Projeto Mulheres Mil ACCC/ SETEC-MEC 1



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Transcrição:

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Sumário 1.RESUMO EXECUTIVO...1 1.1 Objetivo, Propósito e Resultados...1 1.2 Parceiros...2 1.3 Duração do Projeto...3 1.4 Solicitação de financiamento à CIDA...3 2.HISTÓRICO...4 2.1 Contexto Brasileiro...4 2.1.1. Caracterização da população brasileira:... 4 2.1.2. Contexto Educacional:... 5 2.1.3. Participação na Economia:... 6 2.2 Como o projeto responde aos desafios das mulheres desfavorecidas...7 2.3 Como o projeto responde aos programas do governo ou financiadores...8 2.4 Como os parceiros vieram à trabalhar juntos...10 3.EQÜIDADE...12 3.1 Como o projeto contribui para a eqüidade no Brasil...12 3.2 Como o Projeto Incorpora Princípios de Eqüidade...13 4.COMPARTILHAMENTO DO CONHECIMENTO...14 4.1 Conhecimento a ser Compartilhado Metodologia, Modelos e Expertise Organizacional Canadense...14 4.2 Metodologia de Compartilhamento do Conhecimento...16 4.3 Relevância para o contexto desenvolvimentista brasileiro...17 5.DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA...18 5.1 Contexto Institucional: Educação Profissional e Tecnológica no Brasil...18 5.1.1 Prioridades e Ações... 18 5.1.2 Redes Existentes:... 18 5.1.3 Rede Federal... 18 5.1.4. Programas Desenvolvidos pela SETEC/MEC Referentes à Educação Profissional e Tecnológica:... 19 5.2 Desenvolvimento da Competência de 1000 Mulheres...21 5.3 Aumento da Competência dos CEFETs...21 5.4 Mudanças Previstas...22 5.5 Metodologia e Estratégia para Aprendizagem Coletiva...22 5.6 Índices de Desenvolvimento da Competência...23 6.DESCRIÇÃO DO PROJETO...25 ACCC/ SETEC-MEC 2

6.1 Objetivo...25 6.2 ROPÓSITO...26 6.3 TIVIDADES...27 6.3.1 rincipais Atividades... 27 6.3.2 lano de Trabalho... 27 6.3.3 Diagrama do Projeto... 28 6.4 RECURSOS...33 6.5 RESULTADOS ESPERADOS...34 6.5.1 Resultados/Impactos à longo prazo... 34 6.5.2 Resultados à médio prazo... 34 6.5.3 Resultados à curto prazo... 34 6.6 DADOS DE BASE...35 6.7 RISCOS E PRESSUPOSTOS...36 6.8 SUSTENTABILIDADE...38 6.9 BENEFÍCIOS PARA O CANADÁ...38 7.IGUALDADE DE GÊNERO...40 7.1 Necessidades das Mulheres Desfavorecidas no Nordeste e Norte do Brasil...40 7.2 Redução da Desigualdade de Gênero...40 7.3 Competência do Parceiro em Apoiar a Igualdade de Gênero...40 7.4 Participação das Mulheres nas Tomadas de Decisão do Projeto...41 7.5 Restrições...42 8.IGUALDADE ÉTNICA...43 8.1 Práticas Atuais dos Parceiros Referentes à Eqüidade...43 8.2 Atividades do Projeto que causam impacto na Igualdade Étnica...43 8.3 Dados de Base a serem Estabelecidos...43 8.4 Prioridades Estratégicas para Igualdade Étnica...43 9.GESTÃO AMBIENTAL...44 9.1 Impactos Ambientais do Projeto Proposto...44 10.ESTRUTURA GERENCIAL...45 10.1 Comitê Brasileiro de Planejamento e Coordenação...46 10.2 Comitê Canadense de Planejamento e Coordenação...46 10.3 Comitê Diretor Integrado...46 10.4 Comitê Executivo Brasileiro...47 10.5 Comitê Executivo Canadense...47 10.6 Comitê Executivo Integrado Brasileiro e Canadense...48 10.7 Comitê Consultivo Brasileiro...48 10.8 Comitê Consultivo Canadense...48 10.9 Equipes dos Projetos dos CEFETs...49 ACCC/ SETEC-MEC 3

10.10 Equipes dos Projetos Técnicos das Faculdades Canadenses...49 11.PARCEIROS...51 11.1 Origens da Proposta...51 11.2 Parceiros Canadenses...51 11.3 Parceiros Brasileiros...53 12.ORÇAMENTO...55 12.1 Resumo e Explicação do Orçamento...55 12.2Orçamentos ano a ano...56 13.MATRIZ LÓGICA...60 Índice de Tabelas Tabela 1 População residente por sexo Brasil 1996 e 2003...4 Tabela 2 População Residente Brasileira por sexo, segundo região geográfica - Brasil 2003...4 Tabela 3 População Residente, segundo sexo e grupos de idade Brasil 2003...4 Tabela 4 Número de Matrículas, por Grandes Regiões, segundo o sexo e nível/ modalidade de ensino Brasil 2003...5 Tabela 5 Taxa de Analfabetismo por sexo Brasil 1996 e 2003...6 Tabela 6 Taxa de Analfabetismo por sexo, segundo a região geográfica Brasil 2003...6 Tabela 7 Rendimento Mensal da população sem instrução e com menos de 1 ano de estudo por sexo Brasil 1996 e 2003...6 Tabela 8 Pessoas de referência em famílias residentes em domicílios particulares por sexo Brasil 1996 e 2003...7 Tabela 9 Pessoas de Sexo Feminino que são referência em famílias por regiões Brasil 1996 e 2003...7 Índice de Apêndice ACCC/ SETEC-MEC 4

1. RESUMO EXECUTIVO 1.1 Objetivo, Propósito e Resultados O objetivo principal do é promover a inclusão social e econômica de mulheres desfavorecidas no nordeste e norte de Brasil, permitindo-lhes melhorar o seu potencial de mão-de-obra, suas vidas e as vidas de suas famílias e comunidades. O propósito do projeto é contribuir com o desenvolvimento da competência da rede CEFET no nordeste e norte de Brasil visando desenvolver as ferramentas, técnicas e currículo para oferecer, em um período de quatro anos, à um mínimo de 1000 mulheres desfavorecidas os serviços de acesso, capacitação e relações com empregadores que lhes permitam entrar ou progredir no mercado de trabalho. Para realizar este propósito, várias atividades serão conduzidas através de uma parceria cooperativa entre o sistema de faculdades e institutos canadenses, representadas pela Associação das Faculdades Comunitárias Canadenses (ACCC) e pela contraparte brasileira a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC/MEC). As atividades incluem: o desenvolvimento dos sistemas, infra-estruturas, políticas e procedimentos a fim de ofertar serviços de acesso (processos de busca e ingresso, aconselhamento, avaliações) para a população alvo de mulheres desfavorecidas; a personalização e implementação das ferramentas e técnicas ARAP (avaliação e reconhecimento de aprendizagem prévia); o desenvolvimento ou personalização de ferramentas de avaliação vocacionais/profissionais apropriadas para identificar conhecimento, habilidades e hiatos de habilidades para o grupo alvo; o desenvolvimento e oferta de um programa de acesso genérico e de uma variedade de programas de capacitação personalizados para o setor específico; e o desenvolvimento dos sistemas e ferramentas para os CEFETs se relacionarem com a comunidade de empregadores e proporcionar às mulheres desfavorecidas estágios e colocação no mercado de trabalho. Estas atividades desenvolverão um sistema que será sustentável com o passar do tempo. O desenvolverá uma estrutura, modelos, práticas, ferramentas e técnicas que desenvolverão um sistema de acesso e capacitação sustentável e efetivo para adultos. Os CEFETs se comprometem com a implementação e continuidade deste sistema para populações marginalizadas, embora o sistema e as ferramentas também beneficiem outros. A experiência canadense durante os últimos 20 anos nas faculdades e institutos tem mostrado que um sistema efetivo de acesso e capacitação para grupos marginalizados ou não-tradicionais beneficia uma comunidade mais ampla. O projeto proposto atenderá os objetivos do Knowledge Exchange for Equity Promotion (KEEP) / Intercâmbio de Conhecimento para Promoção da Eqüidade e promoverá resultados positivos a todos os três níveis de concentração do programa (setorial, regional e institucional). O programa proposto enfoca claramente a eqüidade de gênero para o acesso à educação e mãode-obra e o resultado maior de tal acesso em melhorias para vida familiar e o desenvolvimento econômico regional e nacional e maior participação de mulheres desfavorecidas no processo político. O alcançará uma concentração setorial através da melhoria do acesso de mulheres ao mundo de trabalho, com um crescimento resultando na saúde da vida familiar e potencialmente na habilidade de mulheres marginalizadas em contribuir com a governança de suas comunidades conforme as mulheres se tornam mais economicamente emancipadas. O projeto tem uma concentração regional em seu foco no nordeste e norte do ACCC/ SETEC-MEC 1

Brasil. O nordeste é muito reconhecido por uma distribuição de renda altamente desigual, alto desemprego ou índice de emprego informal e os mais baixos níveis de participação feminina na força de trabalho. O norte tem uma alta concentração de comunidades indígenas e de famílias lideradas por mulheres. O projeto atenderá o objetivo global da inclusão social e econômica de mulheres desfavorecidas através do desenvolvimento de competência no nível institucional da rede CEFET. Os CEFETs, semelhantes às faculdades canadenses, são instituições apropriadas e sustentáveis para desenvolver e implementar programas de suporte e capacitação para preparar e auxiliar as mulheres desfavorecidas à fazer parte da mão-de-obra formal. Ao longo do programa proposto, as equipes canadenses e brasileiras co-desenvolverão os sistemas apropriados para os CEFETs, desenvolvendo ou personalizando modelos canadenses apropriados e as melhores práticas em serviços de acesso, avaliação e reconhecimento de aprendizagem prévia e programas personalizados de capacitação à curto prazo. O trabalho cooperativo resultará no compartilhamento de conhecimento e habilidades e finalmente aprimorará a relação entre o Canadá e o Brasil. As atividades cooperativas deste projeto também contribuirão com o desenvolvimento da competência nas faculdades canadenses parceiras. Além dos benefícios do trabalho internacional e desenvolvimento da parceria, o projeto testará uma variedade de modelos educacionais no Brasil (ARAP, por exemplo) com um desafiante grupo alvo de mulheres desfavorecidas, uma área onde está faltando pesquisa. As faculdades canadenses poderão usar as lições aprendidas para melhorar os seus próprios sistemas e práticas em atender este grupo alvo. Na conclusão do projeto, espera-se que mais de 1000 mulheres desfavorecidas alcancem um objetivo de emprego; de 10 a 15 CEFETs no nordeste e norte do Brasil terão sistemas sustentáveis para ofertar serviços de acesso, capacitação genérica e personalizada (por exemplo, hospitalidade, processamento de alimentos) às mulheres desfavorecidas; e a relação fortalecida entre as faculdades canadenses e as instituições brasileiras aumentará as relações globais entre os dois países. 1.2 Parceiros A tabela a seguir lista os principais parceiros no programa proposto, com a coordenação geral a nível nacional em ambos os países. Nível Brasil Canadá Nacional Secretaria de Educação Profissional e Association of Canadian Community Tecnológica do Ministério da Educação Colleges/ Associação das (SETEC/MEC) Faculdades Comunitárias Canadenses (ACCC) Regional Rede Norte e Nordeste de educação ACCC Tecnológica (REDENET) Institucional Centros Federais de Educação Niagara College (faculdade parceira Tecnológica (CEFETs) no Nordeste e líder) Norte: Alagoas Bahia Maranhão Paraíba Piauí Roraima Tocantins Amazonas Ceará Pará Pernambuco Rio Grande do Norte Sergipe Canadian Colleges (selecionados com base na expertise individual) ACCC/ SETEC-MEC 2

Além do mais, as seguintes instituições foram contatadas, apóiam os objetivos e demonstraram interesse em auxiliar caso o projeto venha a ser aprovado; Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); Secretaria Especial de Política para as Mulheres (SPM-PR); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE); Assessoria Especial da Presidência da República (AE-PR); Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR-PR) Ministério do Desenvolvimento e Reforma Agrária MDRA/Incra (Programa Promare); Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS); Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). 1.3 Duração do Projeto O projeto está planejado para um período de quatro anos, o qual desenvolverá os sistemas e práticas para os serviços e capacitação de mulheres desfavorecidas nos CEFETs participantes. Os CEFETs assumirão um crescente controle e responsabilidade pelos resultados durante os quatro anos do projeto. Um plano de sustentabilidade será preparado durante o ano final. O período planejado do projeto é de setembro de 2006 à agosto de 2010 ou por um período de quatro anos após a aprovação do projeto. 1.4 Solicitação de financiamento à CIDA O suporte de investimento global solicitado à CIDA é de $2,145,707. As contribuições dos parceiros incluem: Brasil: $4,057,390 Canadá: $450,632 ACCC/ SETEC-MEC 3

2. HISTÓRICO 2.1 Contexto Brasileiro O propõe desenvolver competência na rede CEFET, a qual responde aos desafios bem-documentados no Brasil para os quais uma resposta em educação e capacitação seja apropriada. As tabelas e descrições a seguir, apresentam estatísticas fornecidas pela SETEC/MEC sobre o perfil das mulheres na sociedade brasileira, suas realizações educacionais e participação na economia. 2.1.1. Caracterização da população brasileira: Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) a população brasileira cresce 12,7% no período de 1996 a 2003, ou seja, uma média de 1,5% anual. Do total da população brasileira, cerca de 174 milhões, as mulheres correspondem a um total de 89 milhões (51,2%), conforme pode ser observado na Tabela 01. Tabela 1 População residente por sexo Brasil 1996 e 2003 Ano Total Mulheres % Homens % 1996 154.360.589 79.041.783 51,2 75.318.796 48,8 2006 173.966.052 89.108.243 51,2 84.857.809 48,8 Fonte: IBGE. MEC/Inep, Trajetória da Mulher na Educação Brasileira 1996-2003 A proporcionalidade entre os sexos permanece estável nas regiões brasileiras (Tabela 2), mas em termos numéricos por grupos de idade observa-se a superioridade crescente do sexo feminino a partir de 19 anos, chegando a cerca de 60% a faixa de mulheres acima de anos (Tabela 3). Tabela 2 População Residente Brasileira por sexo, segundo região geográfica - Brasil 2003 Região Total Mulheres % Homens % Brasil 173.966.052 89.108.243 51,2 84.857.809 48,8 Norte 10.407.609 5.257.916 50,5 5.149.693 49,5 Nordeste 49.479.029 25.233.331 51,0 24.245.698 49,0 Sudeste 75.616.581 39.007.514 51,5 36.609.067 48,5 Sul 26.094.256 13.343.034 51,1 12.751.222 48,9 Centro-Oeste 12.368.577 6.266.448 50,6 6.102.129 49,4 Fonte: IBGE MEC/Inep, Trajetória da Mulher na Educação Brasileira 1996-2003 Tabela 3 População Residente, segundo sexo e grupos de idade Brasil 2003 Grupos de Idade Brasil População Residente, por Sexo Mulheres % Homens % Total 173.966.052 89.108.243 51,2 84.857.809 48,8 0 a 4 anos 14.590.732 7.149.010 49,0 7441.722 51,0 5 a 9 anos 16.394.996 8.059.775 49,1 8.335.221 50,9 10 a 14 anos 16.286.942 16.286.942 49,0 8.306.349 51,0 15 a 19 anos 17.250.730 8.483.826 49,2 8.766.904 50,8 20 a 24 anos 16.602.365 8.324.837 50,1 8.277.928 49,9 25 a 39 anos 39.901.130 20.617.097 51,7 19.284.033 48,3 40 a 59 anos 36.176.841 19.117.249 52,8 17.059.592 47,2 60 anos ou mais 16.732.547 9.361.460 55,9 7.371.087 44,1 Fonte: MEC/Inep, Trajetória da Mulher na Educação Brasileira 1996-2003 Tabelas construídas pela Setec/Mec ACCC/ SETEC-MEC 4

2.1.2. Contexto Educacional: Quando se analisa o nível de escolaridade em que as mulheres brasileiras estão inseridas, constata-se que já houve grande incremento na participação do ensino médio e na educação superior, principalmente das regiões Nordeste e Norte (Tabela 4). Pode-se afirmar que cultura dos tempos coloniais está sendo rompida, isto é, de educação da mulher é no lar e para o lar? Certamente que não. Há muitos fatores que contribuíram para esse cenário favorável em 2003, com a implantação de políticas e programas públicos visando a universalização do acesso à educação (ex. Fundef). Além disso, as dificuldades de acesso ao trabalho, em função da falta de formação, permite inferir serem estas uma das causas principais para se buscar níveis mais elevados qualificação. Segundo análise apresentadas no documento Trajetória da Mulher, o número médio de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade é de 6,7, com as mulheres acima e os homens abaixo da média. No grupo acima dos 50, os homens assumem a liderança: 4,6 para homens e 4,4 para as mulheres. Se trata de uma questão de nova geração, pois enquanto as mulheres mais novas apresentam maior número de anos de estudo do que os homens, já as mais velhas permanece menos tempo na escola do que os homens (pág. 53) Tabela 4 Número de Matrículas, por Grandes Regiões, segundo o sexo e nível/ modalidade de ensino Brasil 2003 Sexo e Nível/modalid Matrícula Inicial-Total Grandes Regiões ade de ensino Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Oeste Total Educação 6.393.234 464.730 1.831.786 2.898.216 838.940 359.562 Infantil Ensino 34.438.749 3.316.896 11.890.088 12.392.537 4.347.313 2.491.915 Fundamental 1ª a 4ª série 18.919.122 2.0297.018 6.840.209 6.474.638 2.238.852 1.268.405 5 a a 8 a série 15.519.627 1.219.878 5.049.879 5.917.899 2.108.461 1.223.510 Ensino médio 9.072.942 706.843 2.515.854 3.970.810 1.250.037 629.398 Ensino Superior Graduação 3.887.022 230.227 624.692 1.918.033 745.164 368.906 Mulheres Educação 2.117.187 163.963 730.742 854.537 249.061 118.884 Infantil Ensino 16.474.917 1.424.255 5.335.780 6.362.006 2.167.494 1.185.382 Fundamental 1ª a 4ª série 9.689.291 958.468 3.552.024 3.369.927 1.170.723 648.149 5 a a 8 a série 6.785.626 465.787 1.783.756 3.002.079 996.771 537.233 Ensino médio 3.260.613 213.121 724.089 1.566.789 519.028 237.586 Ensino Superior Graduação 1.015.900 40.090 155.468 561.624 190.897 77.821 Fonte: MEC/Inep A despeito superioridade numérica da participação feminina na escola e a redução das taxas de analfabetismo no Brasil (de 14,7% em 1996 para 11,6% em 2003), as mulheres ainda representam os índices mais elevados (Tabela 5). ACCC/ SETEC-MEC 5

Ao se observar os índices de analfabetismo entre as regiões geográficas, o nordeste e o norte apresentam níveis elevadíssimos, ou seja, 25,1% e 10,8%, respectivamente (Tabela 6). Tabela 5 Taxa de Analfabetismo por sexo Brasil 1996 e 2003 Ano Total Mulheres Homens 1996 14,7 14,8 14,5 2003 11,6 11,4 11,7 Variação (%) -21,9-23 -19,3 Fonte: IBGE Tabela 6 Taxa de Analfabetismo por sexo, segundo a região geográfica Brasil 2003 2.1.3. Participação na Economia: Região Mulheres (%) Homens (%) Brasil 11,4 11,7 Norte 10,3 10,8 Nordeste 21,3 25,1 Sudeste 7,6 5,9 Sul 6,9 5,8 Centro-Oeste 9,2 9,7 Fonte: IBGE Com relação ao rendimento, dados do IBGE apontam que a renda das mulheres com 11 anos de estudo ou mais, em 2003, é de R$ 695. Os homens contam com uma renda de R$ 1.362,00. Pode-se inferir que, mesmo com a elevação da escolaridade das mulheres há distorções e barreiras culturais na sociedade brasileira impedindo uma igualdade de rendimentos. Esse desequilíbrio nos salários entre homens e mulheres se apresenta de forma mais acentuada quando não há escolaridade, situação em que são oferecidos rendimentos abaixo do teto do salário mínimo. Os homens mantêm a superioridade salarial, mas a diferença está diminuindo (Tabela 7). Tabela 7 Rendimento Mensal da população sem instrução e com menos de 1 ano de estudo por sexo Brasil 1996 e 2003 Ano Mulheres Homens 1996 129,00 266,00 2003 173,00 265,00 Variação (%) 34,1 % -0,4 % Fonte: MEC/Inep Chefe de domicilio terminologia utilizada e outros Censo - hoje é chamado de pessoa de referência, que significa a pessoa responsável pela família ou assim considerada pelos seus membros. Constatou-se que entre os anos de 1996 e 2003 há um crescimento 45,7% de mulheres no comando das famílias, chegando a representar 28,8% do total de domicílios (Tabela 8). Esse fato é observado desde as ultimas décadas e a incidência tem recaído às famílias pobres urbanas e a Tabela 8 nos permite constatar que a região Norte apresentou a maior taxa de crescimento (84,1%). ACCC/ SETEC-MEC 6

Tabela 8 Pessoas de referência em famílias residentes em domicílios particulares por sexo Brasil 1996 e 2003 Ano Total Mulheres Homens 1996 42.983.175 10.448.801 (24,4%) 32.494.374 (75,6%) 2003 53.082.558 15.284.355 (28,8%) 37.798.203 (71,2%) Variação (%) 23,5 45,7 16,3 Fonte: IBGE Tabela 9 Pessoas de Sexo Feminino que são referência em famílias por regiões Brasil 1996 e 2003 Região 1996 2003 Variação (%) Brasil 10.488.801 15.284.355 45,7 Norte 514.221 946.556 84,1 Nordeste 3.015.628 4.102.524 36,0 Sudeste 4.761.045 7.013.332 47,3 Sul 1.489.807 2.215.596 48,7 Centro-Oeste 708.100 1.006.347 42,1 Fonte: IBGE 2.2 Como o projeto responde aos desafios das mulheres desfavorecidas Em um país que é a principal fonte de influência econômica da América do Sul e amplamente elogiado como uma força economicamente emergente, como apresentado nos dados acima, milhões de mulheres brasileiras são privadas dos benefícios de tal crescimento econômico e prosperidade. A maioria destas mulheres vive nas regiões nordeste e norte do país. Pobreza, saúde, e as condições nas quais estas pessoas vivem e trabalham estão fundamentalmente relacionadas com a distribuição injusta de renda. A distribuição injusta de renda está fundamentalmente relacionada com educação e oportunidades de capacitação injustas. As mulheres são particularmente afetadas através das desigualdades na sociedade e só ganham aproximadamente em média 63% dos salários dos homens. Muitas mulheres trabalham na economia informal (se trabalham) e falta-lhes proteção, capacitação e oportunidades de avanço disponíveis para os trabalhadores na economia formal. A CIDA, seguindo as prioridades declaradas do governo do Brasil, respondeu aos desafios de tal divisão desigual de riqueza em sua Estratégia de Cooperação para 2005-2010, com um foco significativo na igualdade de gênero. A emancipação social e econômica das mulheres (de qualquer origem étnica, idade, ou outro dado demográfico) conduz a melhorias na vida e saúde da família, o que conduz a mais vida e saúde da comunidade incluindo um maior respeito pelo meio-ambiente. A emancipação educacional das mulheres (quer através de programas de capacitação educacionais regulares ou personalizados) conduz a uma maior inclusão das mulheres nos domínios sociais e políticos. Uma mulher que receba apoio de um CEFET visando identificar suas habilidades e interesses e desenvolver habilidades de empreendedorismo que lhe permita associar-se à uma cooperativa para vender artesanato, poderá vir a gerenciar algumas das atividades da cooperativa. Ela poderá associar-se à um grupo de mulheres com a mesma intenção e habilidades e criar um outro negócio. Ela poderá envolver-se com organizações empresariais em sua comunidade e desenvolver interesses e consciência política. ACCC/ SETEC-MEC 7

As oportunidades educacionais são fundamentais no mundo da emancipação e inclusão social, econômica e política. Mulheres com questões de analfabetismo, educação deficiente, histórias de emprego de baixo nível ou informais e a constante realidade da pobreza provavelmente não encontrarão na educação uma rota fácil para um futuro melhor para elas ou suas famílias. Estas mulheres precisam de apoio considerável do sistema educacional, apoio que um CEFET pode proporcionar e que o sistema de faculdades e institutos canadenses está bem posicionado para co-desenvolver com os parceiros brasileiros. As faculdades e institutos canadenses são os principais instrumentos do governo canadense para o desenvolvimento econômico baseado no setor através da educação. As faculdades canadenses têm 40 anos de história proporcionando educação e serviços de acesso ao emprego para as pessoas nãotradicionais e sob risco, e desenvolvendo e ofertando programas de capacitação de curto prazo para o setor específico. Elas têm 20 anos de história desenvolvendo e ofertando processos de avaliação e reconhecimento de aprendizagem prévia. As mesmas têm uma longa história de defesa dos direitos da mulher para inclusão social e econômica, desenvolvendo muitas ferramentas e técnicas e implementando as melhores práticas que podem proporcionar modelos para os CEFETs personalizarem. Uma realização importante foi o desenvolvimento de programação específica de acesso que atualiza habilidades genéricas e desenvolve aptidão para futura capacitação. Mais de 1000 mulheres serão atendidas ao longo dos quatro anos deste projeto. Os CEFETs testarão, avaliarão e desenvolverão operações permanentes para busca, ingresso, avaliação, análise de hiato de habilidades e dos serviços ARAP e desenvolverão, testarão e implementarão de forma contínua uma variedade de programas de capacitação voltados para estágios de trabalho e outras oportunidades de emprego. Modelos e currículos individuais serão compartilhados com outros CEFETs e as faculdade canadenses parceiras. 2.3 Como o projeto responde aos programas do governo ou financiadores O governo brasileiro reconheceu as questões de interesse das mulheres desfavorecidas e fez significativos esforços a fim de melhorar a educação pós-secundária e elementar. O Plano Plurianual de 2004-2007 estabelece os objetivos nacionais para apoiar o crescimento econômico através da inclusão social e econômica de populações marginalizadas, especificamente no nordeste e norte e na circunvizinhança das grandes cidades. O governo vê claramente a eqüidade e a promoção da cidadania como o alicerce de uma democracia brasileira mais forte. O projeto também está inserido nas prioridades das políticas públicas do Governo Brasileiro, articulando as temáticas de promoção de gênero, equidade e diversidade étnica. Para reafirmar o compromisso brasileiro com a igualdade de gênero, foi criada a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) através da Medida Provisória 103 - no primeiro dia do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -,que tem por atribuição estabelecer políticas públicas que contribuem para a melhoria da vida de todas as brasileiras. A SPM desenvolve ações conjuntas com todos os Ministérios e Secretarias Especiais, tendo como desafio a incorporação das especificidades das mulheres nas políticas públicas e o estabelecimento das condições necessárias para a sua plena cidadania. Compete a SPM, ainda, o acompanhamento da implementação de legislação de ação afirmativa e definição de ações públicas que visem ao cumprimento dos acordos, convenções e planos de ação assinados pelo Brasil, nos aspectos relativos à igualdade entre mulheres e homens e de ACCC/ SETEC-MEC 8

combate à discriminação, tendo como estrutura básica o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Dentre as ações empreendidas pela SPM destaca-se o Programa Pró-Eqüidade de Gênero, que consiste em desenvolver novas concepções na gestão de pessoas e cultura organizacional para alcançar a eqüidade de gênero no mundo do trabalho. O Selo Pró-Eqüidade que tem por finalidade à promoção da cidadania e à difusão de práticas exemplares entre as empresas. Segundo a SPM, é também um instrumento de progresso que evidenciará o compromisso da empresa com a eqüidade de gênero. Destaca-se, ainda, a parceira da SPM com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com o objetivo de promoverem incentivos voltados para a produção de pesquisas e estudos sobre a desigualdade entre homens e mulheres, no Brasil. O objetivo é estimular a produção científica acerca das relações de gênero no país, além de promover e incentivar a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas, nas quais há forte hegemonia masculina O Governo Federal criou, ainda, em 21 de março de 2003, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), como reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro Brasileiro, e tem como missão estabelecer iniciativas contra as desigualdades raciais no País. A SEPPIR elaborou a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, com a participação da sociedade civil, articulada com diferentes Ministérios e órgãos dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, com apoio de organismos internacionais e será implementada entre 2004 e 2007. Dentre as principais linhas de ação destaca-se a implementação de um modelo de gestão da política de promoção da igualdade racial, compreendendo um conjunto de ações relativas à qualificação de servidores e gestores públicos, representantes de órgãos estaduais e municipais e de lideranças da sociedade civil. Compreende também a criação de uma rede de promoção da igualdade racial envolvendo diferentes entes federativos e organizações de defesa de direitos. As Ações Afirmativas, ou seja, o conjunto de ações que, em articulação com outros órgãos governamentais, tem por finalidade formular projetos específicos de empoderamento de grupos discriminados, com especial atenção para as mulheres e a juventude negras, garantindo o acesso e a permanência desses públicos nas mais diversas áreas (educação, saúde, mercado de trabalho, geração de renda, direitos humanos e outros). No que diz respeito ao Desenvolvimento e inclusão social, a SEPPIR prevê o desenvolvimento de ações que produzam impacto na qualidade de vida da população negra que sobrevive abaixo ou na linha da pobreza, tais como: projetos de saúde da população negra; capacitação de professores para atuarem na promoção da igualdade racial; introdução da cota racial nos programas de governo; dar ênfase à população negra nos programas de desenvolvimento regional; dar ênfase à população negra nos programas de urbanização e moradia; incentivo à capacitação e créditos especiais para apoio ao empreendedor. ACCC/ SETEC-MEC 9

Com relação aos aspectos educacionais, o Ministério da Educação criou a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), em julho de 2004, coordenando temas transversais de educação do campo, educação ambiental, alfabetização de jovens e adultos, educação escolar indígena, diversidade étnico-racial, dentre outros. A criação da Secad marca uma nova fase no enfrentamento das injustiças existentes nos sistemas de educação do País, valorizando a diversidade da população brasileira, trabalhando para garantir a formulação de políticas públicas e sociais como instrumento de cidadania. Trata-se de um trabalho totalmente articulado com as demais Secretarias do Ministério, notadamente a Educação Básica e a Educação Profissional e Tecnológica, com vistas à objetivo contribuir para a redução das desigualdades educacionais, em especial de jovens e adultos.. Organizações não-governamentais (ONGs) são ativas no trabalho de inclusão social para os desfavorecidos, particularmente as mulheres, mundo afora. Seu enfoque é freqüentemente sobre questões com respostas críticas, soluções de curto prazo para problemas imediatos e períodos mais longos de defesa política. As ONGs não podem ofertar soluções de acesso e capacitação educacional a longo prazo as quais proporcionam grandes melhorias nas vidas das mulheres. Soluções educacionais, quer sejam atividades de desenvolvimento da confiança ou estabelecimento de metas, iniciativas de aprimoramento educacional ou cursos especializados de capacitação são competência do sistema de ensino formal e dos CEFETs em particular. Os CEFETs, com o apoio das faculdades canadenses parceiras, são os instrumentos de mudança educacional e social para estas mulheres. 2.4 Como os parceiros vieram à trabalhar juntos Os parceiros nesta proposta, a Associação das Faculdades Comunitárias Canadenses (ACCC) e a SETEC/MEC, trabalharam juntas durante os últimos 5 anos. A ACCC coordenou o desenvolvimento e implementação de uma variedade de programas de capacitação em vários CEFETs através do apoio das faculdades canadenses parceiras. Há três anos, A ACCC começou a trabalhar com o CONCEFET e organizou dois workshops nacionais com a SETEC/MEC and CONCEFET. Os parceiros canadenses tem proporcionado expertise e outros workshops nacionais. A ACCC construiu uma forte relação de confiança com a SETEC/MEC, CONCEFET e a emergente REDENET no nordeste e norte. Uma forte relação foi desenvolvida entre uma das faculdades, Niagara College e o CEFETRN em Natal no desenvolvimento do currículo personalizado de turismo e hospitalidade. A faculdade e os parceiros do CEFET trabalharam muito bem conjuntamente e quando o projeto terminou em março de 2005, a CIDA aprovou uma extensão do projeto original que estava alinhada com as novas prioridades do governo brasileiro e da CIDA aquele de mulheres desfavorecidas e a utilização do processo ARAP. O relatório final do projeto de extensão está incluído nos Apêndices. O sucesso do Projeto Piloto ARAP demonstrou aos parceiros canadenses e brasileiros que os serviços de acesso e ARAP iniciaram um processo de autoconsciência estabelecendo objetivos e a inclusão das mulheres na educação e capacitação. Cinco CEFETs do nordeste e norte conduziram serviços ARAP e apresentaram seus resultados na reunião da REDENET em fevereiro de 2006. Estes cinco CEFETs em mais outros sete, assim como a SETEC e REDENET preparam um esboço de uma proposta maior e apresentaram-na a ACCC e Niagara College em março de 2006. Esta apresentação foi o estímulo para a proposta atual. Os parceiros brasileiros acreditam fortemente que em um período de quatro anos possam desenvolver uma infra-estrutura e sistema de acesso e capacitação sustentável para atender as ACCC/ SETEC-MEC 10

mulheres marginalizadas e auxiliá-las a conseguir empregos significativos ou avançar nos estudos. ACCC/ SETEC-MEC 11

3. EQÜIDADE 3.1 Como o projeto contribui para a eqüidade no Brasil Desenvolver a competência da rede CEFET no nordeste e norte do Brasil visando proporcionar acesso, avaliação, ARAP e programas de capacitação para mulheres desfavorecidas atende às questões de eqüidade no Brasil de várias formas. Acesso aos serviços educacionais Informações do governo previamente citadas revelam que a educação em um muitas partes do país é caracterizada por grandes desigualdades, com um sistema universitário altamente desenvolvido de um lado e desempenho educacional insatisfatório do outro. O nordeste é particularmente desfavorecido e suas mulheres bem mais ainda. Este projeto pretende especificamente ofertar recursos e serviços educacionais encorajadores à população alvo de mulheres marginalizadas no nordeste e norte do Brasil almejando desenvolver sua autoconsciência, auto-estima e aprimorar suas oportunidades de emprego. Sendo assim, os CEFETs aumentarão sua competência, sua reputação em suas comunidades e o seu papel nas metas de desenvolvimento econômico do Brasil. Cidadania A realização educacional e o ingresso ou progressão no mercado de trabalho proporciona às mulheres marginalizadas um senso de cidadania mais forte e o seu papel em tornar o seu país mais sólido. Um crescente sentimento de poder dentro da sociedade conduz a um maior envolvimento com o processo político no nível da comunidade em particular. Inclusão econômica Os índices de participação das mulheres no mercado de trabalho, particularmente na mão-de-obra formal, aumenta com a realização educacional. Para algumas mulheres desfavorecidas no nordeste e norte, o acesso aos programas regulares dos CEFETs ou à outra forma de educação pós-secundária não é irreal. No Projeto Piloto ARAP, algumas mulheres que participaram do desenvolvimento de portfólios e objetivos pessoais já tinham nível secundário e algumas até mesmo o nível pós-secundário. Os CEFETs puderam utilizar as ferramentas ARAP a fim de auxiliar estas mulheres a identificar seus objetivos educacionais e o seu conhecimento e habilidades relacionadas a estes objetivos. Estas mulheres poderiam ser estudantes póssecundárias em potencial dos CEFETs, uma vez que as barreiras financeiras sejam minoradas. Entretanto, é improvável que a maioria das mulheres marginalizadas sejam candidatas aos programas regulares. A habilidade dos CEFETs em atender esta população através de avaliações apropriadas de habilidade, programas de capacitação direcionados e relações com o mercado de trabalho, auxiliará estas pessoas à acessar setores formais de trabalho significativos. Satisfação com as Instituições Durante o Projeto Piloto ARAP as mulheres participantes apreciaram e desfrutaram enormemente de sua relação com um CEFET algo que elas não acreditavam ser possível. Os CEFETs participantes incrementaram sua imagem com estas mulheres e com os membros da comunidade que apoiaram as mesmas. Quando o projeto piloto findou em março de 2006, o líder comunitário que acompanhou o programa de capacitação de 29 mulheres da favela, as quais concluíram um programa de capacitação e estágios, ficou extremamente emocionado. A representante da associação de hoteleiros que havia conseguido os estágios também ficou ACCC/ SETEC-MEC 12

emocionada. Ambos elogiaram o CEFET por dar uma oportunidade às mulheres participantes de melhorar suas vidas. 3.2 Como o Projeto Incorpora Princípios de Eqüidade Além de avançar na eqüidade para mulheres marginalizadas, o Projeto Mulheres 1000 proposto incorporará os princípios de eqüidade em seu desenvolvimento e oferta. As mulheres serão igualmente representadas na liderança e coordenação do projeto. Recursos e investimentos serão igualmente compartilhados entre os parceiros canadenses e brasileiros e ambos serão responsáveis pelos prósperos resultados do projeto. Os programas de acesso devem ser inclusivos se forem respeitados e sustentáveis. Conseqüentemente, mulheres candidatas ao projeto serão convidadas a participar através de uma estratégia de alcance eqüitativo de um CEFET, independente da idade, classificação étnica, e conhecimento educacional prévio. Com a evolução do projeto, as mulheres participantes também serão representadas nas equipes dos projetos dos CEFETs. ACCC/ SETEC-MEC 13

4. COMPARTILHAMENTO DO CONHECIMENTO Há dois componentes principais para o compartilhamento do conhecimento o conhecimento a ser compartilhado e a metodologia selecionada para conduzir as atividades de compartilhamento. 4.1 Conhecimento a ser Compartilhado Metodologia, Modelos e Expertise Organizacional Canadense Metodologia Sistêmica A habilidade dos CEFETs, semelhante à das faculdades e institutos parceiros canadenses, em atender as mulheres desfavorecidas visando melhorar o seu potencial de mãode-obra depende de uma metodologia sistêmica. As instituições precisam desenvolver sistemas, infra-estrutura, políticas e procedimentos. Elas necessitam personalizar ou desenvolver e implementar ferramentas e técnicas para atender estas mulheres, como também proporcionar capacitação personalizada para atualização acadêmica e desenvolvimento de habilidades técnicas. As instituições precisam de relações formais com a comunidade empregadora, metodologias para desenvolver programação voltada para as necessidades do empregador e métodos de ofertar programas ao grupo alvo. A metodologia a ser escolhida pelos parceiros nesta proposta é fundamentalmente sistêmica. O projeto contribuirá com o desenvolvimento individual destes sistemas e infraestruturas dos CEFETs. O projeto também permitirá aos CEFETs desenvolver e ofertar capacitação personalizados às mulheres da população alvo e as permitirá acessar estágios ou outras oportunidades de emprego. Um método sustentável de relacionar-se com os empregadores será um dos resultados do projeto. Modelos para o Desenvolvimento de Sistemas Os parceiros utilizarão vários modelos visando desenvolver o sistema que melhor funcione para o Brasil e a população alvo de mulheres marginalizadas. Modelo de Acesso Fundamental para ajudar este grupo de mulheres a atingir objetivos educacionais ou de emprego é utilizar a estrutura de acesso. As faculdades canadenses têm uma longa e próspera história de serviços e programas de acesso. O acesso é desenvolvido em princípios de educação de adultos, mas também no reconhecimento que os aprendizes desfavorecidos e nãotradicionais exigem serviços educacionais especializados para encorajá-los a ingressar em estabelecimentos de ensino, permanecer em um programa de capacitação e prepará-los efetivamente para um emprego que seja significativo em suas vidas. O modelo do serviço de acesso inclui: Serviços e técnicas de busca que atinjam o grupo alvo onde as mulheres vivem ou trabalham e que as encoraje à ingressar no sistema ; Serviços de ingresso que sejam confortáveis para estas mulheres, respeitando suas origens e circunstâncias e não-ameaçadores; Serviços de consulta e aconselhamento que permitam as mulheres analisar seus objetivos e barreiras de um modo realista; ACCC/ SETEC-MEC 14

Serviços de avaliação que podem identificar e avaliar de forma genérica o conhecimento e as habilidades aprendidas, como também avaliar o conhecimento e habilidades técnicas necessárias a um determinado setor de trabalho ou emprego; Serviços de encaminhamento e acompanhamento durante e após a capacitação das mulheres desfavorecidas, assegurando que elas alcancem seus objetivos o quanto possível. Muitas faculdades e institutos canadenses possuem departamentos ou divisões de acesso que centralizam a infra-estrutura e os serviços de acesso e este é o modelo departamental que será personalizado e implementado neste projeto. O Niagara College, Bow Valley College e Nova Scotia Community College serão as principais faculdades utilizadas como modelos para os sistemas de acesso. Modelo de Avaliação e Reconhecimento de Aprendizagem Prévia (ARAP) Os princípios e práticas ARAP apóiam o modelo do serviço de acesso. A ferramenta de avaliação e reconhecimento de aprendizagem prévia está bem estabelecida no Canadá e em vários outros países e é do interesse das autoridades educacionais brasileiras. No Canadá, mais de 80% das faculdades e institutos possuem políticas ARAP e infra-estrutura de apoio estabelecida. ARAP pode ser definida como um processo que usa uma variedade de ferramentas para auxiliar as pessoas a identificar, articular, documentar e demonstrar aprendizagem com a finalidade de ganhar reconhecimento das instituições educacionais, empregadores ou organizações de credenciamento. Através do processo ARAP, as mulheres desfavorecidas deste projeto articularão um objetivo de emprego, identificarão e documentarão aprendizagem relevante para aquele objetivo e terão essa aprendizagem avaliada e reconhecida por educadores ou empregadores. Um esboço mais detalhado do processo ARAP é fornecido na Seção 6, Descrição do Projeto. O Niagara College, a faculdade canadense líder do projeto, estabeleceu um escritório ARAP e desenvolveu as políticas, práticas, ferramentas e métodos em 1993. A maioria das faculdades e institutos canadenses incorporou os sistemas ARAP em suas operações e a maior parte dos governos das províncias determinam ARAP como parte da provisão dos serviços educacionais. Porém, o sistema de faculdades no Canadá utiliza ferramentas e processos ARAP em grande parte para entrada no ensino pós-secundário e permanente progressão. Neste projeto, tanto os canadenses como os brasileiros aprenderão como efetivamente adaptar o sistema ARAP ao grupo alvo desfavorecido não-tradicional (ou seja, o grupo alvo de acesso). Enquanto é reconhecido que o ARAP possui o potencial de ser uma inovação verdadeiramente transformadora na educação e que pode ter efeitos significativos ao reduzir barreiras na educação e capacitação, ainda é um fenômeno bastante recente. Há relativamente pouca pesquisa realizada quanto aos resultados da ARAP e quase nenhuma sobre o impacto da ARAP em populações desfavorecidas. O projeto proposto pode prover dados muito úteis quanto ao impacto dos processos ARAP sobre o alcance do objetivo educacional ou de trabalho das mulheres desfavorecidas. O Niagara College e cinco CEFETs no nordeste e norte do Brasil completaram com êxito um projeto piloto ARAP entre agosto de 2005 e março de 2006. Os CEFETs participantes tornaram-se os primeiros à adotar o sistema proposto no Brasil. Ao término dos sete meses, estes CEFETs haviam proporcionado serviços de busca para 81 mulheres marginalizadas; 70 mulheres completaram seus portfólios pessoais; 38 concluíram programas de capacitação de curto prazo em hospitalidade; e 29 conseguiram estágios com uma associação de hoteleiros em Natal. A SETEC/MEC compromete-se a implantar o processo ARAP. ACCC/ SETEC-MEC 15

Estes resultados obtiveram muito sucesso no teste do processo ARAP no Brasil. As vidas das mulheres que participaram foram claramente modificadas, assim como foram os seus prospectos de emprego. Durante todo o projeto piloto, a SETEC/MEC foi uma forte defensora e tornou-se firmemente comprometida com os benefícios do processo ARAP. Avaliações das Habilidades de Mão-de-obra e Modelos de Relações com os Empregadores É essencial que o conhecimento e habilidades das mulheres para um emprego sejam avaliados em relação ao conhecimento e habilidades necessários a fim de realizar o trabalho. Uma vez que as avaliações sejam completadas, uma análise de hiato poderá ser administrada para a mulher individualmente, a qual identifica a diferença entre sua aprendizagem prévia e as habilidades necessárias ao objetivo do emprego. O conhecimento e as habilidades precisam ser avaliados em relação aos padrões dos empregos na indústria selecionada utilizando ferramentas padronizadas. Existem ferramentas de avaliações padronizadas muito utilizadas efetivamente no Canadá visando avaliar habilidades de emprego genéricas, em particular o Test of Workforce Employability Skills (TOWES) / Teste das Habilidades de Empregabilidade da Mão-de-obra, que foi desenvolvido e implementado em vários países pelo Bow Valley College, membro da ACCC. Padrões nacionais da indústria de hospitalidade foram desenvolvidos no Brasil pelo Instituto de Hospitalidade e ferramentas e relatórios de avaliação usados por esta instituição podem ser úteis ao avaliar as habilidades das mulheres para a indústria hoteleira. Dependendo da escolha final do programa de capacitação personalizado para uma indústria específica a ser ofertado individualmente pelos CEFETs neste projeto, o expertise em avaliações das faculdades canadenses será utilizado para aquela indústria. Até este momento, a ACCC já identificou dez faculdades e institutos canadenses (por exemplo, o Marine Institute em Newfoundland, Cegep Marie Victorin em Montreal, New Brunswick College em St. Andrews e o College of the Rockies na Bristish Columbia), os quais podem ser parceiros no projeto. As relações com os empregadores são críticas para o sucesso deste projeto e para um sistema sustentável nos CEFETs que apoiarão as mulheres desfavorecidas. Os parceiros canadenses proporcionarão as melhores práticas ao desenvolver e apoiar relações com os empregadores, incluindo estruturas e práticas do comitê consultivo do programa, busca de empregadores, estratégias do empregador no campus, feiras de emprego no campus, colocações no mercado de trabalho de forma cooperativa, e várias outras estratégias. Os parceiros brasileiros necessitam perceber o que melhor funciona com as suas próprias estruturas e necessidades. É possível que os CEFETs possam firmar parcerias com os SENACs visando coordenar conjuntamente as relações com os empregadores. 4.2 Metodologia de Compartilhamento do Conhecimento A metodologia a ser utilizada é aquela de uma parceria onde todos os parceiros compartilham igualmente o sucesso do projeto. Esta metodologia é colaborativa e baseada na aprendizagem mútua. A literatura sobre a transferência de tecnologia (ou conhecimento) fornece vários modelos para a transferência de know-how de uma organização para outra. A estrutura conceitual selecionada para este projeto está baseada no recente trabalho de Gregory Stock e Mohan Tatikonda ( Uma tipologia dos processos de transferência de tecnologia, The Journal of Operations Management 18, 2000). A tipologia sugere uma seleção apropriada de um tipo de transferência baseado na incerteza da tecnologia (ou seja, a diferença entre a competência ACCC/ SETEC-MEC 16