ESCATOLOGIA BÍBLICA. Apocalipse 7.1-3

Transcrição

1 ESCATOLOGIA BÍBLICA Apocalipse 7.1-3

2 Os cento e quarenta e quatro mil selados de Israel 1 Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. 2 Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, 3 dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.

3 Quatro anjos estão em pé nos quatro cantos da terra retendo os quatros ventos da destruição. Os quatro anjos aqui estão relacionados com os quatro anjos de 9.14 e podem remontar aos quatro espíritos do céu mencionados em Zc 6.5. A expressão ventos da destruição se vale de uma ideia apocalíptica em que Javé controla o clima (ventos, chuva, relâmpago) fazendo-o obedecer seu comando.

4 No Êxodo, foi o vento que trouxe os gafanhotos e os levou embora Êx 10.13,19, bem como tornou o mar em terra seca Êx Os quatro ventos foram desenvolvidos no período profético para retratar um desastre natural que vem de todas as direções. Ali, os quatro ventos do céu ficam na frente de cada uma das carruagens com cavalos e as levam para as quatro direções da bússola.

5 Por essa razão, vários estudiosos acreditam que os quatro ventos são idênticos aos quatro cavaleiros, uma possibilidade muito real à luz do olhar retrospectivo dessa cena. Esta é mais uma evidência de que a cena de Ap ocorre antes da aparição dos quatro cavaleiros de 6.1-8, durante os dias em que eles foram impedidos de realizar sua missão destrutiva até que os santos pudessem ser selados por Deus.

6 É difícil ver por que o anjo de Deus está restringindo as mesmas forças liberadas em Em certo sentido, essa ação enfatiza a soberania de Deus sobre todo o processo e, especialmente, seu cuidado com aqueles que estão prestes a ser martirizados (6.11). É interessante observar que esses ventos não são impedidos de soprar sobre as pessoas, mas de soprar sobre a terra, o mar e qualquer árvore.

7 Ele não destruirá apenas a vegetação, mas também as águas oceânicas. Qualquer pessoa que depende do mar para o comércio ou para a navegação (isto é, todos os habitantes da bacia do mediterrâneo naquela época) compreenderia as terríveis implicações do acréscimo de nem sobre o mar no texto. A inclusão de mar entre terra e árvores, tem por objetivo demonstrar que o império Romano seria atingidos no uso do mar.

8 A segunda parte da visão também começa com vi, agora outro anjo surge, ao que tudo indica, como um anjo de grande autoridade, pois ele dá ordens aos quatro anjos e carrega o selo de Deus. Portanto essa não é uma aparição acidental, mas um ponto importante no plano divino. Esse anjo vem do nascer do sol, uma expressão para indicar que ele vem do oriente.

9 Uma ênfase apropriada, visto que uma das maiores bênçãos está prestes a ser concedida: o selo de Deus. Esta é uma cena impactante, que representa, provavelmente, o anjo carregando o anel de sinete real de Deus, como os que usados por reis, oficiais e ouros que tinham autoridade para autenticar documentos. Nós recebemos a marca do selo do Espírito Santos em nossos corações IICo 1.22.

10 Aqui em Ap 7, o selo do Deus vivo tem a designação mais enfática do NT, pois o próprio Deus é identificado como pertencendo ao Deus vivo. Em Apocalipse, a ideia do Deus vivo forma um paralelo com 4.9,10, em que os seres viventes e os vinte e quatro anciãos adoram a Deus que vive pelo séculos dos séculos. Em ambos os casos, a expressão está intimamente ligada ao Deus que se assenta sobre o trono, ele é soberano por toda a eternidade.

11 O genitivo selo do Deus vivo é, antes de tudo, possessivo (selo que pertence a Deus), mas pode ter um aspecto subjetivo também (o Deus eterno e soberano sela seus seguidores fiéis). Então, esse anjo que carrega o selo de Deus deu ordens para os outros quatro anjos clamou em alta voz. Essa expressão é a mesma usada pelos mártires debaixo do altar 6.10 e há uma clara conexão.

12 O clamor do anjo é também uma resposta divina ao clamor deles. Agora vemos a restrição quanto a destruição da terra, do mar e dos vegetais. Os fatos que irão se suceder, requerem que os santos escolhidos de Deus recebam a marca do selo. Finalmente o selo deve ser colocado na testa do filhos de Deus.

13 O sinal na testa é o oposto da marca da besta em 13.16, colocada na testa ou na mão (a grande prostituta, em 17.5, também tinha seu título escrito na testa). Neste livro não há neutralidade, uma pessoa só pode ser seguidora de Deus (e pertencer a ele) ou de Satanás. Não há meio termo, de modo que alguém em busca nesse livro ainda é um seguidor de Satanás, pois não chegar a Cristo é equivalente a tornar-se servo de Satanás.