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Transcrição:

ANO XXVII - 2016-4ª SEMANA DE SETEMBRO DE 2016 BOLETIM INFORMARE Nº 39/2016 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA FACTORING - ASPECTOS TRIBUTÁRIOS... Pág. 564 SIMPLES NACIONAL COMPOSIÇÃO E MOMENTO DO RECONHECIMENTO DA RECEITA BRUTA PARA FINS DE TRIBUTAÇÃO NO SIMPLES NACIONAL - ALGUMAS ALTERAÇÕES... Pág. 565

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Sumário 1. Introdução 2. PIS e COFINS 3. IRPJ e Contribuição Social 4. Imposto Sobre Operações Financeiras - IOF 5. Imposto Sobre Serviços - ISS 1. INTRODUÇÃO FACTORING Aspectos Tributários Abordaremos neste trabalho os aspectos tributários das empresas de fomento comercial (factoring), com base nas Leis nºs 10.637/2002, 10.833/2003 e 9.430/1996, na Instrução Normativa RFB nº 907/2009 e em outras fontes citadas no texto. 2. PIS E COFINS O Ato Declaratório SRF nº 09, de 23.02.2000 (DOU de 25.02.2000), estabeleceu que a base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e Financiamento da Seguridade Social - COFINS, das empresas de fomento comercial (factoring), é o valor do faturamento mensal, assim entendido a totalidade das receitas auferidas, nos termos do art. 3º da Lei nº 9.718/1998, inclusive a receita bruta auferida com a prestação cumulativa e contínua de serviços: a) de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos; b) de administração de contas a pagar e a receber; c) de aquisição de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços. Neste caso, o valor da receita a ser computado é o valor da diferença verificada entre o valor de aquisição e o valor de face do título ou direito creditório adquirido. As empresas de fomento comercial (factoring) estão sujeitas a não-cumulatividade, devendo apurar a Cofins com a aplicação da alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento) e o Pis 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). As normas para o cálculo e pagamento das contribuições mensais ao PIS/PASEP e à COFINS, devidas sobre a receita bruta das empresas tributadas com base no lucro real, na modalidade de incidência não-cumulativa foram abordadas no Bol. INFORMARE nº 27/2015 deste caderno. 3. IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL De acordo com o art. 14, inc. VI, da Lei nº 9.718/1998, as empresas que explorem a atividade de factoring ficam obrigadas à tributação com base no lucro real. Essas empresas devem computar na base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro as receitas de Faturização pelo regime de competência, obedecendo às regras aplicáveis ao regime de apuração adotado: balanços trimestrais ou por estimativa. Caso a empresa opte pelo recolhimento com base na estimativa mensal, deverá utilizar o percentual de 32% (trinta e dois por cento) para determinar a base de cálculo do IRPJ. Se a receita bruta anual da empresa for de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), poderá utilizar o percentual de 16% (dezesseis por cento) para determinação da base de cálculo do IRPJ. No caso da CSLL, a base de cálculo será apurada mediante aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta mensal. 4. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS IOF De acordo com o art. 6º da IN RFB nº 907/2009, alterada pela IN RFB nº 1.543/2015, a alienação, por pessoa jurídica ou física, de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo às pessoas jurídicas que exercem as IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 39/2016 564

atividades relacionadas na alínea " d" do inciso III do 1º do art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, (factoring), sujeita-se à incidência do IOF, observado o seguinte: a) o imposto tem como: a.1) contribuinte, a pessoa jurídica ou física que alienar direito creditório resultante de vendas a prazo; a.2) fato gerador, a entrega do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do alienante; e a.3) base de cálculo, na operação, o valor líquido entregue ou colocado à disposição do alienante, resultante do valor nominal do direito creditório, deduzidos os juros cobrados antecipadamente. b) o IOF incidirá, no período compreendido entre a data da ocorrência do fato gerador e a data do vencimento de cada parcela do direito creditório alienado à factoring, no caso de mutuário: b.1) pessoa física, à alíquota de 0,0082% (oitenta e dois décimos de milésimo por cento) ao dia, acrescida da alíquota adicional de 0,38% (trinta e oito centésimos por cento) nos termos do 15 do art. 7º do Decreto nº 6.306, de 2007; b.2) pessoa jurídica, à alíquota de 0,0041% (quarenta e um décimos de milésimo por cento) ao dia, acrescida da alíquota adicional de 0,38% (trinta e oito centésimos por cento) nos termos do 15 do art. 7º do Decreto nº 6.306, de 2007; e b.3) pessoa jurídica optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, em que o valor seja igual ou inferior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), à alíquota de 0,00137% (cento e trinta e sete centésimos de milésimo por cento) ao dia, acrescida da alíquota adicional de 0,38% (trinta e oito centésimos por cento) nos termos do 15 do art. 7º do Decreto nº 6.306, de 2007. c) é responsável pela cobrança e pelo recolhimento do imposto a pessoa jurídica (factoring) adquirente do direito creditório; d) o imposto deve ser recolhido ao Tesouro Nacional até o 3º (terceiro) dia útil subseqüente ao decêndio da cobrança, sob o código de receita 6895. 5. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS ISS A empresa de factoring fica sujeita ao Imposto Sobre Serviços, devendo o contribuinte observar, para tanto, a Legislação em vigor em seu município. Fundamentos Legais: Os citados no texto. SIMPLES NACIONAL COMPOSIÇÃO E MOMENTO DO RECONHECIMENTO DA RECEITA BRUTA PARA FINS DE TRIBUTAÇÃO NO SIMPLES NACIONAL Algumas Alterações Sumário 1. Introdução 2. Novos Esclarecimentos do Comitê Gestor do Simples Nacional Sobre a Composição da Receita Bruta 3. Novos Esclarecimentos do Comitê Gestor do Simples Nacional Sobre Receitas Que Não Comporão a Receita Bruta 4. Adimplemento Das Obrigações Comerciais 5. Momento do Reconhecimento Das Receitas de Vendas de Bens ou Direitos, e Serviços 6. Cancelamento de Documentos Fiscais 7. Receitas Auferidas Por Agências de Turismo 8. Venda de Veículos em Consignação 9. Fundo de Combate a Pobreza 10. Excesso de Receita Bruta Para Fins do MEI 11. Novas Alterações na Compensação Dos Valores do Simples Nacional 1. INTRODUÇÃO O Comitê Gestor do Simples Nacional aprovou a Resolução CGSN nº 129, de 15 de setembro de 2016 (DOU de 19/09/2016), que alterou alguns dispositivos da Resolução CGSN nº 94/2011 (Regulamento do Simples IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 39/2016 565

Nacional), relativos à composição e momento do reconhecimento da receita bruta para fins de tributação no Simples Nacional, cujas alterações comentaremos nos itens a seguir. 2. NOVOS ESCLARECIMENTOS DO COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL SOBRE A COMPOSIÇÃO DA RECEITA BRUTA Compõem também a receita bruta, dentre outros fatos geradores: a) o custo do financiamento nas vendas a prazo, contido no valor dos bens ou serviços ou destacado no documento fiscal; b) as gorjetas, sejam elas compulsórias ou não; c) os royalties, aluguéis e demais receitas decorrentes de cessão de direito de uso ou gozo; e d) as verbas de patrocínio. 3. NOVOS ESCLARECIMENTOS DO COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL SOBRE RECEITAS QUE NÃO COMPORÃO A RECEITA BRUTA Não compõem a receita bruta, dentre outros: a) a venda de bens do ativo imobilizado; b) os juros moratórios, as multas e quaisquer outros encargos auferidos em decorrência do atraso no pagamento de operações ou prestações; c) a remessa de mercadorias a título de bonificação, doação ou brinde, desde que seja incondicional e não haja contraprestação por parte do destinatário; d) a remessa de amostra grátis; e) os valores recebidos a título de multa ou indenização por rescisão contratual, desde que não corresponda à parte executada do contrato. 4. ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES COMERCIAIS O adimplemento das obrigações comerciais por meio de troca de mercadorias, prestação de serviços, compensação de créditos ou qualquer outra forma de contraprestação não desnatura, para as partes envolvidas, a configuração de receita bruta. 5. MOMENTO DO RECONHECIMENTO DAS RECEITAS DE VENDAS DE BENS OU DIREITOS, E SERVIÇOS As receitas decorrentes da venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços devem ser reconhecidas quando do faturamento, da entrega do bem ou do direito ou à proporção em que os serviços são efetivamente prestados, o que primeiro ocorrer. Aplica-se o disposto no parágrafo anterior também na hipótese de valores recebidos adiantadamente, ainda que no regime de caixa, e às vendas para entrega futura. 6. CANCELAMENTO DE DOCUMENTOS FISCAIS Na hipótese de cancelamento de documento fiscal, nas situações autorizadas pelo respectivo ente federado, o valor do documento cancelado deverá ser deduzido no período de apuração no qual tenha havido a tributação originária, quando o cancelamento se der em período posterior, observado o seguinte: a) para a optante pelo Simples Nacional tributada com base no critério de apuração de receitas pelo Regime de Caixa, o valor a ser deduzido limita-se ao valor efetivamente devolvido ao adquirente ou tomador; b) na hipótese de nova emissão de documento fiscal em substituição ao cancelado, o valor correspondente deve ser oferecido à tributação no período de apuração relativo ao da operação ou prestação originária. 7. RECEITAS AUFERIDAS POR AGÊNCIAS DE TURISMO IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 39/2016 566

Quanto às receitas auferidas por agências de turismo: a) corresponderá à comissão ou ao adicional percebido, quando houver somente a intermediação de serviços turísticos prestados por conta e em nome de terceiros; e b) incluirá a totalidade dos valores auferidos, nos demais casos. 8. VENDA DE VEÍCULOS EM CONSIGNAÇÃO A receita auferida na venda de veículos em consignação permite duas situações jurídicas, a saber: a) mediante contrato de comissão previsto nos arts. 693 a 709 da Lei nº 10.406, de 2002, corresponderá à comissão e será tributada na forma prevista no Anexo III da Resolução CGSN nº 94/2011; b) mediante contrato estimatório previsto nos arts. 534 a 537 da Lei nº 10.406, de 2002, corresponderá ao produto da venda e será tributada na forma prevista no Anexo I da Resolução CGSN nº 94/2011. 9. FUNDO DE COMBATE A POBREZA A Resolução CGSN nº 129/2016, permite que os Estados exijam das empresas optantes pelo Simples Nacional informações relativas ao Fundo de Combate à Pobreza constante do 1º do art. 82 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). 10. EXCESSO DE RECEITA BRUTA PARA FINS DO MEI Na hipótese de a receita bruta auferida no ano-calendário exceder em mais de 20% (vinte por cento) os limites previstos no art. 91 da Resolução CGSN nº 94/2011 para fins do MEI, conforme o caso, o contribuinte deverá informar no PGDAS-D as receitas efetivas mensais, devendo ser recolhidas as diferenças relativas aos tributos com os acréscimos legais na forma prevista na legislação do Imposto sobre a Renda, sem prejuízo do disposto no 6º do art. 105 da Resolução CGSN nº 94/2011. O 6º do art. 105 da Resolução CGSN nº 94/2011, dispõe que o contribuinte desenquadrado do SIMEI e excluído do Simples Nacional passará a recolher os tributos devidos de acordo com as respectivas legislações de regência. 11. NOVAS ALTERAÇÕES NA COMPENSAÇÃO DOS VALORES DO SIMPLES NACIONAL A compensação dos valores do Simples Nacional recolhidos indevidamente ou em montante superior ao devido, será efetuada por aplicativo disponibilizado no Portal do Simples Nacional, observado o seguinte: a) no aplicativo: a.1) é permitida a compensação tão somente de créditos para extinção de débitos junto ao mesmo ente federado e relativos ao mesmo tributo; a.2) os créditos a serem compensados na forma prevista na letra a.1 são aqueles oriundos de período para o qual já tenha sido apropriada a respectiva DASN apresentada pelo contribuinte, até o ano-calendário 2011, ou a apuração validada por meio do PGDAS-D, a partir do ano-calendário 2012; a.3) o valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento), relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada; a.4) observar-se-ão os prazos de decadência e prescrição previstos no CTN. b) os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos moratórios previstos para o imposto de renda, inclusive, quando for o caso, em relação ao ICMS e ao ISS; c) na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade de declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado; IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 39/2016 567

d) é vedado o aproveitamento de créditos não apurados no Simples Nacional, inclusive de natureza não tributária, para extinção de débitos do Simples Nacional; e) os créditos apurados no Simples Nacional não poderão ser utilizados para extinção de outros débitos junto às Fazendas Públicas, salvo quando da compensação de ofício oriunda de deferimento em processo de restituição ou após a exclusão da empresa do Simples Nacional; f) é vedada a cessão de créditos para extinção de débitos no Simples Nacional; g) nas hipóteses previstas na letra e acima, o ente federado deverá registrar os dados referentes à compensação processada no aplicativo específico do Simples Nacional, para bloqueio de novas compensações ou restituições do mesmo valor. Fundamentos legais: os citados no texto. IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 39/2016 568