PLANEJAMENTO E GESTÃO DO LAYOUT: ESTUDO DE CASO NA BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Felipe Vieira Camargo (UESC) fe_vieirac@hotmail.com Rodrigo Barros Correia Brandao (UESC) rodrigoep2011.2@gmail.com Geovana Pires Araujo Lima (UESC) geovanapires1907@hotmail.com Carina de Souza Ramos (UESC) carina_ramos@hotmail.com.br Juliano Zaffalon Gerber (UESC) juliano_zg@hotmail.com Obter uma melhor movimentação das pessoas e um transporte mais eficiente de materiais nas organizações são premissas básicas do planejamento e gestão do arranjo físico. No caso de uma biblioteca os benefícios se expandem para a diminuição de ruídos e facilidade de busca e reposição dos livros. Neste contexto este estudo visa, por intermédio de abordagens teóricas e ferramentas de planejamento e gestão do arranjo físico, avaliar a situação atual da Biblioteca da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e propor melhorias no seu layout. Palavras-chave: Otimização de layout, biblioteca universitária e planejamento de arranjo físico
1. Introdução Um sistema eficiente de manufatura combina quatro variáveis básicas: tecnologia de fabricação utilizada; um layout otimizado; mão de obra treinada e motivada; e gerenciamento adequado (Gonçalves Filho, 2005). O desenvolvimento de um layout eficiente é primordial para o bom andamento da produção, por isso é necessário acompanhá-lo para que os ajustes sejam realizados, caso contrário, tal atividade não irá agregar valor ao produto. A otimização do layout possibilita a eliminação de uma série de desperdícios, como por exemplo, os referentes a movimentação e transporte de materiais e produtos. O arranjo físico ou layout de uma organização esta relacionado com o posicionamento e distribuição dos recursos físicos. De acordo com Slack et al. (2009) arranjo físico envolve o posicionamento relativo dos recursos transformadores dentro da operação e dos processos e a alocação de tarefas aos recursos, que juntos ditam o fluxo de recursos transformadores ao longo da operação ou processo. Segundo Corrêa e Corrêa (2004), um bom projeto de arranjo físico visa tanto a eliminação das atividades que não agregam valor, como o destaque das atividades que agregam. Para tal propósito, o projeto de arranjo físico deve: Minimizar os custos de manuseio e movimentação interna de materiais; Utilizar de forma eficiente o espaço físico; Fazer uso eficiente da mão de obra, evitando movimentos desnecessários; Facilitar a comunicação entre as pessoas envolvidas na operação; Reduzir tempos de ciclo dentro da operação, garantindo fluxos mais linearizados, sempre que possível e coerente com a estratégia; Facilitar a entrada, saída e movimentação dos fluxos de pessoas e de materiais; Incorporar medidas de qualidade; Atender a exigências legais de segurança no trabalho; Facilitar manutenção dos recursos, garantindo fácil acesso; Facilitar acesso visual às operações, quando adequado. 2
O projeto de um arranjo físico vai depender dos objetivos estratégicos da operação da organização, deve ser pensado de forma a eliminar os desperdícios e potencializar o fluxo das atividades que agregam valor, dos produtos ou serviços oferecidos. Para auxiliar no projeto e na gestão dos arranjos físicos têm-se um significativo conjunto de métodos, técnicas e ferramentas. No que tange a ambientes produtivos com as características de uma biblioteca, observa-se proposições como a de Tubino (2009) que sugere um método de balanceamento do arranjo físico de processo ou por função com etapas a serem cumpridas em prol da minimização dos custos de movimentação. Ações complementares, onde torna-se necessário ordenar itens, como é o caso de uma biblioteca livros, para melhorar ainda mais o arranjo físico a técnica da Curva ABC se destaca entre as demais (DIAS, 2010). Neste contexto, o objetivo deste artigo é, por intermédio de abordagens teóricas e ferramentas de planejamento e gestão do arranjo físico, avaliar a situação atual do arranjo físico da Biblioteca da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) considerando as variáveis (1) disposição dos livros nas prateleiras e (2) fluxo de pessoas através dos corredores, para então elaborar uma proposta que auxilie na melhoria do layout, de forma a redistribuir os livros nas prateleiras e rearranjar os corredores, melhorando o fluxo de movimento dos servidores, professores e alunos, além de eliminar movimentos desnecessários, diminuir ruídos e facilitar a busca e reposição dos livros. 2. Planejamento e gestão dos arranjos físicos Segundo Slack, Johnston e Chambers (2002), o planejamento dos arranjos físicos, também conhecidos como layout, preocupa-se com o posicionamento e localização dos recursos de transformação e os recursos a serem transformados. As instalações prediais, materiais, fluxo de informações e clientes são diretamente afetados pela forma na qual o arranjo físico é disposto. Para Gaither e Frazier (2004) o planejamento do layout está estritamente atrelado com a redução de custos, pois o foco está em evitar desperdícios e aproveitar melhor os recursos produtivos e de processamento. Segundo Neuman e Scalice (2015), o projeto do layout determina de forma detalhada o posicionamento relativo dos recursos transformadores dentro da operação e dos processos e a 3
alocação de tarefas aos recursos. Este projeto está dividido em 4 etapas, sendo estas: planejamento do projeto, que envolve a adequação do modelo às necessidades o novo layout; projeto informacional, cujo foco está no levantamento e análise das informações necessárias para realização do projeto; projeto conceitual, relacionado com a definição e escolha de alternativas de projeto de layout; projeto detalhado, que objetiva o detalhamento e melhoramento da alternativa selecionada, que é analisada e otimizada, para que proporcione maiores ganhos e a eliminação de desperdícios. Um planejamento bem feito para se mudar um arranjo físico pode impactar diretamente nos resultados de uma organização. Além dos benefícios supracitados, o planejamento de layout pode melhorar a comunicação, aumentar a moral dos funcionários, evitar acidentes de trabalho, melhorar o acesso dos clientes, aumentar a eficiência da mão-de-obra e de máquinas (NEUMAN e SCALICE, 2015). Para Slack (2009), um arranjo físico consiste no posicionamento dos recursos a serem transformados, e como as várias tarefas de operações serão alocadas para que ocorra esta transformação. Os objetivos do arranjo físico estão intimamente ligados aos objetivos estratégicos da operação. O autor apresenta alguns objetivos gerais relevantes a todas as operações: segurança inerente, extensão do fluxo, clareza do fluxo, conforto para os funcionários, coordenação gerencial, acessibilidade, uso do espaço, flexibilidade de longo prazo. Segundo Russo (2009), diferentes alternativas de layout influem também de modo diverso na movimentação de materiais. Entretanto, em qualquer alternativa adotada, duas variáveis se destacam por seu poder de influência: intensidade de fluxo e distância percorrida. Conforme BALLOU (2006) alguns fatores tais como disposição das mercadorias, a intensidade de uso dos equipamentos e o nível de automação, influenciam diretamente no custo. O posicionamento de cada departamento em uma organização, sua localização geográfica, é uma importante decisão estratégica (RUSSO, 2009). A tabela 1 apresenta os tipos de arranjos físicos mais básicos. 4
Tabela 1 - Tipos de arranjo físico Fonte: adaptada de TUBINO (2009) O arranjo físico da biblioteca universitária se adequa ao tipo de arranjo físico processo/por função, pois as prateleiras comportam os livros de áreas iguais ou semelhantes e esta disposição otimiza sua posição relativa. Para este tipo de arranjo físico, TUBINO (2009) desenvolveu um método no qual devem ser seguidas as seguintes etapas: Avaliar as instalações prediais; Realizar a matriz dos fluxos de cargas e movimentos; Especificar relação sequencial; Matriz dos custos das cargas e movimentos; Avaliar e revisar fluxos e custos. Seguindo as etapas propostas por TUBINO (2009), primeiramente avaliadas as dimensões prediais, onde pode-se verificar que estas não podiam ser alteradas de forma simples, necessitando de mudanças estruturais, o que não seria viável. Com as observações feitas e os dados disponibilizados pela gerência da biblioteca foi realizado o mapeamento do local e o levantamento do fluxo nos corredores, foi também considerado a relação sequencial para retirar o livro da biblioteca, no qual o indivíduo parte do hall em direção ao corredor, 5
necessitando passar pela recepção e voltar para o hall. Considerando esta movimentação foi calculado o tempo para cada corredor, por fim, foi analisado e revisado o fluxo dos corredores. Como complemento ao método de balanceamento do Arranjo Físico por Processo/Por Função, foi utilizada também a ferramenta Curva ABC, com o intuito de classificar os livros mais solicitados e concentrar nestes um maior esforço para que não se tenha falta e para que possam ser melhor alocados. Segundo Slack et. all (2007), a ferramenta Curva ABC tem sido utilizada para atender três aspectos básicos de gestão dos estoques e produtos: assegurar que os itens de maior valor sejam analisados em menores intervalos de tempo; assegurar que os itens de menor valor sejam comprados ou fabricados em menor frequência e; identificar em ordem de importância os itens estocados, pelo pressuposto de que se eles são de alto valor também o são em termos de importância. Os dados são organizados e separados em classes A,B ou C, dessa forma: Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração; Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C; Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. Em geral são colocados, no máximo, 20% dos itens na classe A, 30% na classe B e os restantes 50% na classe C. Como afirma Dias (2009), essas porcentagens poderão variar de caso para caso, segundo as diferentes necessidades de tratamentos administrativos a serem aplicados. Tubino (2009) apresenta os seguintes passos para desenvolver a classificação ABC dos itens. Calcula-se a demanda valorizada de cada item, multiplicando-se o valor da demanda pelo custo unitário do item; Colocam-se os itens em ordem decrescente de valor de demanda valorizada; Calcula-se a demanda valorizada total dos itens; Calculam-se as percentagens da demanda valorizada de cada item em relação à demanda valorizada total, podendo-se calcular também as percentagens acumuladas; 6
Em função dos critérios de decisões, estabelecem-se as classes A, B e C. 3. Metodologia Para desenvolver o trabalho, primeiramente foi feita a categorização da pesquisa, sendo esta um estudo de caso. A partir disto foi utilizada a técnica de pesquisa bibliográfica, na qual foi realizada consulta em materiais já elaborados, dados de fontes secundárias, como artigos, livros; também foram obtidos dados primários, através de observações realizadas na biblioteca universitária, além dos dados fornecidos pela gerência, no qual embasaram o estudo de caso. Segundo Yin, um estudo de caso se caracteriza por ser uma investigação científica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, e beneficia-se do desenvolvimento de métodos já estabelecidos para conduzir a coleta e análise dos dados. (YIN, 2001, p. 32-33). A partir da caracterização da pesquisa foi desenvolvido um conjunto de etapas baseado em Tubino 2009, que auxiliaram a realização do estudo. Foram realizadas também as atividades de revisão bibliográfica, a fim de conhecer o estado da arte acerca dos assuntos de estudos de caso, arranjo físico e otimização de layout; mapeamento do layout atual da biblioteca fazendo o uso o software AutoCAD para desenho; mapeamento do fluxo de movimento; planejamento do projeto do novo layout, visando atender o objetivo do trabalho; além do uso de Excel para construção de tabelas e gráficos. O diagrama de blocos 1 ilustra os métodos para a execução o trabalho. Diagrama de blocos 1: Ilustração da metodologia empregada 7
Para a realização deste trabalho, primeiramente foi feita a caracterização da pesquisa, posteriormente a revisão bibliográfica para embasar os conceitos, em seguida a definição das atividades, mapeando o layout da biblioteca universitária, avaliando as dimensões prediais, em seguida o desenho técnico foi realizado no software AutoCAD. Através de observações na biblioteca foram registrados os fluxos, e cronometrado o tempo necessário para chegar em cada corredor, tendo como referência o hall. A partir desses dados quantitativos, planejou-se o que poderia ser melhorado no layout da biblioteca cruzando com os dados disponibilizados pela gerência da biblioteca, utilizando o modelo proposto por Tubino(2009) e a ferramenta Curva ABC de forma complementar. Para apresentação de resultados obtidos foram utilizados gráficos e tabelas, com o auxilio da ferramenta do Office, Excel. Posteriormente foi feito o planejamento e desenvolvimento do novo layout, com o intuito de otimizar o arranjo de forma estratégica, aproximando os livros mais solicitados do hall, visando a eliminação de movimentos desnecessários e redução dos ruídos oriundos destas movimentações dentro da biblioteca universitária. 8
4. Arranjo físico da biblioteca universitária da UESC: estudo de caso A Biblioteca Universitária da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) conta com um acervo de mais de 5 mil livros dos mais variados assuntos, distribuídos em 18 corredores. Com o auxílio do software AutoCad, desenhou-se a planta e a disposição atual das prateleiras e corredores na biblioteca, conforme a imagem a seguir: Figura 1- Atual layout da biblioteca da UESC. O fluxo de estudantes na biblioteca é constante e alguns corredores são mais frequentados que outros. Através de observações no turno vespertino entre as 15:30h até as 16:30h, do dia 27 de agosto de 2014. A tabela 1 apresenta o resultado da leitura do fluxo de pessoas em cada corredor neste período. Tabela 1: Fluxo de movimentos de pessoas na biblioteca no turno vespertino. 9
Fluxo de Movimento de Pessoas na Biblioteca/ Por corredor Corredores Fluxo de Pessoas Tempo Médio 1 0 15 seg 2 0 14 seg 3 0 13 seg 4 0 12 seg 5 0 11 seg 6 0 10 seg 7 6 9 seg 8 4 8 seg 9 2 8 seg 10 1 9 seg 11 1 10 seg 12 4 11 seg 13 0 12 seg 14 0 13 seg 15 1 8 seg 16 1 7 seg 17 1 6 seg 18 0 5 seg Nos corredores 1, 2, 3, 4, 5, 6, 13, 14, e 18 não foi observado nenhum movimento, porém nos outros corredores houve fluxo de pessoas, conforme o gráfico 1: Gráfico 1- Fluxo de pessoas na biblioteca no turno vespertino Pode-se observar que o corredor mais visitado foi o 7. Esta é a seção mais procurada, geralmente frequentada por estudante das engenharias e ciências exatas pois os livros de cálculo ficam nesse corredor. Além disso, estudantes de LEA e letras também possuem livros 10
neste corredor. O corredor 8 já é mais direcionado aos discentes dos cursos de Engenharia e Ciências Exatas. O corredor 10 é mais usado por estudantes de Enfermagem e Educação física. Já a seção 11, os estudantes de Medicina utilizam mais. O corredor 12 foi muito procurado, sendo 4 o número de pessoas que adentraram neste caminho. Esta seção é mais procurada por estudantes por estudantes de Medicina Veterinária. Já os corredores 15, 16 e 17 possuem livros relacionados a Literatura Brasileira. No dia 1 de setembro de 2014, foi realizada outra observação, dessa vez na parte noturna, entre os horários de 19:30h até as 20:30h. A tabela 2 apresenta os resultados desta leitura. Tabela 2: Fluxo de movimentos de pessoas na biblioteca no turno noturno (01/09/2015 das 19:30h as 20:30h). Fluxo de Movimento de Pessoas na Biblioteca/ Por Estante Corredores Fluxo de Pessoas Tempo Médio 1 4 15 seg 2 2 14 seg 3 0 13 seg 4 2 12 seg 5 0 11 seg 6 2 10 seg 7 3 9 seg 8 3 8 seg 9 3 8 seg 10 0 9 seg 11 0 10 seg 12 0 11 seg 13 0 12 seg 14 0 13 seg 15 0 8 seg 16 0 7 seg 17 0 6 seg 18 0 5 seg Nos corredores 3,,5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 não foi observado nenhum movimento, porém nos outros corredores houve fluxo de pessoas, conforme ilustrado no gráfico 2. 11
Gráfico 2: Fluxo de pessoas na biblioteca no turno noturno (01/09/2015 das 19:30h as 20:30h). Pode-se observar que o corredor mais visitado foi o 1. Esta é a seção mais procurada no período noturno. Seguido dos corredores 7, 8 e 9 que tiveram o fluxo de 3 alunos cada. E dos corredores 2, 4 e 6 fora registrado o fluxo de 2 alunos cada. No dia 25 de março de 2015, no horário de 9:10h às 10:10h, fora realizada outra observação no fluxo de movimentação de pessoas na biblioteca afim de coletar mais dados para incrementar no estudo. A tabela 3 apresenta os resultados. 12
Tabela 3 Fluxo de movimento de pessoas na biblioteca por estante (25/03/2015, das 9:10h as 10:10h). Fluxo de Movimento de Pessoas na Biblioteca Por Estante Corredores Fluxo de Pessoas Tempo Médio 1 0 15 seg 2 2 14 seg 3 0 13 seg 4 1 12 seg 5 0 11 seg 6 1 10 seg 7 8 9 seg 8 4 8 seg 9 2 8 seg 10 1 9 seg 11 1 10 seg 12 3 11 seg 13 0 12 seg 14 0 13 seg 15 1 8 seg 16 1 7 seg 17 2 6 seg 18 0 5 seg Pode-se observar que o corredor mais visitado foi o 7, igualmente para o turno vespertino apresentado no gráfico 1. Seguido no corredor 8 e 12. Nos corredores 1, 3, 5, 13, 14 e 18 não ocorreram fluxo de pessoas durante o período observado. O gráfico 3 ilustra os resultados. Gráfico 3: Fluxo de pessoas no turno matutino (25/03/2015, das 9:10h as 10:10h). 13
O mesmo procedimento fora aplicado para uma series de mais 6 observações realizadas em turnos e dias diferentes, no período de 02 de abril de 2015 a 09 de abril de 2015, com duração aproximada de 1:00 h, foi possível analisar o fluxo de pessoas nos corredores, a tabela 4 apresenta os resultados. Tabela 4 Fluxo de movimento de pessoas na biblioteca por corredor (de 02/04/2015 a 09/04/2015) Fluxo de Movimento de Pessoas na Biblioteca/ Por corredor Corredores Fluxo de Pessoas Tempo Médio 1 10 15 seg 2 4 14 seg 3 7 13 seg 4 8 12 seg 5 7 11 seg 6 6 10 seg 7 43 9 seg 8 42 8 seg 9 37 8 seg 10 26 9 seg 11 9 10 seg 12 18 11 seg 13 8 12 seg 14 2 13 seg 15 1 8 seg 16 0 7 seg 17 0 6 seg 18 2 5 seg Nos dias de observação foram verificados um grande fluxo de pessoas nos corredores, 7, 8, 10,9 respectivamente, considerando as todas as observações feitas e somando-os, a fim de verificar de forma geral o maior fluxo de pessoas pelos corredores da biblioteca, obtém-se o que os três corredores de maior fluxo são os 7, 8,9 respectivamente. Conforme ilustrado no gráfico 4. 14
Gráfico 4: Fluxo de movimento da biblioteca somando os dois dias de observação (de 02/04/2015 a 09/04/2015). De acordo as 9 observações registradas em dias e turnos distinto, observa-se que os corredores 7, 8, 9,10 e 12 respectivamente possui um maior fluxo de pessoas. Por existir alguns corredores mais frequentados que outros, há necessidade de criar um novo layout para os estudantes economizarem tempo ao se deslocar até o corredor desejado e também para facilitar aos funcionários na reposição das prateleiras. Um estudo relacionando o fluxo dos livros com os conceitos de Pareto, ou curva ABC, também foram aplicados. Com o objetivo de conseguir uma fácil visualização e identificação os livros mais solicitados da biblioteca. Com o intuito de agregar maior confiabilidade as observações feitas, fora solicitado os dados à diretoria da biblioteca, dos 55 títulos de maior saída da biblioteca, o equivalente 16.735 empréstimos de livros no período registrado foi de 01 de junho de 2014 até 30 de março de 2015, pode-se verificar que os corredores onde estão os 55 livros mais solicitados são respectivamente 7,8, 9, 10 e 12. O gráfico 5 apresenta esses resultados. Gráfico 5: corredores dos Fluxo nos 55 livros mais 15
solicitados na biblioteca. Considerando o gráfico 4, dados observados, verificou-se que os corredores de maior fluxo são respectivamente os corredores 7, 8, 9, 10 e 12, e observando o gráfico 5, que foram dados concedido pela diretoria da biblioteca, os corredores de maior fluxo foram respectivamente os corredores 7,8,9,10 e 12, igualmente os dados oriundos de observações. Visando aproximar os corredores mais solicitados da entrada da biblioteca, foi proposto a realocação dos corredores, baseado nas informações extraídas dos dados fornecidos, e das observações realizadas, a partir das tendências ilustradas nos gráficos 4 e 5, e os tempos necessários para realizar o percurso do hall de entrada até o corredor desejado.a tabela 5 apresenta a proposta de substituições dos corredores. Tabela 5: Proposta de substituição dos corredores Corredor atual Tempos Corredor ideal 1 15 seg 7 2 14 seg 8 3 13 seg 9 4 12 seg 10 5 11 seg 12 6 10 seg 1 7 9 seg 4 8 8 seg 11 9 8 seg 6 10 9 seg 2 11 10 seg 13 12 11 seg 3 13 12 seg 5 14 13 seg 15 15 8 seg 17 16 7 seg 14 17 6 seg 16 18 5 seg 18 16
Com base na proposta de mudança apresentada na tabela 5, pode-se propor a otimização ilustrada na figura 2 explicada em detalhes logo a seguir. Figura 2 - Layout atual da biblioteca Considerando o rearranjo dos corredores mais solicitados, a mudança mais significativa ocorreu no corredor 1, onde o mesmo foi alocado para o lugar do corredor 8, sendo assim o tempo de caminhada do hall de entrada até o corredor que era de 15 segundos, com o novo arranjo de layout passa a ser de 8 segundos. Por uma simples mudança de prateleira é possível economizar 7 segundos, praticamente a metade do tempo, e melhorar o fluxo de movimento da área da biblioteca da UESC. 5. Diagrama de Pareto, curva ABC: análise do posicionamento dos livros mais solicitados. 17
Dias (2010) afirma que a Curva ABC permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequado quanto à sua administração. Para elaboração do estudo, a ferramenta ABC foi imprescindível para analisar e classificar os livros de maior saída por corredor da biblioteca da UESC, a fim de verificar se a sua posição na prateleira está otimizada. A tabela 4 apresenta o fluxo de saída dos 10 primeiros livros nas prateleiras, apresentando respectivamente a colocação, autor, título, quantidade de livros saídos, corredores onde os livros se encontram, posição atual dos livros e a proposta de mudança nos livros na prateleira. Tabela 6 - Análise da disposição dos livros nas estantes da biblioteca Colocação Autor Título Qtde. Corredor Posição atual na prateleira Mudança proposta na prateleira 1 STEINBUCH Geometria analítica 647 8 1 1 2 GUIDORIZZI Calculo 1 642 7 2 1 3 HALLIDAY Fundamento de física 1 547 8 6 1 4 LEITHOLD Calculo com geometria analítica 538 7 1 1 5 ZILL Equações diferenciais 522 8 1 1 6 LEITHOLD Calculo com geometria 473 7 1 1 analítica 2V 7 RUSSEL Química geral 463 9 8 1 8 HALLIDAY Fundamento de física 3 460 7 6 1 9 SWOKOWSKI Calculo com geometria 456 8 1 1 analítica 2V 10 HIBBELER Resistência dos materiais 434 12 8 1 A partir da tabela 4 pode-se perceber que os livros Fundamentos de física 1, Química Geral, Fundamentos de Física 3 e Resistência dos Materiais, ocupam posições razoavelmente distante, por serem livro altamente solicitados, desta forma é recomendado que estes livros fiquem na primeira sessão das suas respectivas prateleiras, os livros Geometria Analítica, Cálculo 1, Cálculo com geometria analítica, Equações diferenciais, Calculo com geometria analítica 2V, por serem livros altamente requisitado, estão ocupando um posicionamento adequado nas suas respectivas prateleiras. Fazendo a relação com a curva ABC, para os 20 livros de maior fluxo da biblioteca, pode-se perceber, que 80% do fluxo corresponde a 20% do livros, que são: Geometria analítica, Cálculo 1, Fundamento de física 1, Cálculo com geometria analítica, destacados na cor verde na tabela 5, que corresponde a classe A, os livros Equações diferenciais, Cálculo com 18
geometria analítica 2, Química geral, Fundamento de física 3, Cálculo com geometria analítica 2V, Resistência dos materiais destacados na cor azul, são 30 % dos livros responsáveis por 15% do fluxo na biblioteca, sendo estes de classe B, os livros que compõe a classe C são: Histologia básica, Cálculo numérico, Cálculo v2, Cálculo A, Evolução, Curso de física básica, Curso de física básica 4, Epistemologia, Um curso de calculo, Física para cientistas e engenheiros, estes são 50% dos livros observados, que corresponde a 5% do fluxo de livros na biblioteca. Tabela 7 Análise do fluxo de livros para construção da curva ABC Com o auxílio da tabela 5, foi engendrada a curva ABC para o fluxo dos livros na biblioteca, que é ilustrada no gráfico 5. 19
Gráfico 5: Curva ABC do fluxo de livros da biblioteca Com a utilização da curva ABC facilita visualizar e identificar os livros mais solicitados, possibilitando a concentração de esforços para melhor posiciona-los e encontra-los com maior facilidade e menos esforço nas respectivas prateleiras. Além disso, o método auxilia na analise quantitativa do acervo em atender o fluxo de empréstimos. 6. Considerações finais Através das técnicas, ferramentas e métodos identificados na literatura este estudo procurou desenvolver uma proposta de melhoria da movimentação das pessoas, transporte de livros e diminuição de ruídos na biblioteca universitária da UESC. Para tal, foram eleitas como principais instrumentos o método balanceamento de arranjos físicos de processo e a Curva ABC. Com os dados coletados e analisados, verificou-se que o layout não está disposto de forma adequada, logo foi proposta a realocação dos corredores e livros de maior fluxo. A conclusão é que demonstra ser possível realizar mudanças e rearranjos para conseguir otimizar as tarefas realizadas na BU da UESC, eliminando movimentos desnecessários. Em particular, obteve-se uma diminuição significativa no corredor 1, o qual foi alocado para o 20
lugar do corredor 8, dai o tempo de caminhada do hall de entrada até o corredor era de 15 segundos e com o novo arranjo de layout passou a ser de 8 segundos, conseguindo assim uma economia de 7 segundos e consequentemente melhorando o fluxo de movimento da área da biblioteca da UESC. Com a aplicação do diagrama de Pareto, ou curva ABC, foi possível identificar a maior frequência de saída dos livros, possibilitando uma fácil visualização dos exemplares mais solicitados, servindo de indicador para a necessidade de ampliar a quantidade destes exemplares. REFERÊNCIAS BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5ªed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CLOVIS, P.R. Armazenagem, controle e distribuição. Curitiba Ibpex, 2009. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços uma abordagem estratégica. Editora Atlas, 2004. DIAS P. M. A. Administração de materiais: Uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. GAITHER, Norman; FRAZIER, Greg. Administração da Produção e Operações. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 2004. GARCIA, Carlos Alberto. Plant Layout. Unesp. São Paulo. 2002. NEUMAN, C.; SCALICE, R.K. Projeto de Fábrica e Layout. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. ADIMINISTRA DA PRODUÇÃO. São Paulo, Editora ATLAS S.A, 2009. Slack, N., Chambers, S. & Johnston, R. Operations Management. Fith Edition, Harlow: Pearson Education. 2007. Slack, N., Johnston, R., & Chambers, S. (2002). Administração da produção (2a Edição ed.). São Paulo: Editora Atlas. SILVA, Alessandro Lucas da; RENTES, Antonio Freitas. UM MODELO DE PROJETO DE LAYOUT PARA AMBIENTES JOB SHOP COM ALTA VARIEDADE DE PEÇAS BASEADO NOS CONCEITOS DA PRODUÇÃO ENXUTA. Gest. Prod. vol.19 no.3 São Carlos, 2012. 21
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