AUDITORIA EM PASSIVOS AMBIENTAIS



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Transcrição:

AUDITORIA EM PASSIVOS AMBIENTAIS CINTIA CARDOSO (G-UEM) JULIANA BAU SILVEIRA (G-UEM) LUCIMARA ALBINO BENETON (G-UEM) NAYARA G. BERTO (G-UEM) SYLMARA MALTA ROCHA (G-UEM) ALICE FATIMA RODRIGUES (UEM) REINALDO RODRIGUES CAMACHO (UEM) Resumo Os Passivos Ambientais são todos os investimentos feitos no sentido de preservar o meio ambiente ou prevenir acidentes que possam lhe causar danos. Nesses investimentos está inserido o quanto a empresa gasta com adequação de suas máquinas, pessoal, estrutura, compra da matéria-prima, conscientização da população, multas decorrentes de danos causados pela entidade. Através de pesquisas feitas para a elaboração desse estudo pôde-se observar que esses passivos estão se tornando cada vez mais importantes e imprescindíveis mediante o número de acidentes que vêem ocorrendo contra a natureza e cada vez mais as empresas estão se conscientizando com relação a esse fato e investindo na forma de evitar tais acidentes que acarretem danos à sociedade, mesmo porque as mesmas serão cobradas, nesse sentido, principalmente diante de transações entre empresas. Neste contexto a contabilidade como ciência social, responsável por gerar informações sobre o patrimônio das empresas, busca adequar a forma de evidenciar e controlar as contas do Passivo Ambiental, gerando assim a necessidade de verificação de sua adequação e procedimentos, como qualquer outra conta patrimonial. Com isso surge a Auditoria Ambiental com o intuito de orientar as empresas na escrituração, mensuração de valores, evidenciação de passivos ambientais e prevenção de gastos. A auditoria funciona como uma garantia à sociedade de que a empresa está recuperando os danos que sua atividade operacional está causando ao meio ambiente. Palavras-chave: Meio Ambiente; Passivo Ambiental; Auditoria. Introdução Esse estudo está focado na importância de se evidenciar corretamente os Passivos Ambientais, bem como se procede à auditoria desses passivos e as dificuldades para confirmação de sua real existência e mensuração de valores. A pesquisa foi desenvolvida com o intuito de mostrar como é importante que às empresas procurem reconhecer e evidenciar seus Passivos Ambientais, se preocupando com o

2 bem estar da sociedade onde estão inseridas, mesmo porque isso pode inclusive demandar sua continuidade. Será abordado ainda que com o surgimento de Passivos Ambientais surgem também à necessidade de verificação das normas de contabilização, de mensuração de valores, de conformidades de procedimentos contábeis, daí a Auditoria em Passivos Ambientais, para, exatamente, garantir que estes registros sejam feitos de maneira correta de modo a assegurar os direitos da população, que não podem arcar com os danos causados pela empresa no seu processo produtivo e até mesmo com um acidente ecológico. Evidenciasse-a ainda como é difícil o trabalho do auditor nesse ramo, pois o mesmo para executar sua tarefa tem que partir para busca de dados fora da empresa, ou seja, não basta apenas conferir contas e identificar quais empréstimos, por exemplo, foram feitos para pagarem multas de danos causados, é preciso que ele saia a campo para observar se realmente existem os tais passivos ambientais na prática, para isso ele se utiliza de fotos e observações. O objetivo maior desse estudo está no fato de mostrar que as empresas precisam se conscientizar de que, se elas danificaram o meio ambiente, é seu dever recuperá-lo. A melhor opção para evitar danos ao meio ambiente, multas, acidentes ecológicos e perda da credibilidade da empresa, é se prevenir, ou seja, as empresas devem tomar medidas com o intuito de evitar tais conseqüências danosas decorrentes de suas atividades operacionais. Tem como objetivo ainda contribuir literariamente com esse assunto que pouco tem sido abordado mesmo diante de sua importância e relevância nos últimos anos, principalmente quando se trata de danos ao meio ambiente acarretando conseqüências a sociedade que acaba sofrendo, muitas vezes, por essa degradação. Para a elaboração deste estudo foi utilizado pesquisas bibliográficas em livros, artigos e internet com o intuito de levantar dados para o esclarecimento e maior entendimento desse assunto que se torna cada vez mais presente nas empresas. Passivo Ambiental: conceito, origem e formas de aquisição. Passivo ambiental é todo gasto decorrente da conservação ou recuperação do meio ambiente. Nesse contexto pode-se citar: as multas decorrentes das infrações cometidas contra o meio ambiente, os investimentos em mão-de-obra especializada em gestão ambiental, campanhas populacionais através de programas de incentivo a conservação do meio ambiente,

3 treinamentos dos funcionários, etc. com o intuito de preservar e recuperar o ambiente danificado ou que poderá vir a se danificar. Ribeiro (2005, p. 75 e 76) conceitua: Passivo ambiental se refere aos benefícios econômicos ou aos resultados que serão sacrificados em razão da necessidade de preservar, proteger e recuperar o meio ambiente, de modo a permitir a compatibilidade entre este e ao desenvolvimento econômico ou em decorrência de uma conduta inadequada em relação a estas questões. O IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), segundo NPA 11 Balanço e Ecologia conceitua o Passivo Ambiental como: (...) toda agressão que se praticou/pratica contra o Meio Ambiente e consiste no valor dos investimentos necessários para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações em potencial. Conforme Ribeiro (2005, p. 77 e 78) a origem dos passivos ambientais ocorrem dentro de algumas empresas através das suas atividades operacionais que implicam na destruição ou consumo de elementos da natureza. Outros passivos ambientais podem surgir antecipadamente a um possível acidente ecológico e trazem um retorno positivo no sentido de reconhecimento social para a entidade. Outras ainda, não reconhecem as obrigações a partir do seu fato gerador o que provoca o não conhecimento dos possíveis efeitos que a degradação do meio ambiente poderá ocasionar em seu patrimônio. Ainda segundo Ribeiro (2005), as obrigações de Passivos Ambientais decorrem de três tipos, tais como: Legais ou Implícitas, Construtivas e Justas. Legais ou Implícitas: as obrigações legais procedem de Legislação ou de uma outra forma prevista em Lei. Faz com que a empresa devolva ao meio ambiente o que ela utilizou no seu processo operacional. Por exemplo, uma indústria de papel que utiliza madeira como matéria-prima será obrigada a reflorestar o lugar onde essas árvores foram cortadas. Já as obrigações implícitas, decorrem de fatos ocorridos anteriormente que causaram danos ao meio ambiente e, para evitar maiores gastos com multas, perda de credibilidade da empresa etc., a mesma se antecipa ao fato e começa a investir na causa de recuperação dos danos causados. Construtivas: parte da consciência da própria entidade, que pensando no bem estar social, vai além das obrigações legais, trazendo para si um ótimo marketing e fazendo com que a empresa cresça na aceitação popular pelos seus feitos em prol da sociedade. Neste caso, podemos citar uma empresa que desembolsa dinheiro para projetos comunitários como, por exemplo: programas de coleta seletiva, ajuda para instalação de rede de esgoto e galerias pluviais.

4 Justa: comprovado que a empresa causa degradação do meio ambiente, é justo que a entidade faça a recuperação do mesmo. Ela pode até se antecipar aos danos e evitar tal destruição, mostrando com isso uma preocupação social e ética com o meio em que está inserida. Como exemplo podemos citar o caso de uma usina de cana de açúcar, antes do corte é feita à queimada da plantação o qual exala muita fuligem e faz com que polua o ar, trazendo consigo problemas respiratórios para os vizinhos da usina, uma posição justa para esse caso seria a empresa arcar com o tratamento para as pessoas afetadas. Ribeiro (2005) exemplifica várias formas que uma empresa poderia adquirir em seus relatórios um Passivo Ambiental, tais como: Fornecedores: contas a pagar: poderão ser contraídas a partir da compra a prazo de insumos e equipamentos antipoluentes; Salários, encargos trabalhistas: decorrentes de contratação de pessoal qualificado para desempenhar atividades relacionadas à prevenção ou recuperação ambiental; Provisões: deverão ser contabilizadas quando há possibilidade de gastos futuros decorrentes de multas ambientais, os valores deverão ser estimados com base nos eventos que poderão incorrer. Ainda de acordo com Ribeiro (2005), os valores dos Passivos deverão ter todos os gastos possíveis para serem efetuados, e devem ser contabilizados a partir do momento que o fato gerador ocorrer. No caso de um gasto (custo / despesa) ambiental o fato gerador fica caracterizado e passível de registro no consumo de recursos econômicos, para o registro como exigibilidade / obrigação o fato gerador caracteriza-se ao assumir a obrigação seja pôr força legal ou pelo conservadorismo. No caso das estimativas (provisões) ela poderá ser feita quando houver dificuldade de avaliar o total do Passivo Ambiental e terá como base as experiências anteriores da empresa ou conhecimentos sobre técnicas e legislação. Classificação e mensuração do Passivo Ambiental. De acordo com Paiva (2003), podem existir dois tipos de passivos ambientais, classificados por normais e anormais, sendo que os normais são gerados no processo produtivo, como por exemplo, fábricas que exalam por suas chaminés gases tóxicos e

5 poluentes; uma maneira para amenizar essa exalação seria a utilização de filtros nas chaminés ou trocar os insumos por outros menos poluentes. Os passivos anormais são aqueles que não são previstos como, por exemplo, a liberação de gases poluentes ou líquidos ocasionados por um fenômeno natural (terremotos, maremotos, raios, etc.). Muitas vezes, ao nos referirmos ao Passivo Ambiental, temos a idéia de que o mesmo deverá ser mensurado dentro do Balanço Patrimonial. Mas segundo a NBC T 15 Informações de Natureza Social e Ambiental, aprovada pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade) e também aceita por diversos outros órgãos como por exemplo: o IBRACON e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela intercessão da Resolução 1.003/04 de 19 de agosto de 2004 que entrou em vigor desde 1º de janeiro de 2006, eles podem também, ser representado em outros tipos de demonstrações. Ela deverá ser uma espécie de apêndice das demonstrações contábeis, não podendo fazer parte das notas explicativas e sim como objeto de comparação entre exercícios atuais e anteriores. Esta norma estabelece procedimentos para demonstração de informações ambientais e sociais e salienta que nenhuma organização está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de Natureza Social ou Ambiental, mas as que optarem, deve seguir as regras estabelecidas pela Norma citada. De acordo com o item 1.5.1.3. da Resolução CFC nº. 1.003/04: A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora instituída, quando elaborada, deve evidenciar os dados e as informações de natureza social e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos determinados por esta norma. Segundo a NBC T 15 (Informações de Natureza Social e Ambiental) as informações que possui caráter ambiental e social são: Interação com o meio ambiente; Interação da empresa com o meio externo; Os recursos humanos; A geração e a distribuição de riquezas. Toda a responsabilidade pelas informações apresentadas nas demonstrações contábeis obrigatórias ou não, como é o caso de demonstrações acerca do Passivo Ambiental é do contador, que deverá estar devidamente registrado no CRC. De acordo com a Norma (NBC T 15), as informações que estarão contemplando a Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental são as seguintes: Investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a melhoria do meio ambiente;

6 Investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes degradados; Investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados, terceirizados, autônomos e administradores da entidade; Investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade; Investimentos e gastos com outros projetos ambientais; Quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a entidade; Valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas administrativa e/ou judicialmente; Passivos e contingências ambientais. Pode-se citar como exemplo de classificação a que a empresa PETROBRAS utiliza em suas demonstrações contábeis, no seu Passivo a empresa apresenta a conta Provisão para contingência a qual é detalhada em notas explicativas. Nesse caso ela relata que a Provisão refere-se a envolvimentos em processos legais de diversas naturezas inclusive ambiental os quais foram provisionados em decorrência a acidentes que causaram a degradação / poluição do meio ambiente, os valores ali mencionados são os que a companhia poderia estar pagando de multas pelo ocorrido. O IBRACON recomenda que as contas do passivo ambiental tenham um grupo específico e sejam bem identificadas. Por exemplo, se a empresa solicita um empréstimo para aquisição de materiais de prevenção de acidentes ambientais, esse empréstimo deverá ser contabilizado de forma a evidenciar sua utilização como passivo ambiental, sem que se confunda com empréstimos para atividades operacionais. Dessa forma, o usuário terá mais facilidade em visualizar e tomar as decisões necessárias. Infelizmente, muitas vezes essa recomendação não vem sendo cumprida pelas empresas, tornando assim a identificação de seus passivos ambientais muito difíceis e trabalhosas, principalmente nos processos de auditoria. Uma maneira de ser mensurados os passivos ambientais é proposta por Ribeiro (2005, p. 112-113) que determina a evidenciação em subgrupo especifico das exigibilidades, se forem não relevantes os seus valores e componentes deverão ser descritos em notas explicativas e em caso de ser relevante ele deverá fazer parte do Balanço Patrimonial e terá uma conta especifica. A autora Ribeiro (2005), coloca ainda que em caso de obrigações não passiveis de mensurações estas deverão também constar em notas explicativas explicando o

7 porquê da não mensuração e a data de quando essa exigibilidade deverá ser quitada. E para os casos de provisões também deverá ser apresentados em notas explicativas devendo conter em sua apresentação a natureza e a estimativa dos gastos ambientais, as incertezas relativas à sua realização e o momento de possível realização.. Importância do Passivo Ambiental nas empresas. Atualmente muitos bancos e financiadoras nacionais e internacionais tais como BID (Banco Internacional Desenvolvimento), BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento), IFC (Corporação Financeira Internacional) entre outros estão exigindo que as entidades tenham projetos de preservação e recuperação do meio ambiente, para só assim liberarem os créditos solicitados pela empresa. É necessário saber o quanto à entidade é confiável e respeita o meio ambiente. No caso de uma entidade agredir a natureza no seu processo industrial e não recuperar os danos causados, os créditos não são liberados, pois provavelmente essa empresa sofrerá algum tipo de autuação e multas, afetando assim sua credibilidade. O ISO (International Organization for Standardization) 14000 foi criado para orientar gestores de empresas muito poluidoras, inclusive auditores e fiscais. Ele visa à melhoria do desempenho nas empresas procurando implantar um sistema de gestão ambiental, através de diretrizes, onde se inclui o planejamento, estruturação, desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão ambiental. Todas as empresas que tem um grande grau de poluição devem possuir o ISO 14000 para que tenha um maior credenciamento perante o governo e a sociedade. Através disso, surgiu à auditoria ambiental. A evidenciação das contas do passivo ambiental se tornou uma importante ferramenta de gestão, pois elas influenciam na compra, venda, incorporação e outros tipos de ações entre empresas, pois danos causados anteriormente podem recair sobre o novo proprietário. Ele funciona como um elemento de decisão no sentido de identificar, avaliar e quantificar posições, custos e gastos ambientais potenciais que precisam ser atendidos a curto, médio e a longo prazo. O Passivo Ambiental muitas vezes é visto como algo negativo para com as empresas que o possuem, por estarem relacionados com danos ao meio ambiente. Mas ele pode estar evidenciando medidas de prevenção ou até mesmo recuperação de algum dano inevitável, como é o caso do reflorestamento realizado pelas empresas de papel, mostrando assim, a

8 preocupação em cuidar do meio ambiente. Dessa forma, nota-se que em sua grande maioria a presença do passivo ambiental no balanço das empresas pode ser algo positivo. A Petrobrás é uma dessas empresas que investem na preservação do meio ambiente. Seus investimentos já passaram da marca de 36 milhões em projetos ambientais, conforme demonstrado no Quadro 1: Quadro 1 - Investimentos em projetos ambientais patrocinados pela Petrobrás Holding Valor investido em 2005 (R$) Seleção Pública 11.324.588,62 Projetos de continuidade 5.976.017,00 Outros 18.912.357,10 Total 36.212.962,72 Fonte: www.petrobras.com.br Como se pode observar as empresas de um modo geral estão se preocupando cada vez com a questão de evidenciar seus passivos ambientais, pois os mesmos representam uma garantia de que a empresa está disposta a evitar e recuperar os danos causados no meio ambiente em função do seu processo produtivo. Auditoria Contábil e Ambiental. A auditoria contábil tem como objetivo emitir um parecer sobre a adequação ou não de documentos consoantes aos Princípios Fundamentais de Contabilidade a as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. Para COOK (1983, p. 04), a auditoria contábil se define como: (...) o estudo e avaliação sistemática de transações, procedimentos, operações e das demonstrações financeiras resultantes. Sua finalidade é determinar o grau de observância dos critérios estabelecidos e emitir um parecer sobre o assunto. A auditoria ambiental surge da necessidade das empresas em se manterem dentro das normas para não agredirem o meio ambiente, ou seja, essa auditoria trabalha no sentido de orientar a entidade na prevenção de acidentes que causem danos ao meio e acarretem prejuízos para a empresa. A auditoria ambiental, então, vem a ser segundo D AVIGNON (2003, p. 13): (...) um instrumento usado por empresas para auxiliá-las a controlar o atendimento as políticas, práticas, procedimentos e/ ou requisitos estipulados com o objetivo de evitar a degradação ambiental.

9 Segundo essas definições pode-se dizer que a auditoria trata da vistoria que é feita dentro de uma empresa, sendo ela na parte contábil onde visa manter a continuidade da mesma, verificando se suas praticas contábeis estão de acordo com parâmetros estabelecidos pelos órgãos reguladores e, na parte ambiental propõe verificar e orientar as empresas na implementação e equipação correta seguindo as orientações da legislação ambiental. Ribeiro (2005, p. 154) define essas auditorias como: Enquanto a auditoria contábil se preocupa com a adequação das práticas e procedimentos a luz dos princípios fundamentais da contabilidade, visando a continuidade da empresa, a auditoria ambiental volta-se para as práticas e procedimentos utilizados na operacionalização do controle e conservação ambientais, comparativamente aos parâmetros estabelecidos no sistema de gerenciamento adotado, com vistas à continuidade da empresa sem agressão ao meio ambiente. Entende-se que a auditoria por si só preocupa-se em manter a entidade nas conformidades das normas estabelecidas pelos princípios fundamentais de contabilidade, para manter suas atividades, enquanto que a auditoria ambiental preocupa-se em manter a empresa em conformidade com o meio ambiente, ou seja, orientando-a para a preservação do meio onde está inserida. Tanto a auditoria contábil como a auditoria ambiental irão contribuir para a continuidade da entidade. As auditorias específicas são, na maioria das vezes, realizadas com intenção de venda e fusões de empresas e têm a intenção de identificar os passivos ambientais existentes, nos quais influenciam consideravelmente no valor do bem. Se com a auditoria realizada for identificado a necessidade de adquirir ou aperfeiçoar os passivos ambientais, a negociação pode então tomar um novo rumo, dando aos envolvidos informações para uma decisão mais segura. Além disso, se as empresas tiverem conhecimento dos passivos ambientais antes da compra ou fusão, saberão quais passivos poderão assumir e no futuro não alegarão desconhecimento para fugir de suas responsabilidades. Segundo o Ibracon pela NPA 11 art. 24 determina que: (...) o auditor independente, no caso das empresas que agridem, em maior intensidade, o Meio Ambiente (carvão, cimento, ferro, metalúrgicas, minerações, papel celulose, petroquímica, etc.), deverá aprofundar os seus exames, visando à transparência dos informes, sua compatibilização e os riscos de comprometimento da continuidade da empresa-cliente, com base no laudo daqueles especialistas. Por isso, a consciência de realizar um levantamento dos Passivos Ambientais, confeccionado por Auditores Ambientais e implantado pelos meios empresariais é um procedimento dos mais recomendáveis. Os efeitos ambientais podem ser de ocorrência da atividade produtiva da empresa ou por causas que já foram previstas, mas que não ocorreram ainda, mas que já foram

10 identificadas no presente. Durante o processo de levantamento dos Passivos Ambientais, devemos levar em consideração algumas observações como mostra o site (2006, www.gestiopolis.com) tais como: Inspeção da entidade ou processo no âmbito ambiental; Fotografar os itens do passivo, caso seja encontrado; Fazer uma identificação dos processos que levaram a existência dos passivos; Fazer uma identificação dos processos que levaram a existência dos passivos; Caracterizar os itens do Passivo Ambiental e seus processos que ocasionaram sua origem; Classificar o passivo, levando em conta sua representatividade e também os de seus processos geradores; Estabelecer medidas preventivas e corretivas para cada conta do Passivo Ambiental e orçar os custos destas medidas (levantamento utilizado quando a entidade procura manter atividades de prevenção e correção do meio ambiente). O trabalho do auditor é complementado com investigações de campo rápidas e abrangentes. O objetivo da auditoria é eliminar as situações de não-conformidade e seus respectivos custos. As informações sobre o Passivo Ambiental deverão ser auditadas por um Auditor Independente, conforme nos mostra a NBC T 15 item 1.5.3.3: A Demonstração de Informações de natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor independente, a ser publicada como relatório deste, quando a entidade for submetida a esse procedimento. Um dos problemas enfrentados para os auditores nesse tipo de auditoria em passivos ambientais é a não classificação correta das contas, pois em muitas empresas não é titulada como uma obrigação ambiental, o Ibracon recomenda, pela NPA 11 art. 21, a utilização da nomenclatura que determina se a obrigação decorre ou não da gestão ambiental, conforme segue: Seria recomendável que, seja no Ativo seja no Passivo Ambiental, os valores decorrentes de investimentos na área de Meio Ambiente fossem apresentados em títulos contábeis específicos, identificando, numa segmentação adequada, (...) os Passivos Ambientais (Financiamentos Específicos, Contingências Ambientais definidas, etc.). Sendo classificada desta forma ou não, o Ibracon (NPA 11 art. 23) determina que o auditor independente deve examinar e certificar que todos os Passivos Ambientais estão evidenciados nas demonstrações contábeis e em suas notas explicativas.

11 O projeto de lei 1254/2003 criado pelo deputado César Medeiros do PT/MG que ainda está em tramitação na câmara, obriga que as empresas realizem periodicamente auditorias ambientais. De acordo com o Artigo 11, 5 desse projeto de lei: O passivo e o ativo ambiental verificados na forma do 4º devem constar dos sistemas, balanços e registros de controle contábil da empresa ou entidade, sob pena de nulidade dos mesmos.. Se esse projeto de lei for aprovado, fica obrigatório, então, as auditorias ambientais. Isso ajudará a qualificar e quantificar o passivo ambiental das empresas. Com a obrigação de contabilização desse passivo, todos terão acesso a essas informações e não só algumas pessoas da empresa. Embora muitas empresas pequenas acreditem que não haja necessidade da realização dos processos de auditoria, o que deve determinar essa necessidade ou não, é o seu potencial de poluição e não o tamanho da empresa. Além do mais, esses processos não são úteis apenas para evitar multas, mas sim para evitar que danos sejam causados ao meio ambiente. Alguns estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná já possuem leis sobre auditoria ambiental para regulamentar o cumprimento das leis ambientais. Conclusão Observou-se através deste estudo, que o reconhecimento dos passivos ambientais pelas empresas se torna cada vez mais importante, pois asseguram os direitos da população em relação à destruição da natureza e a própria continuidade da empresa. Esse elemento merece tal importância por causa dos problemas que surgiram a respeito de efeitos danosos e poluição decorrente do processo produtivo das empresas, fazendo com que as entidades se preocupem com esse elemento tanto na sua gestão estratégica quanto para sua situação patrimonial, que poderá ser afetada no caso de multas decorrentes de acidentes ecológicos ou a não aprovação de financiamentos junto aos Bancos Internacionais. A Auditoria Ambiental surge com o objetivo de checar se o reconhecimento foi feito corretamente pelas empresas e orientar os registros dos Passivos Ambientais, dando às entidades meios para as mesmas mensurarem valores, desenvolverem seus procedimentos, elaborarem relatórios e orientando a não agressão ambiental, mostrando que essa atividade não é fácil de se desenvolver, mas que se torna cada vez mais imprescindível principalmente em transações entre empresas.

12 As empresas que em suas atividades tem ligação com o meio ambiente, precisam se adequar a este novo cenário que é a inserção nos seus relatórios de sua contribuição junto ao meio ambiente, mensurando nestes os seus Passivos Ambientais, pois isso irá demandar sua continuidade. Referências Balanço Ambiental de 2005. [online] Disponível na internet via www.petrobras.com.br. Visitado em 01 de Junho de 2006. Câmara dos Deputados. [online] Disponível na internet via www.camara.gov.br/sileg/integras/339586.htm. Visitado em 02 de Junho de 2006. Comissão de meio ambiente e Desenvolvimento Sustentável. [online] Disponível na internet via www.camara.gov.br/sileg/integras/227253.htm. Visitado em 06 de Junho de 2006. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. [online] Disponível na internet via www.cetesb.sp.gov.br. Arquivo capturado em 26 de junho de 2006. COOK, John W. et al. Auditoria Filosofia e Técnica. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 1983. D AVIGNON, Alexandre; et al. Manual de Auditoria Ambiental. 2ª ed. Rio Janeiro: Qualitymark, 2003, p.13. Especialistas em Meio Ambiente. [online] Disponível na internet via www.geoklock.com.br. Endereço visitado em 22 de junho de 2006. Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IBRACON. [online] Disponível na internet via www.ibracon.org.br. Visitado em 06 de Junho de 2006. Legislação Ambiental. [online] Disponível na internet via http://www.waterloo.com.br/consultoria7.htm. Visitado em 05 de Junho de 2006.

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