DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: DISLEXIA, DISGRAFIA E DISCALCULIA
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- Cíntia Eger Palma
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1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: DISLEXIA, DISGRAFIA E DISCALCULIA
2 O processo da leitura no cérebro Existem duas áreas do córtex cerebral que estão relacionadas com a capacidade de comunicação por meio da linguagem verbal. A primeira localiza-se no lobo frontal do hemisfério esquerdo e é conhecida como área de Broca. Essa região está relacionada com a expressão da linguagem, e as pessoas que possuem lesão nessa área, embora compreendam o que se diz a eles, comunicam-se com dificuldade, apenas por palavras isoladas e monossílabos.
3 A segunda localiza-se na junção entre os lobos temporal e parietal, também do lado esquerdo, e está relacionada com a compreensão da linguagem. Sua lesão faz com que as pessoas sejam incapazes de entender o que se diz a eles e, embora possam falar com fluência o que dizem não tem sentido. Essa região leva o nome de área de Wernicke.
4 Portanto, as áreas do cérebro que estão relacionadas com a linguagem falada, são construídas a partir de informações genéticas, logo, a fala não precisa ser ensinada. As crianças adquirem espontaneamente no contato com a comunidade social que a utiliza.
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6 A linguagem escrita não dispõe de um aparato neurobiológico preestabelecido. Ela precisa ser ensinada, ou seja, é necessário o estabelecimento de circuitos cerebrais que a sustentem, o que se faz por meio de dedicação e exercício. A aprendizagem da leitura modifica permanente o cérebro permanentemente o cérebro, fazendo com que ele reaja de forma diferente não só aos estímulos lingüísticos visuais, mas também na forma como processa a própria linguagem falada.
7 As modernas técnicas de pesquisa, que utilizam neuroimagem funcional ou registros elétricos precisos, revelaram a existência de três centros corticais importantes para a leitura das palavras. Um deles se localiza no lobo frontal, em região que coincide, em parte, com a área de Broca; outro se localiza na junção parieto-temporal, também coincidindo parcialmente com a área de Wernicke, e o terceiro está situado na junção occipito-temporal.
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9 Algumas teorias procuram explicar a ativação desses centros durante a leitura das palavras, chamado modelo de dupla via. Segundo essa teoria, os estímulos visuais são levados pelas vias ópticas até o córtex cerebral, depois de ser percebida pelas áreas corticais da visão, a palavra pode passar por duas vias para ser decodificada em termos da linguagem. Na primeira, ocorre um processo de montagem grafo-fonológica, que converte passa a passo as letras em sons. Na segunda via, que termina na área occipito-temporal, a palavra é reconhecida de forma global por um processo de identificação direta, e por isso mesmo essa área é conhecida como área da forma visual da palavra. Ambas as vias convergem para área de Wernicke, relacionada coma decodificação semântica ou com o significado da palavra.
10 Aprender a ler é uma tarefa complexa que exige várias habilidades, entre elas o conhecimento dos símbolos da escrita e sua correspondência com os sons da linguagem.
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12 Etimologicamente, dislexia deriva dos conceitos dis (desvio) + lexia (leitura, reconhecimento das palavras). De origem neurobiológica, a dislexia afeta, portanto, a aprendizagem e utilização instrumental da leitura, resultando de problemas ao nível da consciência fonológica3, independentemente do quociente de inteligência (QI) dos indivíduos.
13 De origem neurobiológica, a dislexia afeta, portanto, a aprendizagem e utilização instrumental da leitura, resultando de problemas ao nível da consciência fonológica, independentemente do quociente de inteligência (QI) dos indivíduos.
14 A dislexia não reflete um déficit generalizado na linguagem, porém uma alteração relacionada a um componente específico do sistema linguístico. Atualmente, as pesquisas apontam para um problema fonológico. Isto quer dizer que o problema do disléxico se encontra na dificuldade em reconhecer o som das palavras. O módulo fonológico é uma espécie de fábrica de linguagem
15 Não há acordo quanto à identificação de uma causa exclusiva para a dislexia. Alguns autores afirmam mesmo que se trata de uma perturbação de causas múltiplas.
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17 Vídeo
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19 1. Indicadores Possibilidade de atraso de linguagem. Dificuldade em nomeação. Dificuldade na aprendizagem de música com rimas. Palavras pronunciadas incorretamente; persistência de fala infantilizada. Dificuldade em aprender e se lembrar dos nomes das letras. Falha em entender que palavras podem ser divididas (sílabas e sons). Dificuldade de alfabetização. 2. Dificuldades Básicas Dificuldade de alfabetização. Leitura sob esforço. Leitura oral entrecortada, com pouca entonação. Tropeços na leitura de palavras longas e não familiares. Adivinhações de palavras. Necessidade do uso do contexto para entender o que está sendo lido.
20 3. Desdobramentos com o avançar da escolaridade Leitura lenta, não automatizada. Dificuldade em ler legendas. Falta de compreensão do enunciado, prejudicando outras disciplinas. Substituição de palavras no mesmo campo semântico (Ex: mosca/ abelha). Substituição de palavras por aproximação lexical, atrapalhando a interpretação geral (Ex: na solicitação de trabalho de geografia sobre os eslavos, o adolescente faz um sobre os escravos). Dificuldade para aprender outros idiomas. 4. Alterações na escrita Omissões, trocas, inversões de grafemas (surdo/sonoro: p/b,t/d, k/g, f/v, s/z, x/j; em sílabas complexas: paria ao invés de praia, trita ao invés de trinta) e outros desvios fonológicos. Dificuldade na expressão por meio da escrita. Dificuldades na concordância (sem que apresente oralmente). Dificuldade na organização e elaboração de textos escritos. Dificuldades em escrever palavras irregulares (sem correspondência direta entre grafema e fonema dificuldades ortográficas ).
21 Metodologia Aumentar os recursos visuais em sala de aula Possibilitar pausas durante as aulas Antecipar os conteúdos Bloco de auxilio com palavras grafadas Possibilitar que as respostas sejam dadas em forma de tópicos
22 DISGRAFIA
23 Etimologicamente, disgrafia deriva dos conceitos dis (desvio) + grafia (escrita), ou seja, é uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia. (Torres & Fernández, 2001, p. 127); prende-se com a codificação escrita ( ), com problemas de execução gráfica e de escrita das palavras (Cruz, 2009, p. 180).
24 A criança com disgrafia apresenta uma escrita desviante em relação à norma/padrão, isto é, uma caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas (A.P.P.D.A.E., 2011b); a chamada letra feia.
25 Cinel (2003), apresenta-nos cinco grupos de causas promotoras da disgrafia: - Distúrbios na motricidade ampla e fina, relacionados com a falta de coordenação entre o que a criança se propõe fazer (intenção) e o que realiza (perturbações no domínio do corpo); - Distúrbios na coordenação visomotora, associada à dificuldade no acompanhamento (visual) do movimento dos membros superiores e/ou inferiores; - Deficiência na organização temporoespacial (direita/esquerda, frente/atrás/lado e antes/depois); - Problemas na lateralidade e direccionalidade (dominância manual); - Erros pedagógicos, relacionados com falhas no processo de ensino, estratégias inadequadamente escolhidas pelos docentes ou mesmo desconhecimento deste problema
26 Para auxiliar a criança com disgrafia, além de estabelecer um relação de confiança, é necessário incentivar todos os esforços, reforçar positivamente a caligrafia e contemplar aspectos psicomotores, que determinam a capacidade gráfica do indivíduo.
27 Torres & Fernández (2001) acrescentam ainda a necessidade de se contemplarem técnicas de relaxamento global e segmentar, que podem ajudar a criança a reduzir os índices de ansiedade, stresse, frustração e também baixa autoestima. Como sabemos, estas crianças são, na sua generalidade, alunos tímidos, sossegados (mas inquietos internamente), com motivação/interesse pela escola reduzidos e com baixos níveis de autoestima e autoconceito.
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29 Etimologicamente, discalculia deriva dos conceitos dis (desvio)+ calculare (calcular, contar), ou seja, é um distúrbio de aprendizagem que interfere negativamente com as competências matemática de alunos que, noutros aspetos, são normais. (Rebelo,1998a, p. 230). Assim, trata-se de uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa compreender e manipular números. (Filho, 2007).
30 A criança com discalculia apresenta dificuldade em resolver cálculos matemáticos simples. São afetados principalmente três campos: compreensão dos fatos numéricos (adição, subtração, multiplicação e divisão simples); realização de procedimentos matemáticos (como divisão de números grandes ou soma de frações) e semântica (compreensão da linguagem usada em problemas).
31 Kocs (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:
32 Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos. Discalculia Ideognóstica Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos. Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
33 Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações. Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente. Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos
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35 Metodologia Permitir que o aluno utilize tabuada, calculadora e cadernos quadriculados. Elaborar exercícios e provas com enunciados mais claros e diretos. Procurar usar situações concretas, nos problemas. Não forçar o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido;
36 Utilizar jogos pedagógicos: Material dourado: Trabalha o sistema de numeração decimal. Jogo da memória: Trabalha a capacidade memorização e de fazer estratégias. Tangran: Trabalha as formas geométricas, buscas de solução, percepção de figura e formas,
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