a leitura se processa no cérebro?
O neurocientista francês Stanislas Dehaene, um dos maiores pesquisadores da área e defensor de que a neurociência deve ir à escola afirma na obra neurociências da leitura que o conhecimento do impacto da leitura no cérebro pode melhorar métodos de alfabetização para crianças (DEHAENE, 2012).
Quais auxílios podem ser disponibilizados para a pessoa com dislexia?
Elogiar e reconhecer o esforço, não o resultado; Permitir maior tempo para a execução de tarefas; Dar ordens verbais curtas e simples e repetir para verificar a compreensão; Auxiliar a leitura de palavras, enunciados e textos; Exemplificar com desenhos, esquemas visuais, gravuras, as informações do texto ou aula; Considerar o progresso da criança em relação a ela mesma e evitar comparações; Organizar um ambiente silencioso bem iluminado, confortável, livre de distrações para fazer a lição e estudar; Ser paciente, tolerante, prático, organizado e ajudar tudo que lhe for possível.
Revisão Como vimos, as pessoas com dislexia revelam muitas dificuldades em adquirir e desenvolver o mecanismo da leitura e da escrita. Apresentam uma leitura muito lenta, com diversas incorreções, erros e trocas de letras e sílabas, e dificuldades na compreensão da informação lida. Para intervenção, se faz necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que possibilite os apoios necessários para com o aluno com prejuízos na leitura, principalmente na escola.
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