ESCATOLOGIA BÍBLICA
O Quarto selo Cavalo Amarelo? 7 Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem! 8 E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.
Esse é o selo cúlminante. Mais uma vez Cristo abre o selo e o quarto ser vivente chama o cavalo e o seu cavaleiro. Ao comando, um (hippos chlôros) cavalo amarelo esverdeado aparece.
É uma cor verde-amarelada e, embora ela possa remeter à grama verde, como em Marcos 6.39 e Apocalipse 8.7, aqui ela é usada como referência à cor da doença e da morte (ela indicava, algumas vezes, a cor pálida de um defunto). O cavaleiro, o que estava sentado sobre, este cavalo é chamado morte. João acrescenta uma oração gramatical interessante (ho hadês êkolouthei met autou), o hades o acompanhava.
Aqui o hades é um é companheiro maligno da morte, e ambos personificam as forças cósmicas malignas (1.8; 6.8; 20.13,14). A imagem de acompanhar/seguir (e o inferno o seguia) retrata o hades andando atrás da morte, recolhendo os cadáveres deixados pela praga e pela morte enquanto elas abatem vítimas e mais vítimas.
Uma vez mais Deus deu (6.2,4) às forças demoníacas (autoridade) poder para infligir sofrimento terrível à humanidade. Aqui esse poder é exercido sobre a quarta parte da terra, uma das principais imagens dos selos, trombetas um terço da terra e taças toda a terra.
No presente texto um quarto da humanidade é morta por esses duplos flagelos. Os três métodos que eles usam resumem o segundo, o terceiro e o quarto selos: - à espada; - pela fome; - pela praga e pelos animais selvagens.
A espada resume os dois principais selos interconectados, a fome é o tema dos terceiro selo e a praga resume esse quarto selo. Visto que o quarto selo resume todos os outros, é provável que os quatro selos juntos matem um quarto da raça humana, o que equivaleria hoje a aproximadamente 2,3 bilhão de pessoas. Isso corresponderia a mais mortes do que as de todas as guerras ocorridas nos últimos séculos.
O quarto juízo, os animais selvagens da terra deve-se aqui a uma fonte do AT para esses flagelos, Ez 14.21 Porque assim diz o Senhor Deus: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, a fome, as bestasferas e a peste, contra Jerusalém, para eliminar dela homens e animais? Todavia, essa passagem ainda tem relevância, pois as aves de rapina de Ap 19.17, 18, 21 formam um paralelo com os predadores carnívoros de Ez 14.
Ambas as cenas retratam a terrível severidade dos juízos, mostrando que os que foram enfraquecidos pela fome e pela praga se tornaram presas dos animais selvagens. Ezequiel 14.12-23 detalha Javé contemplando quatro juízos potenciais contra Israel por sua idolatria e comportamento injusto. Os quatro juízos começam com a fome (14.13,14), continuam com os animais selvagens (14.15,16), e com a espada (14.17,18) e terminam com a praga (14.19.20).
Então Jerusalém é informada de que receberá, de fato, todos os quatro juízos, em 14.21. Os versículos 22,23 encorajam o remanescente fiel afirmando que ele será poupado devido à sua conduta justa. Nenhum encorajamento desse tipo é encontrado aqui.
A morte tragará a humanidade ímpia, e os seres humanos não escaparão do juízo de Deus. Vejamos o que o teólogo e estudioso do NT Robert H. Mounce, neste breve resumo do assunto.
A análise de várias interpretações dos quatro cavaleiros tende a tirar do leitor contemporâneo a percepção da natureza da visão em si. É interessante imaginar-se em uma das sete igrejas como ouvinte das visões enquanto lidas. Em vez de discutir o significado provável de cada um dos quatro cavalos coloridos, aqueles primeiros leitores devem ter se encolhido de pavor, à medida que a guerra, o derramamento de sangue, a fome e a morte galopavam furiosamente no palco de sua imaginação.