Escola Básica de Custóias/ Faculdade de Letras da Universidade do Porto Núcleo de Estágio em História e Geografia 2011/2012 Estagiária: Diana Barroso Escola: Básica de Custóias (sede) Ano: 9º ano Turma: Data: 5/12/11 e 7/12/11 Aula nº: Duração: 90 min. Sumário As dificuldades governativas da 1ª República leitura e análise de documentos escritos e iconográficos. A implantação da Ditadura Militar. Motivação Videograma com uma sequência de imagens alusivas aos principais intervenientes políticos da 1ª República e cartoons ilustrativos das dificuldades de gorvernação. Acompanhado com um fado de Amália Rodrigues. Situação - Problema Assim como a Monarquia abriu as portas para a República, esta abre as portas para a Ditadura. Que fatores estiveram na origem da instabilidade política da 1ª República? Quais os fatores reponsáveis pelo agravamento do estado da economia portuguesa, durante a 1ª República? Questões Orientadoras Quais os principais motivos que levaram à queda da 1ª República? Como se explica o descontentamento das várias classes sociais? Como se caracteriza o regime implantado no golpe militar de 28 de Maio de 1926? Conceitos a trabalhar Anticlericalismo, Golpe militar, Ditadura Militar 1
Competências Conteúdos Indicadores de Aprendizagem Experiências de Aprendizagem Avaliação Tratamento da informação/utilização de fontes (1). Compreensão Histórica (2) Espacialidade/ Temporalidade/ Contextualização Comunicação em História (3) A primeira república apresentou desde o seu início uma grande instabilidade política, económica e social. Entre 1910 e 1926, Portugal teve 45 Governos e 8 Presidentes da República. O partido Republicano Português fragmentou-se (1911) logo após a implantação da República, dividindo-se em três forças políticas principais: os Democráticos, os Evolucionistas e os Unionistas. Esta fragmentação acabou com a coesão política que tinha sido determinante na queda da monarquia. A Democracia Parlamentar instaurada e a respetiva constituição (1911) reconhecia a preponderância do poder legislativo (parlamento) face ao executivo (Presidente da República e Governo). Esta dependência do poder executivo, aliada à fragmentação partidária vai contribuir para instabilidade política durante os 16 anos da 1ª República Portuguesa. As sucessivas quedas do Governo facilitaram a interrupção dos regime parlamentar por golpes militares, levados a cabo por Pimenta de Castro (1915) e Sidónio Pais (1917-1918). Os Monárquicos também aproveitaram as fragilidades da 1ª República para tentar impor de novo a Monarquia. Em 1919, Paiva Couceiro, por golpe militar, proclamou no Porto a restauração da Monarquia no Norte do país (até ao rio Vouga), ficando conhecida como a Monarquia do Norte. A instabilidade política gerava um clima de insegurança pública, de agressões físicas, ataques bombistas e assassinatos. A governação fica assim comprometida perante este clima de instabilidade. O espírito reformista da República desde cedo se fez sentir, com a Constituição de 1911, contudo, grande parte das novas leis não seriam postas em acção. Outras efetivamente foram aplicadas, porém devido ao enorme atraso económico e cultural do país não tiveram os resultados pretendidos. A ânsia de obter resultados positivos, não deu tempo para a consolidação das políticas inovadoras, ditando estas ao fracasso. Apresenta a conjuntura económica e social vivida em Portugal na 1º República. Explica os princiais fatores que conduziram às dificuldades governativas da 1º República. Leitura de um quadro do manual representativo da instabilidade do poder executivo durante a 1ª República. (1) Leitura e análise de documentos escritos (1,2,3) que evidenciam os fatores inerentes às dificuldades governativas da 1ª República, intercalados com visualização de vários documentos iconográficos (cartoons) ilustrando o anticlericalismo republicano, a clima de insegurança e a subida de preços. (1) (2) (3) Observação direta da pertinência, espírito crítico e qualidade das intervenções. 2
O défice orçamental persistia e em algumas épocas verificou-se mesmo, um agravamento da situação económica. A balança comercial continuava deficitária, a moeda (escudo) desvalorizou e deu-se uma subida generalizada dos preços (inflação). Persistia o atraso industrial e agrícola. Nomeadamente a produção de trigo era deficitária, determinando a fome em certos períodos. A participação de Portugal na I Guerra Mundial também não foi aceite de forma pacífica. A contestação social tinha era cada vez mais intensa e transversal às várias classes sociais, inclusive aquelas que tinham servido de base de apoio aos republicanos. Foram sucedendo-se as greves e as manifestações. As medidas anticlericais tão apoiodas nos meios urbanos de Lisboa e Porto, não foram aceites pela população rural, principalmente do Norte e Centro do país. Contestando a expulsão do clero, a nacionalização dos bens da igreja, bem como a lei do divórcio. A lei da separação da Igreja e do Estado nesta altura apenas refletia os desejos da população urbana mais instruída. O fracasso da República abriu a porta para a entrada de um novo regime político. A reação autoritária e a ditadura Militar O descrédito na República era transversal a todas as classes sociais. A dificuldade de governação assustava a alta burguesia capitalista, que temia a contaminação da Revolução Soviética, receando que Portugal também enveredasse por este caminho. As classes médias e a pequena burguesia tinham perdido o seu poder de compra e receavam a desordem pública. O operariado, apesar de ser o grupo social que aparentemente mais tinha beneficiado com as novas leis republicanas, não sentiu na prática a sua aplicação. A população rural pouco instruída e profundamente católica estava descontente com as políticas anticlericais. E os monárquicos queriam ver reposta a Monarquia. A sociedade portuguesa do início do século XX não estava preparada para esta mudança. Ambicionava-se agora um regime forte que impusesse a ordem e a tranquilidade. Exigia-se a intervenção do exército. Justifica o descontentamento das várias classes sociais. Indica as razões que levaram à instauração da Ditadura Militar. Carateriza o regime de Ditadura Militar. Leitura e análise do documento escrito 4, que servirá de elo de ligação à aula seguinte. (1) (2) (3) Construção inicial de um esquema síntese, com as principais dificuldades da 1ª República, para ajudar na ligação à aula anterior.(1) (2) (3) Visualização e análise de um video documentando a fase final da 1ª República e a chegada da Ditadura Militar. (1) (2) (3) 3
Imbuído pelos apelos da opinião pública e pelo extremar da situação política e económica, a 28 de Maio de 1926, o General Gomes da Costa, instaura a 1º Ditadura Militar em Portugal e que irá perdurar até 1933. O poder político fica nas mãos dos militares, que dissolvem o Parlamento, suspendem as liberdades individuais, restauram a censura e proíbem actividades partidárias e sindicais. O movimento militar agora no poder não tinha um projeto político definido, o que criou no início alguma instabilidade, simultaneamente o défice financeiro continuava a aumentar. António Oliveira Salazar, professor da Universidade de Coimbra, foi convidado para ministro das finanças, com a missão de equilibrar as finanças públicas. Com base numa política de diminuição da despesa pública, Oliveira Salazar, conseguiu um equilíbrio orçamental e a estabilização do escudo. Esteve no cargo de ministro das finanças desde 1928-1932, ano em que foi convidado para assumir a presidência do conselho de ministros. Leitura e análise de um gráfico representativo do saldo das contas públicas portuguesas entre 1925 e 1930. (1) (2) (3) Conclusão do esquema síntese com principais caraterísticas da Ditadura Militar. (1) (2) (3) 4
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