EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

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Transcrição:

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM José Joelson Mendonça 1 ; Darling de Lira Pereira 2 ; Ana Maria Gonçalves Duarte Mendonça 3 1 Universidade Estadual Vale do Acaraú. jjoelson.mendonca@gmail.com 2 Universidade Federal da Paraíba. darli_lira@yahoo.com.br 3 Universidade Federal de Campina Grande. ana.duartemendonca@gmail.com RESUMO: A Educação de Jovens e Adultos EJA é uma modalidade da educação básica destinada aos jovens e adultos que não tiveram acesso ou não concluíram os estudos no ensino fundamental e no ensino médio. É importante destacar a concepção ampliada de educação de jovens e adultos no sentido de não se limitar apenas à escolarização, mas também reconhecer a educação como direito humano fundamental para a constituição de jovens e adultos autônomos, críticos e ativos frente à realidade em que vivem. No contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem diferente em que o componente tecnológico não pode ser ignorado. As novas tecnologias da informação e comunicação articulam várias formas eletrônicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação, utilização destes recursos no ensino pode ajudar a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes, possibilitando a construção do conhecimento em que o aluno aprende fazendo e refazendo algo para o qual e motivado. Este trabalho tem como objetivo principal, investigar os subsídios das tecnologias no processo de ensino aprendizagem na modalidade de ensino de educação de jovens e adultos. A metodologia utilizada para realização foi participante de caráter exploratório, caracterizando como qualitativa, e tendo o ambiente de dados como sua fonte natural, utilizando como recurso metodológico a coleta de dados por meio da observação, entrevistas e questionário. Observou-se que a utilização de subsídios tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem na EJA permite ao aluno a construção do seu próprio conhecimento de forma abrangente, a partir da utilização de conteúdos do cotidiano. PALAVRAS-CHAVE: EJA, ensino, aprendizagem, tecnologias. 1. INTRODUÇÃO A Educação de Jovens e Adultos EJA é uma modalidade da educação básica destinada aos jovens e adultos que não tiveram acesso ou não concluíram os estudos no ensino fundamental e no

ensino médio. É importante destacar a concepção ampliada de educação de jovens e adultos no sentido de não se limitar apenas à escolarização, mas também reconhecer a educação como direito humano fundamental para a constituição de jovens e adultos autônomos, críticos e ativos frente à realidade em que vivem (BRASIL, 1999). Durante muito tempo a EJA teve como princípio superar o atraso dos jovens e adultos analfabetos totais e funcionais, pautada em uma concepção instrumental de educação, que não levou em consideração as experiências de vida destes alunos que retornaram a escola, orientada na maioria das vezes pela atuação de professores e pedagogos que colaboraram com a reprodução social, primeiro pela fragmentação do trabalho, voltado a manutenção da sociedade capitalista, segundo pela hierarquia produzida por essa mesma sociedade (ARROYO, 2009). As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos reconhecem o conhecimento enquanto construção histórica e como elemento fundamental para a organização do trabalho pedagógico, estabelecendo que a cultura e o conhecimento sejam produzidos nas e pelas relações sociais e não podem ser pensados fora dessas relações. (PARANÁ, 2006, p.34). Neste sentido a função do pedagogo é mediar à relação entre as especificidades da Educação de Jovens e Adultos: seus educandos, conteúdos, formas de organização, tempos e métodos, agindo nos diferentes espaços de contradição, para a transformação da prática pedagógica voltada à formação humana, sendo necessário que o processo ensino-aprendizagem na EJA seja coerente, segundo a sua Proposta Pedagógica Curricular, (FELDMANN, 2009)com: O papel de socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem a emancipação e à afirmação de sua identidade cultural; O exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça; Os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos - cultura, trabalho e tempo. A educação por seu poder transformador constitui o vínculo para as conquistas da sociedade,

tornando-se a chave para o progresso econômico e social, especialmente para os países em desenvolvimento. A educação brasileira sempre se viu desafiada frente a importantes temas, tais como a qualidade da educação básica, o acesso à educação superior e a formação de seus professores. Além desses temas, há grande destaque para as metas do PNE (Plano Nacional de Educação), no qual grandes e polêmicos desafios se mostram à nossa educação (SOARES, 2006). Nos últimos 15 anos, o Brasil tem realizado significativas reformas e mudanças em todos os níveis de ensino. Tais como, avanços na ampliação do acesso; na redução das desigualdades sociais de acesso; na permanência, com a elevação da quantidade de alunos que concluem o Ensino Médio; na ampliação do número de profissionais da educação e da escolarização dos mesmos; na criação de um sistema de avaliação estruturado e tecnicamente sólido; no desenvolvimento de mecanismos de descentralização da gestão. Enfim, no aumento de políticas, programas, planos, leis, diretrizes e propostas de estratégias para melhorar a qualidade da educação nacional (SOUZA, 2010). Ao mesmo tempo, alguns problemas e desafios parecem longe de serem resolvidos. Ainda, é grande o número de alunos que não chegam a completar 12 anos de estudos; a escolarização e muitos programas de formação de professores sofrem com a precariedade e pouca qualidade; muitos alunos têm baixos resultados nas avaliações de desempenho e de aprendizagem; e, muitos que concluem o ensino básico, além de não conseguirem entrar na universidade, também, carregam déficits elementares de aprendizagem; falta clareza em relação à padrões mínimos de qualidade para as escolas e para a educação em geral; há problemas relativos à valorização, proletarização e precarização do trabalho docente; como também impasses com relação a gestão dos recursos educacionais. O ENSINO E A UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS Atualmente é perceptível a dimensão da tecnologia da informação e comunicação (TIC) na

vida e construção de uma nova sociedade que já é considerada a Sociedade da Informação. As TICs são importantes ferramentas que podem apoiar dinamizar e facilitar o ensino de química. Para tanto se torna necessário verificar como esta ocorrendo à inserção desses recursos tecnológicos na educação (MARCOLLA, 2014). No contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem diferente em que o componente tecnológico não pode ser ignorado. O reconhecimento de uma sociedade cada vez mais tecnológica requer a conscientização da necessidade de incluir nos currículos escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias (LEITE & LEÃO 2008). As Tecnologias da Informação e Comunicação proporcionam facilidades no meio didático da educação. São muitas as novas ferramentas e metodologias que utilizam as tecnologias como suporte de construção do conhecimento, mas que nem sempre são associadas à prática pedagógica (GIODAN E MELLO, 2008). O impacto das Tecnologias da Informação e Comunicação na educação é, na verdade, um aspecto particular de um fenômeno muito mais amplo, relacionado com o papel dessas tecnologias na sociedade atual (LEÃO 2011). Nos ambientes integrados pelas chamadas tecnologias da informação e comunicação, a construção do conhecimento se dá por meio de diversas formas de linguagens simultâneas, os chamados sistemas multimídicos. Nestes novos ambientes, a construção do conhecimento acontece de forma mais aberta, integrada e multisensorial, o que torna sem dúvida, muito mais atraente e complexa (DEMO, 2004). A aprendizagem por meio eletrônico consiste na utilização de informações eletrônicas e da tecnologia das comunicações para oferecer produtos de aprendizagem voltado para a expansão dos conhecimentos e melhoria do desempenho (LEÃO, 2011). A utilização das tecnologias da informação na educação permite uma mudança no foco da aquisição de conhecimento, ultrapassando a mera memorização cumulativa. Ela dirige os alunos no sentido de melhorar seu desempenho e inovar, fornecendo-lhes métodos variados para seu

aprendizado, uma vez que possibilita (re)construir novos conhecimentos, (re)descobrir novas formas de atribuir significado a algo, baseado em experiências e situações simuladas por computador ou outro meio eletrônico. Daí surge um estímulo para uma nova forma de pensar em que o aluno, ao invés de assimilar o conteúdo passivamente, reconstrói o conhecimento existente, dando um novo significado (o que implica em conhecimento) (LEITE, 2011). O uso de tecnologias no ensino de pode aproximar alunos e professores, além de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais ativo e participativo. O ideal seria testar as novas tecnologias e identificar quais se enquadram na realidade da escola e dos alunos. Uma das dificuldades é a falta de infraestrutura de algumas escolas e a falta de formação de qualidade para os professores quanto ao uso dessas novas tecnologias (MARCOLLA, 2014). A utilização de tais recursos torna mais fácil o ensino e aprendizado de conceitos abstratos já que apresenta o novo conceito sob diferentes perspectivas. Um exemplo evidente é o uso da simulação computacional como recurso para facilitar o aprendizado de novos conceitos e desenvolver a capacidade cognitiva dos alunos, permitindo que eles construam conhecimentos e adquiram competências, desenvolvam simultaneamente o espírito crítico. No ensino de química percebe-se que as TIC podem ser utilizadas nas escolas para otimizar o processo ensino aprendizagem. A sociedade contemporânea está cada vez mais informatizada e globalizada. A utilização dos computadores vem desempenhando papéis cada vez mais importantes no dia a dia das pessoas e na educação. Sendo assim, é impossível pensar em um processo de ensino aprendizagem que não integre os recursos tecnológicos e a prática educativa. As novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) são elementos importantes para o desenvolvimento pessoal e profissional do ser humano e sua inserção na escola diminui o risco da discriminação social e cultural, podendo atuar como coadjuvante para a renovação da prática pedagógica (SOUZA et al, 2004). Neste contexto, o professor precisa compreender as modificações e se atualizar para exercer a função de

mediador, entre as tecnologias usadas no ensino e a aprendizagem dos alunos, acreditando que as ferramentas tecnológicas não substituirão o seu trabalho, pois é ele que irá planejar as aulas e saber o melhor momento e qual o melhor recurso tecnológico para complementar um determinado conteúdo. 2. METODOLOGIA O enfoque deste estudo está centrado na identificação dos fatores que contribuem para o processo de educação a partir da utilização das inovações tecnológicas. Os dados coletados foram agrupados, analisados e descritos quantitativamente, a partir de apresentações percentuais de variáveis categóricas. Neste tipo de estudo descritivo, buscarmos observar, registrar, analisar e interpretar quais os fatores que influenciam a motivação de alunos em obter a aquisição do saber com o uso de recursos tecnológicos. 3. RESULTADOS Observou-se que a utilização das tecnologias da informação e comunicação na educação de Jovens e Adultos EJA ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes, possibilitando a construção do conhecimento em que o aluno aprende fazendo e refazendo algo para o qual e motivado. Verificou-se, através da observação do ambiente escolar, que os alunos sentem-se motivados a participar das aulas, buscando a compreensão dos conteúdos através de novos instrumentos de ensino e assim constroem o seu próprio aprendizado. De acordo com as informações colotadas através da entrevista, foi possível identificar a potencialidade do uso das tecnologias de comunicação e informação no ensino da Educação de Jovens e Adultos - EJA, visto que possibilitam ao aluno conduzir situações e simulação de

processos e reações químicas através de programas computacionais, software, dentre outros. 4. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos, pode concluir que: Na EJA a utilização de novas tecnologias como instrumento facilitador do processo de ensino é uma ferramenta eficaz por possibilitar o contato com outras pessoas e outros conhecimentos; Possibilita ao educando ampliar sua habilidade com os conteúdos; Agencia o intercâmbio com áreas diversas, especialmente na EJA, onde o aluno precisa se adaptar as novas metodologias de ensino e aprendizagem; Motiva o aluno a participar ativamente da construção do conhecimento, resultando em aprendizagem significativa e eficaz; Permite que o conhecimento adquirido tenha interação com o contexto natural, social e cultural do aluno, visto que, todo processo de aprendizagem requer a condição de sujeito participativo, envolvido, motivado, e ativo na desconstrução e reconstrução do conhecimento. 5. REFERENCIAS ARROYO, M. G. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, L.; GIOVANETTI, M. A. G. C.; GOMES, N. L. (Org.). Diálogos na educação de jovens e adultos. 3. ed., Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p. 19-50. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. DELIZOICOV, D; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de ciências. 2 ed. São Paulo: Cortez,

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