UNIFEOB Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos PROJETO DE PRÁTICAS BEM-SUCEDIDAS EM SALA DE AULA CURSO DE DIREITO PROFESSORA MARIA LUIZA GONÇALVES GOMES SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP AGOSTO 2015
UNIFEOB Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos PROJETO DE PRÁTICAS BEM-SUCEDIDAS EM SALA DE AULA CURSO DE DIREITO Aprendendo com histórias PROFESSORA MARIA LUIZA GONÇALVES GOMES Relato de experiência apresentado à Banca Examinadora do Curso de Direito, como exigência para concorrer ao Projeto de Práticas Bem-Sucedidas em Sala de Aula. SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP AGOSTO 2015
1. SÍNTESE DA EXPERIÊNCIA A prática desenvolvida em sala de aula consiste em contar uma história, preferencialmente de obra literária, podendo, entretanto, ser outras histórias, das quais possam ser extraídos os conceitos que se pretende abordar no encontro. Iniciase a aula com os alunos sentados em círculo e contando a história. Em seguida, passa-se à exposição dos conceitos, aplicando-se, por fim, uma atividade em equipe, na qual os discentes possam identificar, dentro da história contada, os conceitos trabalhados. 2. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA Observa-se que o perfil dos alunos que chegam à Instituição é bastante carente da prática de leitura, assim como apresentam dificuldades em absorver os conceitos trabalhados, inclusive os mais simples. Diante disso, foi pensada uma atividade através da qual fosse possível tornar o aprendizado mais fácil e agradável, assim como fazer com que o aluno perceba que os conceitos trabalhados estão intrinsicamente relacionados às situações práticas. Objetiva-se, também, transmitir ao aluno um pouco de conhecimento cultural, principalmente despertar o interesse pela leitura, prática imprescindível para os profissionais de um modo geral, mas, substancialmente, para os operadores do Direito, e a arte de contar histórias é um instrumento eficaz para isso. As atividades aplicadas são sempre trabalhadas em equipe para propiciar aos alunos a interação das ideias, sendo possível, além disso, trabalhar a competência atitudinal de trabalho em equipe. Com a prática é possível, assim, trabalhar os conteúdos: Conceituais (saber: fatos, conceitos, princípios); Procedimentais (saber fazer); Atitudinais (ser: valores, normas e atitudes). 3
3. DESCRIÇÃO CLARA E DETALHADA DA EXPERIÊNCIA O professor deve buscar uma história na qual seja possível identificar os conceitos que deverão ser trabalhados com a sala. Inicia-se o encontro com os alunos sentados em círculo. Em seguida, o professor começa trazendo algumas informações que julgar importantes e interessantes sobre a obra utilizada ( p.ex. o autor, o contexto e a época em que a história foi escrita, as críticas recebidas etc.) e, na sequência, começa a contar a história da forma mais envolvente possível. Ao contar a história, é preciso atentar aos detalhes que são importantes para construção dos conceitos que serão trabalhados. Quanto mais detalhes destacados, maiores as possibilidades de aplicação e compreensão dos conceitos pelos discentes. É muito interessante e prazeroso observar o semblante dos alunos enquanto se conta a história. Na sequência, faz-se um link para introduzir os conceitos a serem trabalhados. Feitas as considerações sobre o conteúdo a ser desenvolvido, passa-se à atividade a ser trabalhada. As atividades aplicadas são sempre trabalhadas em equipe para propiciar aos alunos a interação das ideias, além de trabalhar a competência atitudinal de trabalho em equipe. O diferencial da atividade consiste no fato de não ser apenas um estudo de caso para a observação da prática dos conteúdos, mas de levar para o nosso aluno, que normalmente é carente de conhecimentos culturais, um pouco desse conhecimento e, principalmente, despertar nele o interesse pela leitura e a busca pelo conhecimento, tornando o aprendizado mais fácil, agradável e concreto. A resposta dos alunos à atividade desenvolvida foi bastante positiva, podendo ser observado isso também pelo fato de o questionário de avaliação ter sido aplicado somente agora, no início deste semestre, sendo que alguns dos alunos que responderam haviam realizado a atividade no início do primeiro semestre, mas 4
lembravam-se, perfeitamente, tanto da história quanto do conteúdo que foi trabalhado. 4. CONTEXTUALIZAÇÃO Considerando que um dos objetivos do curso é tornar o discente dotado de sólida formação humanística, técnica e prática, compreendendo a complexidade do fenômeno jurídico e as transformações sociais, bem como a gênese, fundamentos, evolução e conteúdo do ordenamento jurídico vigente, bem como considerando que um dos objetivos do módulo consiste em fazer com que as atividades a serem desenvolvidas nas unidades de estudo que compõem o eixo propiciem o estabelecimento de relações entre o Direito e as outras áreas do conhecimento, através da interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, entendemos que a prática desenvolvida pode contribuir para que esses objetivos possam ser atingidos de forma agradável para o discente. 5. JUSTIFICATIVA É sabido que as histórias têm grande poder de persuasão e de fixação de conteúdo. Os grandes comunicadores e oradores mundiais se valem das histórias para ilustrar pontos de vista, entreter os ouvintes, mas, principalmente, explicar conceitos abstratos de forma simples e lúdica. Além disso, há vários projetos desenvolvidos nesse sentido com o objetivo de despertar no aluno o gosto pela leitura com resultados comprovadamente positivos. Esses projetos são desenvolvidos para o ensino fundamental e médio. Entretanto, o gosto por ouvir histórias é intrínseco no ser humano independente da idade, então houve o questionamento: por que não para o ensino superior? A experiência foi feita e o resultado foi bem positivo, pois nas palavras do poeta e escritor Jean de La Fontaine: Se quiser falar ao coração dos homens, há que se contar uma história. Dessas onde não faltem animais, ou deuses e muita fantasia. Porque é assim suave e docemente que se despertam consciências. 5
Diante disso, dadas as características conceituais complexas do Direito, entende-se que a prática é plenamente justificada na medida em que auxilia na compreensão desses conceitos, facilitando o aprendizado do discente de forma lúdica e bastante agradável. Avaliando-se, também, a possibilidade de aplicação da prática em outros cursos, entende-se que isso é perfeitamente possível porque sempre há boas histórias para todas as áreas. 6. RESULTADOS OBTIDOS Os alunos lembram da história e dos conceitos a elas vinculados, mesmo depois de passado algum tempo. Na sala de aula na qual o conceito foi aplicado, os alunos recordaram a história, os principais conceitos e conseguiram reproduzir trechos mencionados em sala. A avaliação dessa prática foi aplicada na sala na qual foi trabalhada, aproximadamente, 90 dias após a sua aplicação. Os alunos relataram não apenas os detalhes e os conceitos ministrados, como também mencionaram que a aula havia sido agradável e que a prática tornou o aprendizado mais fácil, sugerindo que o conceito deveria ser transposto para outras disciplinas. 7. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS DO CURSO Espera-se formar-se um profissional: competente do ponto de vista técnico, político e ético, plenamente cônscio de sua responsabilidade na tomada de decisões; preparado para problematizar o processo de trabalho no campo do Direito, explorando suas contradições em favor das demandas legítimas da sociedade brasileira; capaz de analisar, interpretar e aplicar os conhecimentos adquiridos no curso, buscando novas respostas aos problemas apresentados, exercitando sua autonomia técnicointelectual; compromissado com a formação permanente, com o diálogo e com a 6
convivência guiada pela ética da solidariedade, preocupado com os problemas de seu tempo e de seu espaço; apto a constituir-se referência de qualidade nos serviços por ele prestados, individual, associada ou coletivamente, ensinando e desenvolvendo a cidadania pelo exemplo ativo e atuante; competente para identificar necessidades individuais e coletivas, interferindo na alteração do perfil social, econômico e político do país, desenvolvendo formas judiciais e extrajudiciais de prevenção e solução de conflitos; dotado de sólida formação humanística, técnica e prática, compreendendo a complexidade do fenômeno jurídico e as transformações sociais, bem como a gênese, fundamentos, evolução e conteúdo do ordenamento jurídico vigente. Além dessas competências gerais, o curso de Direito do UNIFEOB desenvolve as seguintes competências atitudinais: trabalho em equipe, comunicação interpessoal, comprometimento, ética, adaptabilidade e flexibilidade, responsabilidade social, raciocínio lógico e argumentação, gestão do tempo, liderança, empreendedorismo, criatividade e inovação, visão sistêmica. 8. COMPETÊNCIAS ATITUDINAIS QUE SERÃO DESENVOLVIDAS DURANTE O CURSO 1. Trabalho em equipe - essencial 2.Comunicação interpessoal - essencial 3. Comprometimento - essencial 4. Ética - essencial 5. Adaptabilidade e flexibilidade - situacional 6. Responsabilidade Social - situacional 7. Raciocínio lógico e argumentação - situacional 8. Gestão do tempo - situacional 9. Liderança - situacional 10. Empreendedorismo - situacional 7
11. Criatividade e Inovação - situacional 12. Visão sistêmica - situacional 9. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ATITUDINAIS DO MÓDULO Competências e Habilidades do 2º Módulo: Objetiva-se, com o segundo módulo de direito da UNIFEOB, que o aluno seja estimulado à adoção de atitudes de justiça, cooperação, respeito à lei, promoção humana e repúdio a qualquer forma de intolerância, atitudes essas inerentes ao Estado Democrático de Direito. Espera-se que o discente inicie uma formação profissional que expresse habilidades suficientes para promover intervenções na realidade social, dentro de uma perspectiva crítica e pautada por valores éticos imprescindíveis ao exercício da profissão. As atividades a serem desenvolvidas nas unidades de estudo que compõem esse eixo devem propiciar o estabelecimento de relações entre o Direito e as outras áreas do conhecimento, através da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade, levando-se em consideração conteúdos essenciais sobre bens e negócios jurídicos, ciência política (teoria geral do estado e da constituição), introdução ao direito das minorias, hermenêutica, linguagem jurídica e teoria geral do processo. Aguarda-se que, ao final do módulo, o aluno possa: ler, compreender e interpretar textos jurídicos; elaborar, apresentar e sustentar argumentos pertinentes e de forma racional; demonstrar capacidade de análise e crítica; ler e raciocinar sobre casos concretos e relatos; defender posicionamentos pautados no ordenamento jurídico vigente; pesquisar documentos e bibliografia; realizar pesquisa eletrônica de material jurídico. Neste módulo serão avaliadas as seguintes competências atitudinais: trabalho em equipe, adaptabilidade e flexibilidade. Competências e Habilidades do 1º Módulo: Objetiva-se oportunizar ao aluno uma base de compreensão sólida a respeito dos contextos social, político, econômico, científico e filosófico nos quais se insere o Direito. As unidades de estudo que compõem esse módulo devem, portanto, propiciar o estabelecimento de relações entre o Direito e as outras áreas do conhecimento, em 8
especial os conteúdos essenciais de Introdução ao Estudo do Direito, Direitos da Personalidade, Antropologia, Economia, Ética, Filosofia, História e Sociologia. Destaca-se o ideal de fortalecer a formação intelectual prévia do acadêmico, bem como desenvolver sua capacidade de cognição frente às especificidades do conteúdo jurídico. Situam-se, nesse contexto, os conteúdos desenvolvidos na unidade de Análise Econômica do Direito e Globalização. Neste módulo serão avaliadas as seguintes competências atitudinais: trabalho em equipe e comunicação interpessoal 10. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ESPECÍFICAS DA UNIDADE DE ESTUDO Competências e Habilidades da Unidade de Estudo Linguagem Jurídica (2º módulo) : Fazer uso da norma culta da língua nas modalidades oral e escrita, no cotidiano pessoal, nas atividades acadêmicas e na vida profissional; Ler e interpretar textos teóricos de caráter expositivo-argumentativo, em especial aqueles de conteúdo jurídico; Expressar-se com clareza, objetividade e eficácia persuasiva; Elaborar argumentos e contra-argumentos; Debater oralmente, defendendo seu ponto de vista e prevendo/rebatendo o ponto de vista adversário, em especial em atividade de júri simulado; Analisar a estrutura e progressão textuais; Articular ideias e construir parágrafos dissertativos; Elaborar textos dissertativos; Produzir peças jurídicas básicas referentes aos primeiros passos da prática profissional; Realizar pesquisas por meios físicos e eletrônicos; Respeitar as diferenças individuais, negociar posições e trabalhar em equipe; Interagir com tolerância, flexibilidade e responsabilidade social nas situações de argumentação. Competências e Habilidades da Unidade de Estudo Análise Econômica do Direito e Globalização ( 1º módulo) : Objetiva-se, com as atividades propostas e realizadas na unidade, que o discente tenha desenvolvido as seguintes competências e habilidades: ler, compreender e 9
interpretar textos, atos e documentos transdisciplinares que o façam entender a necessidade do diálogo permanente entre o Direito e a Economia e que esta é aplicável a todos os ramos daquele (interdisciplinaridade); raciocinar crítica e juridicamente, pautado pelos princípios da liberdade, igualdade, fraternidade e solidariedade. 11. METODOLOGIAS Metodologias da unidade de estudo Linguagem Jurídica: - Contextualização - Problematização Metodologias da unidade de estudo Análise Econômica do Direito e Globalização : - Contextualização - Problematização - Estudo de Caso. 12. ESTRATÉGIAS Estratégias para a unidade de ensino Linguagem Jurídica - aulas expositivo-dialogadas - leitura de textos de diversos gêneros (sobretudo jurídicos) - exercícios gramaticais - produção de textos 10
- produção de peças jurídicas elementares - trabalhos individuais e em grupo - pesquisas em ambientes virtuais e na biblioteca - apresentação oral - debates - projeção de filme de caráter jurídico e posterior debate Estratégias para a unidade de ensino Análise Econômica do Direito e Globalização : Aula teórica Trabalho em equipe Solução de problemas Estudo de texto Debate Dinâmica Apresentação de seminários 13. RECURSOS DIDÁTICOS Recursos didáticos para unidade de ensino de Linguagem Jurídica - material confeccionado e selecionados pela professora - data show 11
- computador - vídeos - artigos de revistas - Biblioteca - auditório Recursos didáticos para a unidade de ensino Análise Econômica do Direito e Globalização Vídeo Data show Biblioteca Computador Revistas 14. AVALIAÇÃO Avaliação para a unidade de ensino Linguagem Jurídica 1º. Bimestre 1. Será aplicado um trabalho de elaboração de um texto narrativo com base no filme 12 anos de escravidão trabalho extra classe individual 2 pontos 2. Encontro 4 exercícios com interpretação de textos e questões do ENADE - 2 pontos em equipe 3. Encontro 5 Exercício de análise de textos dissertativos 3 ponto - em equipe Bônus de 0,5 para aqueles que participarem de TODAS as atividades em classe 12
2º. Bimestre 1. Será aplicado um ponto pelos trabalhos do júri 2. Encontro 09 Elaboração de procuração, substabelecimento e requerimento - 2 pontos 3. Encontro 11 Exercícios sobre gramática 2 pontos 4. Encontro 13 Exercício de análise de textos dissertativos Bônus de 0,5 para aqueles que participarem de TODAS as atividades em classe. Critério de Avaliação para a unidade de estudo Análise Econômica do Direito e Globalização P1: - Atividade encontro 02: 2,0 = Atividade em equipe. Estudo de caso. Elaboração de texto individual - Atividade encontro 03: 3,0 =Atividade em dupla, resoluções de questões a partir de um caso concreto - Atividade encontro 04: 2,0 = Apresentação de seminários pelas equipes P2: - Atividade encontro 7 = 2,0 = questões discursivas individuais a partir do tema estudado - Atividade encontro 9 = 2,0 = estudo em equipe do caso apresentado com questões discursivas - Atividade Encontros 10 e 11 = 3,0 = apresentação de seminários pelas equipes 15. AUTOAVALIAÇÃO 13
De um modo geral, entende-se que o saldo tem sido positivo e que o desempenho tem se apresentando em um crescente. Considerando a falta de uma experiência mais longa como docente, principalmente em relação ao ensino por competências, a sensação de insegurança está sempre por perto, mas essa sensação tem ajudado no esmero da preparação da aula. Diversas metodologias têm sido experimentadas para a identificação daquelas que mais se enquadram no perfil do docente. Algumas são bem produtivas, outras nem tanto. Evidentemente, há pontos que precisam ser trabalhados para melhorar o desempenho. Sempre há, mas a busca é incessante. 14