Exame físico do aparelho respiratório Prof: Bruna M. Malagoli Rocha Disciplina: Semio II
Propósitos do exame físico Obter dados basais sobre o estado de saúde do paciente Complementar e confirmar dados obtidos na anamnese Elaborar julgamentos clínicos sobre a mudança do estado de saúde do paciente Contribuir no desenvolvimento dos diagnósticos de enfermagem e na elaboração do plano de cuidados Avaliar os resultados do cuidado prestado
Preparo para o exame físico Controle de infecção (lavagem adequada das mãos, luvas, roupa adequada, limpeza dos equipamentos) Preparar o ambiente (luz, temperatura, barulho, conforto, evitar exposição desnecessária oferecendo cobertor, auxiliar o paciente na movimentação, aquecer os equipamentos) Preparação física do paciente Preparação psicológica do paciente e familiares - Comunicação sobre todos os procedimentos e esclarecimento de dúvidas
Exame físico do sistema respiratório Inspeção Palpação Métodos propedêuticos Percussão Ausculta
Exame físico do sistema respiratório Inspeção Palpação Métodos propedêuticos Percussão Ausculta
Inspeção 1) Inspeção Estática Medida e simetria do tórax Condições da pele
Assimetria Tórax em barril: diâmetro AP = largura do tórax (enfisema) Cifoescoliose torácica: curvatura do tórax posterior (osteoporose, artite) Tórax em funil: esterno deprimido, diminuição do diâmetro AP (raquitismo, doenças congênitas) Tórax de pombo: esterno projetado anteriormente, resultando em aumento do diâmetro AP (doenças congênitas, asma, raquitismo)
2) Inspeção dinâmica Observar os movimentos respiratórios Frequência respiratória (12 a 24 rpm) Amplitude (respiração superficial ou profunda) Ritmo (relação entre inspiração e expiração) Uso de musculatura acessória Retração ou tiragem intercostal
Exame físico do sistema respiratório Inspeção Palpação Métodos propedêuticos Percussão Ausculta
Palpação Objetivo: avaliar desvios traqueais dor, massas, excursão respiratória e frêmito toracovocal 1) Palpação de linfonodos Cervicais Supra claviculares Axilares 2) Palpação de traqueia
3) Excursão respiratória estimativa da expansão torácica; observação do movimento torácico durante a respiração
4) Frêmito Tóraco-Vocal (FTV) - Vibração na parede torácica resultante da propagação do som ao longo da árvore brônquica FTV Obstrução brônquica e barreira FTV Presença de secreção
Exame físico do sistema respiratório Inspeção Palpação Métodos propedêuticos Percussão Ausculta
Percussão Determina se os tecidos subjacentes estão cheios de ar, líquido ou material sólido Entre os espaços intercostais Método dígito digital
Sons da percussão Descrição do som Etiologia Claro pulmonar Som normal da ressonância dos ossos, partes moles e ar. Timbre grave e oco Normal Sub-macicez Presença de líquidos/fluidos. Derrame pleural Macicez Hipersonoridade Presença de massa ou redução/ausência de ar nos alvéolos. Som surdo e seco Aumento da relação ar/sólido nos pulmões. Timbre mais grave, claro e intenso Fígado, baço, coração, pneumonia lobar, tumor Enfisema Timpanismo Som de vísceras ocas (presença de ar). Como um tambor. Grande pneumotórax e região epigástrica.
Avaliação da excursão diafragmática Avalia a mobilidade do diafragma durante a inspiração e expiração O paciente inspira enquanto o profissional percute o tórax até perceber a mudança do som claro pulmonar para maciço. Marca-se essa região. Realiza-se o mesmo procedimento durante a expiração e observa-se a variação das marcações. Variação normal 5 e 6 cm
Exame físico do sistema respiratório Inspeção Palpação Métodos propedêuticos Percussão Ausculta
Ausculta Avaliação do fluxo de ar através da árvore brônquica e da presença de líquido ou obstrução sólida no pulmão Pedir para o paciente cruzar os braços
Sons respiratórios normais Sons respiratórios Vesicular Broncovesicular Brônquico Traqueal Localização esperada Todo campo pulmonar Tórax anterior - 1º e 2º espaços intercostais Tórax posterior entre as escápulas Sobre o manúbrio Sobre a traqueia
Sons adventícios (adicionais) Estertores/creptações Roncos Descrição Produzidos quando substâncias líquidas se agitam com a passagem do ar Causados pelo movimento de ar em traqueia e brônquios estreitos por secreção Etiologia Presença de líquidos nas vias aéreas ou alvéolos; alvéolos colabados. Doença pulmonar obstrutiva Secreções Sibilos Causados pelo movimento de ar em traqueia e brônquios estreitos ou obstruídos. Semelhante a um assobio. Broncoespasmo, asma Atrito pleural Áspero, como dois pedaços de couro esfregados entre si. Perda do líquido pleural lubrificante
Conclusão do exame Documentar Repassar ao paciente e equipe
Exemplo da descrição de um exame do aparelho respiratório normal INSPEÇÃO ESTÁTICA: tórax de forma e tamanho normal, sem alterações de partes moles e óssea, sem abaulamentos e retrações; pele íntegra. INSPEÇÃO DINÂMICA: FR = 16 rpm; ritmo regular; movimentos torácicos sincrônicos com movimentos abdominais; expansibilidade preservada e simétrica; ausência de retrações e ausência de utilização de músculos acessórios. PALPAÇÃO: sensibilidade conservada; ausência de contratura ou atrofia muscular; expansibilidade conservada e simétrica; FTV normodistribuído. PERCUSSÃO: SCP presente e simétrico; submacicez hepática e esplênica; mobilidade dos limites pulmonares preservada. AULCULTA: MV presentes e normodistribuídos; ausência de RA.
Referências BRUNNER, Lillian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith; BARE, Brenda G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. CARVALHO, Carlos Roberto Ribeiro de; TOUFEN JUNIOR, Carlos; FRANCA, Suelene Aires. Ventilação mecânica: princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. J. bras. pneumol., São Paulo, 2013. PORTO, Celmo Celeno. Exame Clínico: bases para a prática médica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. POSSO, Maria Belém Salazar. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2004. POTTER, Patrícia A; PERRY, Anne G. POTTER E PERRY: Fundamentos de Enfermagem. 7ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
OBRIGADA!