ESCATOLOGIA BÍBLICA. Apocalipse

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João Victor Ventura Chaves
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1 ESCATOLOGIA BÍBLICA

2 O Quinto selo Santos Martirizados 9 Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. 10 Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.

3 Vemos nesse selo a única oração de súplicas do Apocalipse. A Matança é o resultado dos quatro primeiros selos, e o que vemos é um contraponto entre a espada aos seus inimigos e as vestes brancas dadas aos martirizados. O que notamos é um ponto de transição no livro, resumindo o testemunho fiel da primeira parte, o conflito da parte central, e a promessa e a vindicação da seção final.

4 Passamos agora do Juízo experimentado pelos habitantes da terra, para o céu. O que notamos que sempre há a ideia do céu como um templo, pois isso ocorre várias vezes no Apocalipse (11.19; 14.17; 15.5; 16.17) e AT (Sl 11.4; Is 6.1; Hc 2.20; Mq 1.2). Por trás da idéia do templo celestial está, provavelmente, a visão apocalíptica de Ez

5 Como a única oração de súplica em Apocalipse, é importante perceber que ela é uma oração de imprecação por vingança. O assunto é o martírio, outro tema importante do livro. Jesus em seu discurso alerta sobre isso, e o resultado será a morte (Mc )

6 A ligação entre martírio e juízo é apropriada, pois uma das ênfases do livro é a lex talionis (lei da retribuição), defendendo o motivo pelo qual Deus precisa julgar a humanidade ímpia. De fato, detalha a resposta do Senhor às orações de imprecação feitas pelos santos martirizados. Quando Cristo abre o selo João vê almas debaixo do altar.

7 A imagem dessas almas debaixo do altar faz uma referência ao sistema sacrificial, no qual o sangue da vítima sacrificial era derramado debaixo do altar. A alma, como o sangue, era vista como um símbolo de vida e, portanto, os dois termos funcionam como sinônimos.

8 Em Êx e em Lv , a cerimônia da oferta pelo pecado envolvia: - Levar um bezerro sem defeito ao altar, e impor as mãos sobre o animal para identificar o pecador com o bezerro, e a transferência de seus de seus pecados para ele; - Em seguida, abatia-se o animal como substituto pelos pecados do ofertante. Uma parte do sangue era colocada sobre as pontas do altar e o restante era derramado sobre a base.

9 O que vemos aqui, são os santos martirizados claramente retratados como aqueles que foram sacrificados por causa de Cristo. Eles haviam sido (sphagmenõn, mortos) por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram. Em 12.17, a palavra de Deus é também interpretada nessa direção: os que guardam os mandamentos de Deus e são fiéis ao testemunho de Jesus.

10 A expressão em 6.9 é semelhante a e 14.12, pois os santos foram martirizados por sua obediência a Deus e por seu testemunho a Jesus. Os crentes não fogem para salvar sua vida nem fazem concessões com o evangelho a fim de evitar a perseguição, mas mantêm corajosamente seu testemunho em meio a uma situação desesperadora. Esse sacrifício celestial, e o clamor por vingança, em 6.10, é feito na própria presença de Deus.

11 Os santos martirizados clamam em alta voz, uma expressão enfática para retratar um clamor alto, usado geralmente em referência aos anjos que levam a cabo a vontade de Deus. Na presente passagem, esse é obviamente o clamor angustiado de uma alma em condição extrema, semelhante ao sangue de Abel, que clamou da terra Gn A oração começa de uma forma incomum, com Até quando? expressando, de início, a súplica angustiada por justiça, uma pergunta frequentemente direcionada a Deus.

12 Em seguida temos a afirmação da majestade de Deus soberano Senhor, santo e verdadeiro. Esse juiz é descrito, então, como santo e verdadeiro, do mesmo modo que Cristo é chamado de santo e verdadeiro na carta a Filadélfia 3.7. O conteúdo da oração é simples quanto tempo aguardarás para julgar e para vingar?

13 Essa resposta à súplica é respondida especificamente em 18.20, Deus a julgou, retribuindo-lhe o que ela fez a vocês, e, de forma implícita, no juízo de Em outras palavras como veremos em 8.3-5, uma das razões para Deus derramar seu juízo é sua resposta às orações dos santos aqui.

14 Deus responde de duas formas em 6.11, primeiro ele dá a cada um um vestidura branca. Vestiduras brancas aparecem cinco vezes no livro 6.11;7.9,13,14; 22.14; é uma túnica longa que indica posição semelhante à túnica longa de Cristo em 1.13, às vestimentas brancas prometidas aos fiéis dignos de Sardes, 3.4,5, e às roupas brancas dos vinte e quatro anciãos, em 4.4.

15 Os mártires ainda são, chamados a terem a mesma paciência que caracteriza sua perseverança na terra. Por fim, eles são motivados a esperar até que se completasse o número daqueles que ainda seriam mortos como mártires. Em resumo, a ênfase está na soberânia divina, Deus conhece cada um que será morto como mártir e os vindicará no tempo devido, que logo virá.

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